"Serra a culpa é sua! A greve continua"
Na verdade, o número total é disputado. Fala-se de até 60 mil na Paulista. Já para a PM...
Infelizmente só acompanhei o protesto perto do final, quando os professores caminhavam em frente à igreja da Consolação, já passada a confusão e o princípio de confusão com a PM. Não seria, afinal, um protesto sem que a PM tentasse espancar algumas pessoas.
De acordo com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo), há cerca de 30 mil manifestantes no local. Já a Polícia Militar estimou que o número de docentes protestando chega a 8.000.De qualquer forma, a organização dos professores e do sindicato (APEOESP) afirmam terem reunido pelo menos 30 mil professores e estudantes, já a PM afirma terem sido míseros 8 mil. Basta olhar para algumas fotos para termos a real dimensão do mar de gente que se manifestou da Paulista até o Centro de São Paulo. Só para passar pela Igreja da Consolação, a marcha levou quase meia hora!
"É uma honra muito grande dizer 'não' ao autoritarismo do governo de São Paulo. Esta foi uma semana de teste que Paulo Renato [Souza, secretário da Educação] e [José] Serra quiseram fazer conosco", afirmou a presidente do sindicato, Maria Izabel Azevedo Noronha. A entidade estima que 80% do magistério paulista esteja parado.
Doloroso constatar que boa parte das manchetes dos jornais online do dia do protesto comentavam ou davam mais publicidade ao trânsito e ao fato dos milhares de professores terem fechado avenidas que ao protesto ou às reivindicações em si. Jornalismo (sic) de esgoto com louvor.
No Estadão a manchete era "professores bloqueiam Paulista", no G1 "Após fecharem Paulista, professores seguem em passeata pela Consolação", na Folha "Motorista deve evitar tráfego" e no Ig "Após interditar ruas..."
Durante o protesto, os professores votaram pela manutenção da greve iniciada na segunda-feira - e que, até ontem, tinha baixa adesão, segundo a Secretaria de Estado da Educação. Para a pasta, apenas 1% da categoria aderiu. Segundo o sindicato, 80% das escolas do Estado paralisaram as atividades.A cobertura da mídia, porém, por mais tendenciosa que fosse, não pôde esconder o número avassalador de professores nas ruas reivindicando seus direitos e, obviamente, exigindo que Serra assuma a responsabilidade pelas péssimas condições de trabalho, pelos péssimos salários e que saia para o debate.
Os docentes pedem reajuste salarial de 34%, incorporação imediata de gratificações e o fim das avaliações e dos programas criados pelo governo José Serra. Eles marcaram uma nova assembleia para a próxima sexta-feira, também na Avenida Paulista.
Com gritos de "Serra, a culpa é sua, a greve continua" e faixas dizendo "Inimigo da educação não pode governar a nação", os professores começaram o protesto no vão livre do Masp, por volta das 14 horas.
Mas, em sua intransigência, Serra se recusa a negociar e ainda ameaça cortar o ponto dos grevistas. É, de fato, um criminoso.
Fotos via Uol, Estadão, G1, Ig, CMI e blog Efeito Colateral
Vídeos dos discursos finais na Praça da República: