sexta-feira, 3 de abril de 2009

Planos ilimitados limitados...

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O final, pelo menos por enquanto, da história do acesso 3G para o notebook foi inesperado para a platéia: acabei ficando com a Tim, que já é minha operadora de voz. O motivo, resumidamente, foi o preço de uma oferta da Tim para quem já é cliente (todas as operadoras têm alguma versão disso, consulte a sua) e a convicção, pelos comentários aqui no blog e buscas pelos intertubos, de que na média todos as operadoras ainda são uma porcaria. Dependendo do lugar onde você mais vai usar uma ou outra vai ser melhor mas você sempre vai achar que o 3G da grama do vizinho é mais rápido.

A parte tragicômica da busca pelo plano de dados ideal foi o conceito de plano ilimitado das operadoras de celular: você contrata uma determinada velocidade máxima (jamais garantida) e pode baixar quanto quiser sem ficar se preocupando em monitorar o tráfego. Sem limites. Até, veja você, atingir o limite de 1GB de dados baixados no mês, momento em que sua velocidade cai drasticamente (que é ou é uma nova medida técnica ou sinal de que os vendedores das operadoras não fazem a menor idéia de quanto seja). Estrelinha dourada para a frase nas letras miúdas “a critério da operadora”. (os limites podem mudar de operadora para operadora, mas nos planos que me ofereceram, Vivo, Claro e Tim limitam a 1GB)

E não é apenas só isso, como diria o locutor das Organizações Tabajara. Você pode ter contratado (no caso da Tim) o mega-boga plano de 7Mbits e o limite continua o mesmo: 1 gigabyte por mês. Na minha pobre cabeça de tamanho avantajado eu acho que se eu contrato um plano com mais velocidade é porque pretendo baixar mais coisas mais rápido. Sei lá, é como se meu carro só pudesse andar a 100 km/h nos primeiros 200km da Dutra, dali em diante só a 40km/h. É a mania de os provedores de serviço no Brasil tratarem seus clientes como inimigos trapaceiros. “Se eu não botar um limite vocês me quebram!!!”

Importante dizer que essa imbecilidade prática não é exclusividade da Tim. O vendedor da Vivo, quando perguntei “então o que raios é ilimitado nesse plano?” chegou a dizer que era o tempo da conexão, eu podia ficar conectado quanto tempo quisesse online. “Desde que eu não navegue” fui obrigado a emendar. A Tim é, das grandes, a que chega a dizer nas peças publicitárias “você não precisa mais de provedor de Internet em casa, use o nosso”. Esse pessoal realmente entende de uso de Internet rápida? A Oi ainda está apanhando para montar sua rede 3G em São Paulo. Na Claro a coisa anda na mesma, como narrado pelo Neto no texto que me motivou a sentar o rabo e escrever esse aqui.

“Luciana, você acha que a Claro sabe o que ‘ilimitado’ quer dizer?”

No mundo da boa e velha conexão a cabo os limites também aparecem nas letras miúdas dos contratos, mas que eu saiba só o Virtua anda fazendo valer. Pelo menos (tentando ver a porcaria pelo lado meio-cheio do copo) eles oferecem um plano ilimitado-realmente-ilimitado por um preço extra. (não faço idéia de quanto seja) Se você tem um plano de 4Mbits pode trafegar (baixar ou subir) 40GB por mês. 6Mbits, 60GB e por aí vai nessa multiplicação por 10.

Estes limites colocam os usuários num constante estado de medo de usar o produto que contrataram. “Melhor não usar agora porque posso não conseguir baixar Lost semana que vem…” As empresas estão literalmente dizendo ao consumidor “por favor, contrate nosso serviço mas não use, ou vamos penalizá-lo” Em vez de fomentar o uso da Internet para desenvolver o mercado as operadoras querem que você fique na receita e-mail-Orkut e tudo bem. Já deu para sacar que empresas de vídeo online como o enxame, da qual sou sócio, ficam com as proverbiais pernas quebradas. Cada vídeo de alta qualidade do enxame tem mais de 100MB de tamanho. Assistir a programação normal do enxame via modem 3G e mais nada vai colocar você pra lá do limite mensal.

Enquanto isso nos EUA os consumidores estão revoltadíssimos porque a Comcast anunciou que vai começar a impor limites nos downloads. O teto? 250GB por mês.


Via CrisDias.com


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Me lembro de já ter discutido MUITO esse assunto com amigos...

Assinei o Velox por muitos e de vez em quando tinha algum problema com meu limite mas a verdade é que não eram tantos, na época eu ainda não era um heavy downloader...

Meus problemas começaram a ficar sérios quando assinei o Virtua 4mb mais ou menos em 2006, quando me mudei pra São Paulo.

40GB de limite só pode ser brincadeira! Eu costumava chegar ao limite antes do dia 15 do mes! O resto era um verdadeiro sofrimento e constantes ligações carregadas de ódio para a Net, maldita seja!

É impensável que hoje, num mundo onde o streaming é realidade, onde os programas e sites de download são fartos e abundantes e onde milhões de pessoas passam dias em jogos pesadíssimos online, que haja um limite, seja qual for, especialmente um tão ínfimo quanto o que a Net nos impõe.


Claro, além dos limites ainda somos obrigados a lidar com uma conexão intermitente, onde se temos um problema - a conexão caiu! - e ligamos pra central, somos obrigados a esperar horas por um atendimento minimamente decente (hoje isso, em teoria é proibido).


Depois que conseguimos ser atendidos o/a atendente, não conseguindo fazer nossa conexão voltar com testes que vão do estúpido tirar da tomada o moden por alguns segundos, até você convencer o/a desgraçado/a que não é retardado e ele/a começar a te fazer mexer no ip e etc, somos obrigados a marcar uma visita técnica.


Esta visita que você tenta marcar para alguma data decente e um horário compatível com seu trabalho ou seu estudo normalmente acontece em alguma hora totalmente díspare da original e muitas vezes você não está em casa. Nem comento a demora, normalmente a maravilhosa net só te algum horário para daqui ha 5 ou 6 dias, sem contar o fim de semana! E você fica a ver navios, ou melhor, tem que desenhar num papel um navio se quiser ver algum, porque internet, só semana que vem, se você estiver em casa por todo o horário comercial e não for demitido ou reprovar no meio tempo!


Mas, bem, "escapei" da Net, me mudei e a fantástica empresa do Skavurska se recusou a instalar a Tv e a Internet no meu novo endereço, bem no centro de são Paulo. No meu prédio ninguém tinha net porque a incrível empresa só instala num prédio o cabeamento se mais de uma pessoa pedir - ao mesmo tempo - a instalação. Resultado, no meu prédio todos tem Speedy ou Ajato e a net ficou a ver navios... E eu idem!


Anyway, fui forçado a instalar o pior serviço da minha vida. Speedy. A Telefónica é o que há de pior na face da terra em termos de serviço.


Mas, voltando ao limite, ao menos, a Telefónica não te impõe algum limite absurdo, você é livre (desde que sua conexão funcione) para usar quanta banda você quiser.


O problema básico é que, com a Telefónica você NUNCA conseque usar o máximo de conexão que contratou. Com a Net e Velox, pelo menos, eu conseguia vez ou outra usar toda minha velocidade. Com o Speedy, JAMAIS! Fora as quedas, os "problemas técnicos" e etc... Já estou indo pro terceiro desconto pelos problemas constantes que tenho com essa empresa ridícula.


Enfim, cheguei à algumas conclusões:


1. Impor limites é um absurdo, quem pratica esse tipo dde coisa deveria ser preso e multado;


2. Speedy e Telefónica são terríveis! É mais sofrimento que vantagens;


3. É necessário, urgentemente, regulamentar essa coisa das velocidades, não é possível pagar por 4 e receber 1. Se eu quisesse 1 eu pagava por um, caramba! O cliente é lesado, se eu compro um sapato quero que ele venha com sola, não só cadarço! Se eu compro uma garrafa de 2 litros de coca-cola, não aceito que venha com 600 ml! É um conceito básico de receber pelo que pagou.


4. Nem comecei a falar do Traffic Shaping, seria demais!


5. Toas as empresas acima são péssimas e enganadoras.


6. No Brasil o cliente é sempre o único e eterno lesado.



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