terça-feira, 3 de novembro de 2009

Jabor: O retrato da elite estúpida brasileira

Pin It
O artigo do nobre Arnaldo Jabor - Blogs, twitter, Orkut e outros buracos - é a demonstração máxima da ignorância de um analfabeto digital, enfim, de um idiota.

O artigo merece ser comentado ponto a ponto mas, cuidado, estômagos fracos podem se sentir ofendidos.
Não estou no "twitter", não sei o que é o "twitter", jamais entrarei nesse terreno baldio e, incrivelmente, tenho 26 mil "seguidores" no "twitter".
De início, o óbvio, se não está, como pode falar? Se não conhece, como criticar? Mas, vale lembrar, felizmente esta figura não quer entrar no twitter, bom para nós que seremos poupados.
Quem me pôs lá? Quem foi o canalha que usou meu nome? Jamais saberei. Vivemos no poço escuro da web. Ou buscamos a exposição total para ser "celebridade" ou usamos esse anonimato irresponsável com o nome dos outros.
Realmente, a figura nada conhece de internet. E faz o coro do PIG, do Azeredo e cia, age como inocente mas está carregado de uma mensagem de censura e proibição. Para ele a internet é uma ferramenta que serve apenas para o crime (o anonimato como ele expõe) ou para inflar egos. É realmente ignorância demais para apenas uma pessoa.

Aliás, este detestável artigo foi, provavelmente, enviado por ele através da internet. Tendo a concordar em alguma coisa com a figura, a internet realmente pode ser usada para algum idiota disseminar lixo e inflar seu ego.
Tem gente que fala para mim: "Faz um blog, faz um blog!" Logo eu, que já sou um blog vivo, tagarelando na TV, rádio e jornais... Jamais farei um blog, esse nome que parece um coaxar de sapo boi. Quero o passado. Quero o lápis na orelha do quitandeiro, quero o gato do armazém dormindo sobre o saco de batatas, quero o telefone preto, de disco, que não dá linha, em vez dos gemidinhos dos celulares incessantes.
Ficamos felizes, já basta aguentar na TV, no Rádio, nos jornais.... Impressionante a ignorância, e o desserviço!
Comunicar o quê? Ninguém tem nada a dizer. Olho as opiniões, as discussões "on line" e só vejo besteira, frases de 140 caracteres para nada dizer. Vivemos a grande invasão dos lugares-comuns, dos uivos de medíocres ecoando asnices para ocultar sua solidão deprimente.
Deve andar lendo demais o Mídia Sem Máscara, a Veja... Aí sim, veículos inúteis e vazios.
O que espanta é a velocidade da luz para a lentidão dos pensamentos, uma movimentação "em rede" para raciocínios lineares. A boa e velha burrice continua intocada, agora disfarçada pelo charme da rapidez. Antigamente, os burros eram humildes; se esgueiravam pelos cantos, ouvindo, amargurados, os inteligentes deitando falação. Agora não; é a revolução dos idiotas "on line".
E o idiota-mor se expressando "on line".
Quero sossego, mas querem me expandir, esticar meus braços em tentáculos digitais, meus olhos no "Google" ("goggles" - olhos arregalados) em órbitas giratórias, querem que eu seja ubíquo, quando desejo caminhar na condição de pobre bicho bípede; não quero tudo saber, ao contrário, quero esquecer; sinto que estão criando desejos que não tenho, fomes que perdi. Estamos virando aparelhos; os homens andam como robôs, falam como microfones, ouvem como celulares, não sabemos se estamos com tesão ou se criam o tesão em nós.
Querem? Por favor, não ouça!
O Brasil está tonto, perdido entre tecnologias novas cercadas de miséria e estupidez por todos os lados. A tecnociência nos enfiou uma lógica produtiva de fábricas vivas, chips, pílulas para tudo, enquanto a barbárie mais vagabunda corre solta no país, balas perdidas, jaquetas e tênis roubados, com a falsa esquerda sendo pautada pela mais sinistra direita que já tivemos, com o Jucá e o Calheiros botando o Chávez no Mercosul para "talibanizar" de vez a América Latina. Temos de ‘funcionar’ - não de viver. Somos carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa. Assistimos a chacinas diárias do tráfico entre chips e "websites".
Inclusão digital, ensino à distância (críticas à parte), disseminação de conhecimento em tempo real... Não, não adianta tentar explicar....

Comentário político mais infeliz ainda... Devo me segurar...

Melhor seria, por fim, apenas assistir à globo os assassinatos diários, na internet é colaborativo demais, opinativo demais... Povo não tem que ter opinião, crítica, deve ouvir calado e indignado. Ou melhor, com a indignação que o plim-plim permitir.
O leitor perguntará: "Por que esse ódio todo, bom Jabor?" Claro que acho a revolução digital a coisa mais importante dos séculos. Mas estou com raiva por causa dos textos apócrifos que continuam enfiando na internet com meu nome.
E o rei na barriga se mostra! Depois de falar em ego inflado, em celebridade eis que surge o real motivo! O príncipe dos idiotas em papel-jornal não tolera que usem seu bom nome (sic), sua fama (sic), sua imagem ilibada (sic) em textos apócrifos.

A internet, o Twitter, os blogs, enfim, toda a rede não presta porque... usam o nome de sua santidade!

Temo que o ego seja grande demais para este blog, espero que não transborde!

Já reclamei aqui desses textos, mas tenho de me repetir. Todo dia surge uma nova besteira, com dezenas de emails me elogiando pelo que eu "não" fiz. Vou indo pela rua e três senhoras me abordam: "Teu artigo na internet é genial! Principalmente quando você escreve: ‘As mulheres são tão cheirosinhas; elas fazem biquinho e deitam no teu ombro...’ "Não fui eu...", respondo. Elas não ouvem e continuam: "Modéstia sua! Finalmente alguém diz a verdade sobre as mulheres! Mandei isso para mil amigas! Adoraram aquela parte: ‘Tenho horror à mulher perfeitinha. Acho ótimo celulite...’" Repito que não é meu, mas elas (em geral barangas) replicam: "Ah... É teu melhor texto..." - e vão embora, rebolando, felizes.
Realmente, os textos não escritos pela figura devem ser os melhores... Não vem carregados do preconceito típico da elite falida, da pseudo-intelectualidade do baixo-Leblon.
Sei que a internet democratiza, dando acesso a todos para se expressar. Mas a democracia também libera a idiotia. Deviam inventar um "antispam" para bobagens.
"Liberdade" controlada. É o PIG em sua melhor forma! Censuremos a internet, limitemos a liberdade, temos que levar ordem!

Caro Jabor, se inventassem um "antispam" para bobagens você estaria desempregado e passando fome. Vai por mim, repense a idéia.

Vejam mais o que "eu" escrevi: "As mulheres de hoje lutam para ser magrinhas. Elas têm horror de qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba!..." Luto dia e noite contra cacófatos e jamais escreveria "cós acaba!" Mas, para todos os efeitos, fui eu. Na internet, eu sou amado como uma besta quadrada, um forte asno... (dirão meus inimigos: "Finalmente, ele se encontrou...")
Não só os inimigos, os amigos também, que finalmente ficarão aliviados de vê-lo não mais fazer papel de idiota em múltiplas mídias.
Vejam as banalidades que me atribuem:


"Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!"


Ou: "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!"


Ainda sobre a mulher: "São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades".
Há um texto bem gay sobre os gaúchos, há mais de um ano. Fui "eu", a mula virtual, quem escreveu tudo isso. E não adianta desmentir.


Esta semana, descobri mais. Há um texto rolando (e sendo elogiado) sobre "ninguém ama uma pessoa pelas qualidades que ela tem" ou outro em que louvo a estupidez, chamado "Seja Idiota!"...
Este último quase uma autobiografia!

Mas o pior são artigos escritos por inimigos covardes para me sujar.
Como se o nobre colega precisasse de ajuda, não é mesmo? Quanta modéstia!
Há um texto de extrema direita, boçal, xingando os brasileiros, onde há coisas como: "Brasileiro é babaca. Elege para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari. Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por excelência. Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de R$ 90 mensais para não fazer nada não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo. Noventa por cento de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como ‘aviãozinho’ do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora... O brasileiro merece! É igual a mulher de malandro - gosta de apanhar..."
Um texto que, admito, não suspeitaria que não fosse da autoria do amigo Jabor! Mas, realmente, o PIG costuma ser mais sutil ao chamar o brasileiro de boçal. Na verdade, o PIG - e Jabor é um de seus arautos - prefere tornar boçal o brasileiro, mais do que afirmar que fez um bom trabalho.

E o pior é que muita gente me cumprimenta pela "coragem" de ter escrito essa sordidez.
Ou seja: admiram-me pelo que eu teria de pior; sou amado pelo que não escrevi.


Na internet, eu sou machista, gay, idiota, corno e fascista.


É bonito isso?

Na realidade é "apenas" idiota e fascista. Demais qualidades deixo para outra hora e não discutamos intimidades.
------
Comentários
6 Comentários

6 comentários:

Carlinhos Medeiros disse...

Tão bem pontuado que revirei as tripas...parabéns!

Raphael Tsavkko Garcia disse...

Valeu, cara!=) Agradeço!

Marcelo Delfino disse...

Raphael, quero morrer seu amigo.

AF Sturt Silva disse...

E isso cara...
Sempre é bom dizer a verdade, ou colocar a nossa opinião em relação ao pesamento conservador do pig.
ABS!

Ju Al meida disse...

Puta merda! Nem terminei ainda de ler, pois fiquei absmada dele plagear sem escrúpulo nenhum Nelson Rodrigues, nem cita o homem e usa as frases dele de uma das crônicas de "O Óbvio Ululante", onde Nelson põe esse conceito de que os idiotas antes só ouviam, não falavam. O reacionarismo de Nelson era irônico e inteligente, agora usurpado e distorcido por essa anta da globo...

Raphael Tsavkko Garcia disse...

Marcelo: Haha, nem sei o q responder!=P

AF STURT: Thnks!=)

Ju: É, ele reclama de cópias, plágios - levando em conta que no ambiente colaborativbo da internet pouco é original, tudo é plágio de uma forma ou outra - mas ele mesmo as faz, e com o toma mais fascista que encontra.

Postar um comentário