Aparentemente o site respondeu à Jillian e eis a resposta.
Eu tenho escrito sobre os problemas do Facebook durante quase quatro meses, então imagine minha surpresa ontem quando recebi um e-mail de um funcionário do Facebook, em resposta aos meus posts. Como eu não tenho a permissão do funcionário para usar seu nome ou postar seu e-mail na íntegra, vou postar os trechos mais notáveis, com minhas próprias anotações.
Em referência ao seu post mais recente sobre a exclusão do termo "palestinian" das Páginas do Facebook, eu queria entrar em contato com você pessoalmente e certificar que este foi o resultado de uma anomalia em um sistema automatizado. A finalidade deste sistema é verificar e autenticar os nomes de perfis e um erro inédito estava aplicando esta mesma regra às Páginas. Estamos no processo de correção desse "bug", se não tiver sido corrigido já.Como eu noite ontem de manhã, o problema havia sido corrigido rapidamente. Eu não estou completamente certa de que acredito que tenha sido um "bug", considerando que aparentemente só funcionava com os termos“Nazi,” “Palestinian,” e “Al Qaeda, no entanto, estou feliz por eles terem resolvido. Curiosamente, há essa questão de sistema automatizado de novo. O que posso deduzir desta nota é que, provavelmente devido a relatos de usuários, a palavra "Palestinian" foi de certa forma considerada inapropriada para as Páginas do Facebook.
Além disso, nós entendemos que o nosso produto constitui um recurso valioso para muitos da comunidade global dos direitos humanos e de advocacy e, por favor, não hesite em enviar um e-mail diretamente para mim no futuro, com os problemas específicos de ativistas de boa fé e organizadores.
Esta é uma notícia maravilhosa. Espero que ela signifique que, ao contrário de seu companheiro funcionário do Facebook, Barry Schnitt, que deixou um comentário no blog da Rebecca MacKinnon, com o mesmo convite, e não respondeu aos vários e-mails enviados a partir de usuários com dúvidas.
Vale a pena ressaltar que isto não é assim tão diferente de como outras empresas de mídia social chegam até as preocupações de ativistas rapidamente. Houve várias situações em que um ativista entrou em contato comigo, ou alguém no campo, e usou um de nossos contatos para chegar rapidamente até alguém em uma empresa de comunicação social e corrigir o problema. Como se percebe, no entanto, isso não é nem prático nem sustentável.
No e-mail, o funcionário também alude a ler o meu blog e ficar sabendo do meu próximo trabalho sobre o conteúdo de policiamento nessas esferas. Estou feliz, meu objetivo em escrever estas mensagens foi para chamar a atenção do Facebook, e aparentemente funcionou. O próximo passo, é claro, é ter certeza de que podemos manter a sua atenção e garantir que os ativistas que usam a plataforma estão seguros.
*Traduzido por Raphael Tsavkko
O que se tira da questão é que, sendo ou não vontade ou ação do Facebook banir esta ou aquela palavra, é igualmente preocupante que o sistema aceite ou seja suscetível a "falhas" como esta. Se o sistema "aprende" com os usuários podemos chegar à conclusão de que o site é infestado de Sionistas? O que vai acontecer quando começarem a barrar temas mais corriqueiros? E como pode a visão política de uns influenciar TODO o sistema de forma tão fácil e completa?
São questões que o Facebook precisa, ainda, responder.
O site tem muito poder nas mãos, se aproxima dos 500 milhões de usuários e o número não para de crescer. É uma referência e, como tal, precisa ter um sistema que seja mais do que um simples agregador de opiniões e gostos dos usuários.
Mesmo termos que muitos não veriam problemas em censurar - como "Nazi" e "Al Qaeda" não deveriam ser bloqueados, pois da mesma forma que diz impedir a propagação do terrorismo - suponho -, impede que pessoas estudem o fenômeno e criem grupos legítimos, apenas com nomes polêmicos. bloquear um "nome" é algo que beira a estupidez, como se alguém com reais intenções de cometer crimes e etc fosse ser tão burro a ponto de colocar um alvo na testa.
Falha ou não, é preocupante. Todo tipo de censura é preocupante e repudiável.