Em alguns momentos cheguei a gargalhar, tamanho o absurdo do discurso do capacho do Kassab:
A discussão sobre limitação de tráfego nas cidades deve ser realista e objetiva.Já começou errado. Com Kassab, PSD, PSDB e cia isso não é possível.
Para minimizar os custos associados à circulação de veículos individuais, o caminho mais efetivo é favorecer a utilização do espaço pelo transporte público, aperfeiçoar e ampliar o transporte de massa, disciplinar e restringir o tráfego, inclusive com cobrança de pedágio urbano, e retirar da região central os veículos de cargas pesadas.Sem dúvida a intenção é SEMPRE a de minimizar os custos para o Estado, repassá-los ao povo e garantir o lucro da iniciativa privada. Nisto se encaixam as estradas privatizadas (ok, concedidas) do estado, nos aeroportos concedidos (novamente a novilingua do PSDB/PT) por Dilma e por aí vai. Em que momento o povo lucrará com tais ações? Nunca.
Continuamos a pagar impostos para melhoria das estradas, mesmo as privadas e o dinheiro das "concessões" nunca ninguém viu (a não ser os donos de meia dúzia de contas na suíça e afins) e, no caso dos aeroportos, o Estado arcará com uma parte imensa do valor das concessões, perderemos controle sobre importante aspecto de nossa soberania e, de quebra, poderemos enfrentar subida de preços nas taxas praticadas.
É um jogo em que nós sempre perdemos.
Isso levará à redução dos congestionamentos, o que tornará o transporte por ônibus mais atrativo, com maior oferta de lugares, velocidade e conforto.Nesta parte eu até engasguei. De fato, sem carros o congestionamento será menor, não é preciso ser gênio, mas notem: MENOR. Nada garante que acabe(m). Mas NADA nesse mundo tornará atrativo o transporte de ônibus da forma como ele é hoje. Pagamos absurdos 3 reais mesmo que para andar 500 metros (e hoje sabemos que 500 metros pode levar até 2 horas a depender da hora) e os ônibus estão constantemente lotados. Sem carros a tendência (uma obviedade que só "administradores" públicos com motorista particular não notam) é a de que os ônibus fiquem MAIS cheios, tornando o que hoje é insuportável, um calvário com direito à momentos de puro desespero.
A parte do conforto eu nem levo em conta, vou fingir que de tanto rir e engasgar estava com os olhos cheios de lágrimas e não li tamanho absurdo. E quanto ao aumento de oferta, mais uma piada de péssimo gosto.
O que está por trás disto é simples: Lucro para patrocinadores dos políticos ligados ao Kassab, PSDB e, claro, PT - wannabe aliado de Kassab.
O lucro para os amigos do rei com os pedágios nem precisa ser analisado. São milhões, até bilhões em benesses eternas, sem grandes custos ou exigências, uma verdadeira farra. O Estado passa a economizar com fiscalização, manutenção de ruas e etc e isto o digníssimo secretário nem fez questão de esconder:
Em São Paulo, por décadas, os recursos públicos para manter as ferrovias ou investir no transporte de massa e nos corredores de ônibus foram inexistentes ou escassos. Pareceu sempre mais econômico abrir e ampliar estradas e avenidas e deixar que os interessados procurassem os meios de locomoção.E sejamos honestos, os investimentos em transporte público continuarão escassos. Mera questão de observação.
Voltando aos lucros, os donos de estacionamentos irão prosperar como nunca, assim como a prefeitura e amigos que pode ter seus laranjas dominando redes de estacionamentos e, claro, é sempre possível criar, no entorno das áreas de pedágio, uma imensa área azul, garantindo mais alguns bilhões à pobre prefeitura paulistana.
É mais dinheiro para corrupção, para os amigos e aspones em geral.
Teremos pedágios privados para garantir o lucro de empresários e o entupimento final dos parcos serviços públicos à nossa disposição, com metrô e ônibus na casa dos três reais (e logo virão novos aumentos injustificáveis), quanto sairá o pedágio?
Quem mora mais longe do centro terá de pegar seu garro, gastando gasolina e demais custos do mesmo, estacionar perto de alguma praça de pedágio onde acredita-se haverá acesso a transporte público e então chegar ao trabalho. Pagará pelo carro e pelo transporte público e pelo estacionamento ou área azul para deixar seu carro. Ou então pagará o pedágio e dada a qualidade (sic) do transporte coletivo, muitos preferirão pagar, para a alegria da prefeitura e seus quarenta ladrões, que lucrará como nunca.
Nem vale entrar também num ponto óbvio, que é o seguinte: Porque a prefeitura e seus aspones ficam colocando a culpa no transporte individual para investir no coletivo? É preciso TIRAR carros da rua para que a prefeitura e demais governos invistam em ônibus e metrô? Não seria mais inteligente investir em qualidade e conforto no coletivo para que, assim, as pessoas tivessem motivos para largar o individual?
Claro que tem gente que simplesmente quer ter seu carro e dane-se o mundo, e os constantes incentivos federais à indústria de carros - que parece ser nossa única - pioram a situação das grandes cidades, as entupindo ainda mais, mas será que uma parcela IMENSA não estaria disposta a usar o transporte coletivo se este tivesse o mínimo de qualidade?
Mas é mais fácil, muito mais fácil buscar formas de nos roubar para fingir que estão investido em qualidade de vida e transporte coletivo. ao invés de buscar limitar à força o uso do transporte individual, que tal tornar o coletivo atraente?
Às vezes só podemos rir da incompetência e desfaçatez de nossas "administradores" públicos
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Atualização:
Qual não foi minha surpresa ao descobrir que Dilma acaba de aprovar lei que prevê pedágios urbanos pelo país como forma de incentivar o transporte público. Como se vê, a estupidez Kassabiana é contagiosa. Ao inv´s de investir em transporte público de qualidade para servir como incentivo à troca do transporte individual pelo coletivo, faz-se o contrário, proíbe-se o individual para superlotar o já lotado, saturado e péssimo transporte coletivo.