quinta-feira, 9 de julho de 2009

Xinjiang: China e as Raíses históricas

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O el País denuncia a campanha de desinformação promovida pelo Partido Comunista (sic) Chinês no Xinjiang, acusando "grupos terroristas" de terem incitado os protestos e convoca o povo - parte Uigur e separatista e parte Chinesa e robótica - a não aceitar o separatismo na região, a lutar contra isso. Na verdade os Han já resolveram agir, armados com paus e qualquer outro material que possa ferir/matar para "defender sua terra", leia-se, assassinar Uigures.

"El Gobierno chino ha lanzado una contundente campaña de propaganda -incluido el lanzamiento de octavillas desde helicópteros y la pegada de carteles por toda la ciudad- para intentar calmar el odio étnico que estalló el domingo pasado en Urumqi y provocó violentos enfrentamientos entre miembros de las comunidades uigur y 'han', en los que murieron 156 personas, según el Gobierno chino, y más de 600, según los uigures en el exilio. "Los separatistas traen calamidad al país y su gente", "Debemos derrotar a los terroristas", "Rechaza el secesionismo étnico y el odio", rezan algunas de las grandes banderolas rojas que cubren los camiones cargados de soldados que peinan las calles de la capital de la región autónoma de Xinjiang. El Politburó anunció severos castigos para los responsables de la violencia y se comprometió a restablecer la paz. "Mantener la estabilidad en Xinjiang es la tarea más urgente en este momento", dijo el máximo órgano de poder del Partido Comunista Chino, que se reunió el miércoles pasado, liderado por el presidente Hu Jintao."

Algo que não pode, de maneira alguma, ficar na dúvida, é o caráter principal dos protestos e da revolta Uigur. Não há qualquer "choque de civilizações", as raízes do conflito não estão na religião, o fato dos Uigures serem muçulmanos não torna esta questão um caso de fanatismo religioso ou de "Jiihad", como muitos pseudo-analistas gostam de assinalar e usar erroneamente o termo.

Sobre manipulação midiática chinesa, podemos citar as acusações absurdas de "influência externa", a mesma usada na questão do Tibet. Antes era o Dalai Lama o agitador, agora é Rabiya Kadeer. Nos noticiários e jornais chineses apenas fotos dos Han mortos ou feridos nos confrontos, nada sobre os Uigures:

"La televisión sólo ha mostrado a los heridos han, ¿por qué no enseña a los uigures?", dice Nuriman, una mujer uigur de 25 años, delante de cuya casa, en una calle polvorienta, se produjeron algunos de los choques. "Vi como varios hombres se peleaban ahí, y algunos quedaban muertos en el suelo. Salí corriendo, y me escondí en mi casa", cuenta en voz baja un joven que tiene un pequeño negocio de bebidas y huevos en un callejón, con el miedo aún metido en el cuerpo."

Do Turkish Forum, a denúncia por parte dos Uigures de que o governo Chinês está, de fato, incitando os Han a se vingarem dos Uigures por sua revolta:

"The Uyghur man, a university student, said the relative media freedom around the Urumqi violence still appeared to be inciting further unrest.

“I think the government and the media are instigating the Chinese to seek revenge,” he said.

“The government is trying to portray the conflict between itself and the Uyghurs as a conflict among the people.”

A Uyghur women in Urumqi said some Uyghurs were afraid of further attacks, while others were outraged at a perceived difference in treatment of Uyghurs and Han protesters and rioters.

“If the government was as cruel towards them as they were towards the Uyghurs, they surely would be able to take care of the problem in a moment,” she said.

She said many in Urumqi expected worse to come. “It seems that there are going to be big problems. Everyone is talking about it.”

A second Uyghur student said police had held two groups of Uyghur and Han Chinese students at two universities apart.

“Today there was some friction between the Uyghur and Chinese students at the Xinjiang University of Medicine and Xinjiang University of Economics (XUE),” he said.

“Today, the students at XUE were about to go out and confront the Chinese rioters, but the police surrounded them, and did not allow them to go out.”

He said all able-bodied Uyghur young men had been removed from Uyghur neighborhoods in recent days.

“It is as if there are no men on our streets. I hope these people don’t come to where we live,” he added."

É a tática do "inimigo externo" e da fomentação do ódio ao outro, muito usado pela China para "amansar" suas minorias, que ficam obrigadas a temer sequer sair às ruas, pois podem ser espancados e mortos pelas turbas vingativas incitadas pelo governo. O medo acaba por diminuir qualquer vontade própria das minorias, acaba por fazer com que os protestos morram pelo medo da reação desproporcional do governo e dos civis que sofrem constante lavagam-cerebral por parte governo Chinês para caçar qualquer opositor.

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Txente Rekondo, do Gabinete Vasco de Análisis Internacional (GAIN), em artigo publicado pelo Boltxe, nos possibilita uma visão mais ampla das raízes do conflito que pode ser facilmente compreendida como a luta de um povo minoritário oprimido contra uma potência estrangeira ocupante, a começar pelo nome escolhido pelso conquistadores chineses para a região de mairoia Uigur, Xinjiang, que em chinês significa "Nova Terra" ou "Novos Territórios".

A luta de décadas dos Uigures pela construção de um Estado, o Turquestão Leste, é ignorada pela mídia internacional e sufocada pelo governo Chinês. Vale lembrar que durante os anos 30 e 40 dois Estados efêmeros Uigures foram fundados na região, o primeiro entre 1933 e 1934 e o segundo entre 1944 e 1949, ou seja, o sonho de independência dos Uigures não é nova, não é moderna e, acima de tudo, não é fruto de nenhum fanatismo islâmico ou supremacia religiosa muçulmana, termos que, pro si só, são absurdos

A política chinesa de ocupação e assimilação relegou o povo Uigur à miséria. No fim doas anos 40 95% da população do Xinjiang era Uigur, hoje este povo perfaz apenas metade da população. Mesma situação no Tibet, onde a população Tibetana foi por anos massacrada e a invasão Chinesa acabou por transformar o povo locam em minoria oprimida.

"Turkestán Este es la patria de los uighures, un pueblo de habla turca
y de religión musulmana, que viene a ocupar una extensión tres veces
mayor que el estado francés. Actualmente, en la zona ocupada por China
habitan cerca de veinte millones de personas, la mitad de los cuales
son uighures. Unas cifras que contrastan con el 95% que representaban
a finales de los años cuarenta."

O excelente artigo nos traz um fato interessante, pouco conhecido ou ao menos pouco divulgado e que dificilmente passa pela censura chinesa, a de que o Xinjiang não foi sempre controlado pela China, na verdade entre 755 e 1758 a região foi virtualmente livre e não estava sob qualquer controle chinês. Durante os anos 30 e 40, ainda, a região viveu períodos de independência com uma república própria sem qualquer controle chinês.

Como eu havia colocado antes, e Rekondo concorda, as raízes do conflito não são religiosas, senão políticas e econômicas; a desculpa da religião é a favorita nos ultimos anos de al Qaeda, sem que nenhuma potência sequer busque compreender quais as raízes de tais conflitos e sem também buscar separar o que pode de fato ser considerado "extremismo islâmico" (permitam-me usar o termo imperfeito) e mera luta por independência por parte de um povo islâmico (Uigures, Palestinos, etc).

Muchos analistas tienden a presentar el conflicto como la consecuencia
directa de una especie de ‘choque de civilizaciones’ (chinos frente a
musulmanes), acentuando la centralidad en torno a la religión. Sin
embargo, más allá de estas lecturas simplistas, la clave de esta
situación de enfrentamiento habría que buscarla en factores políticos
y económicos, donde la religión no sería más que uno de esos
componentes.

Esta conflictiva situación en torno a Turkestán Este ha permanecido
mucho tiempo alejada de las noticias, sin embargo, una serie de
acontecimientos a partir de los años ochenta, así como el peso de la
diáspora, han permitido que la llamada comunidad internacional tenga
que prestar mayor atención al mismo.

Durante os anos 80 e 90 a violência na região aumentou de forma clara, diversas marchas estudantis e protestos foram feitos e reprimidos pela polícia - ainda que sem a virulência dos ultimos dias - e desde o começo dos anos 90 grupos diversos se organizaram para tomar as armas e buscar seus próprios destinos. Rekondo narra o levanta armado de Baren, em 1990, ataques à bomba nos anos seguintes e finalmente a articulação de ataques, movimentos e protestos em 1996-97, num movimento articulado e unificado que foi e continua sendo duramente reprimido pela China.

A repressão de movimentos nacionalistas não é de hoje, a China talvez tenha um método repressivo mais cruel e de maior alcance mas o País Basco enfrente problemas semelhantes, com perseguições, tortura, prisões arbitrárias e "desaparecimentos", como o recente de Jon Anza, que até hoje não foi esclarecido passados meses de seu sumiço. A desproporcionalidade da resposta chinesa salta aos olhos mas recorde-mo-nos da FLN da Argélia e sua luta contra a França ou, ainda na China, a repressão contra os Tibetanos e, por fim, a repressão absurda em Myanmar contra minorias e contra os reformistas, que se assemelha bastante ao modelo chinês de repressão e violência (não à toa Myanmar é sustentado pela China).

Analisando o aspecto econômico, Rekondo nos mostra que o xinjiang é uma das zonas mais ricas da China (em si uma boa razão para a repressão de qualquer movimento ou sentimento nacionalista local) enquanto o povo Uigur um dos mais pobres e marginalizados. O Imperialismo chinês se fez sentir sobre a região duramente e os Han enriquecem ao tempo em que os Uigures são aculturados e oprimidos. Aos Uigures sobra o desemprego, a repressão, a fome e a miséria.

São párias em seu próprio país, o Turquestão Leste, e ainda vítimas de alianças espúrias entre as elites Han e o que sobrou das elites locais.

Hoy en día, el pueblo uighur sigue dando muestras de su voluntad por conseguir la estatalidad. Y a lo largo de estos años hemos visto cómo las expresiones de protesta han adquirido diferentes formas y expresiones. Desde actos planificados de protestas hasta manifestaciones e incidentes más espontáneos. Pero sobre todo, se puede observar un claro rechazo de la mayoría uighur a los intentos chinos de asimilación y dominación.

Las recientes manifestaciones muestran que el número de personas que toman parte en las mismas de forma espontánea es muy elevado, y son el mejor reflejo de ese rechazo popular a las políticas impuestas por Beijing. La explotación de los recursos naturales y el petróleo, la
inmigración Han, el desempleo, las pruebas nucleares, el uso del agua en el desarrollo urbanístico que requiere la expansión colonialista, dejando en una difícil situación a la agricultura local, la
discriminación, el aumento de las desigualdades, la persecución de actividades religiosas, que para muchos uighures ’son parte de su vida cultural y social’ son algunos de los motivos que generan la respuesta uighur al colonialismo chino.


Vídeo com cenas fortíssimas do massacre e, ao fim, imagens do resultado, corpos nas ruas, pânico...



É válida a leitura desta análise do Gara, via Eusko Blog, sobre a situação no Xinjiang.

"La propaganda china no cesa de identificar a los uigures con el «terrorismo» en un intento de debilitar su lucha por la independencia del Turquestán Oriental. Ello alimenta la suspicacia de los colonos chinos, que insisten en exigir seguridad y no ocultan su desprecio por sus vecinos musulmanes. «Urumqi se parece cada vez más a Bagdad», señalaba ayer Chen Xiping, un han de 32 años.

Como ocurre siempre, los colonos aseguran que son falsas las denuncias de discriminación que sufren los uigures. «En China existe libertad religiosa y cultural. Ellos son tan libres como nosotros», asegura Run, en un discurso que destila, bien que sibilinamente, mentalidad colonial.

Esta última crisis supone un serio revés para la política de la «sociedad armoniosa», concepto confuciano que lanzó en 2004 Hu Jintao en pleno debilitamiento del igualitarismo socialista de la era maoísta.

Justo es reconocer que la armonía se antoja un desafío gigantesco en un país superpoblado y mosaico en el que conviven -o en algunos casos malviven- 56 etnias distintas, sometido además a un proceso vertiginoso de crecimiento económico, lo que lleva aparejada una creciente desigualdad.

Los institutos de investigación registran cada mes en China 24.000 «incidentes masivos», en los que participa más de un millar de personas, en protestas contra expropiaciones de terrenos o contra la corrupción local.

La brecha de la riqueza se expande entre los han, que en general viven en zonas enriquecidas, y las minorías étnicas, confinadas las más de las veces en poco más que guettos."


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