segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dilma venceu. E agora? [Reforma Agrária e Urbana]

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Parte desta emancipação popular e superação do assistencialismo passa também pela consecução de uma ampla reforma urbana e agrária no país.

Reforma agrária esta que foi completamente abandonada pelo governo Lula e sequer consta como agenda do nascente governo Dilma. Se por um lado é importante o aumento do investimento nos já assentados e na agricultura familiar que vem dando frutos, por outro  não podemos deixar de lado a realidade de ampla exclusão e abandono dos trabalhadores sem terra e daqueles que compõem este movimento.

Lula pactuou com diversos setores ruralistas sem, porém, ter conseguido grande êxito em atraí-los para sua esfera de influência. Kátia Abreu, UDR e outros grupos de caráter neofascista não são passíveis de contemporização, mas devem ser denunciados e esmagados com a força de uma presidência popular e ampla.

No caso da reforma urbana, o PAC e o programa Minha Casa, Minha Vida são importantes, mas apenas paliativos em muitos casos. A superação da "favelização" não passa apenas pela reforma do entorno, pela melhoria da infra-estrutura, mas também pela inclusão social, pelo acesso a bens, a cultura e educação e pela inserção na sociedade dos indivíduos que permanecem marginalizados.

Se no campo, limitar a propriedade da terra e radicalizar as desapropriações é um primeiro passo a ser dado - e para isto é preciso radicalizar -, nas cidades não podemos apenas esperar que casas sejam construídas pelo governo, mas promover o aluguel compulsório, por exemplo, promover uma ampla reforma do espaço urbano como vem pregando há décadas os movimentos sociais, evitando a expulsão da população dos centros, a marginalização dos sem-teto e da população em situação de risco.

Os movimentos sociais, com Lula, foram respeitados e não mais tratados como lixo, mas por outro lado o governo Lula foi o ponto alto da desmobilização de diversos setores - processo contínuo desde FHC -, da cooptação de outros e de uma certa apatia generalizada, beirando a aceitação de seu destino, por parte de alguns grupos.

MST, MAB, Movimentos de Sem Teto e diversos outros foram deixados de lado durante 8 anos de governo Lula e, mesmo assim, parmaneceram fiéis ao projeto, seja por cooptação, ou seja pro acreditarem - corretamente - que se pouco era feito, ao menos não apanhavam.

Pois agora é a hora de efetivamente pressionar por mudanças e pro um aprofundamento daquilo que já vem funcionando. Inclusão social, reformas no campo e nas cidades e um amplo processo de politização da população historicamente deixada de lado por sucessivos governos.
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