quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A lenta morte do MST no seio governista

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Na segunda, dia 19, o Stédile, do MST, deu uma entrevista a alguns blogueiros, transmitida via streaming.

Admito não ter tido paciência para mais uma sessão de chapa-branquice (não dos blogueiros, mas do Stédile) pró-governo com pequenas pitadas de críticas contidas e dadas de má vontade.

Acompanhei, pois, via twitter, os comentários. E foi o que eu esperava. Que o governo recua, que há correlação de forças, que há problemas, mas que, no fim, o Socialismo petista irá triunfar e o mundo será um lugar melhor.

O mesmo papo de fanáticos governistas, mas com um pouco mais de autoridade.

Mas o que achei mesmo engraçado foi o que o @Waldezurbe me disse, no Twitter, que o Stédile havia respondido um questionamento meu (na verdade comentários críticos à ligação governo/MST) dizendo:
Se depender de políticos e militantes variados, eu sou ao mesmo tempo um "psolento-tucano" com passagens pelo DEM e PPS e com estágio no PT. Tudo junto, mjisturado e... bem, é tosco.



O mais terrível de tudo é que meus questionamentos não foram apenas deixados de lado sob a falsa desculpa de que eu seria de um partido (o Stédile iniciou sua fala dizendo, com orgulho, ser fundador do PT!), mas simplesmente porque já se tornou costume da ala governista permanecer em sepulcral silêncio quando questionados ou simplesmente porque não há o que responder.

Tudo que questionei durante a twitcam:


Não esperava mesmo uma resposta, mas também não esperava a resposta-padrão que venho recebendo há muito, que é a de desautorizar quem questiona e o mero direito de questionar. Faz dois meses está no ar uma série de perguntas constantemente atualizadas sobre os rumos do governo. Não obtive nenhuma resposta até agora. Mas xingamentos? Esses eu conto às dúzias!

Se o governo é tão bom, porque não respondem francamente? Ou não podem?

Como você segue apoiando cegamente um governo cujo líder, Vaccarezza, é funcionário da Monsanto e faz lobby pra Chevron?

O MST é o movimento social mais importante e forte desse país e não acho que precisaria sequer romper com o PT, mas precisaria deixar de SER o PT, deixar de ser corrente de transmissão eterna do pensamento único petista - sei que há discordâncias no PT, mas na hora de votar todos vão juntos, então não faz diferença.

Enfim, o MST não precisa romper de orma categórica, mas precisa ser firme, bater e bater duro para ser ouvido. Foram oito anos de Lula e lá vai um ano de Dilma em que a Reforma Agrária foi ABANDONADA.

Em que Kátia Abreu virou aliada, em que Código Florestal foi aprovado - e não será vetado. Ou seja, só retrocessos. E o MST mantém sua posição de apoiar cegamente e fazer críticas pontuais que não fazem a mínima diferença.

É triste ver um dos maiores - senão o maior - movimento social do mundo definhar desta forma, pelo apoio cego a um governo que não lhes diz nada, que não lhes concede nada.

Quem, então, meu caro Stédile, pode questionar o governo? Eu não posso, já que, segundo você, sou partidário (mas você é do PT). Então quem?

Mas eu iria além, adianta, faz diferença questionar o governo para, no fim, apoiar todos os seus passos?
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