Parte desta emancipação popular e superação do assistencialismo passa também pela consecução de uma ampla
reforma urbana e agrária no país.
Reforma agrária esta
que foi completamente abandonada pelo governo Lula e sequer consta como
agenda do nascente governo Dilma. Se por um lado é importante o aumento
do investimento nos já assentados e na agricultura familiar que vem
dando frutos, por outro não podemos deixar de lado a realidade de ampla
exclusão e abandono dos trabalhadores sem terra e daqueles que compõem
este movimento.
Lula pactuou com diversos setores
ruralistas sem, porém, ter conseguido grande êxito em atraí-los para sua
esfera de influência. Kátia Abreu, UDR e outros grupos de caráter
neofascista não são passíveis de contemporização, mas devem ser
denunciados e esmagados com a força de uma presidência popular e ampla.
No
caso da reforma urbana, o PAC e o programa Minha Casa, Minha Vida são
importantes, mas apenas paliativos em muitos casos. A superação da
"favelização" não passa apenas pela reforma do entorno, pela melhoria da
infra-estrutura, mas também pela inclusão social, pelo acesso a bens, a
cultura e educação e pela inserção na sociedade dos indivíduos que
permanecem marginalizados.
Se no campo, limitar a
propriedade da terra e radicalizar as desapropriações é um primeiro
passo a ser dado - e para isto é preciso radicalizar -, nas cidades não
podemos apenas esperar que casas sejam construídas pelo governo, mas
promover o aluguel
compulsório, por exemplo, promover uma ampla reforma do espaço
urbano como vem pregando há décadas os movimentos sociais, evitando a
expulsão da população dos centros, a marginalização dos sem-teto e da
população em situação de risco.
Os movimentos sociais,
com Lula, foram respeitados e não mais tratados como lixo, mas por outro
lado o governo Lula foi o ponto alto da desmobilização de diversos
setores - processo contínuo desde FHC -, da cooptação de outros e de uma
certa apatia generalizada, beirando a aceitação de seu destino, por
parte de alguns grupos.
MST, MAB, Movimentos de Sem
Teto e diversos outros foram deixados de lado durante 8 anos de governo
Lula e, mesmo assim, parmaneceram fiéis ao projeto, seja por cooptação,
ou seja pro acreditarem - corretamente - que se pouco era feito, ao
menos não apanhavam.
Pois agora é a hora de
efetivamente pressionar por mudanças e pro um aprofundamento daquilo que
já vem funcionando. Inclusão social, reformas no campo e nas cidades e
um amplo processo de politização da população historicamente deixada de
lado por sucessivos governos.
Blog de comentários sobre política, relações internacionais, direitos humanos, nacionalismo basco e divagações em geral... Nome descaradamente baseado no The Angry Arab
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Dilma venceu. E agora? [Reforma Agrária e Urbana]
------
Marcadores:
Brasil,
Desafios Dilma,
Dilma,
Eleições,
Lula,
Política,
PT,
Reforma Agrária,
Reforma Urbana
Dilma venceu. E agora? [Reforma Agrária e Urbana]
2010-11-08T10:30:00-02:00
Raphael Tsavkko Garcia
Brasil|Desafios Dilma|Dilma|Eleições|Lula|Política|PT|Reforma Agrária|Reforma Urbana|
Assinar:
Postar comentários (Atom)