Dia de chuva em São Paulo significa o caos. Alagamentos, trânsito caótico e batendo recordes.... E, como não poderia deixar de ser, pane na Telefônica! Sim, mais um! Não tem sequer um mês, nem bem duas semanas que a Telefônica voltou a vender seu serviço medíocre do Speedy depois de mentir afirmando ter resolvido suas falhas.
Passam alguns dias e a verdade vem à tona, problema não é apenas do Speedy, mas da Telefônica como um todo, uma empresa de quinta categoria que não investe em infra-estrutura e deixa os usuários - que PAGAM CARO - na mão.
O que o Ministro Hélio Costa dirá agora? Se desculpará por ter afirmado que a Telefônica tinha cumprido todas as regras do acordo com a ANATEL ou se calará com o bolso cheio?
Hoje, caiu novamente o serviço telefônico. Todos os telefones mudos. A TV da Telefônica, outro primor de mau funcionamento, também fora do ar em vários locais de São Paulo. PM, Bombeiros e outros serviços ficaram fora do ar. A Telefônica irá se responsabilizar por quem for morto ou assaltado por nãoconseguir ligar para o polícia na hora do desespero?
Sem dúvida, se vivêssemos em um país decente, a diretoria inteira da Telefônica seria responsabilizada diretamente por qualquer dano causado à população pelos problemas eternos da empresa.
Não é a primeira, a segunda, a terceira nem a vigésima vez que passamos por isto. Ou ficamos sem telefone, sem internet, sem TV, esquecidos, prejudicados, lesados... E NADA acontece à Telefônica.
O mais engraçado de tudo? Quando da suspensão do Speedy, os crápulas da tal empresa ao invés de se desculparem de joelhos e se retratarem e, enfim, investirem pesado na melhoria do serviço (sic), partiram pro ataque! Se a suspensão fosse longa teriam que demitir!
Não só são canalhas mas ainda ameaçam, se achando corretos.
O problema final, como todos no Brasil, é esperar que o poder público se mexa. Não vai. Nunca se mexeu, nem vai ser agora que vão tomar uma atitude decente, multar em bilhões a empresa, forçá-la a investir pesado e fiscalizar cada passo sem aceitar propinas e subornos, patrocinar a criação de uma empresa estatal concorrente à Telefônica - se valendo das pesadas multas a serem aplicadas à empresa - e, em último caso, estatizar a própria Telefônica sem pagar um tostão aos seus donos, nossos queridos espanhóis.
Ou fazemos isto ou sofreremos ad eternum as consequências de uma péssima administração, de um monopólio nefasto e da corrupção galopante em nosso país.
Aliás, um adendo, não surpreende a resposta da Telefônica sobre a pane: Não sabem o que causou. Eles costumam culpar o tempo, o acaso, terceirizados, a sorte... NUNCA a culpa é da má infra-estrutura, a real causa.
Segundo a Telefônica, operadora responsável pelo serviço, a falha pode ter acontecido devido à forte chuva que afeta a região desde o início da manhã.Desta vez afirmam que PODE ter sido a chuva! Que beleza, PODE ter sido, não fazem idéia do que aconteceu e provavelmente jamais saberão, ou melhor, jamais divulgarão a verdade. E o ministro? É, o ministro...
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Para além dos problemas com os telefones, internet e afins, resta um problema que é o principal, a invenção de que se investe em infra-estrutura em São Paulo.
Cheguei hoje de viagem, meu vôo chegou às 9 da manhã em Guarulhos e, com a chuva, levei quase 4 horas para chegar em casa, no centro de São Paulo. Foram pelo menos 3 horas e meia no trânsito, desviando de alagamentos, de ruas fechadas e raramente encontrando qualquer policiam ou "marronzinho". Nada.
A cidade simplesmente abandonada à sua sorte.
Por mais que iniciativas como o Cidade Limpa de Kassab ou a Lei Anti-Fumo de Serra tenham seu lado positivo e tenham tido repercussão imensa, de que adianta uma cidade sem outdoors mas com carros debaixo d'água? A cidade "limpa" no alto mas embaixo canaletas entupidas, ruas alagadas, intransitáveis e uma podridão imensa?
De que adianta não respirar o ar dos cigarros em bares mas inalar quantidades avassaladoras de poluição dos milhões de canos de escape num dia de engarrafamento por uma simples chuva?
Os problemas de São Paulo são muitos, mas sinto que só vemos medidas cosméticas sendo efetivamente implementadas. Onde estão as frentes de trabalho para limpar de fato a cidade, a sujeira visível e invisível? Onde estão as obras para melhorar o trânsito, para ampliar a malha de veículos coletivos?
Pura politicagem. São Paulo agoniza, mas respira um ar limpo - de nicotina apenas - e observa fachadas decrépitas de prédios caindo aos pedaços - mas sem outdoors.
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Update:
Vale lembrar que o prefeito Kassab reduziu em 20% o valor dado à coleta de lixo. Ao mesmo tempo elevou o seu salário e o de seus secretários. Sem dúvida Kassab acredita que coletar o lixo, limpar as ruas e, como consequência, evitar grandes enchentes pelo entupimento dos bueiros e afins, não é tão importante quanto encher a barriga e os bolsos de si mesmo e de outros inúteis do mesmo estilo.
O salário do prefeito passa de R$ 12.384,04 para R$ 22.111,00. Quase o dobro! Alguém se lembra de ter recebi aumento parecido nem toda sua vida?
“Acho que é mais do que suficiente R$ 903 milhões [de investimentos em coleta de lixo em 2008]. Só falta alguém dizer que temos de investir mais. É mais do que adequado para uma cidade que tem orçamento de R$ 25 bilhões”
Será que os paulistanos acham o mesmo? Que tal o senhor Kassab realizar uma pesquisa com a população sobre se eles preferem coleta de lixo ou prefeito com super-salário?
As empresas de coleta de lixo, obviamente, não gostaram do corte, muito menos os funcionários demitidos.
"- A situação está ruim, pois as empresas de limpeza urbana já demitiram 1.600 funcionários, e deve piorar. Até o fim do mês, calculamos que as demissões possam chegar a três mil - avalia José Moacir Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco).É Kassab garantindo o seu milhão de cada dia - e para os seus secretários - enquanto o povo morre soterrado!
Segundo Pereira, o número total de funcionários para limpar as ruas da cidade antes das demissões, cerca de 8.500, já era considerado insuficiente."
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Update:
08/09/09 - MPF-SP move ação contra Anatel por esconder erros de empresas de telefonia fixa
As irregularidades foram constatadas no sistema de cobrança e bilhetagem após fiscalização da agência reguladoraO Ministério Público Federal em São Paulo moveu Ação Civil Pública na Justiça Federal de São Paulo para obrigar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a publicar o resultado de fiscalizações realizadas no sistema de cobrança de prestadoras de serviço de telefonia fixa. A agência teria negligenciado em seu dever de informar aos consumidores sobre os sistemas de bilhetagem e cobrança. Esses sistemas são relativos ao tempo das chamadas em minutos, ao tipo da ligação (local ou não), ao plano escolhido pelo consumidor, a chamadas não atendidas, entre outros dados. A Anatel não publica as irregularidades identificadas.
Na ação, o procurador da República Márcio Schusterschitz da Silva Araújo afirma que “a Anatel sabe que o consumidor paga a mais por erro da prestadora e esconde esse fato, prejudicando, inegavelmente, a informação e, essencialmente, a própria reparação do dano”. Além disso, alega o procurador, a agência deixou de cumprir sua função de defesa do consumidor.
Segundo Schusterschitz, os princípios do Código do Consumidor que inspiraram a ação foram o direito à informação e transparência no mercado de consumo, o direito à ação governamental que efetivamente o proteja e o direito à coibição de todos os abusos praticados no mercado de consumo.
O procurador afirma, sobre o papel da Anatel e de outras agências reguladoras, que “a regulação é modo de presença efetiva e contínua do Estado no serviço público prestador por pessoa de direito privado, vinculada por seus fins a tutela do consumidor, direta e indiretamente”.
“O erro implica verdadeiro enriquecimento ilícito por parte da prestadora, conhecido pelo regulador, que quebra a boa fé no contrato, a lealdade nas relações de consumo, a eficiência econômica no setor e o sistema de incentivos na prestação adequada”, conclui Schusterschitz, ao pedir que a Anatel seja obrigada a publicar o conteúdo das irregularidades em site ou no Diário Oficial.
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Procuradoria da República no Estado de S. Paulo
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