A Telefônica descartou que a falta de investimento em infraestrutura seja o motivo das panes ocorridas neste ano em São Paulo, como a que aconteceu na última terça-feira (8). A declaração foi dada pelo diretor-executivo da empresa, Fábio Bruggioni, à Rádio Bandeirantes.
Ela afirma que investe e nós sabemos que é mentira.
Não é a primeira vez que a empresa tem a cara de pau de afirmar que está investindo tudo o que pode em infra-estrutura, quando da suspensão davenda do Speedy informaram o mesmo, que haviam investido R$ 750,00 e, destes, R$ 70 milhões só no Speedy, na rede.
A telefônica afirma ter investido 750 milhões de reais (70 milhões especificamente nos pontos citados pela ANATEL como problemáticos) mas, faça-me um favor, para um empresa que presta um serviço medíocre o investimento de míseros 750 milhões de reais soa como piada de mal gosto. Só a termo de comparação o lucro da empresa em 2008 passou dos 7.5 bi de Euros!
Pela cotação de hoje, 7.5 bi de Euros (2.7122) ultrapassa os 20 bilhões de reais! E a empresa afirma ter feito um grande investimento de míseroes 750 milhões de reais? Faça-me o favor! 3,75% de todo o lucro para investimentos, é simplesmente uma piada, uma ofensa contra os consumidores. Destes 750 milhões, o investimento direto aos problemas denunciados pela ANATEL e que levaram à suspensão da venda do Speedy nos sobram 70 milhões em investimentos ou 0,035%!
Pois bem, estes valores, por si só, denunciam que sem sombra de dúvidas não há nenhum investimento sério em infra-estrutura. De 20 bilhões em lucro, um investimento que não chega a 1/20 disto!
É impressionante a cara-de-pau do senhor Bruggioni ir até a imprensa anunciar uma mentira deslavada e uqe merecia uma punição exemplar. Estamos diante, novamente, de uma farsa.
Quando da suspensão da venda do Speedy o Ministro das Telecomunicações Hélio Costa, fez de tudo para suspender a determinação da ANATEL de proibir a venda do Speedy. Comentei sobre este fato e reproduzo abaixo:
"Do outro lado o imb... ops, Ministro Helio Costa afirmou que "O castigo foi merecido e já foi cumprido, mas agora a gente não pode prejudicar o usuário não. Temos que refazer o mais depressa possível". O castigo? Para uma empresa com 20 bi de lucro quanto será que esta suspensão afetou os lucros? Alguns poucos milhões, se muito?"
E, o ministro deve engolir suas palavras. O Speedy funcionou durante o último caos causado pela chuva em São Paulo mas a telefonia fixa da Telefônica, novamente, caiu, saiu do ar e deixou até bombeiros e polícia incomunicáveis.
Como já disse antes, a direção da Telefônica deveria responder criminalmente por cada chamada que a PM ou os Bombeiros deixaram de responder e que resultou em algum tipo de dano ao cidadão. Se mexer no bolso não funciona, suspender o serviço não funciona, que se processe criminalmente cada um dos diretores responsáveis por esta empresa medíocre.
No entanto, ele [Bruggioni] reconheceu que existe a possibilidade de melhoria na destinação de recursos para a rede, mas disse que os subsídios destinados são constantes e crescentes. Na entrevista, o executivo da Telefônica admitiu que não existe, atualmente, um plano B para serviços essenciais como o 190, o Corpo de Bombeiros e o Samu.
Esta declaração reafirma apenas o que eu digo, a empresa não tem qualquer preocupação ou comprometimento com a população. É um monopólio nocivo, precário e perigoso. Como podemos permitir que uma empresa que não se importa sequer em manter funcionando os serviços da polícia, emergência e bombeiros pode continuar a operar de forma exclusiva o sistema telefônico? Não existe plano B e o plano A é péssimo!
Bruggioni afirmou que não há como garantir o funcionamento em caso de interrupção dos serviços, mas disse que o conserto privilegia primeiro esses números.
Se não há como uma empresa garantir o serviço, o que se faz com ela? Substitui por outra. Na verdade, por outras. Abre-se concorrência, colocam-se outras empresas no jogo e, acima de tudo, o Estado fiscaliza. A ANATEL não cumpre seu papel, espera que a situação se torne insustentável para se mexer e, quando o faz, recebe pressões de um ministro mal-intencionado e abre as pernas para a empresa que chantageia.
Na quarta, a Telefônica anunciou o abatimento de um dia de assinatura ou da mensalidade dos usuários afetados pela pane nos serviços de telefonia fixa na Grande São Paulo. O ressarcimento vai ser feito automaticamente na fatura de prestação de serviços --ou seja, o usuário não precisa recorrer à companhia para que o valor seja descontado.
A questão, meus amigos, não é o ressarcimento, o que é óbvio, a empresa não poderia se furtar de dá-lo, mas sim que a Telefônica acredita que tudo se resolve dando alguns centavos de compensação por um péssimo serviço. Raramente passa mês em que eu não receba uns 6 ou 7 centavos de desconto do Speedy por alguma interrupção. Não me importo com os centavos, eu e os milhões de cidadãos forçados a usar os serviços (sic) da Telefônica queremos respeito e que o serviço funcione!
A assessoria [da PM] informou ainda que "pelo menos três ocorrências emergenciais chegaram ao conhecimento da polícia e dos bombeiros com atraso, dificultando as ações. Foram ocorrências de desabamento, soterramento e de pessoas ilhadas na enchente."
Aliás, a Telefônica pode ser multada em 50 milhões de reais, uma soma irrisória, ainda segundo a Lei Geral de Telecomunicações a coisa poderia ser bem pesada para a empresa, mas com a ANATEL e o ministro que temos, jamais chegaríamos perto da libertação:
"Uma decisão mais extrema pode levar à caducidade do contrato, de forma que uma concessionária estatal assuma o serviço de telecomunicações prestado pela Telefônica, até que se encontre um substitutivo aos serviços. Fontes próximas à Anatel, no entanto, descartam a possibilidade de execução desta medida."
Um processo desta natureza está em trâmite administrativo na Anatel, referente à pane na telefonia fixa ocorrida em junho
Queremos respeito e punições exemplares, queremos que a Telefônica sinta dor em seus bolsos, que seja proibida de vender serviços péssimos, que o Estado fiscalize e permita a concorrência e, acima de tudo, que os diretores e responsáveis por todos estes problemas sejam responsabilizados direta e nominalmente por cada pane, cada queda, cada problema. Não funcionando, que a Telefônica seja estatizada.