segunda-feira, 15 de junho de 2009

Irã: Alguns comentários.

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Eu não estava muito afim de escrever sobre o Irã, por um lado muita gente vem falando sobre a questão da eleição fraudada de Ahmadinejad, por outro lado, queria esperar até sair algum resultado crível mas.... Vamos lá.

Antes de mais nada, devo dizer que Chavez, mais uma vez, me decepciona. Apenas ele e o Aiatolá atacaram quem discordava do resultado da eleição. O que Chavez tem a ver com a eleição no Irã? Porque ele não ficou calado sem se meter em algo sem qualquer relação com a Venezuela? Mais uma vez ele perde a chance de se calar e, caso se comprove a fraude, corre ainda o risco de perder um aliado, que é o Irã e não puramente Ahmadinejad. Chavez, por ser a personificação da Venezuela, acha que o Ahmadinejad faz a mesma função no Irã, o que é incorreto.

Chavez é responsável por mudanças fantásticas na Venezuela, por evoluções significativas em termos de política externa e integração latino-americana mas por vezes fala além do que devia, e fala besteiras incríveis!

Mas, voltando ao Irã, não é do interesse de ninguém a vitória de Ahmadinejad.

Israel, claro, reclama, não tem também que se meter em assuntos que não são de sua alçada, o Irã não é a Palestina, por lá eles não tem influência e não podem mandar tanques para impedir que a democracia aconteça - como fizeram quando da vitória do Hamas nas eleições legítimas impostas por eles próprios e pelos EUA. Israel não gostou do resultado, como claramente demonstra não gostar de democracia e resolveu destruir ainda mais a Palestina.

Israel tem especial interesse, mas está redondamente enganada se acha que a mudança de Ahmadinejad por Moussavi vai alterar sua relação com o Irã. O primeiro é claramente anti-Israel e prega seu fim, o segundo sem dúvida pode até baixar o tom, mas jamais será amigo dos Sionistas, tampouco irá frear o programa nuclear, que é direito inalienável do Irã.

Israel busca apenas, e como sempre, tumultuar um processo eleitoral para conseguir conquistar alguma coisa. Aliás, Ahmadinejad no poder é até mais interessante para Israel, mesmo que seu discurso seja contrário, com Ahmadinejad os investimentos pesados dos EUA em segurança para Israel continuam, o país continua a fingir que é ameaçado e busca assim alguma simpatia e busca desviar a preocupação mundial do genocídio Palestino para o Irã.

Indo finalmente ao Irã propriamente dito, podemos ver o massivo apoio ao candidato Reformista. Isso não tem como ser escondido, por mais que Ahmadinejad tente expulsar os jornalistas estrangeiros e que o Irã tenha bloqueado celulares e boa parte da internet. A tentativa torpe e descarada de censurar a tudo e a todos demonstra claramente que algo está errado. Se foram legais as eleições, porque uma resposta tão violenta e agressiva? Algo está sendo escondido.

Historicamente, votações massivas, grande participação eleitoral prenunciam vitória reformista. Surpreende a todos a velocidade estrondosa com que os votos foram contados - sem urnas eletrônicas! - em uma eleição com participação recorde e, finalmente, surpreende a vitória esmagadora de Ahmadinejad em uma eleição em que analistas diziam que este só venceria com uma participação pequena dos eleitores e, se muito, por pequena vantagem.

Ahmadinejad aparentemente caiu no mesmo modelo de Saddam e outros ditadores da região, que costumam sempre vencer com algo perto dos 100% de aprovação. Ahmadinejad foi modesto, mas nem tanto, tivesse fraudado por 1 ou 2% a coisa teria sido mais crível e talvez os protestos não fossem tão intensos. A Fraude foi escancarada e muito mal executada.

Que o Irã não é uma democracia todos sabem, é uma teocracia com uma camada fina de democracia, um verniz, onde o Aiatolá e um Conselho dão a última palavra sobre qualquer assunto, um país onde existem milícias religiosas e a censura é constante mas, por outro lado, é um país que tenta se modernizar, com uma juventude gigantesca e cansada de ser oprimida pela religião, que tem uma história rica, antiga e bela e que sempre prezou pela liberdade.

Tudo isto torna o Irã um barril de pólvora e que vem soltando faíscas nos últimos tempos.

Espera-se que os EUA e Israel fiquem quietos e deixem que o país se resolva, que sua população se resolva, sem intervenções. Vale lembrar que foi a constante intervenção dos EUA no Irã que levaram à Revolução Islâmica e que nesta Revolução não existiam apenas "fanáticos religiosos" mas também gente da Esquerda, gente das cidades, todos insatisfeitos com um governante fantoche e excessiva intervenção. Hoje, o que pode culminar com um real movimento democrático, jovem e popular que talvez consiga mudar alguma coisa no país pode ser facilmente sufocado e até tomar o lado contrário caso haja algum tipo de intervenção indevida dos EUA, Israel ou qualquer outro país "ocidental".

Hoje vemos um processo profundo de transformação na sociedade iraniana, é esperar para ver o que sairá daí. Se um país mais aberto, mais progressista ou um país que se fechará ainda mais, com Ahmadinejad. Mas, independentemente do caminho que decidir tomar, o Irã continuará a ser um país independente, continuará com seu programa nuclear, que é legítimo, e continuará com sua política de solidariedade com os Palestinos e com sua presença pelo mundo.

Do El Correo Digital:

15.06.09 - 19:26 -

Al menos una persona ha muerto y varias más han resultado heridas por los disparos realizados por hombres armados, según algunos testigos, contra los miles de partidarios del ex primer ministro y candidato a la presidencia Mir Hosein Musavi que esta tarde se manifestaban en Teherán. Decenas de miles de partidarios de Musavi marchaban hacia la plaza de la Revolución de Teherán cuando han ocurrido los incidentes.
La concentración tenía como objetivo protestar por el supuesto fraude electoral y no estaba autorizada. Sin embargo, todos los participantes esperaban la llegada de Musavi y otros líderes reformistas que apoyaron su petición de anulación de los comicios del pasado viernes cuyos resultados dieron al actual presidente, Mahmud Ahmadineyad, una aplastante victoria con el 62,3% de los votos.
Sin embargo, según ha informado la cadena de televisión estatal Press TV, se han escuchado disparos en medio de la multitud. Según un reportero del canal, financiado por el Gobierno iraní, después algunas personas han salido corriendo del lugar corriendo. "Ha habido disparos esporádicos... Puedo ver a gente corriendo", ha explicado. Además, ha afirmado haber visto a varias personas armadas, aunque ha señalado que no sabía exactamente quiénes eran o a qué grupo pertenecían. "Han empezado a disparar a la gente provocando el caos en la plaza Azadi", ha indicado.
Vigilada por la Policía
Según varias fuentes eran varios los kilómetros de calle llenos de partidarios de Musavi. '¿Dónde está el 63% que votó a Ahmadineyad?', coreaban los manifestantes. 'Si Ahmadineyad sigue en la Presidencia, seguiremos todos los días protestando' o 'Luchamos, morimos, no aceptaremos este fraude electoral', eran otras de las consignas cantadas por los opositores.
La Policía iraní vigilaba el desarrollo de la manifestación en el que se han producido reyertas entre los seguidores de Musavi y grupos favorables a Ahmadineyad que han empleado palos. Los hechos se repiten después de que ayer seguidores de Musavi lanzasen piedras a la Policía en la Universidad de Teherán y también se enfrentaran a los partidarios de Ahmadineyad en una de las principales calles de la ciudad que fue cubierta de cristales rotos e incendios del mobiliario.
Estudian la validez de los comicios
Los disturbios se producen el mismo día que el Consejo de los Guardianes, el principal órgano legislativo de Irán, ha admitido los recursos del ex primer ministro Mirhossein Musavi y del ex director de la Guardia Revolucionaria Mohsen Rezaie contra el resultado de las elecciones presidenciales. El Consejo tiene ahora entre siete y diez días para declarar si las elecciones son válidas o no.
Ahmadineyad y el Ministerio del Interior han rechazado las irregularidades denunciadas por los candidatos opositores y el líder supremo de Irán, el ayatolá Alí Jamenei, ha pedido a los iraníes que apoyen al presidente y acaten los resultados.
Por su parte, Ahmadineyad realizó ayer en la capital un triunfante mitin coreado por decenas de miles de personas. No está claro si las autoridades permitirían cualquier demostración de sus oponentes. El malestar que se ha instalado Teherán y otras ciudades desde la publicación de los resultados el sábado se ha convertido en la mayor muestra de descontento contra el líder de la República islámica durante años.
Censura
La ONG pro Libertad de Prensa Reporteros sin Fronteras (RSF) ha rechazado los resultados de las elecciones presidenciales y ha solicitado a la comunidad internacional, principalmente a los países europeos, que sigan su ejemplo en gesto de protesta contra el Gobierno iraní, al que se responsabiliza de reprimir a los medios de comunicación durante el proceso electoral, así como de ordenar la detención de al menos cuatro periodistas.
La BBC ha informado mediante un comunicado que sus emisiones por satélite para Oriente Medio y Europa han sido blanco de "interferencias" por parte de Irán que, en algunos momentos, han llegado a provocar la interrupción de la señal.
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