sexta-feira, 24 de abril de 2009

Madagascar: O outro lado? [Update2]

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Madagascar: confrontos com polícia deixam mortos em protesto

Pelo menos duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, algumas com gravidade, hoje quando a Polícia atirou contra seguidores do ex-presidente malgaxe deposto Marc Ravalomanana que se manifestavam contra o Governo liderado por Andry Rajoelina.

Segundo integrantes do partido de Ravalomanana, Tiako I Madagasikara (TIM, Eu Amo Madagascar, em idioma malgaxe), soldados do Corpo de Administração do Pessoal e Serviços do Exército (Capsat, em francês) abriram fogo e dispararam bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes no centro da capital Antananarivo.

Os simpatizantes de Ravalomanana organizaram várias manifestações nas últimas semanas para protestar contra sua deposição, em 17 de março, durante um golpe de Estado com apoio militar, em especial do Capsat.

Os manifestantes pretendiam hoje marchar para o Ministério da Justiça e a sede da Alta Autoridade da Transição (AAT), integrada por todos os partidos políticos opostos a Ravalomanana e liderada por Rajoelina, quando os soldados abriram fogo, segundo as fontes do TIM.

Porta-vozes do Governo afirmaram, no entanto, que os soldados só jogaram gás lacrimogêneo e deram tiros de advertência para o ar a fim de dispersar os manifestantes.

Rajoelina forçou a renúncia de seu rival com violentas manifestações, nas quais 140 pessoas morreram desde o fim do ano passado.


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infelizmente não achei maiores informações além desta notícia do Terra...

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Mas hoje encontrei na Reuters uma interessante notícia, quase um complemento da anterior.

"Madagascar government bans public protests"

Madagascar's government banned public demonstrations on Tuesday to maintain security after two people died when armed forces broke up a protest backing ousted leader Marc Ravalomanana a day earlier.
Está então confirmada a informação anterior do Terra. Protestos contra o atual governo mataram duas pessoas pelo menos.

E continua:
Thousands of Ravalomanana's supporters, who have held near-daily rallies since he stepped down in March under intense pressure from the army, had planned another meeting in the capital Antananarivo on Tuesday.

By midday, pockets of people were gathering but it was unclear whether the protest would go ahead.

Monday's violence raises the specter of a return to the civil unrest which killed 135 people and scared off tourists from the Indian Ocean island during the weeks-long power struggle which culminated in Ravalomanana's overthrow.

"All demonstrations are banned, including those in support of Andry Rajoelina, in order to restore law and order," Prime Minister Roindefo Monja said during a cabinet meeting open to reporters.

The government did not say when the ban would be lifted.


Mesmo com o novo governo de Rajoelina a paz não voltou à Madagascar e os enfrentamentos entre situação e oposição continuam, só que agora os lados foram trocados.

Na tentativa de parecer neutro, o governo proibiu protestos de qualquer tipo, de qualquer lado. De qualquer maneira o governo proibiu a liberdade de se manifestar, protestar e se indignar.

O novo governo, aparentemente, comete os mesmos erros que o anterior, aliás, de acordo com a citação abaixo, começou a seguir exatamente os mesmos passos do deposto Rovalomanana, que inicialmente mandou fechar a TV comandada por Rajoelina, a Viva TV....

Police and soldiers fired tear gas and warning shots to disperse thousands of people protesting against the closure of Ravalomanana's privately owned Radio and Television Mada.
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Update 2

"Confronto durante protesto mata 1 em Madagascar"


Mesmo com a proibição de novos protestos em Madagascar, a oposição, agora ao presidente/golpista Rajoelina, voltou às ruas para exigir a volta do presidente deposto Ravalomanana.

Pelo menos uma pessoa morreu, várias ficaram feridas em choques com as forças de segurança do país na capital, Antananarivo.

Desde que assumiu Rajoelina, os protestos são diários e normalmente reprimidos com violência pela polícia local.

Barricadas foram erguidas e a violência se espalhou por vários bairros da capital numa situação que parece incontrolável.

Madagascar foi suspensa das organizações pan-africanas que faz parte, pode ser vítima de sanções por parte da França e aliados e agora enfrente protestos diários e violência campal contra o golpe aplicado por Rajoelina em conivência com as Forças Armadas de Madagascar e possivelmente com apoio Francês.

Com Ravalomanana os protestos eram violentos e diários, com Rajoelina os protestos são violentos e diários. Por enquanto ainda não se vê uma solução para os problemas que sacodem a ilha africana.

A media watchdog has criticised the return of censorship and curbs on the freedom of expression under Madagascar's new army-backed government. Reporters Without Borders (RSF) said the island's media was the target of alarming measures, often carried out in a heavy-handed manner under President Andry Rajoelina -- who took power after deposed leader Marc Ravalomanana quit under pressure from the army.

Junto com os protestos veio a censura, denunciada pelos Repórteres Sem Fronteira (RSF). A mídia do país vem sendo censurada pelo atual presidente que fechou a rede de televisão controlada pelo seu opositor, dando início a mais uma onda de protestos violentos na capital.

"Effectively there is censorship. Higher instances are putting pressure on the editor in chief to forbid journalists from going to cover the demonstrations," one journalist at TNM told RSF on condition of anonymity.
Atá agora o número de mortos chega a 135, os investidores e turistas fugiram do país, que se encontra em uma crise sem precedentes.
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