Você leu em algum jornal? Saiu em alguma manchete? Claro que não!
Gilmar vaiado duas vezes após sessão no Senado
O presidente do Supremo Gilmar Mendes foi a uma audiência pública na CCJ do Senado Federal, ontem. A Folha de S.Paulo e o Estadão deram matéria sobre o assunto (leia em nossa clipagem de hoje, logo abaixo, ou clicando aqui).Mas vamos falar do que a FSP e o Estadão “esqueceram” de dizer nas suas linhas.
Ao deixar a audiência… Vaias no ministro. Duas vezes.
As primeiras vaias vieram de estudantes do movimento “Saia às Ruas“. A polícia legislativa tratou logo de retirar os estudantes das dependências do Senado.
Logo depois, na porta do elevador, perguntado se aquela manifestação o havia incomodado, ele disse que “nem um pouco”.
De repente, mais vaias ao ministro… Outra manifestação.
Desta vez dos representantes da Confederação Nacional das Associações de Servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “O Gilmar não está honrando com as obrigações que tem como presidente do Supremo Tribunal Federal. Ele tem agido de forma parcial e isso extrapola prerrogativas de qualquer magistrado”, disse o diretor da confederação, José Vaz Parente.
Perguntado se aquelas manifestações o incomodavam, Mendes disse o seguinte:
“Não me incomoda de nenhuma maneira. A gente se qualifica na sociedade pelos amigos que se tem e inimigos que se cria”
A Folha de S.Paulo e o Estadão “esqueceram” de falar dessas vaias. Típico da “seletividade” informacional desses jornais.
Interessante, ainda lendo o blog, que Gilmar Mendes continua fazendo pouco caso do povo. Não se julga pela opinião pública.... Mas não se julga SEM a opinião pública ou o sr. Gilmar Mendes será logo logo impedido de sair de casa sem uma grande escolta capaz de frear a insatisfação crescente dos brasileiros.
Não se julga pela opinião pública, diz Mendespor Mariângela Gallucci
de O Estado de S.PauloEm bate-boca há um mês, Joaquim Barbosa lhe sugeriu ‘’sair às ruas”
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse ontem que os juízes não podem julgar de acordo com os apelos da opinião pública. “Quem lida com a vida política sabe que é muito fácil engendrar acusações respaldadas pela opinião pública. Dependendo da história que se conta, a opinião pública aplaude até linchamento. Julgamento se faz é com contraditório. Não se faz em bar”, afirmou o presidente do STF, durante uma audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
No final de abril, Mendes envolveu-se em uma discussão no plenário do STF, transmitida ao vivo pela TV Justiça, com o colega Joaquim Barbosa. Na ocasião, Barbosa disse que o presidente da corte estava destruindo a credibilidade da Justiça e sugeriu que ele saísse às ruas para ouvir a população.
Para Mendes, é natural que ocorra alguma confusão, “que alguns imaginem que fazer justiça é ouvir as ruas, atender a determinados segmentos”. E destacou: “Os senhores não podem ser julgados e transformados em criminosos porque um juiz acha que está atendendo aos apelos da rua.”
O presidente do STF disse ter orgulho de uma jurisprudência do tribunal segundo a qual “clamor de opinião pública não justifica prisão preventiva”.
Mendes defendeu ainda a manutenção do foro privilegiado, que garante a autoridades como parlamentares o direito de serem julgadas apenas perante o Supremo. Ele garantiu que o benefício não leva à impunidade: “É uma outra lenda urbana, uma grande mentira que virou verdade, a de que foro privilegiado rima com impunidade.”
”TRIBUNAL NAZISTA”
Mendes considera natural que nem todos os processos resultem em condenação, frisando que um tribunal não pode ter o seu trabalho medido pelo número de condenações. Informou que nos últimos anos o STF abriu ação contra 45 autoridades e rejeitou outros 49 pedidos. “Tribunal que existe para condenar é tribunal nazista. Tribunal existe para julgar.”