sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Gabriel Brito, do Correio da Cidadania, humilha fanático Eduardo Guimarães

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Eis que o querido (#SQN) fanático e ultragovernista (daqueles que venderiam a mãe se o PT mandasse) Eduardo Guimarães comentou no meu texto repostado pelo Correio da Cidadania:
Vocês perderam o juízo de publicar uma coisa dessas? Esse sujeito é um criminoso. E quem publica tal coisa, também
E o editor do Correio respondeu logo em seguida com um petardo que, já no segundo parágrafo, QUASE me fez ter pena da indigência intelectual de Eduardo Guimarães. Só quase.
O artigo reflete ideias legítimas de rebeldia e resistência à opressão, no caso do Brasil, doentia por parte das polícias. "Porque eu quis", é a frase que ainda paira em nossas mentes. Uma polícia genocida, sádica, condenada pela opinião pública mundial e que sabemos ser um resto da ditadura que não tiram da sala. Agora, com esse projeto desenvolvimenti sta baseado em negociatas e destruição ambiental, o braço militar é mais do que bem vindo. Inclusive pelos traidores de classe, que mostraram de vez de que lado estão nesse ano marcante. Por outro lado, não param de ganhar corpo os debates, e exigências, de desmilitarizaçã o da polícia, um dos grandes legados da luta desse ano. Mas claro que o governismo vai se lixar pra esse tema.

Você, Eduardo Guimarães, se for aquele blogueiro ultragovernista , não surpreende com seu ódio à esquerda autêntica e à radicalidade da ação política. Um sujeito que diz "junho negro" não pode ser de esquerda, apesar de se declarar, primeiro pela cegueira da análise, em segundo lugar pelo fanatismo acrítico a um governo que não toca (mas aprofunda!) nas bases da desigualdade estrutural, cujo projeto de “Brasil feliz” vem ruindo, mostrando o quão falacioso é. Você, como sabujo pequeno-burguês que se acha vanguarda só porque percebeu como é grotesca a mídia empresarial, mas nunca lutou pra valer por nada, está satisfeito com o atual estado de coisas, das condições de emprego e mobilidade nas cidades e na relação do poder público com o gado que somos. Por isso odeia tudo que se coloque mais à esquerda que teu partido de traidores de classe.

Mas pelo menos sabe dançar a música. Não esqueço que neste ano você escreveu artigo que, em linhas gerais, dizia "às favas com os escrúpulos", numa pífia racionalização que buscava se auto-convencer de que por um governo que reduza as desigualdades, justificar-se-iam todos os meios pelos seus fins. Santa falácia, pois é evidente que os neoburgueses saídos do movimento popular não podem ter compromisso algum com isso, diante dos pactos que firmaram. E não custa lembrar que assistencialism o combinado com neoliberalismo puro e duro é cartilha do Banco Mundial. Você apoia cegamente um governo que não faz nada além de seguir as determinações de “governança” ditadas pelo grande capital, principalmente internacional, enfim, um projeto socioeconômico ditado pelas burguesias de sempre. Só isso. O resto é propaganda oficial, que por sinal recebe mais investimentos que reforma agrária.

Mas está ótimo, pois esse é o petismo coerente dos tempos vigentes. De modo que suas opiniões sobre ações radicais são irrelevantes, uma vez que é um típico acomodado de classe média, que acha que os massacrados sempre podem e devem ter mais paciência pra terem seu lugar ao sol, ou ao menos seu direito a existir minimamente respeitado. De toda forma, os stalinistas fracassados, de ontem e hoje, mostram de vez de que lado estão no atual momento de ascensão (tão esperada) da luta de classes no Brasil. Certamente, como bom puxa saco do poder, você não reconhece luta de classe no atual momento, por mais notória que o seja, até porque estamos ainda em meio à maior crise econômica (causada pela ponta da pirâmide) em 80, 90 anos. Logo, a revolta popular que disso advém não deveria surpreender, ainda mais àqueles que nunca dormiram e sempre acompanharam as lutas justas e legítimas de diversos setores.

Agora, se você quer se colocar no lado mais forte e poderoso da luta política, nada contra, fique à vontade lambendo botas dos donos do país. Porém, ignorar a barbárie militar que nos assola, a democracia de chacinas, mostra uma completa ausência de sentido histórico na luta, parece até um gringo que acha que estamos no estado de bem estar europeu dos anos 60 e só os desajustados seriam capazes de se rebelarem. Você quer o Brasil da farsa, da falsa dicotomia petucana, negando o direito até de existir de quaisquer outras correntes, que vocês, com muita safadeza, acusam de fazer o “jogo da direita”. Uma piada demencial, diante das alianças que tua turma não cansa de fazer e refazer.

Se você quer ser baba ovo de um governo desses, que rifa o meio ambiente pra turma do Sarney fazer o que bem entender nas minas e energia, que abraça o latifúndio e mata a reforma agrária, que pratica o genocídio étnico contra pretos e índios em nome de um desenvolvimenti smo similar ao da ditadura, completamente desumano, e, por fim, que privatiza e leiloa tudo, fique, novamente, à vontade. Mas não venha cagar regra pra quem não fecha com esse pacto, com essa repaginação de nosso apartheid social.

Por fim, aprenda que criminosa é a polícia e toda instituição militar deste país, herdeira da ditadura (cuja lei de anistia foi reafirmada pelo STF quase todo nomeado pelo teu amado governo, enquanto a Comissão da Verdade vai morrendo de inanição). Criminoso é o genocídio da juventude pelas mãos da polícia. Criminosa é a Força de Segurança Nacional (criada pelo PT, que, como se vê, reforçou o militarismo da sociedade brasileira, agora tentando legalizar sua atuação dentro de projetos do governo!). Criminosa é a ocupação do Haiti como cabeça de ponte do papai do norte, como treinamento para o inimigo interno – nós aqui. Criminoso é um país com 60 mil assassinados por ano e sabe-se lá quantos desaparecidos, coisa de milhares também. Criminosas são as políticas de remoção de moradores, pra promoverem megaeventos pra alta bandidagem nacional se locupletar gostosamente. Criminosa é a repressão que cegou, matou, enfim, arrebentou, com todas as prisões ilegais a que teve direito, os manifestantes que demonstraram cabalmente a farsa de país que somos. Sem cidadania, sem saúde, educação, serviços essenciais de toda sorte e custo de vida sempre alto, com salários sempre corroídos pela eterna concentração de terra e renda.

Um país com esse quadro social é uma farsa e os amigos do poder, embriagados pelo romantismo de ver um operário oriundo da luta popular no comando do país, seguido por uma guerrilheira, estão como cegos em tiroteio. Não querem luta de classes, mas querem dar linha na rua, tomar à frente (como, se são capituladores?), querem ir no protesto marcado pelo outrora difamado MPL mas depois querem eleger Dilmas, Cabrais e Paes da vida. Danem-se vocês. Só pedimos o favor de que não venham se infiltrar na luta autêntica, porque das duas uma: ou vão anestesiar tudo, ou vão nos trair e, nos tempos atuais, nos mandar para o cárcere, como bons dedos-duros do “regime”. Vão lá, denunciar Black blocks em academias de polícia. Essa polícia carioca tão dócil e cheia de dignidade humana. Essa é a “esquerda” do poder. A caravana da luta de classe saiu do ponto morto, não tem mais o petismo na direção e exatamente por isso vocês babam de ódio. Querem o fim de tudo isso tanto quanto a direita. E nessa hora não tem “PIG” nenhum, na tentativa de desconstruir todo esse momento de luta popular, né? É tudo vândalo e baderneiro mesmo. Ontem “terroristas e subversivos”, hoje “vândalos e baderneiros”. Filme repetido.

“Junho negro”, disse o nobre homem de esquerda. Assim, para os bons burgueses e seus asseclas, somos “criminosos” mesmo. Afinal, viver à margem do poder dominante e suas instituições é isso mesmo aqui no Brasil. Aqui não tem pacto de classes com os poderes eternos dessa colônia da desigualdade, pra aceitarmos baixar a guarda a essa repressão ditatorial.

Daria pra falar muito, porque lastro e autenticidade pra defender posições realmente independentes, e radicais, nós temos de sobra. E não dissimulamos a tensão social pra limpar o terreno pra amigos supostamente de esquerda, com seus projetos destruidores da vida, do meio ambiente e de povos diversos. Um governo que catapultou o capitalismo brasileiro e pretende fazer a maior doação de patrimônio público da história, em novembro. Essa é tua esquerda, Edu. Por isso, somos realmente “criminosos”. Já vimos esse filme um monte de vezes, só mudaram os atores. No entanto, não venham mendigar votos pra gente no ano que vem, anunciando os fantasmas da direita “voltar” ao poder. Fizeram o mesmo apelo em 2010, se deram bem e vimos no que deu: um governo de direita no discurso e na prática, superprivatista , e vocês cagando na nossa cabeça, dizendo que os outros é que fazem o “jogo da direita”. Assim, vocês vão consolidando o latifúndio e o “país dos agrotóxicos”, em nome do povo, é claro. Entre outras condutas verdadeiramente criminosas e lesa-pátria.

Vai lá com a tua polícia. E, sugiro, promova um abraço coletivo em algum prédio do Itaú ou Bradesco, em nome da paz, contra os destruidores de patrimônio. Afinal, as vidraças de banco valem mais que qualquer vida daqueles que são espancados, torturados, presos e mortos pela polícia à qual o PT mostra grande admiração. Levantem um brinde aos 21 anos do Carandiru, comemorados no exato dia da publicação do artigo.
*Artigo enviado e editado pelo autor
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