Blog de comentários sobre política, relações internacionais, direitos humanos, nacionalismo basco e divagações em geral... Nome descaradamente baseado no The Angry Arab
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Os Colombianos votaram contra a América Latina
Difícil não sentir pena de uma população que, mesmo massacrada, mesmo assassinada por paramilitares aliados ao poder, continua mantendo no poder seus algozes. Pese que a abstenção beirou os 50% e que o candidato de oposição, Antanas Mockus, dificilmente representava qualquer mudança real - a situação mais parecia a dos EUA com Democratas e Republicanos, dois lados da mesma moeda -, o resultado, ainda assim, foi o de uma esmagadora vitória do militarismo fascista.
Mockus, repito, não representava qualquer mudança. Este deixou claro antes que tinha muito mas em comum com Serra no Brasil e que iria manter a "guerra contra o terror" e a perseguição contra as FARC que, não são santos, mas não irão ser derrotadas pela mera força militar - a não ser que a Colômbia resolva partir para a guerra total ao estilo Cingalês (contra os tigres Tâmil) e cometa um dos maiores genocídios já vistos na região.
A obviedade da falta de contraponto ficou clara na completa falta de apoio a Mockus no segundo turno por parte dos partidos opositores, em especial do Polo Democrático que preferiu ficar calado a se comprometer com uma mudança apenas no papel.
O Partido Verde conseguiu melhorar sua votação, mas nada que escondesse a realidade de uma derrota esmagadora que serviu apenas para fragmentar ainda mais as forças opositoras e mostrar que o discurso anti-Uribe por mais que encontre eco, vem em formas e formatos muito diversos para garantir espaço suficiente.
O discurso do Partido Verde colombiano, aliás, em muito se assemelha com o do Partido Verde tupiniquim de Marina Silva. Ambos se apresentam como um contraponto à direita, mas no fim não passam de correntes de transmissão que, uma vez no poder, pouco fariam de diferente. Mudanças seriam cosméticas apenas, na aparência - um tom "verde" tão em voga atualmente -, mas dificilmente nos pontos de maior relevância.
A eleição, enfim, por mais que não trouxesse uma disputa entre dois lados efetivamente antagônicos, trazia uma alternativa ao Uribismo puro. O que se viu nos anos de Álvaro Uribe na presidência foi o constante desrespeito aos Direitos Humanos, o crescimento dos assassinatos de civis nas mãos das forças armadas, o aumento da corrupção e do controle do Estado por parte dos aliados do presidente.
Se é fato que a violência das FARC diminuiu, também o é que os métodos utilizados foram os piores possíveis. Os fins, para Uribe, justificam os meios desde que este permaneça no poder.
Santos, um de seus comandantes mais leais, provavelmente manterá inalterada a política de extermínio da oposição no campo, a política de crimes contra a humanidade e, quando pensamos em América Latina, a política de aliança ferrenha com os EUA contra os interesses da região será mantido.
Não surpreende que o presidente Lula em sua felicitação ao vencedor logo o tenha convidado a somar na UNASUL: Os Colombianos não são confiáveis na composição de alianças regionais que possam por em perigo ou ao menos em cheque o poderio total dos EUA.
O futuro da América Latina encontra, na Colômbia, um significativo problema.
4 comentários:
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é votaram... e é com o tipo de gente abaixo que voce se parece...
Desafio o governo Lula e seus 60 intelectuaizinhos de estimação, os partidos de esquerda, o dr. Baltasar Garzón e todos os camelôs de direitos humanos a provar que qualquer das afirmações seguintes não corresponde aos fatos:
1. Todos os militantes de esquerda mortos pela repressão à guerrilha eram pessoas envolvidas de algum modo na luta armada. Entre as vítimas do terrorismo, ao contrário, houve civis inocentes, que nada tinham a ver com a encrenca.
2. Mesmo depois de subir na vida e tomar o governo, tornando-se poderosos e não raro milionários, os terroristas jamais esboçaram um pedido de perdão aos familiares dessas vítimas, muito menos tentaram lhes dar alguma compensação moral ou material.
Texto completo
Nada, absolutamente nada, sugere que algum dia tenham sequer pensado nessas pessoas como seres humanos; no máximo, como detalhes irrisórios da grande epopéia revolucionária.
Em contrapartida, querem que a opinião pública se comova até às lágrimas com o mal sobrevindo a eles próprios em retaliação pelos seus crimes, como se a violência sofrida em resposta à violência fosse coisa mais absurda e chocante do que a morte vinda do nada, sem motivo nem razão.
3. Bradam diariamente contra o crime de tortura, como se não soubessem que aprisionar à força um não-combatente e mantê-lo em cárcere privado sob constante ameaça de morte é um ato de tortura, ainda mais grave, pelo terror inesperado com que surpreende a vítima, do que cobrir de pancadas um combatente preso que ao menos sabe por que está apanhando. Contrariando a lógica, o senso comum, os Dez Mandamentos e toda a jurisprudência universal, acham que explodir pessoas a esmo é menos criminoso do que maltratar quem as explodiu.
4. Mesmo sabendo que mataram dezenas de inocentes, jamais se arrependeram de seus crimes. O máximo de nobreza que alcançam é admitir que a época não está propícia para cometê-los de novo – e esperam que esta confissão de oportunismo tático seja aceita como prova de seus sentimentos pacíficos e humanitários.
5. Consideram-se heróis, mas nunca explicaram o que pode haver de especialmente heróico em ocultar uma bomba-relógio sob um banco de aeroporto, em aterrorizar funcionárias de banco esfregando-lhes uma metralhadora na cara, em armar tocaia para matar um homem desarmado diante da mulher e do filho ou em esmigalhar a coronhadas a cabeça de um prisioneiro amarrado – sendo estes somente alguns dos seus feitos presumidamente gloriosos.
6. Dizem que lutavam pela democracia, mas nunca explicaram como poderiam criá-la com a ajuda da ditadura mais sangrenta do continente, nem por que essa ditadura estaria tão ansiosa em dar aos habitantes de uma terra estrangeira a liberdade que ela negava tão completamente aos cidadãos do seu próprio país.
7. Sabem perfeitamente que, para cada um dos seus que morria nas mãos da polícia brasileira, pelo menos 300 eram mortos no mesmo instante pela ditadura que armava e financiava a sua maldita guerrilha. Mas nunca mostraram uma só gota de sentimento de culpa ante o preço que sua pretensa luta pela liberdade custou aos prisioneiros políticos cubanos.
Desses sete fatos decorrem algumas conclusões incontornáveis. Esses homens têm uma idéia errada, tanto dos seus próprios méritos quanto da insignificância alheia. Acham que surrar assassinos é crime hediondo, mas matar transeuntes é inócuo acidente de percurso (e recusam-se, é claro, a aplicar o mesmo atenuante às mortes de civis em tempo de guerra, se as bombas são americanas). São hipersensíveis às suas próprias dores, mesmo quando desejaram o risco de sofrê-las, e indiferentes à dor de quem jamais a procurou nem mereceu.. Procedem, em suma, como se tivessem o monopólio não só da dignidade humana, mas do direito à compaixão. Qualquer tratado de psiquiatria forense lhes mostrará que esse modo de sentir é característico de criminosos sociopatas, ególatras e sem consciência moral.
Não tenham ilusões.
É esse tipo de gente que governa o Brasil de hoje. - 25 de junho de 2010 às 20:45
- Raphael Tsavkko Garcia disse...
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Sabe o que eu acho divertido da direita? Costumam ser covardes e assinar como anônimos e também seus questionamentos não se sustentam por 5 minutos ou 2 linhas...
Mas vamos ver até ondeeu tenho paciência de responder.
1. Falso. Herzog nunca pegou em uma arma na vida e foi torturado e morto. As crianças torturadas pelo exército ou mortas pelo CCC eram "terroristas"?
Ah, e pra derrubar de inicio outro argumento seu, falamnos de uma DITADURA, um governo de exceção,ilegal, que desrespeitava os DH e a dignidade humana. Resisir contra ele era legítimo, logo, morreu seu ponto, se é que tinhas um.
2. Não entendi o que esse comentário raivoso e desconexo tem a ver com a Colômbia.
3. Dez mandamentos? Amigo, estamos falando de política. Colocar reglião no meio já te faz não ter argumento.
4. De resto nem vou perder tempo,ainda não entedi do que você está falando, se Brasil, colômbia ou algum mundinho particular... - 25 de junho de 2010 às 22:14
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Ahhh amigão.
Sua falaciosidade está afiada.
Citar casos contrários não muda o fato central.
Não estamos aqui falando de uma guerra campal com soldados uniformizados.
Pessoas inocentes morreram? Claro que sim!
E o militar estrangeiro morto por engano? Isso tira a sua "pretensa justificativa" de lutar contra o regime "desumano"?
Deixe de ser arrogante!
Esse comentário raivoso tem a ver com a descrição do seu caráter: deformado e ególatra, torpe e irresponsável.
Pare de tentar convencer o mundo de que seu umbigo é o centro do universo e você detém a verdade suprema.
Você diz lutar por "ideais", mas os seus "ideais" são puro ódio, preconceito e subversão. Critica instituições, mas sugere outras piores para substituí-las.
Afirmar que "o meu ponto morreu" é típico de pessoas com o complexo narcisístico que você possui. Quer encerrar a discussão "cantando vitória" baseado em falácias.
Quem vive em um mundinho particular é você!
Acorde! Todo esse ódio foi plantado na sua cabeça por intelectuais de segunda-mão que foram derrotados em uma guerra ideológica há mais de 50 anos.
O modelo ideológico que você defende NÃO FUNCIONA.
Seu preconceito é COISA DE MUSEU. - 26 de junho de 2010 às 15:52
- Raphael Tsavkko Garcia disse...
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Falaciosidade?
Me explica no que civis assassinados a sangue frio tem a ver com a guerra? Civis colombianos massacrados pelo próprio exército colombiano para fingir que mataram milhões de membros das FARC e atrás de recompensa?
Uribe, quando assumiu, disse que as FARC tinham um X número de membros, hoje, eles afirmam ter matado mais do que sequer existia! E as FARC continuam aí! Sabe de onde vieram os mortos? Dos camponeses civis massacrados.
Guerra?
E, amigo, este blog é meu, beleza? Eu escrevo o que bem entendo aqui, se você não se convence... foda-se! Agora volte à sua vidinha de merda e adeus. - 27 de junho de 2010 às 23:30