sábado, 4 de julho de 2009

A dificuldade de ter um blog ou como não ficar neurótico

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Este é um post não-post, um desabafo não-desabafo, sim, é estranho e pseudo filosófico mas é bem por aí...

Eu tenho o costume de postar 3, 4 vezes ao dia, muitas vezes até mais, especialmente com o que vem acontecendo no Irã, em Honduras... Mas aos fins de semana entro em crise, costumo sair, ficar na casa de amigos, da namorada e quase não acesso à internet. Bate o desespero.

Engraçado que quando criei o blog minha intenção era apenas escrever para mim, colocar meus pensamentos de forma mais organizada e tentar falar menos sozinho. Começou a ficar sério, comecei a comentar muito em outros blogs, a notar que pessoas me seguiam, que eu tinha alguns acessos diários e comecei então a tentar mante uma média para conseguir atrair mais leitores e manter os que já tinha.

Virou um vício. Imagino que saudável porque eu sempre passei tempo demais na internet, mas agora ao menos me aprofundo mais no que leio, seleciono melhor o conteúdo, consigo delimitar melhor os sites e as notícias que vou atrás e eliminei muita besteira que lia e perdia meu tempo.

Mas, do nada, criei um certo senso de responsabilidade com o leitor, me sentindo o próprio jornalista. Sei que tenho alguns leitores diários, converso com alguns deles, comento em seus blogs e etc e esta relação se tornou quase obrigatória e aos fins-de-semana, como eu disse antes, bate o desespero de nao corresponder, de não postar, de não acompanhar o que acontece.

Sempre foi difícil para mim passar 2 dias sem internet e depois ter que recuperar o tempo perdido, saber o que perdi, saber se aconteceu outro golpe, se aconteceu uma eleição e por aí vai. Agora, além disso, escrevo. Complicado.

Se tornou inevitável ficar sempre de olho no contador de visitas, no contador de assinantes do feed, no tráfego do blog e etc, sempre atrás de mais e mais visitas, de forma que eu sentisse que minhas idéias tinham validade e estavam sendo passadas. Bem, ao menos isso, este sentimento, diminuiu bastante, senão ficava neurótico!=)

Juntem à isso o Twitter recém criado (@Tsavkko) que é simplesmente fantástico, uma ferramenta incrível e que agora consigo compreender o porque de ter sido fundamental nos protestos do Irã, mas que me ocupa um tempo grande - mesmo que através dele eu receba informações valiosas - e, no fim, o meu velho e querido micronacionalismo, uma atividade política, como uma simulação de Estado-nação na internet, que sempre me ocupou um tempo imenso e agora sinto estar negligenciando um pouco.

O Micronacionalismo, aliás, que foi o responsável tanto pela minha decisão de me graduar em Relações Internacionais quanto por te me direcionado para a área de comunicação, cibercultura e cibergeografia, resultando na minha iniciação científica - terminada em fevereiro - e, enfim, neste blog, no meu atual estágio e na minha vida hoje!=)

Enfim, a tecnologia é uma maravilha, mas também traz seus problemas, traz a dificuldade em administrar o tempo, em conseguir ter prioridades, em conseguir acompanhar tudo que está por aí, blogs, feeds, twitts, notícias e por aí vai.

Enfim, este post não tem nenhum objetivo específico além de compartilhar estes sentimentos, alguns podem achar imbecil, outros podem concordar e alguns podem até se sentir iguais. Mas, no fim, será que alguém vai ler isso?;-)

Ah, sem tags dessa vez, destoa demais da proposta do blog!
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Comentários
2 Comentários

2 comentários:

Hugo Albuquerque disse...

Raphael,

Bem, eu li. Sinceramente, entendo exatamente o que você quer dizer. Desde que eu descobri a blogosfera há pouco menos de dois anos atrás, passei a me informar diariamente nela, depois comecei a comentar - primeiro no blog do Nassif, depois, fui descobrindo e comentando em outros.

Em um dado momento, me ocorreu a ideia de ter um blog, mas eu relutei o ano passado inteiro. Temia não escrever direito, não conseguir manter uma rotina de posts e acabei protelando a ideia. Nos fins de janeiro, numa noite fria e solitária - daquelas que não rolava debate nem nos blogões -, me irritei, construi o meu blog e postei pra mim mesmo.

Depois me ocorreu de linkar a URL d'O Descurvo no formulário do blog do Idelber - buteco virtual que eu frenquentava mais naquela época assim como é ainda hoje - e linkei ele também no Orkut.

Postava pra mim mesmo, até o dia em que eu fui no protesto contra a Ditabranda com uma amiga minha, a Laura, e eu pedi que ela me mandasse por e-mail as fotos que ela tava tirando para eu postar no meu blog. Publiquei lá e algumas pessoas foram comentar. Percebi que as pessoas me liam e um pessoal que foi me ler continuou frequentando com certa assiduidade.

Dali em diante, comecei a sentir esse senso de responsabilidade de postar melhor e postar sempre. Quando das provas de fim de semestre, onde eu realmente não podia postar, me via louco de raiva; deixei o blog inoperante por toda a primeira semana de Junho e na terceira semana, não tinha tempo para fazer postagens longas.

Em vários momentos, me sinto meio escravo do blog, mas sinto um prazer enorme em ficar trocando ideia com pessoas; a Internet permite conhecer gente muito interessante que você provavelmente não conheceria na vida "real" - se é que isso existe - e isso não tem preço.

Na blogosfera acabamos criando o nosso próprio mundinho, mas é um mundinho que, de certa forma, pode influenciar o mundo de fora, não sei. Talvez eu chegue a algum equilíbrio quando passar a empolgação dos primeiros seis meses.

Hugo Albuquerque disse...

ah e pra não passar batido, remeto aqui um infame e-mail que eu recebi de um amigo meu:

SABE QUE ESTÁ FICANDO LOUCO NO SÉCULO XXI QUANDO:

1. Você envia e-mail ou MSN para conversar com a pessoa que trabalha na mesa
ao lado da sua;

2. Você usa o celular na garagem de casa para pedir a alguém que o ajude a
desembarcar as compras;

3. Esquecendo seu celular em casa (coisa que você não tinha há 10 anos), você
fica apavorado e volta para buscá-lo;

4. Você levanta pela manhã e quase que liga o computador antes de tomar o
café;

5. Você conhece o significado de naum, tbm, qdo, xau, msm, dps, Cc, Cco,...;

6. Você não sabe o preço de um envelope comum;

7. A maioria das piadas que você conhece, você recebeu por e-mail (e ainda por
cima ri sozinho...);

8. Você fala o nome da firma onde trabalha quando atende ao telefone em sua
própria casa (ou até mesmo o celular !!);

Você digita o '0' para telefonar de sua casa;

10. Você vai ao trabalho quando o dia ainda está clareando e volta para casa
quando já escureceu de novo;

11. Quando seu computador pára de funcionar, parece que foi seu coração que
parou;

11. Você está lendo esta lista e está concordando com a cabeça e sorrindo;

12. Você está concordando tão interessado na leitura que nem reparou que a
lista não tem o número 9;

13. Você retornou à lista para verificar se é verdade que falta o número 9 e
nem viu que tem dois números 11;

14. E AGORA VOCÊ ESTÁ RINDO CONSIGO MESMO;

15. Você já está pensando para quem você vai enviar esta mensagem;

16. Provavelmente agora você vai clicar no botão ''Encaminhar''... É a
vida...fazer o quê... foi o que eu fiz também...

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