sábado, 16 de abril de 2011

Virada Cultural: Kassab é ainda mais imbecil do que pensamos

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Kassab não cansa de trabalhar... para deixar nossa vida cada vez pior e mais complicada. Sua mania de achar soluções supostamente fáceis para grandes problemas é famosa, mas ele cada vez mais supera a barreira do absurdo e do ridículo.

Recapitulemos.

Como Kassab resolve o problema do transporte público? Melhorando as faixas de ônibus, sincronizando os diferentes tipos de transporte público, ampliando a oferta e a qualidade? Não. Ele aumenta o preço das passagens, reduzindo assim a quantidade de pessoas que pode pagar pelo serviço.

É um gênio! Como resolver a superlotação do sistema? você bota um preço que impede uma imensa parcela de tomar o ônibus! Isso compensa a pequena parcela que passa a comprar carros ou motos pra escapar da mesma superlotação e dos preços abusivos. Ou deveria, em seu raciocínio torpe.

Seu pai, Serra, por outro lado, é mais direto, ele apenas amplia a área onde os carros podem passar em algumas áreas da cidade pra dar a impressão de que o trânsito melhorou - e com isso incentiva a saída de mais carros às ruas.

Se nada dá certo o Kassab apenas vai para a França se esconder.

Mas não para por aí.

Como Kassab evita que São Paulo alague quando chove demais? Nada. Ops, não é um bom exemplo!

Voltando aos exemplos válidos.

Como Kassab faz para resolver o problema da Cracolândia? Oras, fácil, ele espalha a cracolândia pelo centro, criando pequenos bolsões de miséria. "Mas isto não resolve nada", alguém indignado pode gritar...

Mas quem disse que o Kassab quer resolver alguma coisa?

Tendo relação com o assunto, há ainda o problema dos milhares de mendigos espalhados pelo centro da cidade. Kassab também encontrou a solução para eles. Fechou albergues, patrocina o transporte dos indesejados até os limites da cidade e ainda lhes garante banhos grátis com jatos de água gelada durante as primeiras horas da manhã!

É um humanista!

Indo adiante, como é alguém que pensa na família (assim como os neonazis na Paulista defendendo o Bolsonaro), ele resolveu resolver o problema do barulho durante a noite nas regiões mais famosas da cidade apenas fechando bares, bordéis, pés sujos, boates e tudo mais que encontrava pela frente.

Qual o problema me transformar regiões inteiras em deserto, em perseguir artistas (como ele fez com os artistas de rua), em fechar bares, em promover o desemprego? Afinal, tudo isto é pelo bem da família! E, claro, sempre molhando a mão das empreiteiras, que o elegeram.

A Nova Luz, aliás, é a mais perfeita demonstração do caráter (ou falta dele) do Kassab. De uma vez só, ele conseguira fechar centenas de negócios, expulsar milhares de moradores de uma região (e também mendigos, habitantes da cracolândia e etc) e ainda garantir lucros monumentais para as empreiteiras através da completa destruição e reconstrução de imensa parcela do centro de São Paulo.

É o golpe perfeito. O crime máximo.

A última da figura nem surpreende. E frente a tudo que ele fez funciona apenas como pequeno complemento, mas ilustra o caráter (outra vez, a falta) do prefeito e de sua gestão (comentei sobre as subprefeituras e vários postos do governo comandados por Coronéis da PM?). A novidade agora é a de PROIBIR o consumo de álcool durante a Virada Cultural.

O escritor Xico Sá (via Futepoca) explica:
Kassab é realmente mestre do empata-foda, com toda a licença da expressão tão real quanto baixa. Desculpem ai, senhoras e senhores, mas não há como dizer em outros termos da redundante real-politik. Vamos nessa.
O cara fez o que pode para destruir a noite de SP, o maior e mais lucrativo parque de diversões noturnos do planeta, lacrando bares, restaurantes, puteiros, ambientes familiares, casas de shows, cabarés, saunas, puxadinhos desobedientes, apêndices de todas as naturezas.
A triste imagem dos botecos ou casas chiques emparedados é o signo da burrice-mor na terra do velho Oswald de Andrade.
O sinistro K., não contente em fechar os estabelecimentos, ergue um muro neofascista para humilhar os já lacrados portões de ferro. Assim como toda arquitetura da destruição da rampa antimendigo, em sociedade aberta com os tucanos, assim como os bancos de praça anitivagabundos e as fontes contra banhos dos feios, sujos e malvados da praça da Sé e arredores.
Agora Kassab empata de novo o prazer da grande festa de rua da cidade, o carnaval de fato da pauliceia, a Virada Cultural que acontece no próximo final de semana.
Espécie de Jânio Quadros sem álcool, o sr. K. proibiu a venda de bebidas na rua. Vê um show bacana e pegar ali uma latinha com o camelô, esquece. É crime. Depois de 1 da manhã, ou seja, quando a brincadeira começa, nem os bares podem vender mais uma cerveja. Lei seca na maloca. 
Não sei se é parar rir, ou como o escritor defende, desobediência civil - levemos engradados, isopores e nosso próprio álcool -, mas sem dúvida é para lamentar e protestar.


E para quem não entendeu o propósito da medida, simples, junta o puritanismo estúpido do prefeito (aquele ranço de elite paulistana preconceituosa) com a falta de capacidade da mesma prefeitura de garantir uma estrutura mínima de banheiros e segurança para todos.

Quem não lembra da lambança da prefeitura depois da violência desnecessária e descabida da prefeitura durante um show de Rap e Virada Cultural passada?

Pois é, Kassab é o homem das soluções fáceis. Se há algo errado, basta esconder, proibir... enfim, "limpar".
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