quinta-feira, 10 de setembro de 2009

São Paulo + Telefonica + Chuva [+ KASSAB] = Caos

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No artigo anterior, eu havia comentado que o nosso grande prefeito, Gilberto Kassab, havia reduzido em 20% a cota da coleta de lixo. A desculpa? Crise mundial, a Marolinha do Lula que até o PIG foi obrigado a reconhecer como tal.

Claro que a crise mundial não foi suficiente para este mesmo prefeito elevar em quase 100% o seu salário e o de seus secretários, a mesma crise não foi suficiente para evitar a criação de 8 mil cargos inúteis de vereador pelo país. Talvez os nossos deputados, que aprovaram a medida, não achem que os milhares atuais roubem o suficiente.

Imagino que, se o momento atual é de crise, o mínimo que nossos legisladores poderiam fazer é dar o exemplo, ao invés de reduzir política públicas, limpeza urbana, projetos emergenciais e etc, reduzir seus próprios salários.

Mas, talvez, este tipo de atitude seja visto como "populista", seja lá o que isto signifique, ou uma atitude típica de "ditadores" latinoamericanos como Morales ou Correa. O primeiro reduziu em 57% o salário do presidente, recebe mensalmente $1.875,00 por mês, o que equivale a aprox. R$3.440,00, nem de longe o salário astronômico do nosso PREFEITO! O salário do prefeito de São Paulo passará a ser 6 vezes maior que o do presidente da Bolívia.

Quanto ao Correa, seu salário foi reduzido pela metade e passou aos $4.000,00, ou R$ 7.340,00, 3 vezes menor que a do prefeito Kassab.

É inegável a diferença de poder econômico de uma metrópole como São Paulo e países como Equador ou Bolívia mas, da mesma maneira, é impensável que um prefeito ganhe mais de 6 vezes o salário de um presidente de país vizinho, em meio à crise mundial - esta a desculpa de Kassab - e Às voltas com reduções de gasto em áreas cruciais!

Sem dúvida não perguntaram ao povo se ele prefere ter as enchentes controladas do que aumentar o salário de seu prefeito.

Mas, eis que hoje uma nova surpresa, não foi apenas a cota do lixo a reduzida mas apenas 7,3% do dinheiro reservado para a construção de piscinões na cidade foi usado.

Ou seja, de um orçamento de 18,5 milhões para a construção e manutenção de reservatórios de águas de chuva e afins, apenas 1,3 milhão foi realmente usado. A desculpa? Todos já conhecem, a crise! O paulistano pode ficar debaixo d'água, perder suas casas, seu emprego, não conseguir chegam em casa, perder seus carros e, enfim, perder sua vida, mas o prefeito e seus secretários precisam multiplicar seus salários para manter suas casas nos Jardins e suas mordomias.
Dos R$ 27,5 bilhões previstos de receita para este ano, R$ 6,3 bilhões foram congelados. Kassab argumenta que a arrecadação será muito menor que o previsto por conta da crise financeira internacional, daí a necessidade de congelamento.
É engraçado que o Kassab não vê problema em congelar bilhões do dinheiro do povo, mas seu salário não fica congelado!

Na verdade o problema não é apenas o Kassab mas toda a estrutura política brasileira. Ano após anos os crápulas do Senado e Câmara dos Deputados elevam seus salários sem pestanejar, chegam a receber mais de 60 mil entre salário e "ajudas" diversas, enquanto o pobre sobreviver com 500 reais mais Vale-Transporte em um sistema precário e falido; e é bom que se dê por satisfeito! Sequer estou contando os milhões que roubam e desviam, porque não é possível mensurar e neste país corrupto não vai para a cadeia, apenas o pobre, o negro, o favelado.... Com Gilmar Mendes no STF então, sem chance de magnata acabar preso.


Enfim, vemos a continuidade de um costume consagrado no Brasil, o de contenção de gastos no que importa para o povo e uma gastança desmedida no que é do interesse dos parlamentares e ladrões afins. Sempre encontram uma desculpa para ajudar aos seus, dão emprego para parentes e amigos, roubam descaradamente, usam todo o dinheiro que podem em suas "obras" e emendas parlamentares... Não falta dinheiro! Mas quando se fala em elevar o salário mínimo é uma grita! Não há orçamento! Ao menos com o Lula, neste ponto, a coisa foi mais branda.

Quando falam em elevar o salário dos professores, nem pensar! No Rio estamos vendo a revolta dos professores que terão de esperar até 2015 para verem 300 reais a mais em seu salário miserável. Um prefeito ganha 22 mil reais, um professor ganha menos de 700. Como um ser humano pode considerar um prefeito mais importante que um ou milhares de professores? No Brasil tem político que tenta explicar. Nem precisam, são eles que mandam, que elevam seus próprios salários e deixam o povo na miséria.
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