sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A credibilidade da mídia... qual credibilidade? Dilma, Tuma e Sasha Grey.

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A Mídia vem perdendo totalmente a credibilidade, não é algo novo, não é algo isolado. Sejam nos grandes assuntos ou mesmo nos pequenos assuntos, a mídia se revela incapaz.

Incapaz de mostrar a verdade. Seja por vontade de mentir, de encobrir e de falsear, ou mesmo pela incapacidade de ir atrás da notícia, de se aprofundar, de pesquisar.

A mídia hoje oscila entre a falta de ética e a falta de capacidade. E ainda me falam do diploma de jornalismo.

O diploma, hoje, não garante qualidade, isenção ou ética. Porque garantiria? O dinheiro garante, em muitos casos.

Qual a credibilidade da mídia, ou mesmo do jornalista diplomado responsável pela Ficha Falsa da Dilma?

Qual a credibilidade desta mídia que atenta contra a liberdade de expressão do povo e que defende apenas os interesses da empresa, de famílias mafiosas que se perpetuam no poder?

Recentemente a Folha, o Uol e O Globo mataram Romeu Tuma.
Apenas mais uma página do péssimo jornalismo praticado pelos grandes impérios. Barrigas inacreditáveis, manipulações...

O Acerto de Contas é direto:
Hoje à noite foi possível analisar o nível a que chegou a imprensa brasileira. Simultaneamente, três grandes veículos de comunicação deram o “furo” da morte do Senador Romeu Tuma, que está internado em São Paulo.
Primeiro foi o UOL, seguido da Folha e do Globo, que anunciaram a morte do Senador, e tão logo perceberam que se tratava de uma “barriga”, retiraram a “notícia” do ar. Provavelmente um chupou a falsa notícia do outro, e centenas de release blogs também publicaram o “furo”. Aliás, release blogs não faltam nos tradicionais grupos de comunicação.
Esse episódio lamentável mostra como está sendo feito o tratamento da notícia por parte da imprensa brasileira, que nem ao menos se dá ao trabalho de checar se o Senador estava vivo ou não.
A pressa em dar a notícia, a falta de verificação do que se estava sendo contado, a divulgação precipitada e a mea culpa vergonhosa são assustadoras. A culpa talvez nem seja da jornalista, que prontamente se desculpou no Twitter, mas de algum editor interessado em dar um furo. De fato, foi um furo, num barco que já vem afundando há tempos.

Pena que a Folha não teve a decência de manter o tuíte da barriga, deletou e tentou esconder a verdade.

Tuma, infelizmente, está vivo. Se morrer, aliás, deve virar herói pelas mãos da grande mídia. Deixará de ser o delegado torturador que deveria ir direto para o lixo da história.

Mas para quem acha que a mídia é apenas responsável por manipulações e notícias falsas e precipitadas, apresento uma notícia que pode parecer até fútil, mas que revela o que venho dizendo ha muito tempo: O jornalista/mo de hoje não sabe o que é pesquisa.

Não sabe o que é investigação. Salvo raras exceções, quase todos com nomes fáceis de lembrar, o jornalismo de hoje é um amálgama de senso comum, de cópia de agências, de falta de crítica e de remendos vindos da Wikipedia.

Leiam as páginas internacionais dos jornais. Salvo um ou outro jornalista que analisa o que acontece fora do país - concordando ou não com sua análise -, a página (no singular mesmo, a cada dia parece que o que acontece fora do país se torna menos importante) é recheada por notícias de agência, acríticas, de análises importadas, de jornalistas de fora (mesmo que sequer relacionados ao país do evento) e, pior, em alguns casos de análises rasas, banais e que qualquer criança poderia ter facilmente copiado da wikipedia.

A Folha, ao anunciar ser o jornal do futuro (sic) e ter remodelado suas páginas fez o movimento inverso do esperado, precarizou ainda mais as análises e o conteúdo de qualidade. Reduziu texto, aumentou imagens e esvaziou o que já era um saco vazio. Este, aliás, parece ser o movimento natural do jornalismo (sic) brasileiro, o de privilegiar imagem ao invés de texto, o de reduzir análises para enfiar baboseiras.

Mas, indo direto ao ponto, Sasha Grey, famosa [e maravilhosa] atriz da indústria pornô e que vem fazendo boas incursões no cinema "normal", nasceu nos EUA. Até aí, nada demais.

O problema é quando um grande portal de notícias das Organizações Globo, mesmo em seu mais fútil canal, EGO, repete a Wikipedia em português, de forma totalmente descarada e acrítica, anunciando que [a belíssima] Sasha Grey, vejam só, é cearense.
Aí lá vem pra gente no Twitter o pessoal shitando brickos “OMG ELA É BRASILEIRA!”… Não, amigos. Ela não é Brasileira. Ela nasceu em 14 de Março de 1988 em Sacramento, nos EUA. E… é isso. Em tudo quanto é site do universo há essa informação, MENOS na Globo, que diz que ela nasceu em Fortaleza. Ela esclareceu em entrevistas e, na Encyclopedia Dramatica tem uma declaração dela dizendo que uma revista daqui publicou isso “só pra vender mais”.
A Wikipedia, aliás, já corrigiu o erro há um bom tempo e existe material de 2008 que comprova que tudo não passava de uma brincadeira.

Uma pesquisa rápida revelaria a manipulação da Wikipedia, uma brincadeira:
Com exceção da data de nascimento, 14 de março de 1988, parece não haver muito consenso na Internet sobre o local de nascimento da atriz. O Omelete se afiançou na Wikipedia em português, mas a informação é suspeita. O IMDb diz que Grey nasceu em Gary, no Estado de Indiana, nos EUA - local confirmado por um jornal de Sacramento, na Califórnia, cidade onde a atriz cresceu.
Existe, é fato, dúvidas sobre se ela haveria nascido em Gary, Indiana ou Sacramento, Califórnia, mas daí a ligá-la ao Ceará? Tanto Wikipedia quando o IMDB indicam que ela nasceu em Sacramento, mas algumas outras fontes divergem, o que não vem ao caso.
Um problema que passa meio despercebido pelo público em geral é o fato de se veicular em absolutamente todos os sites que a moça nasceu em Fortaleza, no Ceará. Em alguns estão dizendo que ela nasceu em Quixadá. Quixadá. Não estou de brincadeira. Quixadá.

Não ignoro que o corpo dela seja estereotipicamente cearense, mas além disso, sinto informar que não há nenhuma prova ou indicação de que ela seja brasileira. Ou seja, tiraram a informação do cu. Parem de repeti-la, it's fucking pissing me off. (Quer dizer: você, você, você, você e vocês, outros resultados do Google para "sasha grey brasileira", calem a boca.)

A informação é tão conspicuamente fake que o Omelete ficou até com vergonha e admitiu que confiou num Zé Neguinho qualquer que editou a Wikipedia PT (não foi nem a Wikipedia em inglês, hein). Verificando o artigo atual da Wikipedia em português, vejo que até lá o local de nascimento da Sasha já foi alterado. E, no entanto, O Globo ainda insiste que a mulher é produto nacional.
É a denúncia final de que, efetivamente, o jornalismo brasileiro morreu. Nem a mais simples das pesquisas um grande portal de mídia tem a capacidade de fazer. Tuma está morto, mas passa bem, Sasha Grey é cearense e Dilma é uma terrorista com extensa ficha-corrida.
Imagens que ilustram o post vem do Blog da Maria Frô e do Portal Imprensa.

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