Antes, por falta de quorum, a lei foi preprovada. Agora, com todos presentes, foi aprovada por maioria pelos conservadores aliados de Sarkozy.
É um retrocesso tremendo e um perigo para a liberdade de todos na Internet.
Parlamento francês aprova controvera lei antipirataria
RIO - O parlamento francês aprovou nesta terça-feira uma lei que permite que autoridades rastreiem downloads ilegais na internet e cortem a conexão de quem transgedir as regras por mais de três vezes.
De acorco com a legislação, os "piratas" da internet receberão dois avisos antes de ter sua conexão cortada após a terceira notificação, por um período de um ano. Durante esse tempo eles serão obrigados a continuar pagando o provedor. Os opositores criticam essa dupla punição e defendem que o acesso à internet é um direito fundamental.
Organizações de defesa dos consumidores temem ainda que o monitoramento online intrusivo e alertam que internautas inocentes podem ser punidos se tiverem suas conexões invadidas e utilizadas por hackers.
- Essa é uma lei ineficiente, ultrapassada e impraticável - disse o parlamentar socialista Patrick Bloche.
A aprovação representa uma vitória do presidente Nicolas Sarkozy, que apoia a controvera lei, e uma derrota para a oposição socialista que entrou em conflito com muitos de seus tradicionais partidiários no mundo das artes ao enfrentar a medida.
A esposa de Sarkozy, a ex-modelo e atualmente cantora Carla Bruni, teria sido uma das principais defensoras da legislação, que pretende proteger a indústria da música e do cinema.
Uma primeira tentativa de aprovar a proposta falhou no mês passado, quando poucos partidários de Sarkozy apareceram para votar. Nesta terça o mesmo problema não se repetiu, e a lei foi aprovada com 296 votos contra 233.
A proposta agora deve ir ao Senado, onde não deve ser votada em menos de um mês. Os opositores, no entanto, já prometem enfrentar a lei nas cortes francesas.
A indústria da música, no entanto, que pede que governos e provedores ajudem na luta contra o download de arquivos protegidos por direitos autorais, comemorou os esforços do governo francês. Alguns artistas normalmente ligados à esquerda, como a cantora Juliette Greco, também aplaudiram a medida.