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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Eleições em São Paulo: Balanços da derrota de Serra e do futuro governo Haddad

Haddad foi eleito prefeito de São Paulo com pouco mais de 56% dos votos.

Serra, porém, conseguiu ultrapassar os 40% dos votos, o que não é desprezível, ainda que a carreira de Serra tenha chegado a uma encruzilhada (felizmente, e espero que termine) e é preciso ter em mente que mais de 30% do eleitorado escolheu não confiar nem em Haddad e nem em Serra, somando abstenções, nulos e brancos.

Não é um dado desprezível e nem uma parcela da população a se deixar de lado. Vale notar que a abstenção do primeiro ao segundo turno subiu cerca de 3%, não é pouco.

Votos em São Paulo:
  • 6.896.290
  • 6.096.488 (88,40%)
  • 299.224 (4,34%)
  • 500.578 (7,26%)
  • 1.722.880 (19,99%)
Eu, particularmente, faço parte desta parcela que desconfia de ambos. Anulei. Comemorei e comemoro a derrota de Serra, necessária, mas não vejo com bons olhos a vitória de Haddad, um político indicado por Lula sem qualquer tipo de consulta ou "poréns". É homem do Lula, como a Dilma é figura dele e segue suas ordens.

Obviamente espero que Haddad possa ter personalidade e ser diferente de Dilma que, estruturalmente, faz um governo tucano.

Legitimidade

Haddad, é preciso sempre lembrar, venceu, mas não tem a legitimidade que talvez alguns petistas pensem.

Foi eleito não por suas forças, não pelos desígnios divinos de Lula - que em São Paulo tem força bastante reduzida em comparação ao Nordeste (e mesmo lá Lula sofreu grandes derrotas, como em Recife e Fortaleza) -, mas por um conjunto de fatores que vão desde o repúdio ao Russomanno, candidato sem eleitorado definido, aliado das forças mais retrógradas e teocráticas - forças que causam horror mesmo em setores eleitores do Serra - até também o repúdio ao próprio Serra, com rejeição tocando o teto.

Serra foi ao Rio buscar Malafaia, e perdeu. Investiu na homofobia - bandeira de Dilma no governo federal - contrariando até mesmo sua história e a do PSDB, que nunca foram, ao menos em São Paulo, retrógrados a este ponto ou neste assunto. Dois dos vídeos do Kit Anti Homofobia abortado por Dilma já faziam parte de material escolar promovido por Serra.

No começo da eleição, Haddad era um ilustre desconhecido, mesmo entre o eleitorado tradicional petista, logo, Russomanno, um ex-apresentador de TV conhecido e que surfou no discurso pró-consumidor, bastante em alta graças, ironicamente, ao Lula e ao PT, que transformaram a população mais pobre em consumidores (da pior forma possível, pois consumir não é ruim, mas também não é o fim último de tudo, não é a cidadania plena, é apenas uma etapa), conseguiu conquistar uma boa parte do eleitorado tradicional petista que não conhecia o candidato do PT. Conquistou ainda um eleitorado que repudiava o Serra e que não tinha candidato.

Começa a subida

Russomanno, com o tempo, viu seu eleitorado minguar e muitos acabaram aderindo ao Haddad ou mesmo acabaram no imenso bolo da abstenção, nulos e brancos. Haddad, por sua vez, cresceu quase que por inércia, navegando no número expressivo de eleitores tradicionais do PT e vitaminado - e isto foi decisivo - pela rejeição ao Serra (e não aos tucanos em si).

Ainda assim, a vitória de Haddad no segundo turno não veio com a folga esperada, mostrando que mesmo a rejeição serrista não fez com que um candidato fabricado há menos de um ano tivesse facilidades.

A crescente violência contra a população mais pobre, intervenções no Centro, como o Nova Luz, aumento da violência, piora no trânsito e a popularidade ínfima de Kassab, creditado como cria de Serra, contribuíram para a derrocada serrista que, aliás, sequer tinha apoio total dentro de seu próprio partido e mesmo o aliado Kassab se bandeava para os lados do PT.

Não foi Haddad que venceu, foi o Serra quem perdeu. E Haddad se tornou, de certa maneira, palatável à certos conservadores paulistas, que preferiram a escolha "menos pior" que o Serra.

Alianças com Maluf e outros conservadores são prova disso, por mais que, talvez, na soma, Maluf tenha perdido mais que Haddad ganhado.

Deus Lula

Acredito ser necessária uma nota quanto aos desígnios divinos do "deus Lula", como Marta Suplicy já o havia chamado. Lula não tem, localmente, a força nacional que elegeu Dilma. Em São Paulo são poucos os programas federais que conseguem a propaganda que os programas do PSDB. É uma cidade (e um estado) avessos ao governo federal e que deixam isso claro.

Se mesmo no nordeste, onde mesmo eu, um crítico do lulismo, sou forçado a ver mudanças significativas (para o melhor e para o pior), o Lula acumulou derrotas - Salvador, Fortaleza, Recife - para aliados (no caso das duas últimas cidades) e para um ferrenho opositor de um partido que cada vez mais se torna irrelevante (em Salvador), então como esperar que o poder do "deus Lula" funcione perfeitamente em São Paulo?

Esta espécie tosca e burra de "determinismo" quanto à força do lulismo, quase teológico, pode ser creditado como um dos responsáveis por certas derrotas do PT localmente, e pode causar problemas nas eleições estaduais daqui a dois anos.

Caciques regionais, estaduais e municipais, por vezes tem muito mais força que um cacique nacional, pois estão muito mais próximos da realidade local e do eleitor a todo o tempo. Cid Gomes e Eduardo Campos são a prova viva disso. Como aconteceu em Salvador, o candidato do PT, Nelson Pelegrino, teve forte apoio de Lula e Dilma, mas o péssimo governo de Jaques Wagner (do mesmo PT) ajudaram a que nem o apoio do "Deus Lula" fosse suficiente. O próprio candidato creditou sua derrota à greve dos policiais e professores, como se a culpa por estas greves não tivesse sido do próprio PT e da truculência com que trataram a questão.

Se o PT age como o DEM, como o PSDB, o povo acaba preferindo o original.

Já há, nos bastidores do PT, conversas sobre o Padilha para o governo de São Paulo. Uns dizem "mais um poste" e, neste caso, pode ser MUITO mais difícil para Lula elegê-lo, visto que Alckmin mantém popularidade alta, diferentemente de Kassab, o que pesou para Serra. 

Como disse o Chico (@elcapeto) no Twitter: "A relação do eleitorado com o PT passa muito mais por uma percepção pragmática de resultados do que por um "vestir a camisa" tipo peronista. Convoquem o povo às ruas pra protestar contra o resultado do julgamento do mensalão petista pelo STF. Boa sorte, vão precisar."

E o governo Haddad?

Mas voltando ao Haddad e a São Paulo, sabemos que ele não terá vida fácil. Precisará contentar com cargos e secretarias uma gama de aliados que vão desde o PP de Maluf ao PCdoB de Netinho, e até mesmo o PSD de Kassab (senão o próprio que irá cobrar para si um cargo até aparecer algo melhor).

Ou seja, não terá a liberdade - se é que tem esta intenção - de realizar mudança profundas dentro do que foi apregoado na campanha e que se refletiu num bom apoio de setores acadêmicos e dos movimentos sociais ao PT nestas eleições.

O financiamento pesado de construtoras à sua campanha, ou melhor, os patrocínios, cobrarão seu preço em questões de moradia, habitação e desenvolvimento urbano e é aí que entra o Nova Luz, a questão do trânsito, despejos, ocupações e incêndios em favelas.

De início, Haddad já enfrentará o dilema das nomeações para subprefeituras, hoje quase todas ocupadas por militares e militarizadas. Ele terá de resgatar a importância e prerrogativas destas funções e indicar não políticos aliados, mas pessoas das comunidades, engajadas, e que entendam e tenham capacidade e poder para alterar a realidade local sem se tornarem reféns da especulação e de interesses privados.

Haddad tem ainda o desafio de "civilizar" a GCM, braço de repressão assassina contra moradores de rua e pobres. Ele irá peitar as iniciativas criminosas de Alckmin usar sua PM para matar, ou irá se acovardar, como o governo federal fez no Pinheirinho? Tem o dever de acabar com a violência em desocupações, na verdade, tem o dever de arranjar espaços para que a população em situação de rua possa deixar sua situação de abandono. É preciso reabrir e humanizar albergues, criar emprego para esta população. Urbanizar favelas e não tacar fogo para agradar a especulação e peitar empreiteiras.

É preciso elevar - e muito - o salário dos professores municipais e melhorar a estrutura das escolas. Criar centenas de creches e não achar que uma bolsa resolve o problema - como propôs Serra no último debate. Construir hospitais é uma necessidade, assim como melhorar o atendimento dos existentes. Investir em saúde. Tentar - TENTAR - melhorar o trânsito, investindo em transporte público de qualidade. Não só aumentar duração do Bilhete Único ou torná-lo mensal, chegando até a encarecer o bilhete, mas aumentar frota, criar corredores, diversificar as modalidades de transporte publico, reduzir tarifa e mesmo chegar ao Passe Livre paulatinamente.

É preciso enterrar de vez a Nova Luz, revisar contratos e auditar dívidas, revogar imediatamente os contratos com a Abril... Tudo isso é apenas o começo, e um tímido começo para enfrentar os problemas da cidade, que são muitos, e cada vez mais pioram e se ampliam.

Eu não confio no PT ou no Haddad, mas dou, neste momento, um tímido voto de confiança, esperando, como com Dilma, não me arrepender imediatamente.

E espero que a mesma miltância que foi hoje comemorar na Paulista a vitória de Haddad, o faça também para cobrar, apesar de, infelizmente, termos exemplos negativos, de militância apoiando privatizações, remoções e chamando grevistas de vagabundos para agradar o governo federal e locais do PT.

Derrotamos o Serra, mas ainda não ganhamos nada. É preciso consolidar espaços de e à esquerda e evitar cair em fanatismos partidários.
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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Russomano merece uma chance"?

Saí para jantar no bar da praça onde vivo com minha namorada alguns dias atrás e, enquanto jantávamos, a garçonete do local começou a conversar com o guardador de carros da rua sobre as eleições. Ela não simpatizou com nenhum candidato a prefeito, mas sabe que, com certeza, não votará no Serra nem no Russomano.

Concordo integralmente com ela.

Ele, por sua vez, com uma eloquência e politização que poderia surpreender a muitos - e dar uma aula para a classe mérdia - enumero as razões pelas quais não votaria no PSDB/Serra, dentre elas por tratar professores como lixo, pagando baixos salários, é corrupto, não é confiável e larga cargos pela metade e acrescentou que o PSDB governa São Paulo há tempo demais e nunca fez nada pelo povo, enfim, é um partido (o PSDB) e um candidato (Serra) péssimo(s).

Mas, ao ser questionado em quem votaria depois de ferrenho rechaço ao PSDB/Serra, não titubeou: Russomano. Mas porque não no Haddad? Oras, porque o PT é o partido do mensalão. Também trata mal os professores e não é um partido em que se pode confiar. É corrupto como os demais.

Ou seja, para ele o PT e o PSDB se equivalem em muitos aspectos.

Ainda, Russomano ainda não tinha tido uma chance, e a merecia em emio a partidos e candidatos, para ele, manchados.

Eu não posso refutar sua lógica, por mais que não concorde que Russomano mereça uma chance ou não seja farinha do mesmo saco. Para ele -e e para muitos - o PT acabou se tornando apenas mais um PSDB, corrupto, trata os professores como lixo, criminaliza greves.... Não foi esta a única conversa que acabei ouvindo pelo centro de São Paulo. E as semelhanças são inúmeras!

O PT acabou por, com sua farra mensaleira e com sua aproximação ideológica com o PSDB, se tornar difícil de diferenciar em muitos casos. E hoje paga o preço.

Não surpreende que Russomano esteja em primeiro.

Claro, os fatores são vários, mas não descarto que esta politização ou visão política localizada daqueles que estão em situação mais vulnerável seja mais um fator para explicar porque São Paulo está entregue e em situação desesperada, quase nas mãos de Russomano.

E não, eles não estão errados, errado está o PT que não se mostra mais como alternativa.

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PS necessário: Eu não apoio nem jamais apoiaria o Russomano, que fique claro!
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Serra e Kassab: Golpe sobre o PT?

Kassab pode ter, junto com Serra, passado a perna no PT.

A ver se a candidatura de Serra se confirma e se Kasab será um bom filho.

Kassab se bandeou para o lado do PT e fez estrago. A mera possibilidade de aliança já rachou o partido, talvez nem a concretização seja necessária pra m* ficar completa.

E o golpe pode ter sido de mestre, pois Kassab deixou claro que apoiaria Serra não importasse o que acontecesse se este decidisse se candidatar até a síndico. E enquanto o PSDB finge-se de morto, sem nenhum candidato expressivo e com prévias armadas (ainda que com prévias, coisa que o PT passou por cima a mando do Lula, como fizeram na "escolha" de Dilma), Serra confabula e se fortalece.

O PSDB terá dado duas lições ao PT, uma de política e timing e outra de democracia. Pois é, por mais ridículo que pareça. Serra aparecendo no pário e sendo aclamado pela "militância" (aquela meia dúzia de engravatados que forjaram os mais de 20 mil filiados fantasmas do partido) é o toque final. Toque de mestre.

Pré-candidatos se curvando ao poderoso Serra, aclamado em uníssono e apoiado até pelo desafeto Alckmin, comprometido até a cabeça com sua candidatura à pedido de FHC.

Confirmando-se a candidatura de Serra, Kassab passa ao seu lado, deixando o PT fraturado e perdido, com um candidato inexpressivo (mas que Lula quis porque quis indicar, passando pro cima de tudo e todos) e com a mácula de ver seu aliado apoiando Serra e outras alianças já organizadas e aliados tradicionais do PT divididos entre Chalita, Russomano, Netinho e etc...

O PT ficaria sozinho, ou parcamente acompanhado em uma eleição que achava que podia ganhar. Ainda poderia, claro, o "efeito Lula" é poderoso, mas o baque seria forte. 

E Lula teria sofrido um golpe em seu próprio jogo.

Conjecturas? Sem dúvida. Por enquanto. É esperar o Serra e se o Kassab dançará como a música pede.
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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Chalita/PMDB e o possível apoio do PT em 2012

Apesar da grande distância que ainda nos separa das eleições para a prefeitura de são Paulo ano que vem, os bastidores fervilham em possibilidades, apostas e quase certezas. Até agora, porém, nenhuma boa notícia.

A tradicional aliança PT/PCdoB está à perigo, e isto já vem de algum tempo. Desde a discussão no PCdoB sobre um possível apoio ao Kassab até agora, com o lançamento da pré-candidatura de Netinho "Espancador de mulheres" de Paula, a certeza de que o PT terá de enfrentar um antigo aliado.

Netinho é um nome forte, apesar de seu passado e de claramente nunca ter sido comunista na vida (mas até aí, Roberto Freire nunca havia lido Marx direito na vida e presidiu o PCB antes de destruí-lo) e não se sabe se PSB/PDT irão apoiar o partido e dar mais musculatura à candidatura. Aliás, vale lembrar que o PCdoB vem se mostrando tão consistente que Protógenes aceitaria qualquer proposta para concorrer à prefeitura, não importa de que partido.

Quanto ao PSB, aliás, há de se lembrar do propulsor do Socialismo Empresarial, o Paulo Skaf.

Do lado do PSDB, incerteza. O partido foi duramente atingido pela fundação do PSD de Kassab e perdeu uma boa quantidade de vereadores (ao menos 7) e força. alguns especulam até que Serra poderia ser o candidato, mas esta possibilidade parece mais com uma brincadeira de mal gosto de Alckmin do que uma possibilidade real.

O DEM está em crise profunda e dificilmente fará muita diferença nas eleições vindouras enquanto seu racha, o PSD pode surgir como uma força média e incomodar os partidos mais tradicionais. Não se sabe ainda se irão lançar algum nome forte ou apoiar alguma candidatura visando cargos e benesses. O Partido Sem Decência, por breve período o Partido da Boquinha, já declarou não ser de direita, esquerda ou centro, muito pelo contrário! E está pronto a se prostituir pelo melhor valor.

Restou ao PT dar força a um PMDB enfraquecido localmente - que tem apenas um vereador na Câmara Municipal, e a mesma força de potências como o PSC e o PRB. Tarefa ingrata.

Buscando se reerguer o PMDB convidou o Deputado Federal do PSB Gabriel Chalita (aquele mesmo, amigo dos padres e pastores e total incapaz, escritor de auto-ajuda, o que dispensa comentários) para ser seu candidato à Prefeitura e este parece ter gostado da idéia (quem nasceu pra se vender não cansa nunca).

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Sobre Chalita, sua trajetória e sua migração para o PMDB, recomendo a leitura do post "Sucessão Paulistana: Chalita no PMDB" do sempre excelente Descurvo, do camarada puquiano Hugo Albuqueque.
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O problema nisso tudo é que o PT parece ter gostado também da idéia e pode indicar o vice do Chalita e aceitar uma chapa com o PMDB! Claro, não podemos descartar uma aliança do PT com o PSD que, segundo o vereador Jamil Murad, foi criado com apoio e aval da Dilma para ser da base aliada.
O presidente do PT-SP, o deputado estadual Edinho Silva, defendeu que o partido defina seu candidato até o fim de 2011, seja qual for a decisão do tucano.
Edinho disse ser contrário a realização de prévias no PT. "Vou trabalhar para não ter prévia. Para entrar numa disputa acirrada como essa, o ideal é que o PT se unifique."
O petista sinalizou que deve buscar uma aproximação com o atual prefeito da capital, Gilberto Kassab (PSD).
"O movimento do Kassab de criar um partido de sustentação ao governo Dilma tem de ser aplaudido por nós. No momento em que ele vem para a base de apoio da Dilma, nós não podemos ser contra. Temos de elogiar", disse Edinho.  
O doloroso de toda essa história é ver o apoio de alguns petistas a este absurdo.


PT com PMDB, PT com PSD, tudo em nome de uma suposta governabilidade federal. A mesma que garantiu o Maranhão mais 4 anos no atraso e mergulhado em corrupção e canalhice com Roseana Sarney. Não importou a recusa do diretório e da militância nem a greve de fome de membros históricos, Roseana recebeu o apoio do partido que por anos a combateu. Foi uma traição de níveis estratosféricos. Em minas, a mesma história e, felizmente, a derrota do Hélio Costa.

O que muitos não conseguem notar é que a questão não é apenas estar no poder - mesmo que como apêndice, referendando canalhas -, mas matar a oposição. Com Kassab, Alckmin, Serra e cia no poder a coisa é péssima, mas nada garante que com o PMDB no poder algo mudará. E não vai mudar. O partido é da mesma escola fisiológica que PSDB/DEM e a única diferença notável será a morte da crítica e da oposição, com o PT enquadrado e a militância forçada a dizer "amém".

É o que vemos no MinC com Ana de Hollanda. Apesar da gestão ser desastrosa, beirando a criminosa, e vir destruindo TUDO que o governo Lula construíu durante 8 anos, o fato de ser governo faz com que parte considerável da militância se sinta ou constrangida em criticar ou simplesmente a apoie de forma acrítica, apenas por ser PT ou do governo do PT. Temos uma gestão péssima e uma oposição mínima enquanto o grosso permanece alienado, conivente ou sem ação.

O que alguns petistas parecem não enxergar é uma diferença básica entre a situação do governo federal e casos como os do PMDB em Minas, Maranhão e talvez aqui em São Paulo: A cabeça da chapa, quem manda, não será do PT, que ficará a reboque.

Uma coisa é você supostamente ter as rédeas do processo, outra é ficar a reboque. Uma coisa é a busca da governabilidade (ainda que com limites) quando você manda, outra é você querer o poder pelo poder e aceitar se submeter ao fisiologismo puro.

me perguntei várias vezes, qual o limite entre a prostituição ideológica e a manutenção das bandeiras históricas. O que e até quanto você deve/pode abrir mão em troca de governabilidade? O PT caminha para se tornar um PMDB, um não vive sem o outro, ou melhor, o PMDB não vive sem o PT enquanto este tiver o poder. Foi assim como o PSDB/DEM durante décadas.

Dada a musculatura do PMDB em São Paulo, uma aliança do PT sem sequer encabeçar a chapa soa como fisiologismo puro. Depois das experiências em Minas e Maranhão, parece apenas escárnio.

Fica a pergunta: Qual é o limite das alianças? PMDB, Sarneys, Hélio Costa, PSD do Kassab... Chalita? O que mais? Até onde? 

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Recomendo a leitura deste post antigo sobre o PMDB e sua aliança com o PT. Continua atualíssimo.
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Apesar de achar uma certa viagem uma aliança carnal PCdoB/PP, o @FlavioSousa pode ter um ponto:
Mas imaginar que o ego do Chalita permita que ele seja vice?
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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Porque Votarei em Serra....#VotoSerraPq [Update]

Muitos já devem ter visto os vídeos, mas me sinto na obrigação de compartilhá-los e dividir com todos as boas gargalhadas que dei. Um abraço ao @Prenass por ter quase me causado uma crise de asma de tanto rir!=)

A quantidade de razões para votar em Serra é avassaladora, sem dúvida, me contagiei!

Faça seu vídeo, participe! 

Do blog da Campanha:
A campanha #votoserrapq é uma iniciativa do Grupo Brasil e Desenvolvimento que busca escancarar discursos que permeiam a campanha do candidato José Serra sem que muitos percebam. Existem pessoas que, de fato, votam em um projeto político representado pela dupla dinâmica PSDB-DEM por saberem que eles governam para uma elite muito específica. Elite definida por cor, renda, orientação sexual e visão restrita de mundo.

A democracia, é bom lembrar, é o espaço do plural e diferente por excelência. Um projeto que claramente defende a cristalização definitiva de preconceitos sociais e o aprofundamento de desigualdades sociais pela contínua exploração de uma mão de obra barata e sub-cidadã merece ter seus planos escancarados.

Por isso, é através do humor que o grupo se posiciona, mostrando quão tragicômico é a situação do país na mão de quem não respeita pluralidade e diferenças tão comuns à sociedade complexa, não só no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo. O programa conservador e elitista de José Serra tem como fundamentos claros essa restrição ao espaço público de decisões coletivas. Por mais incrível que pareça, existem pessoas que realmente votam  Serra pelas razões que elencamos nos vídeos.

Na maioria das vezes, tais argumentos são velados, mas não quer dizer que não existam. Como disse Hannah Arendt no seu livro “Crises da república”, nao podemos achar que a estrutura democrática, em si, resolve o problema da aceitação no mundo plural, é preciso lutar para aberturas institucionais constantes ao diferente. Afinal, como a autora expõe, não é só por golpe de estado que se alcança o totalitarismo.
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Update:



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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Serra e a Bolinha: De Factóides a Atentados contra a Democracia

A farsa da bolinha de papel foi rápida e facilmente desmascarada e, quem pela grande mídia. SBT e Record gravaram o momento em que serra é atingido por uma perigosa e terrível bola de papel, olha pra baixo, passa a mão na cabeça e continua andando. 20 minutos depois recebe um telefonema, provavelmente avisando que a Globo iria fingir que não tinha gravado a cena e que era uma boa forma de se fazer de coitado.

Não contaram com os outros meios de comunicação para desmascarar a verdade.

Ao ver sua mentira desmascarada, a campanha de Serra rapidamente inventou que não foi um, mas foram dois ataques terríveis e cruéis contra o vampiro careca. Claro, se alguém gravasse uma segunda bolinha de papel não há dúvida de que acusariam um terceiro, quarto ou quinto ataque.

Lamentável.

Aliás, a gravação que apareceu depois, de péssima qualidade e feita por um celular muito bem poderia ter sido feita por um membro do PSDB, após o telefonema recebido por Serra. Notem como, no vídeo, o suposto momento exato da agressão não foi gravado.Caprichosamente o foco sai do Serra e retorna apenas quando ele, teatralmente, finge ter sido atingido.


Pra piorar, Serra, depois da ligação, Serra ainda coloca a mão do lado errado da cabeça, do lado que a bolinha não bateu - levando em conta que uma bolinha de papel dificilmente seria razão para uma tomografia e pra toda aquela cena.

Aliás, sequer podemos ter certeza de quem lançou a bolinha de papel, se petista ou mesmo um tucano que nem tinha intenções de acertar o Serra.

Via Nota de Rodapé:
Reportagem do SBT se opõe a da Rede Globo. Segundo a assessoria de José Serra, um “pesado objeto” o atingiu em passeata na Zona Oeste do Rio. E teria sido atirado por militantes do PT. Mas, como mostra o vídeo abaixo, se não era uma pedra e nem um rolo de adevisos, o que era? Uma bolinha de papel com peso eleitoral. As imagens, a meu ver, me parecem bem fidedignas de que nada pesado foi jogado no tucano. O presidente Lula comparou Serra ao goleiro Rojas (em alusão ao goleiro chileno Roberto Rojas que fingiu ser atingido por um morteiro em uma partida contra o Brasil) e disse que agressão é 'mentira descarada'. "A mentira que foi produzida ontem pela equipe de publicidade do candidato José Serra é uma coisa vergonhosa. Ontem deveria ser conhecido como dia da farsa, dia da mentira", disse Lula, após inaugurar um estaleiro em Rio Grande (RS). Como não poderia ser diferente, a história virou febre no twitter, com as hastags #boladepapelfacts e o #serrarojas liderando os trendtopics (espécie de ranking dos assuntos mais comentados). Já não é a primeira e nem a segunda vez que o tucano faz manobras marketeiras de impacto para impressionar negativamente o eleitor. 
Que José Serra é um mentiroso inconsequente todos sabemos, mas temos de ter duas coisas em mente:

Em primeiro lugar, o enfrentamento não interessa à Dilma, não interessa ao PT e nem à esquerda. Num momento de crescimento visível de Dilma, perder as estribeiras e atacar a militância tucana, por mais que vontade não falte, ou mesmo razões, não contribúi para a campanha e apenas ajuda o Serra a montar sua imagem de vítima.

Serra vem tentando chorar em cada debate, tenta fingir-se de pobre coitado que veio da lama para espancar professores governar o Brasil e agora fará o possível pra se mostrar vítima. Não importa do que, se da militância petista, de dossiês, de bolinhas de papel.... Serra na verdade é vítima de apenas uma coisa: dele mesmo.
E em segundo lugar, bolinha de papel ou não, Serra foi agredido. Óbvio que não podemos falar de uma agressão terrível, vil e etc, porque uma bolinha de papel está longe de ser uma afronta digna de resposta, mas o mesmo tempo é certo que não podemos tolerar que se jogue nem papel nem uma pedra, por mais que haja vontade e motivos.
Dilma também foi agredida quando, no mesmo dia, quase foi atingida por balões cheios de água jogados de um prédio. E no caso dela poderia ser ainda pior, pois dependendo da altura os balões cheios teriam ganho um peso grande.

Que se debata, que se dispute idéias, mas sem atacar os candidatos, sem violência. Uma coisa é a militância entre si se desentender, até mesmo brigar, outra é tentar atacar um candidato. Isto é atacar a própria democracia.

Da mesma forma que a tentativa torpe e inconsequênte de Serra, ao fingir ser atingido, é, também, um atentado contra a democracia.

Mas, enfim, Serra é patético, isto ficou definitivamente claro depois da bolinha de papel que rendeu tomografia provavelmente falsa e munição para campanha.


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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Revista do Brasil Censurada - Parte 2 - Eterna Hipocrisia e Propaganda Institucional

Voltando à hipocrisia, algo conseguiu me surpreender além do esperado neste caso da Revista do Brasil:
Proibida de circular pela Justiça Eleitoral pelo conteúdo favorável à campanha de Dilma Rousseff (PT), a edição deste mês da "Revista do Brasil", vinculada à CUT (Central Única do Trabalhador), teve anúncios pagos por Petrobras e Banco do Brasil.
A estatal e o banco confirmam que são anunciantes da revista, mas se recusaram a informar o valor repassado.
Ontem, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Joelson Dias determinou a interrupção da circulação da revista, cuja tiragem é de 360 mil exemplares mensais.
A Folha vê problemas no fato da Revista do Brasil receber publicidade Federal... Oras, a Veja ou a folha, por acaso, não recebem dinheiro de estatais através de propagandas? Ou só elas podem receber e fazer campanha pró Serra?
É simplesmente o cúmulo da canalhice a Folha, que recebe milhões do governo Federal via propaganda institucional acusar outra revista de ter acesso ao mesmo benefício! É o velho faça o que eu digo, não faça o que eu faço. De uma forma totalmente criminosa e absurda.

O pior na imagem acima é que o quadro em destaque comenta que sindicatos são proibidos de fazer propaganda política, mas as imagens criticam a propaganda institucional. Uma clara manipulação onde a informação supostamente relevante é uma, e coloca-se algo ainda mais gritante do lado, sem qualquer relação, para fazer sensacionalismo.

E existe coisa pior, a Globo, por exemplo, que não só é concessão pública, como também recebe financiamento público via propaganda institucional e faz campanha descarada para o candidato da oposição, além de esconder o que pode da campanha de Dilma.
Que Serra tem horror a qualquer questionamento contra ele, destratando na hora o repórter e até pedindo sua cabeça à diretoria, todo mundo já está mais careca até do que ele de saber. Mas agora ele deu um passo além: quer proibir matérias que lhe pareçam favoráveis a Dilma. Para isso, mandou seus advogados entrarem com um pedido no TSE para censurar, tirar de circulação os jornais da CUT e a Revista do Brasil.

Já, quando o Estadão defendeu em editorial sua candidatura, ele não fez nada.
A Folha, o Estado e outros veículos usam seus espaços para fazer propaganda pró-Serra, seja escondendo seu lado ou não. Apesar de serem veículos privados, recebem financiamento estatal, logo, deveriam agir com um mínimo de responsabilidade. O caso de concessões públicas de rádio e TV é ainda mais gritante.
Quer dizer que diversos sindicatos não podem manter uma revista, mas a Globo pode usar uma concessão pública pra fazer política? Os grandes meios de comunicação são sustentados por centenas de empresas e por financiamento público. Em muitos casos estas mesmas empresas são as responsáveis pelos maiores e piores crimes cometidos no país, mas um sindicato não pode participar do conselho de uma revista alternativa?
Setores da imprensa no entanto, gostariam que a publicidade deveria ser direito exclusivo dos veículos que se dedicam a fazer oposição ao governo Lula – embora não se trate de uma "imprensa livre" e crítica, como se atribuem. Trata-se de uma imprensa partidária e deliberadamente oposicionista, como admitiu a executiva da Folha Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais. E que tem feito como nunca essa oposição de maneira hostil, sistemática e organizada, conforme revelaram os participantes do "Fórum Democracia e Liberdade" organizado pelo Instituto Millenium (http://bit.ly/tropa_de_elite), de onde saiu boa parte do receituário que guiou a pauta da velha imprensa.
A Globonews ontem me deixou nauseado, enquanto gastou pouco mais de um minuto mostrando imagens de Serra recebendo o apoio dos tucanos esverdeados Feldman (SP) e Gabeira (RJ), fingiu que Dilma não havia estado em um comício imenso com dezenas de artistas, se limitando a citar que Dilma tinha ido encontrar uns artistas, com um tom de tédio que denotava a importância que o PIG deu ao evento.

Compartilho da opinião do Flávio Aguiar, escrevendo para a Rede Brasil Atual: A coisa ainda vai piorar! Nesta reta final das eleições, podemos esperar de tudo vindo do DemoTucanato.
Primeiro foi a Mara Rita Kehl, cortada de O Estado de S. Paulo por “delito de opinião”.
Agora, chegou a nossa vez, na Revista do Brasil e na Rede Brasil Atual. A campanha de Serra, através do TSE, cassou liminarmente a circulação do atual número da revista.
E o comando da campanha de Serra ainda pretendia impor o “segredo de justiça”, impedindo que a censura viesse a público. Traduzindo: injustiça cometida em segredo é mais segura, e segura mais.
Isso não é surpreendente. O índice de baixarias vai subir ainda mais, conforme nos aproximamos da última semana, a reta final da campanha eleitoral.
Até agora os ataques difamatórios e calúnias mais recentes, embora repitam antigas, feitas no primeiro turno, não parecem ter surtido os efeitos desejados. As pesquisas continuaram apontando uma situação de estabilidade em termos de preferências de voto. Então o que se espera é que o nível dos ataques baixe ainda mais e o seu tom suba.
Sobre o comício de Dilma com os artistas, engraçado que o jornal que se diz imparcial, a Folha, mal citou - apenas uma nota tímida na edição de terça, ainda que com foto na capa -, enquanto o Estado, que apoia Serra, fez uma boa reportagem sobre.

A Petrobrás, prontamente, deu uma resposta à Folha sobre o caso da publicidade institucional:
A Petrobras veicula seus anúncios e campanhas publicitárias em diversos meios de comunicação, como TV, Rádio, Jornais, Revistas e Internet para fortalecer a imagem da empresa. No caso do meio revista, nossos anúncios são veiculados em diversos veículos, de vários segmentos, tais como Veja, Época, IstoÉ e Carta Capital, Época Negócios, Bravo e Auto Esporte.
A veiculação de anúncios na Revista do Brasil possibilita à companhia divulgar suas ações para um público formador de opinião dos principais sindicatos de todo o país, nos diversos setores da economia – como indústria, energia, bancos, saúde e educação. A tiragem mensal da revista é de 360.000 exemplares.

Será que a Folha está com dor de cotovelo pela Veja receber dinheiro e ela não? Não há honr nem entre golpistas.

Caso a revista seja censurada, há uma cópia no Scribd, e seguem links para três prints do conteúdo mais sensível e objeto da tentativa de censura:

Editorial: O Caminho a ser Seguido
O Povo e seu Líder
Ficou para o Segundo Tempo

Seria interessante que o máximo de blogs desse publicidade não só ao caso de censura DemoTucana, mas também postasse integral ou parcialmente imagens da edição censurada, links para alternativas e ajudasse a furar o bloqueio e a disseminar a informação.

O PSDB pode achar que liberdade de imprensa só [existe] para sua turma, mas os blogueiros deixam e deixarão claro o contrário.
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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Revista do Brasil Censurada - Parte 1 - Modus operandi Tucano

O fato de José Serra e o PSDB terem tentado censurar a Revista do Brasil, o Blog do Artur Henrique e ainda esconderem tudo pra debaixo do tapete forçando o segredo de justiça não surpreende.

O Tucanato é famoso por tentar censurar e efetivamente censurar jornais, blogs, sites e até mesmo o Twitter.

O AI5Digital nasceu da cabeça de um tucano, o Senador Azeredo. Beto Richa, governador do Paraná vive censurando o blogueiro Esmael Moraes e recentemente censurou até mesmo o Twitter de um publicitário. Maria Rita Kehl foi censurada pelo Estadão que, vejam só, apoia os Tucanos.

Como se vê, censurar é modus operandi tucano, é parte integrante de sua ideologia. Mas, claro, os censuradores não aceitam o rótulo e buscam acusar o Lula, vejam só, ou os "blogueiros sujos" de... bem, nem mesmo eles sabem do que nos acusam!

O PSDB tem como aliados a Folha de São Paulo, o Estado de São Paulo, O Globo, a Rede Globo (na verdade todos os veículos das Máfia Organizações Globo), a Veja, a Band... E por aí vai. Sem falar nos bots que usam no Twitter, nos perfis falsos, na TFP, no Silas Malafaia, nos Monarquistas, nos Neonazistas...

Mas, vejam só, nós é que somos sujos!

Voltando à Revista do Brasil (que assino e tenho o prazer de poder ler todo mês, além de acompanhar pelo Twitter, pelo site e etc), só pode ser uma piada de mal gosto que o PSDB tenha, outra vez, partido pra cima de um veículo alternativo.

Mas, claro, não é.
A ação da coligação "O Brasil pode mais", encabeçada pelo PSDB, de José Serra, foi atendida apenas em parte. Além da Revista do Brasil, suspende a circulação do Jornal da CUT, ano 3, nº 28. Mas três itens cruciais foram negados pelo ministro Dias. A demanda dos advogados tucanos queria silenciar o Blog do Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e pedia a busca e apreensão do material mencionado.
O terceiro item negado é emblemático: o PSDB queria que a questão tramitasse em segredo de Justiça. Nenhuma informação sobre o processo poderia ser divulgada, caso o pedido fosse atendido. Isso denota intenções claras do tucanato de ocultar da opinião pública a própria tentativa de restringir, ou censurar, a circulação de informações e opiniões.
O nome da coligação do Serra, aliás, é emblemático. O Brasil pode mais... pode mais censura, mais criminalização, mais canalhice... Pode ter mais medo, ter mais pobreza, ter mais neonazista, conservador e criminoso no poder.

O Estado de São Paulo declarou seu apoio ao Serra em meio à ataques insensatos contra o governo, mas não me lembro deste mesmo governo ter tentado censurar, impedir a circulação ou mesmo ameaçar os editores do jornal. Mas a oposição não tolera que a Revista do Brasil declare seu apoio a Dilma.
A edição 52 da Revista do Brasil trazia, à capa, uma foto da candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), com a chamada "A vez de Dilma: O país está bem perto de seguir mudando para melhor". A publicação explicita em seu editorial a posição favorável à candidatura Dilma, e traz também reportagem analisando circunstâncias da disputa do segundo turno.
Mas, o pior de tudo, não é nem a censura em si, algo que é comum ao tucanato, mas a hipocrisia de, ao mesmo tempo em que reclama da Revista do Brasil fazer suposta propaganda pró-Dilma - só a Veja pode fazer campanha pró-Serra, talvez - fazer alianças com alas conservadoras da Igreja, com Silas Malafaia, com neonazistas e monarquistas e fingir que está tudo bem e ter a conivência da franca maioria da mídia para enterrar estes fatos.

Mas cabe um adendo. A questão não é a revista A ou B fazer propaganda pra qualquer candidato, o problema é a farsa da imparcialidade. Caros Amigos, Carta Capital, Revista do Brasil e outros NUNCA negaram seu lado, nunca fingiram ser arautos da imparcialidade, isentos. Isto quem faz é o PIG, a grande mídia, é Veja, Folha e cia que se recusam a admitir de que lado estão, posam de isentos, mas fazem campanha descarada pró-Serra. Novamente, o problema não é a campanha pró-Serra, é a não admissão desta campanha.

A blogosfera fez uma extensa pesquisa sobre o caso dos panfletos, mostrando a conexão assustadora entre grupos de extrema-direita e o PSDB. Tudo sumariamente ignorado pela grande mídia que, apenas a contra-gosto, acabou falando sobre ocaso da gráfica cuja dona é ligada ao PSDB e à coordenação de campanha do Serra.

Militantes petistas e mesmo deputados e vereadores foram forçados a fazer vigília na frente da gráfica e nem assim a mídia foi atrás, dar a notícia. Do blog Maria Frô:

Ao mesmo tempo que o PSDB imprime em gráfica do coordenador de infra estrutura da campanha de José Serra (PSDB), Sérgio Kobayashi panfletos apócrifos atribuídos à CNBB contra a candidata Dilma Rousseff a sua coligação “O Brasil pode mais” alegando na Justiça que a Revista Do Brasil faz campanha pró-Dilma pediu e conseguiu censurar a Revista do Brasil número 52.
Leia a edição que Serra que censurar antes que saia do ar:
http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/52/
Divulgue entre os seus amigos: http://www.scribd.com/doc/39603734/RdB-52-censurada
Pior de todos os mundos, não contentes em tentar censurar a revista, os Tucanos ainda pedem segredo de justiça, ou seja, censuram e querem acobertar os rastros.
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domingo, 17 de outubro de 2010

Como a mídia trata o caso dos panfletos anti-Dilma

Dando uma passada por várias homes de jornais e portais hoje ontem, sábado, atrás de notícias sobre a denúncia de que a CNBB teria pago uma fábula de dinheiro para a impressão de panfletos anti-Dilma, me deparei com um apagão (orquestrado?) de informações. Poucos eram os sites que continham, na página inicial, link para a notícia.
Uma gráfica no bairro do Cambuci, região sudeste da capital paulista, estava imprimindo, na manhã deste sábado, panfletos com um texto de um braço da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) contra o PT e a presidenciável Dilma Rousseff.

Segundo o contador da gráfica, Paulo Ogawa, a encomenda foi feita pela Diocese de Guarulhos (SP). Em julho, o bispo da cidade, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, foi pivô de uma polêmica mobilização contra a petista.

Os papéis são idênticos aos distribuídos em Aparecida (SP) e Contagem (MG) no feriado do último dia 12, durante missas em homenagem ao Dia de Nossa Senhora Aparecida. Eles fazem um “apelo” para que os eleitores não votem em quem é a favor da descriminalização do aborto.

E, os que tinham (Uol e Folha apenas e o Terra na página específica de eleições) a colocavam sem destaque algum, como se não fosse nada. A Folha foi quem, surpreendentemente, deu o tratamento mais digno. O Estado faz jus ao seu apóio acrítico ao Serra e não só esconde a notícia, como coloca em sua home amais um suposto escândalo ligado ao governo.

Estado, Globo e IG sequer citaram o episódio. Apagão total.

Eu fico me perguntando, será que se fosse o contrário, se a CNBB (que historicamente se aliou ao PT) estivesse imprimindo panfletos anti-Serra, o que a mídia faria? Será que iria fingir que não viu - como fazem com Paulo Preto, assessor de Serra acusado de roubar dinheiro - ou iria cair matando?
Imagino uma imagem chamativa, em tamanho desproporcional, piscante, com uma chamada sensacionalista com algo como "Dilma usa igreja para atacar Serra" ou mesmo "Dilma, mulher que mata criancinhas, se alia a pedófilos, diz Mônica serra".

É daí pra baixo.
A primeira entrega do material ocorreu no dia 15 de setembro, ainda antes do primeiro turno da eleição, ocorrido no dia 3 de outubro. Naquela leva, 1,1 milhão de folhetos deixou a gráfica. No dia 13 deste mês, outro pedido foi feito: de mais 1 milhão de exemplares.
Eu duvido que este assunto se torne relevante para a mídia que, mesmo que até noticie ou dê alguma importância, será passageiro e logo descartado, como TODAS as denúncias feitas contra a oposição ao PT nestas eleições.

É a velha hipocrisia da mídia.

Mas, na verdade, passa da hipocrisia, pois chega a ser crime eleitoral, crime contra o Brasil, por esconder os escândalos Serristas (assim como esconde o apoio da TFP, de neonazistas e etc) e apenas divulgar os escândalos do lado petista.
A questão não é não que a mídia não deva mostrar escândalos, mas ser honesta e mostrar com o mesmo destaque a dos DOIS LADOS. Existe uma aura fortemente disseminada de que o PT é um partido corrupto e ponto. Não digo que não tenha corrupção, mas o outro lado não é honesto para se comparar e chegar até esta afirmação.

Existe um ódio - inflamado pela mídia e, convenhamos, alimentado por muitos fanáticos dentro do próprio PT - contra o PT, contra o Petismo que não condiz com a realidade objetiva. Compreendo em parte que a classe média, que não se viu privilegiada pelo governo Lula, e é de certa forma naturalmente conservadora, tenha objeções ao governo, ao PT e etc, mas me surpreende por vezes a virulência do ódio, dos ataques.

Mas o que mais surpreende é a generalização, o alcance deste ódio, fruto, em grande parte, da falta de um processo real de democratização da mídia, da aplicação de um controle social da mídia e, principalmente, pela falta de peito do governo em enquadrar o golpismo midiático e deixar que factóides corressem solto.

Uma coisa é censurar, outra é exigir e impor responsabilidade e ética ao jornalismo, à mídia. Espero que no domingo a mídia ao menos pare de fingir que não aconteceu nada ou ao menos noticie como se deve.

Vejam alguns prints de portais e jornais:






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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Evangélicos e Boataria, o que fará Dilma?

Esta campanha eleitoral tem tudo para ser eleita a mais suja de toda a história recente do país. Não só pela boataria insistente, mas também pelo apelo conservador que vem tomando.

Neopentecostais, crentes medievalistas e até a TFP já entraram na eleição, pressionando para que o próximo governo - seja qual for ele - seja o mais conservador possível.

Os fanáticos não negam ou escondem sua preferência por Serra, como não poderia deixar de ser, mas aqueles ao lado de Dilma fazem o possível para pressionar por uma guinada conservadora. E, infelizmente, parece que vem conseguindo.

Antes de mais nada, sobre a boataria, o que se vê são dois lados começando a se tornar iguais. Se Serra usa e abusa de táticas da TFP e do apoio de canalhas como Silas Malafaia para fortalecer sua campanha entre a classe média e a nova classe média conservadoras, por outro a esquerda não deixa de contribuir para tornar o que é ruim, ainda píor.

No debate da Band, Dilma até esboçou uma reação e, mesmo recuando, vem ainda se mantendo fiel à idéia de que Aborto é questão de saúde pública, mas o que se vê na mídia pinta um cenário bem diferente deste mais otimista, de reação ao conservadorismo. Se muitos comentaram que o debate na Band, pela ínfima audiência, serviu para animar as torcidas, para jogar para a platéia, parece que estavam certos. Não passou de um teatrinho.

Voltando novamente à boataria, logo após o resultado do primeiro turno, blogs petistas passaram ajudar a reproduzir, ou ao menos fortalecer, a boataria em torno do Aborto. Ao invés de assumir posição crítica, tentar atacar àqueles medievalistas, tomaram a atitude mais vergonhosa.

O fundamentalismo religioso dos marinistas se impregnou nas eleições e passou para o lado de Serra depois que Marina foi derrotada pelas urnas. A maior parte dos votos de Marina, obviamente, migraram para Serra e a boataria continuou, na verdade, piorou.

A boataria chegou mesmo ao nível de ataques pessoais, com a mulher de Serra dizendo que Dilma matava criancinhas e, do lado petista, de que a mulher de Serra já havia feito um aborto. Chegamos ao ponto de que opiniões pessoais e a vida pessoal de candidatos e familiares são colocados na mesa, ainda que não tenham NENHUMA relevância.

A candidatura de Marina Silva foi a grande responsável por ter dado voz aos piores conservadores que, herdados por Serra, no desespero de ter alguma arma para atacar o PT e Dilma, usou todas as cartas - ou bíblias - que tinha na manga.

disse e repito, Marina conseguiu uma façanha, juntou de maconheiros à hypes, de filhinhos de papai do Leblon-Jardins e evangélicos fundamentalistas. Deu voz à um grupo de fanáticos que, antes se contentava em apenas xingar em seus templos e eleger alguns deputados para defender seus ideais medievais, preconceituosos e homofóbicos. Hoje, são os que irão decidir as eleições.

Uma parcela pequena - pois me recuso a acreditar que os 25% de evangélicos e protestantes do Brasil sejam todos criminosos igualmente - está pautando todo o debate presidencial.

Não podemos tolerar nenhum recuo frente a esta gente.
Marina Silva (PV) diz que a religiosidade do brasileiro "é um dado que não se pode negar" e que "o respeito pela diferença pressupõe o direito daqueles que são evangélicos ou católicos de afirmarem os seus pontos de vista". [...] Mas as pessoas sabiam que estavam votando em alguém que prima pelo respeito ao estado laico.
Não, Marina, católicos e evangélicos fanáticos NÃO tem o direito de serem homofóbicos, preconceituosos, enfim, criminosos, e querer impor seu pensamento medieval à população. Estado Laico, este que você diz defender, não tolera que um grupo religioso imponha sua visão sobre outros grupos, que se infiltre no Estado através de bancadas evangélicas, boataria e pressão para proibir que outros grupos, que parcelas da sociedade tenham direitos.

É preciso enfrentar a boataria de frente, com coragem, propostas e argumentos e não oferecer a outra face para levar um tapa - pois os crentes irão bater - ou recuar nas propostas e, pior, na defesa dos direitos civis e humanos de grande parcela da população.

O momento é de se impor, pois  a posição e a atitude de Dilma, do PT e da militância agora definirá o que será e como será o governo em seus primeiros 4 anos. Se um governo atuante, propositivo e minimamente de esquerda, com força para propor, para aproveitar a maioria (teórica) no congresso, ou se um governo fraco, que irá timidamente recuar daquilo que conquistou.

Derrotar a direita fundamentalista agora é o mais importante para garantir um governo minimamente progressista, colocando os fanáticos eu seu devido lugar e não cedendo às pressões fabricadas em templos, igrejas e nos porões das redações de jornais.

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sábado, 2 de outubro de 2010

Serra enfrenta o fim de sua carreira

Muitos se divertem e se revoltam com os pitis de José Serra, mas poucos tem a real noção das razões para o destempero do candidato. Não que esta figura seja necessariamente calma e ponderada, mas suas explosões tem razões mais profundas do que os meros números da pesquisa e sua acentuada queda.

Serra está com a carreira acabada.

Obviamente é impossível fazer profecias, políticos morrem e renascem diariamente, somem e volta aos holofotes, mas o fato é que Serra corre o grande perigo de ser ver totalmente isolado em seu partido e em seu estado.

É fato que vários candidatos pelo país tem escondido Serra de suas campanhas. Sabem que se colocar junto do anti-Lula afasta votos. Mas a questão vai além e tem a ver com a popularidade de Alckmin.

Serra e Alckmin não se bicam. Se detestam. Perto de Alckmin, marionete da Opus Dei, Serra é um homem de Esquerda, para se ter noção do problema. E Alckmin não só está quase eleito em São Paulo no primeiro turno, como vem cooptando e afundando políticos próximos à Serra.

Segundo fontes que contactei, além de simples leituras de jornais, aliados próximos de Serra, como a vereadora Mara Gabrilli (a mesma que perguntou no Twitter se alguém deixaria a Dilma ser babá de seus filhos), receberam pouco dinheiro do fundo partidário, enquanto aliados de Alckmin ficaram com a maior fatia.

Serra já sacaneou o Alckmin antes, quando este tentou ser presidente recebeu pouco apóio de Serra, que pouco fez para ajudar o colega de partido. Internamente, as facções de ambos vivem em guerra, ainda que, em público, pareçam excelentes amigos.

Em São Paulo, as facções do PSDB se dividem entre nomes famosos e lealdades históricas, são estes grupos: O do Serra, Alckmin, FHC, Covas e Montoro.

A facção do Alckmin tomou o controle de São Paulo e até mesmo Kassab, aliado, quase filho de Serra, sentiu a pressão e pode abandonar o DEM, dizendo que o problema central é o DEM nacional e não - também - a crise interna de seu principal aliado. Alckmin não é tão fã de Kassab quanto Serra.

Sem Kassab Serra perde um importante aliado, um dos últimos com poder real.

Muitos, também, duvidam que Serra tenha força para recomeçar depois da segunda derrota eleitoral. Poucos o engoliriam novamente como prefeito ou mesmo como governador, e ele iria sumir por uns tempos, sem cargo e, em São Paulo, isolado. Alckmin, se eleito, dificilmente permitiria que Serra mantivesse forte presença na mídia através de algum cargo relevante em secretaria.

A base serrista estadual e federal tende a diminuir e, com isso, Serra perde força, influência e capacidade de barganhar por poder com Alckmin, que daria um golpe de misericórdia em seu desafeto.

Enfim, Serra corre, neste momento, o risco de ver sua carreira encerrada. Como um fracassado. Um eterno candidato a presidente que nunca ganhou e ainda levou uma porrada humilhante de uma, para ele, desconhecida.

O destempero e descontrole não são gratuitos.
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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PSDB e Metrô - Criminalização do povo

Algumas coisas simplesmente são inaceitáveis. Uma delas é a criminalização dos movimentos sociais, do povo, de praticamente tudo que desvie da cartilha de falsa prosperidade do PSDB.

Serra, Kassab, Alckmin e 16 anos de governo (sic) DemoTucano conseguiram a façanha de virar todos os movimentos sociais contra si e também conseguiram manter sempre ativa a criminalização de qualquer oposição, legítima ou não.

Fizeram PM e Civil se espancarem e protagonizarem uma das mais vergonhosas batalhas campais do estado de São Paulo, espancaram brutalmente professores em greve, além de terem recorrido à espionagem e infiltração de policiais disfarçados de professores e, não poderia deixar de ser, mantiveram afogada a população da Zona Leste que, ao ir reclamar em frente à prefeitura por dignidade, foram espancados e banhados de pimenta pela preparadíssima Guarda Civil da cidade.

Não preciso mencionar outras grandes realizações dos governos DemoTucanos, como desabamento do Rodoanel ou a cratera do metrô privatizado, cujas investigações foram convenientemente jogadas pra debaixo do tapete pelos deputados aliados.

Quanto ao metrô, desde 2007 foram "apenas" 34 panes e este pequeno caos do dia 21, com centenas, talvez milhares de passageiros sendo forçados a caminhar pelos trilhos, de forma precária, depois do desespero de ficarem uma eternidade parados, sufocados, em vagões lotados.

Mas este desespero e esta situação absurda, tanto da precariedade do serviço e superlotação, quanto o momento em si, o desespero das pessoas espremidas em vagões que sequer comportam a massa humana diária e que não recebem um centavo de investimentos sérios, apenas propaganda enganosa de um seviço fictício e de qualidade ilusória, foram ridicularizados, tripudiados. Os usuários, o povo foi ridicularizado e chamado de vândalo, por ter se desesperado em uma situação de tensão extrema.
“O problema não é a grande mídia não querer divulgar, o fato é que a mídia não foi autorizada a entrar na estação para fazer seu papel, eu estava em um dos trens que parou no elevado entre as estações pq dom pedro e sé, acionamos o botão pq não havia ar, estava no trem novo e não tem janela, o ar condicionado foi desligado, então acionamos o botão mas a porta não abriu, depois de uns 20 minutos, quase sufocados, abriram as portas e mandaram retornar para pq dom pedro.”
Wagner Batista Junior
Parados, sem explicação, em meio aos trilhos e em um calor sufocante, espremidos por uma gigantesca massa humana, algumas pessoas tentaram abrir as portas dos vagões e quebrar as janelas. Para poder sair, para poder respirar e, claro, não sem alguma revolta, justificada, contra a situação inaceitável.
 
A mídia, aliada de primeira hora do atraso DemoTucano não tardou em espalhar a tese de "vandalismo". O povo é vândalo. Porque não esperaram pacientemente e cordatos, mesmo espremidos e humilhados, até que tudo se normalizasse? 1 hora, 2 horas, o tempo que fosse preciso. Sem revolta, sem desespero.
O diretor de Operações do Metrô paulistano, Conrado Grava de Souza, declarou que 17 trens foram depredados pelos passageiros, na manhã de hoje (21), após a interrupção da circulação na Linha 3 -Vermelha (Corinthians/Itaquera-Palmeiras/Barra Funda). Os trens não circularam durante uma hora e 40 minutos (das 7h50 às 9h30) em 18 estações. Souza afirmou que a maioria dos composições teve os vidros quebrados.
17 trens foram "depredados". É a versão oficial. A mesma falsa versão das razões para a pane. Uma blusa preta e o acionamento quase criminoso do botão de emergência. A culpa é do povo.
A roupa do passageiro teria impossibilitado o fechamento da porta, alegou Souza. O acidente ocasionou impaciência nos passageiros, que começaram uma depredação com o objetivo de saírem dos vagões. Ao todo 17 trens sofreram vandalismo. Os vidros quebrados foram as principais consequências da revolta. Na confusão, o botão de emergência foi apertado.
A culpa é do povo, dizem os DemoTucanos, a culpa é do PT, diz Sonsinha. O povo pobre e estúpido que vota no PT, talvez? Ou os mesmos "estúpidos úteis" que votam no PSDB, mesmo sendo tratados como lixo?
“O que aconteceu foi uma falha de porta entre a estação Pedro II e a Sé”, afirma Bene Barbosa, diretor de Comunicação do Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo. “Uma pane técnica fez com que a porta se abrisse fora da plataforma, em pleno túnel. ”
[...]
“Uma blusa não acarretaria a abertura da porta”, explica Barbosa. “Quando algo obstrui o fechamento, e isso todo mundo que anda de metrô já viu, o operador vai lá, resolve, a porta fecha e a composição segue. Só que hoje a pane ocorreu entre uma estação e outra. Insinuar sabotagem é má-fé. É tentar jogar nas costas dos outros uma responsabilidade que é única e exclusivamente do governo de São Paulo.”
O povo depredou os trens, estavam impacientes! Oras, não podiam esperar calmamente por apenas coisa de uma hora e meia até que alguém tivesse a boa vontade de salvá-los? São vândalos sujos que resolveram se divertir quebrando vidros... Pra que respirar? Pra que dignidade? Ou mesmo respeito?



As "principais consequências" da "revolta" não foram simples vidros quebrados, mas o retrato da realidade de São Paulo. Realidade de descaso das autoridades, de abandono.

Onde estavam prefeito e governador de São Paulo? Inaugurando uma nova estação do metrô!

Vejam que ironia do destino. O povo espremido e sufocando numa linha e o poder público inaugurando uma nova estação para piorar ainda mais a superlotação das linhas existentes. Nem um centavo para melhorar a situação do que já existe, apenas a tentativa de capitalizar em cima de falsa propaganda de realizações e de qualidade.

Que fique claro, quanto mais metrô e estações melhor para todos. Isto é óbvio. Mas não de qualquer jeito. Sem planejamento para que a situação caótica de hoje seja contornada, resolvida. Sem apenas se limitar a inchar o que já está saturado. Ou, pior, privatizar.

DemoTucano é uma espécie que tem duas características marcantes: Privatiza e criminaliza. Não assume responsabilidade, cria teorias conspiratórias e tenta se livrar. Privatiza e criminaliza para lavar as mãos.
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Vergonha alheia da campanha pró-Serra em Minas! Assustador!

O desespero da turma do Serra e da galerinha do Reinaldo Azevedo não tem limites.... Vergonha alheia é pouco para descrever este vídeo, no qual aparecem o presidente da Juventude do PSDB (sim, isso existe, e é o mesmo que vem sendo processado pelo Hélio "Telefônica" Costa) de Minas e um gordinho de chapéu que, dizem, vem a ser o sobrinho do Reinaldo Azevedo e protagonista da piada.

É a chamada "Turma do Chapéu" que, de uma vez só, comprova a proximidade entre Reinaldo Azevedo/Veja e o DemoTucanato. Vejam até o final e sintam MUITA vergonha. O Serrá tá feito!

Vídeo enviado por Lucas Morais, @luckaz
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Soninha insinua que PT é culpado de sabotagem no metrô

Soninha Francine, amante/filha de José Serra, não cansa. Não cansa de tentar cirar factóides e acusar falsamente, sem qualquer provas, o PT de cometer crimes, sabotagens...

Incapaz de se eleger sequer vereadora, Soninha recebeu um agrado de seu pai/amante Serra e virou coordenadora (sic) de mídia de sua campanha online. Como tudo que ela toca acaba naufragando, o resultado saiu como o esperado: Uma campanha pífia, baseada em mentiras, acusações falsas e calúnia.

Mas desta vez Soninha passou dos limites. Ao tempo em que a mídia vem fazendo o papel de franco-atirador, de golpista, só faltava uma tresloucada começar a acusar o PT de sabotagem pela incompetência DemoTucana em administrar uma cidade.

Certeza absoluta de que os psicólogos e psiquiatras devem ter um termo para caracterizar o distúrbio da Soninha, porque de uma desculpa esfarrapada de que o Metrô teria tido uma de suas falhas mais absurdas por causa de uma blusa, para a tese da sabotagem, vão anos-luz. É crime.

Se acreditar na desculpa da blusa é grotesco, imagine ventilar a tese de uma sabotagem com fins políticos. Me lembra o factóide do Rio Centro e dos planos dos milicos de estourar bombas para acusar a esquerda de terrorismo. As semelhanças são notáveis quando temos em mente que são Paulo é governada por uma coligação enraizada na Ditadura Militar, com a mesma mentalidade ditada pela "Segurança", pela criminalização dos movimentos sociais e da pobreza e que não vê barreiras para garantir a sobrevivência desta insanidade.

O Metrô de São Paulo é superlotado, sujo, tem estrutura precária para receber a quantidade avassaladora de passageiros que recebe por dia e desafia a sanidade de qualquer usuário em horário de pico. Leonarod Sakamoto é certeiro em sua análise:
A linha 3-vermelha, que corta a Zona Leste, região mais populosa de São Paulo, parou entre as as estações Pedro II e Sé na manhã desta terça causando problemas na vida de milhares de passageiros. Se eventuais interrupções fossem o único inconveniente da linha vermelha, os seus usuários não estariam tão irritados. A parada, independentemente do motivo, é apenas a cereja do bolo de um serviço que está longe de ser satisfatório.
[...]
Ou seja, a linha vermelha, que pega a região mais pobre de São Paulo, é também a que tem a maior lotação [11 passageiros por m² onde o limite deveria ser de 6 p/ m²] . A aquisição de composições não têm acompanhado o ritmo da demanda e a sensação é de lata de sardinha. Ou pior, de atum moído.
O Metrô foi completamente abandonado pelo governo DemoTucano, que se contenta em propagandear realizações e avançar lentamente na construção de novas linhas sem sequer pensar na capacidade das atuais.

Privilegia o transporte individual ao tempo em que finge promover o coletivo. E o metrô de São Paulo, vítima de descaso, acaba com gigantescas crateras, com rota modificada para não incomodar a elite do Morumbi em detrimento dos interesses da população mais pobre e, principalmente, lotado, superlotado, sem capacidade para aguentar a quantidade de passageiros que precisam recorrer ao metrô pela total falta d eoutras opções decentes de transporte coletivo.

Uma reação do blog Brasil Mobilizado:
Em períodos pré eleitorais o caos parece ficar mais evidente.
Não vai demorar nada para que venham dizer que foi um petista o responsável pelo caos do Metrô. Ainda bem que a blusa era preta, pois se fosse vermelha já haveria provas materiais do boicote petista.
Às vesperas das eleições para o governo do estado de São Paulo, quando Serra largou a prefeitura para concorrer, também houve um caos no Metrô. Nesse caos não hove blusa preta.
Os DEMO/TUCANOS, como agora, querendo mostrar o serviço que não fizeram antes, ampliaram o Bilhete Único dos ônibus( criado pela petista Marta Suplicy) para integrar com o Metrô. Claro que muitos usuários que não utilizavam o metrô, pois gastariam mais, passaram a usá-lo,o número de usuários do metrô aumentou assustadoramente.
Porém, não houve um planejamento para esse aumento de usuários do metrô, pois o objetivo era mostrar na campanha eleitoral. Daí a pressa e o caos.
Ainda é precoce fazer qualquer análise sobre o Apagão do Metrô ocorrido hoje, mas o passado dos tucanos os condena.
A Maria Frô postou um apanhado interessante de vídeos comparando a propaganda DemoTucana para o metrô, mostrando um mar de tranquilidade, segurança e eficiência e a realidade. Vídeos postados por cidadãos com imagens da superlotação e do descaso:
Por isso que todas as vezes que vejo a propaganda do Serra e do Alckmin na tevê eu me pergunto onde é que fica a cidade imaginária e virtual que eles apresentam, na minha São Paulo, só existe o que vocês viram nos quatro últimos vídeos apresentados anteriormente.
Qual o limite da sanidade, da responsabilidade? A mídia já partiu para o ataque irresponsável, o que mais falta?

O @Emerluis, no Nas Retinas, também postou vídeos do momento de caos, gravados por um usuário do metrô, demonstrando toda a falsidade da propaganda oficial. Cidadãos andando pelos trilhos, como gado, em galerias escuras e sem qualquer segurança:
Poucas horas depois do caos desta manhã, ocorrido no Metro de SP devido a falhas na linha Leste/Oeste, que deixou todo o sistema parado e as autoridade públicas ainda não se explicaram (a mídia não cobra deles), os cidadãos estão postando no YouTube imagens gravadas no local. Nos vídeos abaixo, gravados pelo usuário do Metro (e do YouTube) williamfcosta, pode-se ver os passageiros andando na linha, em elevado e nos túneis, no meio da escuridão. Na era da mobilidade, não dá pra esconder essas imagens. Os cidadãos, com os meios digitais, possuem mídia para se comunicar e enfrentar as barreiras da velha mídia.
E, em meio à todos estes flagrantes de descaso, de falta de investimento e de responsabilidade, completa falta de gerenciamento estatal e propaganda enganosa, Soninha resolve fazer o mais insano: Criar uma conspiração, acusar a oposição de sabotagem.
Teorias conspiratórias para solucionar graves problemas de administração pública. É a marca do PSDB/DEM/PPS. O Sindicato dos Metroviários acabou de passar por uma eleição, na qual PSTU/PSOL e Independentes venceram. Que melhor hora para atacar, em plena ressaca eleitoral?

A desculpa da blusa já era por demais tosca. A de sabotagem é criminosa. Além disto, é tripudiar do sofrimento dos passageiros, presos nos vagões e que, em desespero, chegaram a tentar quebrar os vidros das composições. Ao invés de uma resposta séria e responsável, a coordenadora de Serra joga merda no ventilador (não há outra palavra para usar) e acerta sua própria cara e a de seus comparsas quenão só cometeram um crime ao acusarem o PT, mas cometeram um crime contra o povo.

Os usuários do metrô são vítimas: Do descaso, das altas tarifas, da superlotação, da privatização (Linha 4-Amarela), da má administração, da propaganda enganosa, enfim, do DemoTucanato.

#Soninhafacts, #DilmaFactsBySoninha e @PTFactsBySoninha são algumas das tags que vem surgindo. Mas acho, honestamente, que esta figura grotesca não merecia sequer esta atenção. Sozinha, ela já enterrou sua carreira política. De vereadora medíocre à sub-prefeita lamentável e desesperada. E agora, à marketeira fracassada e a caminho do ostracismo.

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