quinta-feira, 19 de março de 2009

Madagascar... Complicou!

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Pelo visto a tomada de poder de Rajoelina não será tão fácil quanto ele esperava...

O grupo dos países do Sul da África lançou comunicado afirmando que não irá reconehcer o novo governo.

"SADC does not and cannot recognise Mr Rajoelina as president ... because his appointment not only violates the constitution of Madagascar and democratic principles, but violates the core principles and Treaty of SADC, the African Union and the United Nations Charters,"

E a coisa pode ficar ainda pior, a Zâmbia pede que Madagascar seja suspensa do grupo e tanto a ONU quanto a União Africana demonstram preocupação com a atual situação do país.

"Though Madagascar's Constitutional Court has endorsed Rajoelina's takeover, various world bodies including the AU and U.N. have expressed concern at the change in leadership without a vote. Zambia wants Madagascar suspended from the SADC and AU."

Curioso é que a França, antiga metrópole, se mantém calada até agora. Segundo a reuters, provavelmente deu apoio ao golep e preferiu fingir que não sabe de nada.

Mas a notícia engraçada do dia fica por conta dos EUA que afirmam que a mudança de poder em Madagascar foi "antidemocrática".

Não dá pra discordar desta afirmação, afinal, foi um Golpe de Estado, um golpe militar que depôs o presidente legalmente eleito e colocou seu inimigo político que, além de tudo, tem 6 anos a menos do que a Constituição permite para ser presidente.

Mas é engraçado que logo os EUA venham fala de democracia ou de tomada de poder antidemocrática.

Só para enumerar alguns fatos:

Vietnã (anos 50, 60 e 70)
Granada (1982)
Guatemala (anos 60, 70, 80 e 90)
El salvador (anos 80 e 90)
Nicarágua (séc. XIX e séc XX, até os anos 90)
Iraque (2003-hoje)
Apoio à Israel e não-reconehcimento da vitória eleitoral do Hamas
Apoio às ditaduras do Chile, Argentina, Brasil e Uruguai (anos 60-80)

Dentre outros episódios que ilustram o comprometimento dos EUA com a democracia e quão risível é ver a palavra "antidemocrática" sair da Casa Branca.

Uma coisa é certa, os EUA nãovão cortar relações, diminuir ajuda ou coisa do tipo. Só queriam mostrar que estão vendo o que acontece no mundo e que, talvez, dessa vez, não foram eles quem apoiaram ou tramara o golpe.

Milagre!
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