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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Polêmica sobre o PCdoB e o apoio ao Kassab: Reflexos nacionais e o papel do governo Dilma

Um comentário do @eltonbcastro no post em que eu coloquei um vídeo com a declaração do vereador Jamil Murad (PCdoB) em que este defendia a aliança de seu partido com o Kassab - e que isto era bem visto pelo governo Dilma e o que, para mim, abriria as portas para aliança semelhante com o PT - me instigou a dar uma resposta maior, em formato também de post.

Eis o que o Elton disse:
O que o Murad diz:
- Que a saída do Kassab do DEM para a base do governo Dilma pode ser bom para o governo e que o governo e a Dilma estão apoiando isso. FATO.
- Que o Kassab tem conversado com os partidos da base do governo federal, como PDT, PSB e PCdoB. FATO.
- Que o Kassab convidou o PCdoB para comandar a secretaria da copa. FATO.
-Que o PCdoB ainda não terminou a discussão interna para se decidir sobre o convite do Kassab. FATO
Compreendo perfeitamente seu ponto de vista. Mas discordo de sua análise. A questão apenas é que, se tudo isto se confirmar, estaremos diante de uma das maiores traições que um partido já cometeu contra seus eleitores desde o apoio do PT à Roseana no Maranhão. Na verdade, trata-se também do suicídio, senão político, mas ideológico do partido.

Sim, em teoria é possível imaginar que Kassab, que tem não só força eleitoral, mas pode puxar em uma eventual troca de partido um número significativo de prefeitos e mesmo deputados estaduais/federais. Mas as "vantagens" param por aí. Kassab e a corja comandada por ele não deixarão de ter o mesmo pensamento e comportamento elitista, criminoso e higienista de hoje. Kassab não deixará de ser cria do Serra e nem deixará de admirá-lo ou de realizar política da mesma forma que seu mentor: De maneira suja, desonesta e criminosa.

Me assusta - mas não surpreende - que o governo Dilma esteja apoiando esta palhaçada. A intervenção em Minas e Maranhão para o PT apoiar respectivamente Hélio Costa e Roseana Sarney demonstram que vale sacrificar cidades e estados inteiros pela governabilidade nacional - ainda que seja engraçado pensar em que governabilidade é essa que entrega metade do país aos lobos.

Aliás, quanto a estes "sacrifícios" que a direção nacional e o governo impõem aos estados - sem se preocupar com as questões típicas de cada um - me intriga. De que vale governar o país e tentar realizar mudanças se nos estados você perpetua a mesma máfia, os mesmos crimes, os mesmos erros? Ao invés de promover uma política diferenciada, de tentar impor mudanças e novos valores, se aliam ao que há de pior e, de forma aparentemente contraditória, forçam o povo a viver nas mesmas condições precárias de sempre, vítimas do abuso dos mesmos governantes de outrora - mas hoje com chancela petista.

Sim, o Kassab tem conversado com partidos da "base aliada", base esta que consegue agregar todos os espectros políticos interessados em boquinhas, dinheiro fácil e proteção para continuar a fazer canalhices com chancela governamental em troca de "governabilidade".

A militância aceitou a contra-gosto Sarney, aceitou Collor e tantos outros, mas o governo insiste em testar limites, em esticar até o máximo a tolerância e a paciência de todos. Mas, desta vez, estamos falando da maior cidade do país, de onde está a mídia e de uma cidade/estado há décadas sob controle DemoTucano.

E não só controle, mas abusos, desmandos e absurdos DemoTucanos. Será que PT, PCdoB e afins acham que podem eternamente trair seus eleitores e, em especial, a militância engajada, eternamente?

Me desculpem, mas Kassab é o limite. E não há desculpas desta vez. Sozinho, o PT teve a capacidade de quase empurrar Alckmin para um segundo turno e se não cometer a máxima estupidez de dividir sua base tradicional e perder tempo com candidaturas de refugos como Netinho ou mesmo insistir com Marta e os nomes de sempre, talvez tenha chances de brigar nas próximas eleições municipais. E tudo isto sem se prostituir para o Kassab, coisa que o PCdoB está a caminho de fazer.

A idéia de uma aliança com Kassab é tão repugnante que mesmo Murad teve como primeira reação negar qualquer acordo, até finalmente admitir a negociação e o provável acerto. E não se trata de garantir para o PCdoB ou mesmo para a população uma secretaria que faça a diferença, um cargo que possa mudar a situação da população - não que mesmo isto justificasse o apoio do PCdoB ao DEM ou ao Kassab, não importa onde -, mas se trata de uma secretaria que unicamente servirá para o PCdoB pôr a mão em muita grana, a que cuidará da Copa do Mundo.

Serão feitos estádios, mudanças estruturais na cidade para promover a copa, mas pouco alterará a vida ou a situação de abandono da população.

Para mim, o mero fato do PCdoB se dignar a aceitar o convite de um prefeito que perdeu boa parte de seu apoio - enfrenta oposição dos aliados tucanos e resistências mesmo dentro do partido - a fim de garantir sua sustentação (a sustentação de um criminoso), já é um erro tremendo. Aceitando afinal o cargo - lembrando que o partido já aceitou cargos na Câmara, Netinho é primeiro-secretário da mesma - será simplesmente traição.

O Elton ainda continua:
Evidentemente, para quem conhece o centralismo democrático do PCdoB, o Murad não dirá (para fora do partido) qual a sua opinião antes que a discussão interna se encerre e uma decisão seja tomada. E esta discussão está sendo travada levando em consideração o que é Kassab e seu governo mas também:
- que benefícios pode trazer para o campo da base aliada do governo Dilma.
- como pode afetar o problema da hegemonia demo-tucana em SP.
- como pode afetar o projeto político do partido de ampliar seu protagonismo e independência em relação ao PT, especialmente ao PT-SP que vive fazendo de tudo para sufocar o PCdoB e com um vício hegemonista que muito prejudica o surgimento de alternativas políticas para enfrentar o poder da direita.
Só se saberá a resposta depois que a discussão se encerrar. Mas note: esta discussão se dá em torno de questões concretas e estratégicas que visa o avanço no sentido que o programa partidário aponta (sim, para o PCdoB o programa do partido importa), não necessariamente no curto prazo. Por que é isso que importa para o PCdoB: programa, unidade e realizações concretas. Não espero que você concorde com essas prioridades ou entenda o valor de uma decisão tomada segundo considerações estratégicas concretas. É muito mais fácil se perder na discussão de valores abstratos, apoiar candidatos-café-com-leite, simpatizar com partidos em que é "cada um por si", divididos em sei lá quantas tendências internas.
Três pontos foram levantados. E, que benefícios Kassab pode trazer ao governo se isto significa manter São Paulo sob domínio de um criminoso? O Kassab que mandou a polícia bater na população alagada da Zona Leste continua o mesmo. O Kassab que deixou a cidade alagar sem se preocupar em realizar qualquer obra permanece o mesmo. Mudar de partido não muda a pessoa.

Falar em "hegemonia demo-tucana" quando se está às portas de se aliar com o Kassab só pode ser piada.

Usar um demotucano travestido de "Comunista" (ou do que quiser, em qualquer outro partido) não muda absolutamente nada. E, finalmente, "aumentar o protagonismo do partido (PCdoB)"? Tirá-lo do espectro do PT? Pra que? Para dar poder ao Kassab, para dar força à direita pintada de vermelho? Só rindo mesmo. O desespero para ser "protagonista" é capaz de tudo.

Dizer que aliança com a direita - Kassab - irá ajudar a fazer surgir uma alternativa de esquerda não é apenas um absurdo, mas chega a ser criminoso. Kassab é de direita, e da pior possível, e se aliar com a esquerda - ou com o que diz ser esquerda, afinal Aldo Rebelo e Netinho vem testando a paciência - não o torna aceitável, respeitável ou o possível caminho para o surgimento de um campo alternativo de esquerda.

Decisão estratégica é defender o povo e não engordar a conta bancária de uns ou partidária de outros.

Aliás, é preciso um mestre para condensar desta forma:

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O Trânsito, sempre o maldito trânsito ou a criminalização do direito ao protesto

Já há muito que eu venho notado - e comentado - sobre a capacidade incrível dos jornalões de tentarem retirar a legitimidade de todo e qualquer protesto que não seja do interesse deles (protesto de cansados, de estudantes manipulados anti-ENEM e etc) sempre através da mesma desculpa: Atrapalhou o trânsito.

A magistral música de Chico Buarque "Construção" me vem logo à mente. E não é à toa. Não importa o protesto, a morte, o problema é morrer na contra-mão atrapalhando o tráfego. É protestar e impedir o direito divino da classe média e da elite de sair do trabalho em seus carros e passar "só" 2h no trânsito, parados.

2h e meia é demais, um disparate! Para um bando de baderneiros protestar por coisas absurdas como Passe Livre, contra aumento de passagens, por dignidade, contra a Homofobia, por salário.... Que absurdo!

Pois bem, que jornalões com interesses claros - ainda que finjam imparcialidade (e nós fingimos acreditar) - continuem com esses absurdos de a cada protesto reclamar do trânsito não surpreende, o problema é quando um blog de respeito começa a repetir a mesma ladainha.

Criminalização do protesto

Pierre Lucena, no Acerto de Contas, faz uma enquete perguntando aos leitores se estes concordam com os protestos que param o trânsito, discordam ou concordam com exceções.

De início, a situação já impõe um complicador: Estamos falando de protestos pequenos, onde se via para a rua para ter visibilidade, ou de protestos com milhares de pessoas que, invariavelmente, precisariam ocupar as ruas para caber a todos?

Nem entrei ainda no mérito da legitimidade, apenas do tamanho. Se tomarmos o segundo caso como modelo, toda a idéia de "concordar" ou "discordar" se torna inviável.

Mas, entrando na legitimidade, pergunto: Porque seria o trânsito mais importante que reivindicações legítimas? Porque o suposto "direito" de pessoas se locomoverem está acima do direito de quem quer se locomover, mas não tem direito?

Em São Paulo a coisa é ainda mais engraçada. Difícil achar quem leve menos de 1h para chegar em casa, se chover o tempo pode chegar até 2, 3, 4h ou até mais, e está tudo bem, é a vida. Mas se perdem mais 10 minutos, mais meia hora porque alguém está protestando para que TODOS tenham o mesmo direito a se locomover aí não pode.

O início...

O artigo do Pierre no Acerto de contas foi uma resposta a outro, no mesmo blog, do Robson Fernando (que escreve no Arauto da Consciência), que criticava a posição do Diário de Pernambuco (grande jornal de Pernambuco junto com o Jornal do Commercio) de, como Folha, Globo, Estadão e cia, se preocuparem mais com o trânsito do que com o protesto em si, com as razões.

O Diário, aliás, foi ainda mais criminoso e tendencioso do que eu poderia imaginar, muito pior até que a Folha em seus "bons" momentos. Leiam o post do Robson e sintam nojo.

Comentários ponto a ponto
 
Mas, voltando ao caso, Pierre retira totalmente a legitimidade dos protestos ao sequer questionar a validade dos mesmos. É intolerável. Além disso, pra piorar, ainda faz um comentário sobre a "liberdade de imprensa" que só podemos apontar e rir.
Antes de tudo, é preciso deixar claro que o jornal tem o direito de se posicionar como quiser. Inclusive, acredito ser um avanço o jornal emitir opinião a respeito de um tema, sem ficar sob a máscara da imparcialidade.
Começar o texto com este comentário grotesco já praticamente invalida os argumentos seguintes, mas sejamos valentes. Acho engraçado alguém achar bom um jornal opinar, que ele tenha este "direito", levando em conta que é basicamente isso que eles fazem, ou melhor, o que só fazem. Mas, pergunte aos editores e donos e eles dirão que são imparciais. Esta é a liberdade de Empresa, que querem chamar de imprensa. A liberdade de dizer que é imparcial mas dizer o que bem lhe convém - sempre contra os movimentos sociais.

Seria lindo se os jornais não se limitassem a dar só sua opinião e não proibissem a todos os demais o mesmo "direito" garantido unicamente por seu poder econômico. Mas, quando convém, dizem que não é opinião, é imparcialidade pura! E nós acreditamos....
Mas voltando ao assunto, no ano passado tivemos vários protestos que pararam a cidade. Tivemos desde alguns mais conhecidos, como o protesto do MST, fechando a Agamenon, até o pitoresco #caosnopina, quando um grupo de moradores da Comunidade do Bode resolveram fechar a Herculano Bandeira para protestar pela prisão do traficante da região.
Outro ponto engraçado é querer comparar protestos legítimos com bandidagem. É a típica tática dos jornalões de péssima qualidade do país.

O MST para o trânsito para exigir reforma agrária, qualidade de vida, respeito, apuração de crimes cometidos contra os sem-terra... Mas deve ser tão legítimo quanto o "protesto" em defesa de um traficante - que, aliás, merece julgamento justo e apuração dos supostos crimes.
O que estes protestos têm em comum? O fechamento de vias públicas, causando transtorno à população que precisa se deslocar.
Pois é, só isto que tem em comum. Nenhuma discussão além. É isto que fazem os jornalões, a não ser quando o Cansei resolve sair às ruas, ou de repente a Liga das Senhoras Católicas resolve reeditar a Marcha da Família com Deus....
Esta semana tivemos o protesto do aumento das passagens, que promete continuar por mais alguns dias. Obviamente também fechou algumas vias de tráfego, causando grande transtorno a quem precisa se deslocar. E para aqueles que pensam que causam transtornos apenas aos que estão de carro, é preciso dizer que a maioria dos atingidos está dentro dos péssimos ônibus que circulam pela nossa cidade.

E, nossa, estudantes pararam o trânsito para protestar contra a passagem de ônibus que MUITOS não poderão pagar. Cada vez que se aumenta a passagem a exclusão também aumenta.

É extremamente mesquinho - para dizer o mínimo - se preocupar mais com sua locomoção do que com direitos básicos e fundamentais para boa parte da população - como o MST ter direito à terra ou os estudantes a ter condições de se locomover num transporte decente.

E essa noção de "não interessar à maioria" é relativo. Por mais que muitos não participem do protesto, uma manifestação contra o aumento de passagens beneficia à todo o conjunto da sociedade.

Sim, ninguém nega que o protesto cause transtorno, mas se limitar a isto para então deslegitimar um protesto é ridículo. É a típica tática da elite que quer e precisa manter a população excluída e a todo custo deslegitimar suas lutas para, então, se manter no poder e ser a única com acesso aos direitos que deveriam ser de todos.

E voltando novamente ao tema do post, a pergunta correta é: até que ponto os protestos são justos, quando causam transtorno à maioria da população, que não necessariamente tem interesse no protesto?
Dizer que o fato de causar por um lado transtorno não significa, por outro, que a reivindicação não atinja a toda a população. Estamos falando de protestos por direito ao transporte, um direito de todos, mas que é negado a cada vez mais pessoas graças aos sucessivos aumentos de passagem.

Conclusão

Em São Paulo estamos passando pela mesma situação, aliás, com uma passagem de 3 reais e um custo vergonhoso e assustador mensal para o trabalhador. E o protesto último foi recebido por balas da polícia de São Paulo.



A criminalização do protesto acaba nisso: Violência policial sem qualquer resposta. Legitima a violência contra a população, não importa quais sejam as razões. Será que é ilegítimo o protesto, mas não há problema na repressão?
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Em São Paulo repressão, estudantes rendidos (aqui, aqui e aqui) e obrigados a apagar fotos e vídeos da repressão policial e em João Pessoa também violência policial contra manifestantes pelo Passe Livre e contra os aumentos das passagens.

Vejam o que me enviou o pessoal do Movimento Passe Livre:
A manifestação marcada para a tarde de hoje contra o aumento da tarifa de ônibus, organizada pelo Movimento Passe Livre de São Paulo, começou com clima de descontração. Muitos estudantes e militantes de diversas entidades cantavam e tocavam com muita animação. Após sair pacificamente em passeata, os cerca de mil manifestantes percorreram diversas ruas do centro da cidade divulgando a luta para a população.
Ao chegar à praça da República, no entanto, os presentes viram um pequeno tumulto com policiais transformar-se em desculpa para o início de agressiva repressão, majoritariamente pela Força Tática. A violência atingiu rapidamente maiores proporções, apesar das tentativas dos manifestantes de se reunir e retomar a caminhada pacífica. Bombas de gás lacrimôgenio e de efeito-moral foram lançadas indiscriminadamente contra o protesto, assim como atiradas balas de borracha, que atingiram até mesmo repórteres e fotógrafos. Sprays de pimenta e cassetetes também foram usados para agredir diversas pessoas. Apesar de apenas uma pessoa ter sido detida durante o ato, outras 30 foram presas um bom tempo após a dispersão, enquanto caminhavam pelo centro em grupos menores e procuravam conhecidos. As 31 encontram-se encarceradas no 3º DP. Até agora foram contabilizados cinco feridos.
O Movimento Passe Livre de São Paulo marcou para o próximo sábado (15) um debate com tema “Por que lutar por um transporte público?” às 15h no espaço Ay Carmela! (R. Das Carmelitas, 140 – Sé). A próxima manifestação foi convocada para o dia 20 de janeiro (quinta-feira), com concentração às 17h na esquina da R. da Consolação com a Av. Paulista.

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É óbvio que, com a posição tendenciosa (independente? faz-me rir) da mídia a criminalização acaba se entranhando mesmo nas camadas que seriam beneficiadas pelo protesto, ou melhor, pelo resultado satisfatório do protesto.

Mas, claro, porque isto importaria à elite? Só seria um problema se a empregada não pudesse mais chegar na casa do patrão. Até lá, que a exclusão seja mantida e os protestos criminalizados.

Quando um blog passa a defender a mesma posição criminosa e elitista da grande mídia, começo a me preocupar. Temos um problema.

Colocar o direito divino de alguns chegarem rápido (sic) em casa acima do direito a que TODOS possam ter acesso ao transporte e, enfim, chegar em casa, é inaceitável.

Só pra completar, fotos do protesto em Recife.
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Inconsequência e a Luta contra o AI5Digital: Precisamos compreender a internet

Este post é fruto de um comentário no blog "Cidadania" do Eduardo Guimarães que, pra quem vem acompanhando, passou a defender idéias estranhas como "discutir" a Lei Azeredo e não apenas rechaçá-la como um embuste de vigilantes logo de cara - como fazemos todos do Coletivo Mega Não e agregados na luta contra o AI5Digital (o projeto de lei do Azeredo) - e agora deu a falar sobre o que não entende: Internet.

Internet não é apenas aquela coisinha maravilhosa que nos conecta e nos permite escrever blogs e ter milhares de acessos - no caso do Eduardo, claro, estou longe desse nível -, mas é também uma extensão de nossos corpos e mentes, de nossas vidas e, como tal, acarreta perigos e não se conhece e aprende do dia para a noite nem com má vontade.

Se centenas de ativistas militam há anos contra o Azeredo e contra as tentativas de censurar a rede é porque há motivo, não é por brincadeira ou falta do que fazer e é realmente péssimo para esta luta que um blogueiro de grande acesso e de várias lutas resolva passar por cima e, do alto de sua ignorância - sobre o assunto - resolver dar trela à vigilante e nos prestar - a nós e a todos que usam a rede e dela tiram proveito - um tremendo desserviço.

Já tive meus problemas com o Eduardo, ele comigo, já conversamos, brigamos e o inferno, mas a questão é maior que picuinha de blogueiros, trata-se da NOSSA liberdade na rede. E tratar a questão de forma inconsequente, sem sequer consultar quem trabalha e milita na área é, no mínimo, irresponsável.

Na lista do BlogProg é impossível manter uma conversa. Desisti. tomam críticas como ataques pessoais e não largam o osso. Cheguei a ser chamado de "chato" porque postei lá o texto explicando didaticamente alguns pontos do AI5Digital, além de ter sido duramente esculhambado. Parece que a "unidade" é maior ou mais interessante que uma luta legítima. Mas, é a vida.

Ampliei o comentário original ao blog do Eduado e posto abaixo o resultado. Aliás, recomendo a leitura de outro post meu sobre o assunto, explicando que Pedofilia não existe na rede e dando os porquês, post que também nasceu de leituras do blog do Eduardo.
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Cara, sério, tem dezenas, quiçá centenas de ciberativistas pelo país - e você conhece vários deles - que lutam há anos contra a censura na rede e que tem milhares de textos explicando diversos pontos que você agora resolveu tratar. A diferença é que estes especialistas SABEM do que estão falando.

Com todo o respeito, você não entende nada do que vem falando. A Lei Azeredo é um câncer e não se salva uma linha. Não se defende nem que de passagem. E agora nos comparar, que lutamos contra a censura, com grandes empresas de comunicação só pode ser piada. Você ofende e parece nem notar! Tripudia de quem dedica a vida a esta luta e depois se diz a vítima, o atacado!

Abre o olho, Eduardo! Enxerga que sua opinião tem uma p*ta penetração e que você tá fazendo o jogo que querem os vigilantes, colocando dúvidas tolas nas cabeças dos leitores e dando argumentos para a vigilância!

Quem te disse que nós somos contra todo e qualquer tipo de controle? Você conhece o Marco Civil da internet? Pelo jeito não conhece. Pois vá atrás! É a proposta dos ciberativistas de propor uma forma de regular melhor as relações na internet. Mas feita por quem conhece, para garantir a liberdade de todos e não o direito do Estado nos vigiar e controlar e de empresas fazerem o que bem quiser.

Aliás, a resposta à tua pergunta sequer passa por legislação específica na rede:

"Como tornar a internet mais segura, coibindo pregações nazistas contra negros e homossexuais ou proposições de linchamento moral e até físico contra pessoas, que podem despertar loucuras latentes, sem retirar o que tem de melhor na rede, a liberdade de expressão?"

Oras, aplicando as leis que já existem, que condenam o racismo, a incitação do ódio... Não precisamos de leis específicas para a rede, compreenda, as leis que punem estes crimes já existem! No máximo estamos falando de adequações ou de ampliações do que existe, em caso da aplicação realmente ser prejudicada.

O grande problema é que o poder público - o judiciário em particular - é absolutamente ignorante no que concerne a internet. Porque achas que os Estados tem tanto medo da internet? Porque não a entendem! Não compreendem sua lógica. O medo vem da ignorância!

E, claro, além da ignorância, vem daquela vontade totalitária dos Estados de controlar tudo. A mídia, nosso querido e afamado PIG já compreendeu que, nesta internet há problemas! Somos livres para falar mal deles, para nos expressar, e isto quebra a sua lógica unidimensional de provedores de informação e formadores de opinião. E o Estado vai na onda.


"A militância contra o controle sobre a internet não admite lei específica nenhuma."

Isto é mentira. Sinto ser tão direto, mas é a mais pura e deslavada mentira, fruto de total desconhecimento da militância que atua na área. Nós, militantes, estamos construindo o Marco Civil da Internet, uma tentativa de propor regras claras, mas feita por quem entende do assunto e não por Azeredos ou Mercadantes, que ainda devem ler e-mails impressos por suas secretárias.

"Por outro lado, neonazistas montam perfis em redes sociais e vão crescendo aos milhares de seguidores com pregações racistas, xenofóbicas e homofóbicas; mulheres são difamadas por companheiros frustrados; crianças são aliciadas por pedófilos; golpes múltiplos são aplicados."

Neonazis andam pelas ruas, fascistas espancam gays na paulista, mulheres são violentadas em casa pelos companheiros...  E existem leis pra coibir tudo isso! Se são aplicadas, são outros 500. Mas é mais fácil dizer que a culpa está na rede, que o crime está na rede. Basta censurar, vigiar e, talvez, punir.

O que interessa aos vigilantes, porém, não é acabar com os crimes, pois se quisessem já teriam tomado ações enérgicas e efetivas na vida "real". Porque não punem com rigor maridos abusivos? Porque não caçam neonazistas? Porque não vão atrás dos neofascistas - ops, estes escrevem na Folha todo dia! - ou proíbem e punem a homofobia (PL 122)?

Oras, porque o interesse real NÃO é punir estes e outros crimes! A intenção é pura e unicamente lançar seus controles à um ambiente que, por princípio, é livre. Na internet a Folha não é voz única, a vontade do Deputado ladrão não é única - e ele pode até ser denunciado... ANONIMAMENTE!

Você realmente acredita que criar leis específicas para a rede vai mudar alguma coisa se não aplicamos nem as leis que já temos para situações "reais"?

Não faz diferença se a Mayara Petruso xingou nordestinos no Twitter ou na esquina da rua, o crime é o mesmo e a punição pode e deve ser a mesma. Sem lei para a internet, Edu!

Tratas a internet como alienígena e não como uma extensão de nossos corpos. Assim como o telefone, a internet propicia contatos, laços. Claro, a internet aproxima mais, facilita mais, mas não difere da nossa vida "normal", é dela uma extensão, uma continuidade. É preciso, porém, compreender isto. Mesmo com todos os apelos feitos antes você volta a insistir em dar argumento aos vigilantes?

Responsabilidade, homem!

"Se o crescimento dos crimes for menor do que o da inclusão digital haverá apenas que dotar de maiores recursos as instâncias policiais e judiciais existentes. Do contrário, haverá, sim, que discutir leis que possibilitem identificar pedófilos, neonazistas, golpistas e difamadores mais facilmente."

Estas leis existem. Se há suspeita de que um perfil contém imagens ilegais basta a justiça pedir um mandado a um juiz e entregar à empresa, que abrirá os dados. Mas lembre-se, o crime não acontece na internet. Pode-se até aliciar via rede, mas o crime, o abuso, não acontece na rede, que funciona como um telefone no contato entre aliciador e vítima.

Um moleque de 15 anos, hacker, consegue fazer um trabalho de rastreamento de dar inveja, e sem a necessidade de invadir a privacidade de milhões sob a desculpa de estar defendendo os fracos e oprimidos.

Escrevi EXATAMENTE sobre isto ha uns dias, tentando ser mais didático sobre a pedofilia e a internet, desmistificando diversas falácias sobre o caso: http://tsavkko.blogspot.com/2011/01/o-ai5digital-analogia-das-leis-e.html

"Entendo, porém, os militantes da causa da liberdade na rede. Não os culpo pela paixão, pois sou apaixonado por minhas causas."

Não se trata de "paixão", mas de COMPREENDER a rede.

"Visando o aprofundamento nessa questão, ao fim desta semana participarei de uma reunião com militantes da causa do anonimato na rede. Em seguida, participarei de encontro com defensores da sua maior normatização."

E você deturpa a causa, dizendo que são (somos) defensores do anonimato na rede. Ponto, é isto. Não, não defendemos o anonimato, defendemos a liberdade.

Aliás, tente compreender até mesmo a função do anonimato. Pense no blogueiro que, ameaçado, posta anonimamente sobre crimes em sua região. Ou pense no ativista que não pode se identificar, na pessoa que poderia sofrer seja nas mãos da família,d e bandidos, no emprego e etc se revelasse seu nome.

O anonimato, aliás, é parte da vida. O trote telefônico que você recebe é anônimo, mas da mesma forma o disque-denúncia e anônimo. O anonimato também serve para defender-se, para defender vidas.

O anonimato para os cidadãos comuns é bem difícil, com ordem judicial você rastreia IP, o endereço do PC da pessoa, que deixa traços... Claro, isto apenas com mandado judicial, entrementes sua privacidade é garantida. Um expert consegue passar despercebido, mas aí não tem lei que o segure.

Entenda, uma lei específica não irá evitar crime algum, irá apenas punir coletivamente. As propostas que existem para cadastros e etc significariam, em comparação, a necessidade de digitar o CPF cada vez que eu fizesse uma ligação telefônica. Compreendes o absurdo? É criminalizar o mero ato de se usar o telefone - ou a internet. Ou pressupor o crime sem ele ter acontecido.

O anonimato, em geral, é uma proteção, evita que você seja identificado por alguém mal intencionado, rastreado, perseguido. Fakes que cometem crimes, uma vez rastreados, são processados (os responsáveis).

"Não se pode aceitar o argumento de que propor tal discussão significa “fornecer combustível” para um dos lados. É um argumento antidemocrático que vem sendo usado pela grande mídia para se apropriar de concessões públicas e agir como partido político."

Você é novamente leviano em suas afirmações. E vais entender o porque quando conversar com o Sérgio Amadeu e outros que militam na área.. Espero que abra os olhos. Defender a Lei Azeredo, mesmo que sua discussão é defender a censura. Se não sabias, agora sabes.

Quanto mais livre a internet, mais livre pode ser o povo.

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

De que esquerda falamos? Que esquerda queremos?

Depois de toda a crise com o Nassif, com sua falta de capacidade de fazer autocrítica, notei que a discussão tomou um viés interessante.

Falamos em "Blogueiros Progressistas", nome que achei péssimo desde o começo - eu e muita gente - e que abre para termos uma gama imensa de concepções e frentes.

Mas, afinal, são os Progressistas de esquerda? Tod@s? E de que esquerda são?

Muitos tuitaram que estávamos "batendo" no inimigo errado. Que esquerda não deve brigar, que a direita é tão decadente que brigamos entre nós mesmos...

Mas pergunto, quem somos "nós"?

Será que eu sou da mesma "esquerda" que o Aldo Rebelo? Da mesma esquerda que o Paulinho da Força?

Não, eu não sou dessa esquerda. Da esquerda amiga de patrão, amiga da Kátia Abreu. Esta não é, definitivamente a "minha esquerda".

Agora, muitos de nós falam (e eu também falo) em integrar a esquerda, em aproximar. Oras, não escondo minha simpatia pelo PSOL, mas ao mesmo tempo tenho grandes amigos e admiro setores do PT. Assim como tenho semelhanças pontuais com PCB e até com o PCdoB ou PDT.

A questão central não é a esquerda, ou melhor, as esquerdas brigarem. Isso é normal. temos um projeto - a maioria, ou ao menos os sérios - de sociedade, de vida, de mudanças. A direita está quase sempre unida pois se limita a ter projeto de poder. A direita se compromete a lucrar e a sugar [o povo] e nisto se unem perfeitamente.

Mas nós temos diferentes concepções de método, de prática, de objetivos.

Sou partidário do diálogo, de discutir diferenças, de tentar nos aproximar. Mas não a todo custo.

Que me desculpem os que colocam grandes blogueiros acima de críticas, mas quem coaduna com termos como Feminazi, quem censura, quem trata de forma desrespeitosa, fazendo piada, a outros militantes não faz parte da esquerda que eu tomo como "minha", como aquela que eu defendo.

Vamos sim buscar pontos de contato, semelhanças, unificar lutas, mas tudo tem limite.
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sábado, 9 de janeiro de 2010

O 3º Programa Nacional de Direitos Humanos e a reação da direita

A apresentação recente do terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) nos trouxe questões interessantes, além de polêmicas.

Mas uma certeza fica, se a direita – encabeçada pela Igreja, Ruralistas, Milicos, PIG e pelo que há de mais detestável no país – não gostou, é porque o projeto é excelente.

E, de fato, o projeto traz avanços substanciais na discussão em torno dos Direitos Humanos e na efetivação de alguns mecanismos que, espera-se, tornem a vida do povo brasileiro muito mais fácil (licença poética) e justa.

Tem para todos os gostos, desde um processo mais justo e participativo de resolução de conflitos agrários e posse de terras por parte dos verdadeiros donos – o povo e não os latifundiários que usurparam nossa terá, vide Kátia Abreu e Cia -, passando por uma chamada à democratização da mídia – o que causa pavor na mídia tradicional, de extrema-direita e totalmente descompromissada com a verdade dos fatos – até a tentativa de, senão revogar, passar por cima de alguns dispositivos da Lei da Anistia e buscar, através da Comissão da Verdade, investigar definitivamente o que foi feito com os militantes políticos assassinados e “desaparecidos” pela Ditadura Militar (Ditadura, Otavinho, lembre bem!).

O programa talvez peque por não afrontar diretamente a Lei da Anistia, não buscar derrubá-la, com todas as letras, mas pela reação absurdamente desmedida e apavorada do entorno militar – inclusive com o Ministro da Defesa, homem de ligação DemoTucano ou FHC-Serrista e a cúpula militar ameaçando a demissão em massa – podemos ter a certeza de que o estrago foi feito e que os reflexos serão imensos. Enfim, haverá (esperamos) uma devassa na área militar, o que é benéfico em todos os sentidos.

Do lado da Imprensa, o programa visa garantir a gestão social da mídia, ou seja, permitir que o povo tenha em suas mãos o poder que, hoje, está apenas nas mãos de meia dúzia de famílias mafiosas e arraigadas no poder – vide Confecom. Mas, é claro, a Confecom ameaça muito mais os tubarões da mídia do que o Programa em si. Gritam por “A” quando querem dizer “B”.

Raphael Neves, meu xará, do Politika etc acertou em cheio, a reação foi exagerada. O governo FHC já tinha dado alguns contornos no segundo PNDH e pesem as novidades neste novo programa, nada justifica a grita geral – ao menos não no tom usado, e especialmente por parte do PIG.

Mas, como não deixa de ser óbvio, o governo é do PT, é Comunista, é estatizante – como adora afirmar o boneco de macumba da Globo, Alexandre Garcia, sempre que tem nas mãos o microfone no Bom Dia Brasil. Deve ser alguma espécie de fetiche.

De qualquer maneira, o projeto veio de um governo revanchista, um governo coalhado de terroristas e isto a Direita não pode nem jamais aceitará. (ironia à toda)

Ouvir a voz do povo, dar voz ao povo, democratizar os processos decisórios em diversas áreas, tornar mais fácil o acesso à informação, facilitar a resolução de conflitos agrários dentre outras propostas são, em geral, inaceitáveis para as elites que controlaram o país por mais de 500 anos.

E não é à toa que falamos em 500 anos, salvo curtose raros períodos (todos com suas falhas óbvias, rompantes magalomaníacos, flertes com totalitarismo ou totalitarismo descaradoe etc), o Brasil sempre esteve nas mãos de regimes entreguistas, de regimes que preferiam usufruir das benesses de um Estado controlado de fora e por fora.

Vivemos em eras extremas, ora o nacionalismo com cores que nos lembravam Mussolini ou megalomaníacos quaisquer (sinônimos quase) ou a inveterada e constante venda de tudo que pudesse ser privatizado por algum preço e de preferência o menor (e neste ponto FHC foi um mestre, Serra é seu pupilo).
Mas, enfim, da mesma forma que não consigo enxergar razão para tanto desespero da direita, não posso também assumir um tom ufanista de que tudo se resolverá como que por um passe de mágica apenas por um programa.

Sejamos francos, se o governo quisesse, tivesse vontade política, a Anistia seria revogada e não precisaríamos de subterfúgios ou atalhos – o que será que escondem Dirceus, Genoínos e Cia que não pressionam pela abertura dos arquivos? – e diversas reformas na área de comunicação e mídia e, sem dúvida, na reforma agrária que este país tanto precisa, poderiam caminhar muito mais rapidamente do que vemos hoje.

Temos ministros que se odeiam, das mais diversas correntes ideológicas, ou melhor, vendidos ao patrão eu paga mais. Temos um ministro da Defesa que defende os crimes dos militares, um ministro das Telecomunicações vendido à Telefônica e um ministro da Agricultura que prefere apoiar o que fala Kátia Abreu – e sua defesa do extermínio de qualquer coisa que cheire ao MST ou à justiça social - do que trabalhar por uma agricultura social e justa.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que o programa "aumentará a insegurança jurídica no campo", além de "fortalecer organizações radicais", como o Movimento dos Sem-Terra (MST). Ele endossou as críticas da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), contrária ao item do decreto que prevê a audiência de uma câmara de conciliação antes da reintegração de posse de uma propriedade invadida.

Enfim, a ideia antiga de que o governo está em disputa permanece, mas, hoje, vejo que o governo parece gostar e se alimentar desta disputa. Pelo menos, no caso da SEDH, conseguimos algumas vitórias.

Mas o que fica é, por mais que tenha falhas, por mais que não seja perfeito e segurando o tom ufanista e triunfalista, o Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos, se aplicado em sua totalidade, nos trará avanços claros e a possibilidade de uma sociedade um pouco mais justa.
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O "merda" do Lula


Hesitei um pouco em comentar sobre o "merda" do Presidente Lula.
"Eu não quero saber se o João Castelo (prefeito de São Luís) é do PSDB, não quero saber se o outro é do PFL, não quero saber se é do PT, eu quero saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra. Esse é o dado concreto"
Em primeiro lugar porque alguns acham que estou começando a defender demais o presidente, não importa o quanto eu diga que não, não sou Lulista, mas tampouco posso aceitar o que faz o PIG com o presidente do país, seja ele quem for ´e especialmente não sendo um DemoTucano ou o grande genocida do FHC, como carinhosamente o chamava Fausto Wolff - e, segundo, porque o Eduardo guimarães já passou na minha frente.

Mas talvez ainda haja espaço para comentar algo.

Pego, então o gancho do Guimarães, quando ele diz que não iria reproduzir o que ouviu em um programa de TV por estar escrevendo um texto jornalístico e não ser este o lugar.

Discordo.

Por mais que um palavrão possa soar deselegante, deslocado ou até ofensivo, isto me cheira a posicionamento de Classe Média e das elites que querem se fazer de finas, educadas, como se proferir um bom "putaqueopariu" fosse um crime capital punível com o ostracismo ou até a morte.

Estou longe, porém, de dizer que vamos liberar tudo e nos xingar em todo e qualquer lugar, que fique claro! Mas o oposto também é ridículo, como um filme que diz retratar a realidade sem um palavrão sequer ou coisa do tipo: É falso, forçado e irreal.

Posso concordar que um presidente deva ter um certo... como poderia dizer? Uma certa fleuma? Um linguajar um pouco mais "elevado"? Mas sejamos sensatos, o presidente fala para o povo como fala o povo. E não digo isto em tom de preconceito, como se "povo" fosse o pobre que fala única e exclusivamente palavrão, nem digo que está liberado soltar palavrões a torto e à direita como se também fosse algo maravilhoso.

Acredito que existam momentos, existam situações.

Vejam, por exemplo, os noticiários na Espanha, ou mesmo os filmes. Os jornalistas falam palavrão, os filmes estão cheios deles. Até mesmo nas novelas da Globo você pena para ouvir - se ouvir - algo do tipo. Quem imagina um programa como Malhação, retratando jovens, sem um único palavrão? É falso puritanismo, é o retrato falso que a elite que pintar de si mesma.

Que Lula fale por si:
"Amanhã os comentaristas dos grandes jornais vão dizer que o Lula falou um palavrão, mas eu tenho consciência que eles falam mais palavrão do que eu todo dia e tenho consciência de como vive o povo pobre desse país. E é por isso que queremos mudar a história desse país. Mudar a história desse país não é escrever um novo livro, é escrever na verdade uma nova história desse país incluindo os pobres como cidadãos brasileiros."
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Se nos ultimos anos alguém em malhação falou (muitos) palavrões, me perdoem, não vejo a novelinha desde minha adolescência.
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Pois bem, por mais que não soe bem o palavrão do presidente, por favor, qual a razão da condenação generalizada e boçal da mídia?

Claro que estamos falando de um PIG para o qual o simples ato de respirar do presidente é motivo para crises e denúncias - até crises do DEM o PIG tenta fazer parecer como do governo! - mas o que vemos é o cúmulo do elitismo deslocado e atrasado. Preciosismo preconceituoso.

E, que me desculpe o Diário de Notícias, mas, como Brasileiro, não fiquei nem um pouco chocado com o palavrão. Em portugal talvez choque.

Enfim, repito, há lugar e existem momentos para que um palavrão seja usado, seja num discurso, seja num texto (jornalístico ou não), seja no dia-a-dia.

O intolerável, porém, é a crucificação por uma frase colocada em um discurso de um presidente popular, para o povo. Condenável, talvez, seria o uso em um discurso ao lado de presidentes estrangeiros, na ONU e etc mas, ainda assim, depende do momento e da situação.

Vimos um presidente discursar para o povo que, enfim, compreendeu seu recado.

Discernimento e tolerância são as palavras de ordem.
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sábado, 12 de dezembro de 2009

Porque o Nobel para Obama [continua sendo] um crime contra a humanidade

Há quase dois meses escrevi um post intitulado "Porque o Nobel para Obama é um crime contra a humanidade" e, agora, vejo que estava mais do que certo. O Nobel nada mais foi que uma carta branca, um voto de confiança em quem não se pode/deve confiar. Estamos falando, afinal, de um presidente dos EUA, e o que se espera deles?

Guerra.

Obama anunciou dia primeiro de dezembro que enviará mais 30 mil soldados americanos ao Afeganistão, e ainda conquistou com seu sorriso o apóio da OTAN, da Itália e de outros países para que também enfiem mais jovens para a morte.

E a ONU? Bem, como é o costume da organização, endossou a vontade dos EUA e, como é mais ainda de costume aos seus secretários-gerais, elogiaram e quase agradeceram ao mandatário Yankee pelo grande favor de manter suas tropas pelo menos até 2011 no país.

São mais 30 mil soldados indo para o inferno, "pacificar" um país estrangeiro ao mesmo tempo em que sustentam um governo-farsa colocado lá por uma fraude eleitoral monumental e tentam conquistar corações e mentes afegãs. Se não conseguirem vai na base da bala mesmo. Não aprenderam a lição com a URSS. Se bem que os Yankees ainda acreditam que foram eles que derrotaram a URSS e não as contradições internas da própria...

Vietnã nunca foi tão atual!

A retirada, sempre debatida mas nunca real, ficou para julho de 2011.... o começo da retirada, que fique claro.

Eis o nosso prêmio Nobel da... PAZ!?

Mas calma, fica pior.

O Resistir.info nos traz interessante nota:
O NOBEL DA PAZ OBAMA QUER MINAS TERRESTRES O sr. Barack Obama, galardoado com o Prémio Nobel da Paz, decidiu não subscrever uma convenção internacional que proibe minas terrestres. Mais de 150 países concordaram com as cláusulas desta convenção. Tribunal Iraque As eleições farsa promovidas a 29 de Novembro pelos golpistas de Tegucigalpa & Washington tiveram uma resposta à altura do povo hondurenho: 70 por cento de abstenções. O povo recusou-se a participar da farsa montada pela oligarquia hondurenha e orquestrada/financiada pelo agente da CIA Simon Henshaw, o segundo homem da Embaixada dos EUA. Os hondurenhos atenderam assim ao apelo da Resistência e do presidente Manuel Zelaya em favor do boicote maciço.
Dispensa comentários, não?

Vamos apenas alencar alguns fatos curiosos:

Embargo sobre Cuba? Mantido.

Guerra no Afeganistão? Mantida e com direito a mais tropas.

Guantanamo? Aberta e funcional.

Honduras? Vão reconhecer o golpe e endossar o regime-fake.

Israel e Palestina? Todo poder à Israel!

Guerras? Sempre que possível! E agora com mais minas terrestres ainda! Quando a guerra acabar que a população local se vire sem um membro ou dois...

Este é o "nosso" Nobel da Paz.
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Obama, ao receber o prêmio Nobel, esta semana declarou:
"- Os Estados Unidos nunca declaram guerra a uma democracia, os nossos amigos mais próximos são governos que protegem os direitos de seus cidadãos - disse Obama."
Mentira. Sem querer defender Slobodan Milosevic, sejamos sensatos, a Sérvia era uma democracia quando foi bombardeada pelos... EUA! Certos ou errados - não tinham aval da ONU - atacaram uma democracia.

Além disso o Iraque já foi um amigo muito próximo antes da Guerra do Golfo. E foi atacado.

- O objetivo não é ganhar um concurso de popularidade nem ganhar um prêmio, mesmo um prêmio tão prestigioso quanto o Nobel da Paz. O objetivo sempre foi avançar nos interesses dos Estados Unidos - afirmou Obama durante a entrevista, quando perguntado sobre a polêmica em torno de sua premiação.
Disso todos sabem, só interessam os interesses dos EUA e o mundo? Que se exploda. Literalmente.
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Fidel Castro, sempre lúcido, corrobora com minha análise:
""Por que Obama aceitou o Nobel quando já tinha decidido levar a guerra no Afeganistão até as últimas consequências? Não estava obrigado a um ato cínico", disse o ex-presidente de Cuba em um artigo publicado pela imprensa oficial da ilha.
"Agora deve-se esperar outro discurso teatral em Oslo, um novo compêndio de frases que ocultam a existência de uma superpotência imperial com centenas de bases militares espalhadas pelo mundo", declarou. Fidel também lembrou os "duzentos anos" de intervenções militares (dos EUA) no Hemisfério Sul, além de ações "genocidas" em outras partes do mundo.
"O problema de Obama e seus aliados mais ricos é que o planeta que dominam com punho de ferro está escapando de suas mãos. É provável que, em Copenhague, o máximo que consigam alcançar seja um mínimo de tempo para chegar a um acordo que sirva realmente para buscar soluções. Se isso acontecer, a cúpula do clima representaria, pelo menos, um modesto avanço. Veremos se isso vai ocorrer", acrescentou.
"O chefe principal da organização à qual são atribuídos os atentados terroristas de 11 de setembro foi recrutado e treinado pela CIA (agência de inteligência dos Estados Unidos) para combater tropas soviéticas e nem sequer era afegão. O presidente dos EUA não diz uma palavra sobre as centenas de milhares de pessoas, incluindo crianças e idosos inocentes, que morreram no Iraque e no Afeganistão e sobre os milhões de cidadãos desses países que sofrem as consequências da guerra, sem responsabilidade alguma com os fatos ocorridos em Nova York", completou Fidel Castro."
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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Rede de Proteção/Solidariedade à Blogosfera

O Renato Rovai, da Revista Forum, e o Luis Nassif, do Blog do Nassif,  lançaram ainda uma Rede de Solidariedade à Blogosfera, como pode ser visto no vídeo abaixo (via Tudo em cima), diretamente do Forum de Mídia Livre:



Falando no Forum, um dos GT's propôs a discussão sobre os ataques que os blogs e blogueiros vem sofrendo:
Uma Nova Esperança: o Fórum de Mídia Livre e a Resistência
Em um GT proposto no FML para discutir exatamente esses ataques foruitos a blogs desprotegidos, as idéias começaram a se organizar. Princípio um: é uma estratégia do poder para diminuir a voz dos blogs tendo em vista a eleição que se aproxima. Não se trata de teoria da conspiração. A coisa é mais complicada que isso (valeria uma dissertação de mestrado se meu projeto não tivesse sido reprovado pela UFRJ), mas o ponto é absolutamente válido. Não vou contar pra ninguém o que se está planejando, pois temo a chegada de Darth Vader por essas terras para levar nossos planos direto ao Imperador da Folha (ps: Darth Vader tem nome). Mas adianto: a galera está se articulando para não haver blogs silenciados durante as eleições. Lá estava presente uma tropa de peso: Túlio Viana, Caribé, Alcilene Cavalcanti, Renato Rovai, Luis Nassif, Pedro Markun, Júlio Valentim, Emily Ops!, Henrique Antoun, Altamiro Borges, Tatiana e Brunella França. Aguardem, pois o som da marcha imperial está para cessar.
Mas ainda é pouco. Carlinhos Medeiros, do excelente Bodega Cultural, em comentário no Blog do Nassif, dá a dica:
"Parabéns pela brilhante ideia e vou mais longe: falta criar um sindicato ou uma associação nacional para dar suporte jurídico aos blogueiros, contra qualquer tipo de cerceamento à liberdade de expressão. Eu serei o primeiro a me associar."
É nisto que precisamos nos concentrar. Senão um sindicato - admito desconhecer a legislação específica e a viabilidade técnica - uma associação nacional de suporte aos blogueiros. apoio jurídico e mais. Uma maneira de definitivamente integrar a blogosfera militante que, hoje, se vê vítima de ataques, processos e censura por parte da grande mídia sem, porém, ter meios efetivos de responder.

Processar um blogueiro é fácil, especialmente se ele não for um Azenha, um PHA, mas processar TODA a blogosfera é algo MUITO diferente.

É nisto que precisamos pensar e nos concentrar. O primeiro passo, porém, foi dado.

Mas, atenção, nem tudo são flores, assim como o @diegocasaes comentou no twitter, faço coro, falta alguma concretude. Tudo bem, foi só um passo, a idéia lançada, mas realmente o que temos está longe de ser maduro.

Aliás, para terminar, vale a leitura do artigo do Maurício Caleiro para o Observatório da Imprensa que basicamente complementa este.
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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Lula defende programa nuclear iraniano. Porque não?


A Falha em sua capa do dia 24/11 anuncia, com ares de estarrecida e contrariada, que Lula defende o direito do Irã de er um programa pacífico de energia nuclear.

As palavras de Lula, segundo o folhetim foram "O que temos defendido há muito tempo é que o Irã possa produzir urânio para desenvolvimento de energia". Perfeito! Irretocável!

O mesmo direito que o Brasil tem - enquanto signatário do TPI - de enriquecer urânio e ter suas usinas nucleares, como Angra I e II, o Irã também tem de ter sua usina em Isfahan!

Ambas as nações são signatárias do TPI e declaram ser para fins pacíficos seus programas nucleares, diferente por exemplo de Israel que sequer é signatária do pacto e os EUA estão perfeitamente satisfeitos em financiar seu programa nuclear ilegal, ou o Paquistão e a Índia que fazem o que bem entendem sob as vistas yankees.

Mas qual o problema do Irã?

Simples, ameaçam atacar Israel caso sejam atacados - legítima defesa, diga-se de passagem -, apoiam a luta Palestina - novamente uma causa justa e digna - através do Hamas e Hizbollah e se recusam a se submeter, lei-se abrir as pernas, ao poder Estadunidense.

São inimigos pois não aceitam serem dominados. O problema não é por serem uma ditadura, por serem islâmicos, afinal a Arábia Saudita se inclui perfeitamente nessa categoria, aliás, são o berço dos grupos terroristas que mais ferozmente combatem os EUA (ou ao menos é isto que nos diz a propaganda do norte).

O Irã combate Israel, frustra os planos dos EUA de dominar toda a região, não se sujeitam. Então não podem ser tratados da mesma forma que qualquer outro país que queira ter energia nuclear. E, claro, a mídia não poderia deixar de aderir à causa como uma forma de atacar o governo, ao mesmo tempo em que estampa a bandeira do Estado de Israel em sua capa. Dá a deixa, reafirma seu lado.
"A política externa brasileira é balizada pelo compromisso com a democracia e o respeito à diversidade. Defendemos os direitos humanos e a liberdade de escolha de nossos cidadãos e cidadãs com a mesma veemência com que repudiamos todo ato de intolerância ou de recurso ao terrorismo", disse Lula.
A atitude de Lula está correta. Em muitos pontos discordo do presidente nas políticas públicas, em como este resolve certos problemas e como ele encara a corrupção de seu próprio partido mas, em questões internacionais, salvo pequenos deslizes, não posso deixar de aplaudir suas posições e feitos.

Ahmadinejad, por seu lado, deu seu recado, correto e direto:

 "A estrutura principal do CS é contra a paz porque é baseada na discriminação. Por que alguns países têm direitos de veto? Basta olhar para os conflitos no mundo nesses 60 anos e teremos a intervenção destes países, que nunca foram julgados. Foram mortas milhares de pessoas, e os autores destes males no mundo têm direito a imunidade"
Enfim, o jogo de imagens da Falha em sua capa não passam despercebidos, nem seu apóio ao Estado Genocida. Fiquemos alerta e sempre denunciemos.
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Nascemos para resistir, nascemos para ganhar



O Estado planteou uma estratégia refinada à partir da declaração de Lizarra-Garazi. O Estado tinha consciência de que todos os alarmes vermelhos haviam se acendido e de que havia um processo popular e democrático em Euskal Herria liderado, entre outros, pela Esquerda Abertzale que demandava um marco nacional e democrático para o país.  E foram fixados dois objetivos: neutralizara Esquerda Abertzale mediante a repressão e reconduzir o Partido Nacionalista Basco até posições de pacto com o Estado, a compactuação com o Estado, a posições de se converter em uma força regionalista do Estado espanhol.

E o Estado conseguiu, de certa forma, uma coisa que desde nosso ponto de vista também temos de dizer, sem nenhum tipo de nervosismo, e sem qualquer indício de derrota: Ainda que nós tenhamos sido capazes de desgastar seus marcos, eles foram capazes de bloquear a dinâmica que permite construir um novo marco. Mas hoje, no dia de hoje, temos de dizer - aqui alto e claro - que esta é apenas uma conquista parcial, porque desde nosso ponto de vista, resta claro que continuam a existir condições objetivas e subjetivas no país para a mudança política e para a mudança social. Aqui segue existindo a maioria que quer ver respeitada sua identidade nacional, aqui segue existindo uma maioria popular que quer que se respeite o direito de decidir, aqui segue existindo uma maioria popular que quer a mudança política em termos nacionais e em termos sociais.

Hoje a Esquerda Abertzale, apesar de reconhecer que temos dificuldades objetivas, apesar de reconhecer que conseguiram bloquear em parte o processo de libertação nacional, temos de dizer alto e claro: as condições para a mudança política e social estão dadas em Euskal Herria, e queremos dizer hoje aos inquisidores do século XXI, que a Esquerda Abertzale, apesar de tudo, não nasceu neste país para resistir nem somente para responder: NASCEMOS PARA GANHAR E VAMOS GANHAR...

Devemos somar forças à esquerda do PNV. Devemos configurar um bloco histórico liderado pela Esquerda Abertzale junto com outros para levar o processo de libertação nacional até seu final. E devemos fazê-lo com calma, devemos fazê-lo com tato, porque este não vai ser um processo que vá estar livre de contradições, vocês verão, o proble4ma das contradições é sabê-las gestionar.

Mas o processo, para seu desbloqueio, para que seja posto em marcha e para seu desenvolvimento, necessita de uma soma de forças.

E necessitamos somar forças para mudar a relação de forças com o Estado e necessitamos somar forças à esquerda do Partido Nacionalista Basco neste país. E é essa segunda tarefa a maior que tem a Esquerda Abertzale, e nós iremos começar a cumpri-la, por cima da repressão, por cima de todos os obstáculos que se ponham sobre a mesa, com paciência, sem pressa, mas dando passos efetivos para configurar um bloco histórico de trabalhadores e trabalhadoras, um bloco popular que reivindique com nitidez e claridade a independência nacional de Euskal Herria; este é nosso segundo grande desafio.

O terceiro desafio é que temos de reforçar nossa relação com a comunidade internacional. Temos dito sempre, e hoje volto a reiterar, que a resolução do conflito político se dá no contexto europeu e deve contar com o envolvimento da comunidade internacional. Esse é um trabalho que a Esquerda Abertzale tem desenvolvido durante anos., que não abandonamos e que vamos reforçar nos próximos meses para buscar a cumplicidade, o apoio e o alento da comunidade internacional para a busca de uma resolução democrática para o conflito.

E, por último, e digo por último nesta ordem, devemos jogar também a segunda parte da partida que alguns abandonaram em uma  cidade centro-européia no processo anterior de negociação. E deveremos fazê-lo porque não há mais solução que a negociação, e por isso também, quando o senhor Rubalcaba nos fala de: Ou os deixa ou os deixa. Nós queremos dizer: OU NEGOCIAM OU NEGOCIAM, OU NEGOCIAM OU NEGOCIAM.

Quero que vocês saibam que o povo trabalhador basco, que a classe trabalhadora e as camadas populares deste país, nós estamos organizados para construir um processo de libertação nacional e social neste país, não se esqueçam jamais do exemplo que vocês deram e do compromisso que vocês adquiriram e do compromisso que, ademais, vocês prucraram para buscar uma solução dialogada e política ao conflito que enfrenta Euskal Herria com o Estado espanhol.

Para nós, vocês são o melhor e sempre vão ser o melhor.

Como a 30 anos aquele homem nas Nações Unidas , a Esquerda Abertzale se apresenta frente aos Estados, frente ao seu povo e frente à comunidade internacional com um ramo de oliveira nas mãos. Que nada deixe cair este ramo de oliveira!

GORA EUSKAL HERRIA ASKATUTA!

Arnaldo Otegi.
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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um primeiro passo para o processo democrático


Um primeiro passo para o processo democrático: Princípios e vontade da Esquerda Abertzale

 Somos independentistas, homens e mulheres de diversas gerações que temos trabalhado e trabalhamos ara construir e desenvolver um projeto de liberação nacional e social. Nosso objetivo é a constituição de um Estado próprio, ao considerar que é a única forma de garantir totalmente a sobrevivência e o desenvolvimento pleno do Povo Basco, em harmonia e solidariedade com o resto dos povos da europa e do mundo. É nosso projeto político legítimo, que pretendemos alcançar graças à adesão majoritária da sociedade Basca.

 O atual ordenamento jurídico-político que divide nosso território e limita os direitos de seus cidadãos e cidadãs, se confirmou como um cenário que perpetua o conflito político e armado. Não permite que a cidadania basca possa decidir, sem restrições, seu próprio futuro.

Neste contexto, foi estendida para além do que ninguém deve querer a violência eo confronto armado com os custos humanos e políticos que todos sabem. É nossa prioridade para superar este cenário.

Estas últimas três décadas de conflito deixam sentir outra conclusão: Somos um movimento político ao qual o tmepo há dado razão. Assim o demonstram, desde aquela inical exigência de ruptura dmeocrática em respeito ao regime franquista, ao "não" do Povo Basco à constituição espanhola, à OTAN ou à central nuclear de Lemoiz. Assim demonstra o nosso esforço para evitar que a armadilha do estatutismo se consolide. Assim o demonstra nossa frontal oposição ao capitalismo selvagem.

Não tem sido só no terreno da oposição e do protesto onde temos ganhado, os e as independentistas, batalhas políticas e ideológicas . As propostas de solução e futuro realizadas pela esquerda abertzale criaram raízes em amplas camadas da sociedade de forma majoritária em diversas ocasiões. As iniciativas por uma solução negociada, os desenhos para se alcançar um marco democrático ou as dinâmicas de construção nacional possibilitaram avanços indiscutíveis no processo político Basco.


Nestes últimos anos se avançou em certas questões que nos fizeram não só desejar mas também tornar possível materializar positivamente para toda a cidadania uma mudança de ciclo;  no debate político aberto na última década - que situou perfeitamente os nós a serem desatados para encontrar uma solução -; no trabalho e luta incansáveis de milhares de pessoas e setores sociais que nos permitiu chegar até o umbral [limiar] da mudança política desejada; assim como a necessidade de deixar para trás as consequências perniciosas deste conflito. Uma mudança de ciclo que substitua o enfrentamento armado, o bloqueio e a falta de expectativa pelo diálogo, o acordo e uma solução justa estável e duradoura para o país.

Com acertos e erros temos trazido o processo de libertação à fase de mudança política. Agora se trata de tornar este caminho irreversível. Materializar a mudança exige também mudanças em nós mesmos. Era necessária uma profunda reflexão e autocrítica, e a estamos fazendo.

A esquerda abertzale tem presente que não se trata de conhecer ou esperar o que o resto dos agentes estão dispostos a fazer, senão aquilo que nós devemos e temos que fazer. A nova fase necessita de novas estratégias, de novas políticas de alianças e de novos instrumentos.

Partindo de que os objetivos a alcançar na nova fase são o reconhecimento nacional de Euskal Herria e o reconhecimento do direito de autodeterminação, para chegar à mudança de faz indispensável uma crescente acumulação de forças e levar a confrontação com os Estados ao terreno onde este é mais débil, que não é outro senão o político. Por ele, a luta de massas, institucional e ideológica, a mudança na relação de forças e a busca de apoio no concerto internacional deverão ser pilares fundamentais da nova estratégia.


O instrumento básico para a nova fase política é o Processo Democrático e a sua execução, uma decisão unilateral da Esquerda Abertzale. Para o seu desenvolvimento se buscarão acordos bilaterais e multilaterais; com os agentes políticos bascos, com a comunidade internacional e com os Estados para a superação do conflito. Em definitivo, o Processo Democrático é a aposta estratégica da esquerda abertzale para conseguir a mudança política e social.


Todas estas considerações estão sendo comumente compartilhadas na Esquerda Abertzale no marco do debate que está se desenvolvendo dentro dela com responsabilidade. Assim mesmo, através deste debate se pretende afirmar como próprios para toda sua base militante e social os seguintes princípios que desejamos compartilhar agora com a cidadania basca, agentes políticos, sindicais e sociais do país, assim como com a  Comunidade Internacional:
1. La voluntad popular expresada por vías pacíficas y democráticas, se constituye en la única referencia del proceso democrático de solución, tanto para confiar en su puesta en marcha y su óptimo desarrollo así como para alcanzar los acuerdos que deberá refrendar la propia ciudadanía. La Izquierda abertzale, como debieran hacer el resto de agentes, se compromete solemnemente a respetar en cada fase del proceso las decisiones que libre, pacífica y democráticamente vayan adoptando los ciudadanos y ciudadanas vascas.
2. El ordenamiento jurídico-político resultante en cada momento debe ser consecuencia de la voluntad popular y garante de derechos para el conjunto de los ciudadanos y ciudadanas. Los marcos legales vigentes en cada momento, no pueden ser obstáculo o freno a la voluntad popular libre y democráticamente expresada, sino garantes de su ejercicio.
3. Los acuerdos a alcanzar en el desarrollo del proceso democrático deberán respetar y regular los derechos reconocidos tanto en la Declaración Universal de los Derechos Humanos como en el Pacto Internacional de Derechos Económicos, Sociales y Culturales y el Pacto Internacional de Derechos Civiles y Políticos, así como demás normativa internacional concerniente a los Derechos Humanos, sean estos individuales o colectivos, entre ellos la Carta de Derechos de las Mujeres.
4. El diálogo político inclusivo y en igualdad de condiciones se constituye en la principal herramienta para alcanzar acuerdos entre las diferentes sensibilidades políticas del país. La izquierda abertzale muestra su total voluntad de formar parte de ese diálogo.
5. En el marco del proceso democrático, el diálogo entre las fuerzas políticas debe tener como objetivo un Acuerdo Político resolutorio, a refrendar por la ciudadanía. El acuerdo resultante deberá garantizar que todos los proyectos políticos puedan ser no sólo defendidos en condiciones de igualdad de oportunidades y ausencia de toda forma de coacción o injerencia, sino que además puedan ser materializados si ése es el deseo mayoritario de la ciudadanía vasca expresado a través de los procedimientos legales habilitados.
6. El proceso democrático tiene que desarrollarse en ausencia total de violencia y sin injerencias, mediante la utilización de vías y medios exclusivamente políticos y democráticos. Partimos del convencimiento de que ésta estrategia política posibilitará avances a través del Proceso Democrático. Sudáfrica e Irlanda son ejemplo de ello.
7. Reiteramos nuestro compromiso con la propuesta de Anoeta. Conforme a la misma, debe establecerse un proceso de diálogo y acuerdo multipartito y en igualdad de condiciones entre el conjunto de fuerzas políticas del país, que aborde la consecución de un marco democrático por el cual la ciudadanía pueda decidir libre y democráticamente sobre su futuro sin otro límite que la voluntad popular. Dicho proceso, entendemos debe regirse por los principios del senador Mitchell.
Por otro lado, debe establecerse un proceso de negociación entre ETA y el Estado español que verse sobre la desmilitarización del país, liberación de presos y presas políticas vascas, vuelta de exiliados y exiliadas y un tratamiento justo y equitativo al conjunto de víctimas del conflicto.
Por todo ello, nos reafirmamos en nuestra posición sin reservas con un proceso político pacífico y democrático para lograr una democracia inclusiva donde el pueblo vasco, libre y sin intimidación de ningún tipo, determine libremente su futuro».

Euskal Herria,

14 de Novembro de 2009
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Documento apresentado

Ezker Abertzalearen Oinarriak eta Borondatea
Principios y Volontad de la Izquierda Abertzale
Principes et Volonté de la Gauche Independantiste
Principles and Will of the Basque Abertzale Left
Principis i Voluntat de la Esquerra Abertzale
Prinzipien der Baskischen Abertzalen Linken


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A Esquerda Abertzale aposta «sem reservas num processo político pacífico e democrático»

Uma vastíssima representação da esquerda abertzale – em que havia desde eleitos até ex-presos, advogados, professores e militantes históricos – afirmou hoje em Altsasu (Nafarroa) a aposta «sem reservas num processo político pacífico e democrático».

Nesta apresentação pública juntaram-se cerca de 110 pessoas que são referências no âmbito do independentismo e que quiseram lançar uma mensagem: «O processo democrático tem de se desenvolver na ausência total de violência e sem ingerências, mediante a utilização de vias e meios exclusivamente políticos e democráticos. Partimos da convicção de que esta estratégia política possibilitará avanços através do processo democrático. A África do Sul e a Irlanda são exemplo disso».

O documento evoca também os princípios do senador George Mitchell que facilitaram o diálogo político resolutivo na Irlanda, através de um compromisso com a utilização exclusiva das vias políticas e democráticas.

O documento, que foi lido por Itziar Lopategi e Txelui Moreno em representação de todos os presentes, parte da premissa de que «se prolongou muito mais do que alguém deveria desejar a situação de violência e de confronto armado, com os custos humanos e políticos que todos e todas conhecemos. É nossa prioridade superar este cenário».

A esquerda abertzale realça a necessidade de uma mudança política e sublinha que «agora se trata de tornar essa mudança irreversível» através de uma ferramenta: o processo democrático.

A partir daí, expõe sete princípios que deseja partilhar com os agentes sindicais, sociais e políticos bascos, e também com a comunidade internacional. Neles se manifesta, entre outras coisas, um compromisso «solene» de «respeitar em cada fase do processo as decisões que, livre, pacífica e democraticamente, forem sendo adoptadas pelos cidadãos e pelas cidadãs bascas».

Reafirma-se o compromisso com a proposta de Anoeta, cuja apresentação foi exactamente há cinco anos, e propõe-se a necessidade de um processo de negociação ETA-Estado espanhol sobre «a desmilitarização do país, a libertação dos presos e das presas políticas bascas, o regresso dos exilados e das exiladas, e um tratamento justo e equitativo ao conjunto das vítimas do conflito».

Para citar alguns dos mais de 100 nomes presentes, em Altsasu estiveram Rufi Etxeberria, Itziar Aizpurua, Txomin Ziluaga, Iñigo Iruin, Adolfo Araiz, Begoña Sagarzazu, Joxean Agirre, Julen Kaltzada, Félix Soto, Kepa Bereziartua, Maitane Intxaurraga, Sotero Etxandi... A apresentação pública foi realizada sem perguntas e com a presença de numerosos meios de comunicação.

Fonte: ASEH
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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Jabor: O retrato da elite estúpida brasileira

O artigo do nobre Arnaldo Jabor - Blogs, twitter, Orkut e outros buracos - é a demonstração máxima da ignorância de um analfabeto digital, enfim, de um idiota.

O artigo merece ser comentado ponto a ponto mas, cuidado, estômagos fracos podem se sentir ofendidos.
Não estou no "twitter", não sei o que é o "twitter", jamais entrarei nesse terreno baldio e, incrivelmente, tenho 26 mil "seguidores" no "twitter".
De início, o óbvio, se não está, como pode falar? Se não conhece, como criticar? Mas, vale lembrar, felizmente esta figura não quer entrar no twitter, bom para nós que seremos poupados.
Quem me pôs lá? Quem foi o canalha que usou meu nome? Jamais saberei. Vivemos no poço escuro da web. Ou buscamos a exposição total para ser "celebridade" ou usamos esse anonimato irresponsável com o nome dos outros.
Realmente, a figura nada conhece de internet. E faz o coro do PIG, do Azeredo e cia, age como inocente mas está carregado de uma mensagem de censura e proibição. Para ele a internet é uma ferramenta que serve apenas para o crime (o anonimato como ele expõe) ou para inflar egos. É realmente ignorância demais para apenas uma pessoa.

Aliás, este detestável artigo foi, provavelmente, enviado por ele através da internet. Tendo a concordar em alguma coisa com a figura, a internet realmente pode ser usada para algum idiota disseminar lixo e inflar seu ego.
Tem gente que fala para mim: "Faz um blog, faz um blog!" Logo eu, que já sou um blog vivo, tagarelando na TV, rádio e jornais... Jamais farei um blog, esse nome que parece um coaxar de sapo boi. Quero o passado. Quero o lápis na orelha do quitandeiro, quero o gato do armazém dormindo sobre o saco de batatas, quero o telefone preto, de disco, que não dá linha, em vez dos gemidinhos dos celulares incessantes.
Ficamos felizes, já basta aguentar na TV, no Rádio, nos jornais.... Impressionante a ignorância, e o desserviço!
Comunicar o quê? Ninguém tem nada a dizer. Olho as opiniões, as discussões "on line" e só vejo besteira, frases de 140 caracteres para nada dizer. Vivemos a grande invasão dos lugares-comuns, dos uivos de medíocres ecoando asnices para ocultar sua solidão deprimente.
Deve andar lendo demais o Mídia Sem Máscara, a Veja... Aí sim, veículos inúteis e vazios.
O que espanta é a velocidade da luz para a lentidão dos pensamentos, uma movimentação "em rede" para raciocínios lineares. A boa e velha burrice continua intocada, agora disfarçada pelo charme da rapidez. Antigamente, os burros eram humildes; se esgueiravam pelos cantos, ouvindo, amargurados, os inteligentes deitando falação. Agora não; é a revolução dos idiotas "on line".
E o idiota-mor se expressando "on line".
Quero sossego, mas querem me expandir, esticar meus braços em tentáculos digitais, meus olhos no "Google" ("goggles" - olhos arregalados) em órbitas giratórias, querem que eu seja ubíquo, quando desejo caminhar na condição de pobre bicho bípede; não quero tudo saber, ao contrário, quero esquecer; sinto que estão criando desejos que não tenho, fomes que perdi. Estamos virando aparelhos; os homens andam como robôs, falam como microfones, ouvem como celulares, não sabemos se estamos com tesão ou se criam o tesão em nós.
Querem? Por favor, não ouça!
O Brasil está tonto, perdido entre tecnologias novas cercadas de miséria e estupidez por todos os lados. A tecnociência nos enfiou uma lógica produtiva de fábricas vivas, chips, pílulas para tudo, enquanto a barbárie mais vagabunda corre solta no país, balas perdidas, jaquetas e tênis roubados, com a falsa esquerda sendo pautada pela mais sinistra direita que já tivemos, com o Jucá e o Calheiros botando o Chávez no Mercosul para "talibanizar" de vez a América Latina. Temos de ‘funcionar’ - não de viver. Somos carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa. Assistimos a chacinas diárias do tráfico entre chips e "websites".
Inclusão digital, ensino à distância (críticas à parte), disseminação de conhecimento em tempo real... Não, não adianta tentar explicar....

Comentário político mais infeliz ainda... Devo me segurar...

Melhor seria, por fim, apenas assistir à globo os assassinatos diários, na internet é colaborativo demais, opinativo demais... Povo não tem que ter opinião, crítica, deve ouvir calado e indignado. Ou melhor, com a indignação que o plim-plim permitir.
O leitor perguntará: "Por que esse ódio todo, bom Jabor?" Claro que acho a revolução digital a coisa mais importante dos séculos. Mas estou com raiva por causa dos textos apócrifos que continuam enfiando na internet com meu nome.
E o rei na barriga se mostra! Depois de falar em ego inflado, em celebridade eis que surge o real motivo! O príncipe dos idiotas em papel-jornal não tolera que usem seu bom nome (sic), sua fama (sic), sua imagem ilibada (sic) em textos apócrifos.

A internet, o Twitter, os blogs, enfim, toda a rede não presta porque... usam o nome de sua santidade!

Temo que o ego seja grande demais para este blog, espero que não transborde!

Já reclamei aqui desses textos, mas tenho de me repetir. Todo dia surge uma nova besteira, com dezenas de emails me elogiando pelo que eu "não" fiz. Vou indo pela rua e três senhoras me abordam: "Teu artigo na internet é genial! Principalmente quando você escreve: ‘As mulheres são tão cheirosinhas; elas fazem biquinho e deitam no teu ombro...’ "Não fui eu...", respondo. Elas não ouvem e continuam: "Modéstia sua! Finalmente alguém diz a verdade sobre as mulheres! Mandei isso para mil amigas! Adoraram aquela parte: ‘Tenho horror à mulher perfeitinha. Acho ótimo celulite...’" Repito que não é meu, mas elas (em geral barangas) replicam: "Ah... É teu melhor texto..." - e vão embora, rebolando, felizes.
Realmente, os textos não escritos pela figura devem ser os melhores... Não vem carregados do preconceito típico da elite falida, da pseudo-intelectualidade do baixo-Leblon.
Sei que a internet democratiza, dando acesso a todos para se expressar. Mas a democracia também libera a idiotia. Deviam inventar um "antispam" para bobagens.
"Liberdade" controlada. É o PIG em sua melhor forma! Censuremos a internet, limitemos a liberdade, temos que levar ordem!

Caro Jabor, se inventassem um "antispam" para bobagens você estaria desempregado e passando fome. Vai por mim, repense a idéia.

Vejam mais o que "eu" escrevi: "As mulheres de hoje lutam para ser magrinhas. Elas têm horror de qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba!..." Luto dia e noite contra cacófatos e jamais escreveria "cós acaba!" Mas, para todos os efeitos, fui eu. Na internet, eu sou amado como uma besta quadrada, um forte asno... (dirão meus inimigos: "Finalmente, ele se encontrou...")
Não só os inimigos, os amigos também, que finalmente ficarão aliviados de vê-lo não mais fazer papel de idiota em múltiplas mídias.
Vejam as banalidades que me atribuem:


"Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!"


Ou: "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!"


Ainda sobre a mulher: "São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades".
Há um texto bem gay sobre os gaúchos, há mais de um ano. Fui "eu", a mula virtual, quem escreveu tudo isso. E não adianta desmentir.


Esta semana, descobri mais. Há um texto rolando (e sendo elogiado) sobre "ninguém ama uma pessoa pelas qualidades que ela tem" ou outro em que louvo a estupidez, chamado "Seja Idiota!"...
Este último quase uma autobiografia!

Mas o pior são artigos escritos por inimigos covardes para me sujar.
Como se o nobre colega precisasse de ajuda, não é mesmo? Quanta modéstia!
Há um texto de extrema direita, boçal, xingando os brasileiros, onde há coisas como: "Brasileiro é babaca. Elege para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari. Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira. Brasileiro é vagabundo por excelência. Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de R$ 90 mensais para não fazer nada não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo. Noventa por cento de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como ‘aviãozinho’ do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora... O brasileiro merece! É igual a mulher de malandro - gosta de apanhar..."
Um texto que, admito, não suspeitaria que não fosse da autoria do amigo Jabor! Mas, realmente, o PIG costuma ser mais sutil ao chamar o brasileiro de boçal. Na verdade, o PIG - e Jabor é um de seus arautos - prefere tornar boçal o brasileiro, mais do que afirmar que fez um bom trabalho.

E o pior é que muita gente me cumprimenta pela "coragem" de ter escrito essa sordidez.
Ou seja: admiram-me pelo que eu teria de pior; sou amado pelo que não escrevi.


Na internet, eu sou machista, gay, idiota, corno e fascista.


É bonito isso?

Na realidade é "apenas" idiota e fascista. Demais qualidades deixo para outra hora e não discutamos intimidades.
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Documento para Debate - Política e estratégia



Trata-se da proposta de debate do Batasuna que as bases da esquerda abertzale estão a debater e que o Estado espanhol procurou silenciar. O documento designa-se «Eztabaidarako txostena. Fase politikoaren eta estrategiaren argipena» (em euskara) ou «Documento para debate. Clarificando la fase política y la estrategia» (em castelhano) e está agora disponível on-line em euskara e em versão bilingue.

Acessível aqui: Documento da esquerda abertzale (eus-cas).pdf

Fonte: ASEH

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Trata-sede um documento-marco na história da Izquierda Abertzale, um documento que planeja novos rumos e uma completa leitura da realidade basca.

Apesar da perseguição sofrida pela liderança Abertzale, pelas recentes e arbitrárias prisões - e consequente manifestação multitudinária como ha muito não se via - os nacionalistas seguem de mão estendida, buscando uma solução pacífica e negociada para o conflito, o que é constantemente rechaçado pela liderança fascista espanhola.

O momento é de mudanças, de novas idéias, de uma renovação completa no panorama Basco. Nunca Euskal Herria havia sido governada por fascistas espanhóis, nunca houve tanta repressão depois da queda de Franco e nunca os nacionalistas foram tão perseguidos e sofreram tantas ilegalizações e pressões institucionais.

É um momento de repensar atitudes, de repensar a ação política e buscar a construção de uma nova alternativa e é para suprir esta necessidade que a Esquerda Abertzale lançou seu mais novo comunicado, um amplo debate, aberto e fraterno, com todos e todas para a construção de um Estado Basco.
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Caminemos de la mano hasta un escenario democrático en Euskal Herria 
por Oier Azkarraga Grajales, militante independentista y miembro de www.zuialde.tk
Via Jabiero 


Me da la impresión de que últimamente hay mucha gente ejercitando la lectura, personas que hacia años no estudiaban, estudian hoy cada palabra, cada coma de un documento muy pero que muy interesante. Veo a la gente leyendo, entretenida, saludas y te miran con cara de odio, les has entretenido la lectura. Veo a la gente mendigando por un documento preguntando quien es el que se lo tenía que pasar… desde ayer, oigo las impresoras trabajando a pleno rendimiento, el documento ya es público, y nadie, absolutamente nadie se lo quiere perder.

Voy a ser un poco cabrón, que es lo que me va, y voy a intentar parecerme a aquellos que en la cola de la película te destripan el final, para todos aquellos que no se lo han leído, para los que están a medias y para los que hace tiempo que terminaron su lectura, voy a contarles el final del documento, este documento termina como llevamos 50 años soñando, incluso más, desde 1512, este documento termina con la resolución del conflicto, con la paz y con la democracia, con la independencia y el socialismo. ¡Ya está! ¡Ya lo he dicho! Se que realmente al único que le va a joder que le cuente el final va a ser a RuGALcaba y a todos sus perros rabiosos, a los que a como él, periodistas, columnistas, políticos, asesinos a sueldo… el final del conflicto les jode en lo mas hondo.

He visto una chispa de luz en unos ojos negros, y no solo al mirarme al espejo, he visto la ilusión en gente que hacia años no sentía tal cosa por el proceso de liberación nacional, me he reído a carcajadas al leer las mentiras que contaban los medios, y es que su nerviosismo es mi alegría. Me he apenado con las detenciones de compañeros en Donosti, al igual que me apeno cada vez que secuestran a un ciudadano vasco, pero he comprendido que tienen miedo, he sentido su miedo, el de todos aquellos que luchan desesperadamente contra Euskal Herria y el de todos sus colaboradores.

Debemos tomar este documento como arma para la paz, un arma más poderosa que todas las que ellos puedan utilizar, porque cada vez que ilusionamos a este pueblo, esa ilusión, esa emoción, se convierte en el arma más hermosa, en el camino hacia la paz. No engañemos a nadie, este no es ni siquiera un primer paso, no hemos llegado a avanzar hacia la solución, esta es la primera piedra de un camino largo y tormentoso, nos tocara sufrir en el camino, nos lo harán pasar mal, muy mal, pero cada golpe recibido, será un nuevo aliento para seguir avanzando, una nueva luz en el camino. “Caminante no hay camino se hace camino al andar” y esta vez al volver la vista se vera la ruta que nos habrá traído hasta la paz.

Construyamos el camino, creemos los puentes, demonos de la mano y avancemos hacia la solución, “herri batua inoiz ez zanpatua” lleguemos hasta nuestra próxima estación, lleguemos hasta Maltzaga, por que me da la impresión de que estamos creando las condiciones para un nuevo Orreaga, esta será desde entonces la primera guerra que ganemos los vascos, pero solo si como entonces estamos juntos y convencidos de que la meta merece la pena.
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