quinta-feira, 24 de junho de 2010

Aldo Rebelo: A morte de um "Comunista"

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Kátia Abreu adora Aldo Rebelo.

Sim, acreditem!

É, definitivamente a morte de um "Comunista". Todos os críticos tinham razão. Aldo Rebelo é mesmo um vendido à serviço das madeireiras, do latifúndio e do agronegócio.

Se havia qualquer dúvida, não existem mais.

O que fará o PCdoB agora? Irá manter como liderança um homem que dá alegria à uma criminosa como Kátia Abreu? Que tem seu projeto elogiado pela líder dos desmatadores, dos escravagistas, dos inimigos do cmapo e do meio ambiente pode se manter num partido de Esquerda? Pode se manter num partido Comunista?

Esta diz que Rebelo tem "coragem moral".... Eu diria que ele tem rabo preso, interesses ocultos e se vendeu por um melhor preço.

Agora é com o PCdoB, com a militância e com quem ainda tem dignidade.


A coragem moral de Aldo Rebelo
KÁTIA ABREU



Na defesa do novo Código Florestal, o deputado Aldo Rebelo se assemelha à figura de Sobral Pinto, o advogado de Luiz C. Prestes


Há conceitos que não se prestam a manipulações ideológicas: o certo, o lógico, o adequado e o equilibrado não são nem de direita nem de esquerda. Nem são monopólio de grupos ou entidades. São expressões da realidade, acessíveis à percepção humana.
Certas circunstâncias, porém, a embotam: o sectarismo ideológico, por exemplo. Nesse caso, em particular, deriva frequentemente para o surrealismo. O agronegócio, responsável pelos sucessivos êxitos do país na balança comercial e um dos segmentos que mais gera emprego e renda, é tratado por alguns como inimigo público número um.
Essa distorção se dá atualmente nas discussões em torno do projeto do novo Código Florestal Brasileiro, em debate na Câmara dos Deputados. Reedita-se um conflito em essência artificial: o de meio ambiente versus produção. Felizmente, seu relator, o deputado Aldo Rebelo (PC do B - SP), colocou-se acima de interesses, dogmas e mesquinharias, munindo-se das ferramentas da lógica, do bom senso e, sobretudo, do interesse público para legislar.
Não se trata, pois, de um relatório, como alguns quiseram insinuar, ao feitio dos produtores rurais. Estes terão que se adaptar às novas regras e cortar na própria carne. Mas, sem dúvida, concilia visões antagônicas entre produção e equilíbrio ambiental. A discussão e votação desse projeto não pode se reduzir a uma queda de braço entre tendências ideológicas. A hora é de bom senso, não de paranoia ideológica.
Ao analisar a ousada defesa do novo código feita no Congresso pelo deputado comunista Aldo Rebelo, me ocorreu a saga de Heráclito Fontoura Sobral Pinto -que passou à história como Sobral Pinto. Um país que teve um Sobral Pinto não precisa invocar o universal Dom Quixote para qualificar cidadãos que desafiam o estabelecido e, em nome das suas convicções, pouco se importam com a onda de infâmias, deboche e perseguições.
Todos conhecem, ao menos por ouvir falar, o advogado, católico fervoroso e, consequentemente, anticomunista (pelo menos nos anos 30 do século 20 era assim), que defendeu Luiz Carlos Prestes e sua mulher Olga Benário, presos sem qualquer respeito aos direitos humanos logo após a chamada Intentona Comunista.
Ninguém queria assumir a defesa de Prestes, e a OAB designou o único destemido que se dispunha à ousadia. O deputado Aldo Rebelo, no desafio que lhe foi posto, também lida com a defesa de valores essenciais à atividade humana.
Questiona, de peito aberto e sem meias palavras, a barreira de preconceitos, hipocrisias, lugares-comuns e, principalmente, a pusilanimidade antidemocrática e o conformismo. Com sua autoridade moral e sua incorruptibilidade, Aldo Rebelo transformou um desastre anunciado em uma agenda nova na discussão de questões do meio ambiente e da agropecuária.
Como nacionalista, posição que os patriotas envergonhados procuram desdenhar; com sua biografia de filho de vaqueiro, quando experimentou a desproteção das populações rurais; com sua carreira política, desde o movimento estudantil, em bases populares, que lhe permitiram conhecer a fome; com os próprios instrumentos da sua formação filosófica, o deputado Aldo Rebelo não é um aliado conquistado pela agropecuária.
É um testemunho de coragem e racionalidade, que assume, como árbitro independente, um jogo em que o desenvolvimento nacional estava ameaçado por fantasias generosas e interesses escusos. Aldo Rebelo me lembra Sobral Pinto, defendendo com desassombro os direitos humanos do revolucionário Luiz Carlos Prestes, não por ser comunista, mas pela sua fé e por suas convicções democráticas.

KÁTIA ABREU é senadora pelo DEM/TO e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
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Comentários
9 Comentários

9 comentários:

Lucas Santos disse...

xi... elogio da Kátia Abreu?

Como diria Brizolão... que tu fizeste, Aldo?!?!

Marcelo Delfino disse...

Nisso que dá confiar em esquerdista. Agora o cretino se alia aos ruralistas.

Raphael Tsavkko Garcia disse...

Alguém realmente não sabia quem era Aldo Rebelo? Desde os papos do boçal de proibir estrangeirisimos eu já tinha sacado o caráter do infeliz!

Elton disse...

(1)Eu ainda estou esperando os críticos do relatório começarem a fazer um debate de alto nível. Que sabe você, Tsavkko, não pode iniciá-lo, já que em ano eleitoral o simplismo e as frases de efeito dominam o as discussões. A mim me parece que partir da suposição de que alterar o atual Código é ruim, idependente de qual seja esta alteração, trando-o como uma espécie de dogma ambientalista, é postura equivocada.
A leitura que faço é a seguinte: se preservar o meio-ambiente for um custo elevado ao agricultor, ou seja, se o agricultor tiver gastos muito grandes para preservar o ambiente, o meio-ambiente está ferrado. Esta é a realidade da sociedade capitalista em que vivemos: o que dá mais dinheiro prolifera. O Código atualmente em vigor tem o defeito de ser muito custoso ao agricultor que, em geral, o descumpre. Um dos méritos do relatório do Aldo está em tentar trazer para a legalidade esta grande quantidade de agricultores. Um pequeno ou médio proprietário cuja propriedade seja entrecortada por córregos (portanto com grande área dedicada a APPs a serem recuperadas e que não entram na conta porcentagem de Reserva Legal) muitas vezes lhe sobra área pequena demais que viabilize a exploração econômica. O agricultor que se decide em não manter as APPs muitas vezes não manterá nenhuma APP, já que estará tão na ilegalidade quanto aquele que reduzir as dimensões da APP. É como o problema do tráfico: uma vez na ilegalidade é um passo para a prática de outras atividades ilegais. Se reduzir de 30m para 15m a margem mínima de APP fizer com que mais propriedades de fato cumpram a legislação e recuperem alguma vegetação das margens dos ribeirões, de fato é uma medida benéfica para o ambiente e para o agricultor.

Elton disse...

(2)O latifundiário até que sofre pouco com a legislação atual, uma vez que uma pequena fração de uma propriedade gigantesca ainda é muita terra. Por isso é um mérito do relatório Aldo introduzir, pela primeira vez, a diferenciação entre a pequena e média propriedade e a grande propriedade, com óbvias vantagens para as menores. As pequenas e médias propriedades poderiam optar por não ter que manter a Reserva Legal (que quase sempre é uma área desmatada que deve ter sua mata recuperada - o relatório Aldo determina desmatamento 0 para a maioria dos biomas, especialmente os mais ameaçados) em sua área, mas sim pagar para que tal reserva seja em área do estado no MESMO bioma e na MESMA microbacia que a propriedade original, que tem a vantagem ecológica de serem geralmente reservas de maiores áreas contínuas (com corredores biológicos) e econômicas. Note que esta medida não reduz a área de RL nem favorece um bioma em detrimento de outro, nem prejudica as APPs, que não entram na conta da RL.
Outra coisa que eu acho surpreendente entre os que atacam de maneira simplista o relatório é o desdém em relação à atividade agrícola, como se nosso Brasil ela não fosse atividade socialmente e economicamente fundamental, vide a briga comercial com os EUA. Não dá para ignorar que grandes áreas de agricultura já consolidada (como o arroz plantado em várzea) estão na ilegalidade. Isso precisa ser equacionado levando-se, sim, em consideração a população camponesa. Não se deve cometer, como muitos tem feito, a confusão de tratar todos os agricultores como se fossem latifundiários, na verdade são os pequenos quem mais sofrem com a legislação atual.

Elton disse...

(3)Não estou totalmente de acordo com o relatório Aldo, acho, por exemplo, que ele concede poderes demais aos estados. Mas, no geral, ele vai num sentido de compatibilizar o ganho econômico com o ganho ambiental. Esta é a única chance que a natureza tem: ser rentável. Caso contrário ela está condenada. O que sinto falta é de se discuta o tema de maneira racional e desapaixonada, sem simplismos, espantalhos e ataques ad hominem.
É verdade que a Kátia Abreu é uma bandida escravagista. Mas a Contag (que luta pela reforma agrária e em defesa da agricultura familiar) não é e eles também apóiam a reforma do Código Florestal. E não é verdade que a CNA ficou totalmente feliz com o relatório, tanto que apresentaram uma lista de 20 pontos dos quais discordaram e preparam 3 relatórios substitutivos. Parece que diante da possibilidade de, mesmo sendo moderado, o relatório Aldo não ser aprovado eles resolveram apoiá-lo como está.

Eu sei que o Aldo exagera na briga dele com as ONGs e também não concordo com outras coisas que ele disse e escreveu anteriormente sobre meio-ambiente, etc. , mas quando ele diz que há entre os ambientalistas aqueles que agem em defesa do interesse de outros países, há sim, ele tem razão:
http://switchboard.nrdc.org/blogs/jschmidt/farmers_ranchers_for_tropical_deforestation_protection.html

Existe um blog que tem dados para enriquecer o debate, interessante para quem consegue se despir de maniqueísmos e preconceitos ideológicos e aproveitar a informação vinda daqueles de quem se discorda: http://cirosiqueira.blogspot.com/

Gosto particularmente da imagem que ilustra o blog: "O sono da razão produz monstros" de Francisco Góia.

boboniboni disse...

Quando um comunista escreve sobre um novo código florestal anistiando latifundiários estupradores da natureza e mete argumentos retirados da bíblia. Todos argumentos contra a maior parte dos argumentos da reforma do código florestal estão aqui:


http://bulevoador.haaan.com/2010/06/04/uma-analise-sobre-a-sustentabilidade-e-sobre-os-interesses-individuais-e-coletivos-parte-2/

http://bulevoador.haaan.com/2010/06/03/uma-analise-sobre-a-sustentabilidade-e-sobre-os-interesses-individuais-e-coletivos-parte-1/

Newton Almeida disse...

Nunca é tarde para retrocedermos em planos que estão contra todas as opiniões sensatas. O Deputado Federal Aldo Rebelo tem que ter humildade para reconhecer que temos que valorizar leis que preservem a natureza . Sempre é tempo de valorizarmos a vida em todos os seus aspectos. Ser humilde para reconhecer o erro é valorizar a convivência com quem amamos.
As alterações propostas ao Código Florestal são um crime contra a vida de todos. As alterações climáticas tem que ser combatidas urgentemente ! E o plantio de árvores é de fundamental importância ! As árvores são as maiores protetoras da vida na Terra, principalmente num país como o Brasil que possui relevante biodiversidade. Veja a opinião da WWF Brasil :
..... Segundo Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, superintendente de conservação do WWF-Brasil, o documento é um retrocesso que, se aprovado, resultará em mais desmatamento.
Todos sabemos que o Código Florestal , Lei 4771 / 65 , ainda não é respeitado, obstante ser de meia idade . Qualquer passeio pelas nossas estradas, nas mais diferentes regiões desse nosso imenso Brasil notamos os topos de morros sem qualquer cobertura florestal, rios sem qualquer sinal de mata ciliar, encostas com inclinação de mais de 45% tomadas por casas, lagoas e nascentes sem uma única árvore em volta delas. As áreas de preservação permanente mais parecem áreas de degradação permanente ! A hora é de fazer cumprir o Código Florestal !
Os internautas inteligentes avaliaram e promulgaram sua lei : Deputado Aldo Rebelo , o senhor está condenado a plantar 1.000.000 de árvores ! Talvez assim se mantenha ocupado em coisas bem mais importantes ! Já temos problemas de sobra ! Por favor, quem não quiser ajudar pelo menos não atrapalha !
Newton Almeida http://limpezariomeriti.blogspot.com
MEIO AMBIENTE RIO DE JANEIRO

Anônimo disse...

Graças a Deus que as ONGs estrangeiras estão fazendo algo em defesa do meio ambiente, pois não tenho notícia de alguma ONG brasileira com a mesma força das estrangeiras. Talvez por interferência dessas "estrangeiras" que no governo Lula, algumas reservas florestais foram efetivadas. Talvez por interferência delas que a Raposa Serra do Sol, reserva legítima dos indígenas, tenha sido aprovada a desocupação dos arrozeiros, entre eles o tal de QUARTIERO, que faz parte dos ruralistas e é deputado federal ou Senador. Como se deve anistiar quem desmatou até julho de 2008, ou seja, a três ou quatro anos atrás. Já ouvi de muitos entrevistados, defensores da aprovação do Novo Código Florestal, dizendo que governos anteriores incentivaram o desmatamento, mas isso, ocorreu a quarenta anos atrás, na época do incentivo ao modernismo na agricultura e abertura de novas fronteiras agrícolas, diante das políticas de desenvolvimento econômico. Mas a partir dos anos de 1990 se intensificaram as políticas mundiais de incentivo ao conservacionismo ambiental, inclusive ocorreu no Brasil a Rio 92, justamente para haver uma diminuição dos poluentes, inclusive com a menção as queimadas no Norte do país e acredito que o desmatamento também constava de tais propostas. Então, minha gente !! Como, dizer que houve incentivos ao desmatamento ???? Houve sim !!! Até um determinado período, depois iniciaram-se, como já disse, as políticas de preservação e o Brasil, ao que me parece, se não estou enganado, já assumiu compromissos internacionais de redução dos desmatamentos. Mas eles continuam !! Com o Código que está em vigor ! Imaginem com a aprovação do Novo Código Florestal !!! E como será a fiscalização para que não seja derrubada mais nenhuma árvore, como dizia o ex-ministro da agricultura Reynolds Stefanis ! Outra coisa: quem possui até quatro módulos fiscais e desmatou não precisa recompor a área ! Ou seja, na Região Norte, são 400 hectares de terra que continuaram desprotegidas de florestas, no Sul do país, 400 hectares é uma fazenda de excelente tamanho ! E no Sul do país pode-se dizer que, tirando as áreas públicas, as demais já estão totalmente ocupadas e a grande maioria não possui mais florestas nativas. Então, a devastação continuará na Região Norte onde, apesar dos desmatamentos, ainda há floresta para desmatar ! Parece que o Deputado Aldo Rebelo que fazer mágica !

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