quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Lula defende programa nuclear iraniano. Porque não?

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A Falha em sua capa do dia 24/11 anuncia, com ares de estarrecida e contrariada, que Lula defende o direito do Irã de er um programa pacífico de energia nuclear.

As palavras de Lula, segundo o folhetim foram "O que temos defendido há muito tempo é que o Irã possa produzir urânio para desenvolvimento de energia". Perfeito! Irretocável!

O mesmo direito que o Brasil tem - enquanto signatário do TPI - de enriquecer urânio e ter suas usinas nucleares, como Angra I e II, o Irã também tem de ter sua usina em Isfahan!

Ambas as nações são signatárias do TPI e declaram ser para fins pacíficos seus programas nucleares, diferente por exemplo de Israel que sequer é signatária do pacto e os EUA estão perfeitamente satisfeitos em financiar seu programa nuclear ilegal, ou o Paquistão e a Índia que fazem o que bem entendem sob as vistas yankees.

Mas qual o problema do Irã?

Simples, ameaçam atacar Israel caso sejam atacados - legítima defesa, diga-se de passagem -, apoiam a luta Palestina - novamente uma causa justa e digna - através do Hamas e Hizbollah e se recusam a se submeter, lei-se abrir as pernas, ao poder Estadunidense.

São inimigos pois não aceitam serem dominados. O problema não é por serem uma ditadura, por serem islâmicos, afinal a Arábia Saudita se inclui perfeitamente nessa categoria, aliás, são o berço dos grupos terroristas que mais ferozmente combatem os EUA (ou ao menos é isto que nos diz a propaganda do norte).

O Irã combate Israel, frustra os planos dos EUA de dominar toda a região, não se sujeitam. Então não podem ser tratados da mesma forma que qualquer outro país que queira ter energia nuclear. E, claro, a mídia não poderia deixar de aderir à causa como uma forma de atacar o governo, ao mesmo tempo em que estampa a bandeira do Estado de Israel em sua capa. Dá a deixa, reafirma seu lado.
"A política externa brasileira é balizada pelo compromisso com a democracia e o respeito à diversidade. Defendemos os direitos humanos e a liberdade de escolha de nossos cidadãos e cidadãs com a mesma veemência com que repudiamos todo ato de intolerância ou de recurso ao terrorismo", disse Lula.
A atitude de Lula está correta. Em muitos pontos discordo do presidente nas políticas públicas, em como este resolve certos problemas e como ele encara a corrupção de seu próprio partido mas, em questões internacionais, salvo pequenos deslizes, não posso deixar de aplaudir suas posições e feitos.

Ahmadinejad, por seu lado, deu seu recado, correto e direto:

 "A estrutura principal do CS é contra a paz porque é baseada na discriminação. Por que alguns países têm direitos de veto? Basta olhar para os conflitos no mundo nesses 60 anos e teremos a intervenção destes países, que nunca foram julgados. Foram mortas milhares de pessoas, e os autores destes males no mundo têm direito a imunidade"
Enfim, o jogo de imagens da Falha em sua capa não passam despercebidos, nem seu apóio ao Estado Genocida. Fiquemos alerta e sempre denunciemos.
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