quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Kassab ataca novamente: Reforma da Praça Roosevelt e as mentiras da prefeitura

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Assisti a uma reportagem do Jornal da Gazeta em que era entrevistado o Gualberto, dono da loja HQ Mix logo embaixo do meu prédio e não pude conter minha revolta.

Segundo a reportagem, a prefeitura teria ouvido os moradores sobre a reforma, teria negado qualquer infestação de ratos na praça, teria garantido a segurança do lugar e não teria recebido nada, nenhuma reclamação formal, dos moradores sobre nada.

Engraçado, tudo não passa de mentira, e da mais deslavada. Mas vamos por partes.

Primeiro, a piada de terem nos ouvido. Em 5 de abril tivemos uma reunião com representantes da prefeitura e com a arquiteta responsável pela obra, fato, mas daquela reunião NENHUMA das sugestões dos moradores foi ouvida. Sequer a mais relevante, sobre um problema grave, risco biológico com um cachorródromo projetado para ficar a sombra da igreja da Consolação, o que inviabilizaria a decomposição dos dejetos.

Nem mesmo esta sugestão óbvia foi levada em conta. Não é de se surpreender que os skatistas serão excluídos da praça, mesmo com muitos perguntando porque não haveria lugar para eles. A política de reforma da Praça nada mais é que uma parte do processo de higienização do centro de São Paulo.

Para provar que jamais nos ouviram sobre a reforma, basta observar como era o projeto antes da reunião com os moradores e como ficou depois. Não mudou nada. O mesmo projeto. Em conjunto com a demolição do tradicional samba da esquina da consolação e das casas noturnas da esquina com a Augusta.

Continuando com as mentiras da noite, me centro agora na infestação de ratos. Oras, se os moradores e comerciantes estão afirmando que há este problema, porque não simplesmente fazer a bendita dedetização ao invés de pagar pra ver?

Se quem passa o dia inteiro aqui na Praça afirma que há um problema então é porque há. Qual seria a razão de inventar algo assim? Simplesmente ridículo. E, no mais, seria uma segurança a mais, mas a prefeitura não se importa com isto.

Na verdade, o que importa é, mesmo num sábado, começar a obra às 7 da manhã e impedir que qualquer pessoa durma. Porque não começar a demolir depois das 10 da manhã e termina um pouco mais tarde, e não às 17h, e permitir que se durma nos apartamentos em volta da Praça? E sem ratazanas!

Mas, fato, não é com o bem estar dos moradores que a prefeitura se preocupa, porque se fosse haveria segurança na Praça e não veríamos episódios de extrema violência  acontecendo - com a conivência da polícia que aparece sempre depois do fato.

Falando em segurança, até a colocação dos tapumes - e depois do Bortolotto ser baleado e do mendigo ser assassinado - vez em nunca havia um carro da PM na Praça, normalmente nos fins-de-semana, quando havia muito movimento, mas agora, desde que começou a obra, não vi um policial ou guarda civil sequer passando perto da área.

Vão esperar dar merda outra vez para voltar a policiar? E, quando falo em "merda" me refiro a assassinato ou tentativa, porque assaltos já acontecem. Detalhe, há uma delegacia de polícia na esquina da praça com a Consolação. só pode ser piada.

Sobre a suposta inexistência de "reclamação formal", engraçado, segundo o Gualberto foram marcadas várias reuniões e o subprefeito não apareceu em nenhum. Que espécie de reclamação esperam? Aquela escrita, enviada pra um gabinete em que ninguém vai ler ou, se lerem, vão fazer pouco caso e jogar no lixo, como de costume?

Realmente, Kassab como prefeito é uma vergonha.

Desde o início a reforma carece de transparência. Foram anos a fio de promessas e de espera e, quando a coisa finalmente sai, os moradores e comerciantes são tratados com descaso e pouco importa sua opinião.

A gestão da prefeitura é vergonhosa e o descaso com a população é flagrante. Importa ao prefeito realizar suas obras de higienização, ops, de reforma custe o que custar, sem, porém, dar a mínima aos que moram no entorno.

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A reforma, como está a praça hoje:




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