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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Judiciário de Cabresto, o verdadeiro Golpe contra a democracia

Dos 11 ministros que participaram do julgamento do mensaleiro João Paulo Cunha, 8 haviam sido nomeados pelo PT (Dilma e Lula).

JP Cunha foi condenado por 9 votos a 2. Desses 9 votos que o condenaram, nada menos que 6 (SEIS) foram dados por ministros nomeados pelo Lula ou pela Dilma. Os dois que votaram pela absolvição foram o ministros Ricardo Levandowski (nomeado pelo Lula/PT, mas que condenou, por exemplo, diretores do Banco Rural. Pelo visto, o problema é só quando condenam o PT diretamente) e pelo ministro Dias Toffoli que, não surpreende, foi advogado do PT.

Apenas 3 dos 9 votos contra JP Cunha foram dados por ministros indicados por não-petistas, ou seja, a absoluta minoria.

Mas, mesmo assim, a "blogosfera progressista" não parou de atacar os ministros, como se fossem vendidos, parte do "PIG" - aquela entidade mágica que vive elogiando o PT e colocando Dilma na capa de revistas, mas quando critica vira o grande satã - e, no fim, golpistas.
- Vocês sabem que mexeram com o PT, um golpe grande, que faz parte de uma ação daqueles que foram derrotados nas urnas três vezes. São esses conservadores que diziam que o Brasil não podia crescer mais de 3%, que não podia dar aumento de salário, que gerava inflação. São esses mesmos conservadores que, junto com os setores da grande mídia, perderam na urna e tentam nos derrotar por outros meios - disse Falcão, durante o lançamento da candidatura do substituto de João Paulo à prefeitura de Osasco, Jorge Lapas (PT).
Uma declaração destas mereceria por parte dos minitros do STF um belo processo. Mas além disso, as acusações torpes de que todo o STF (retirando dois ministros) seria "golpista" é uma ofensa contra a própria democracia brasileira e a balança de poderes da república: o judiciário é independente.

Não faltaram aqueles que, com espaço garantido dentre os "progressistas" reclamassem que Lula e Dilma deveriam mesmo é nomear apenas amigos de confiança para cargos do judiciário. Escolher a dedo quem nomear para garantir que, ao invés do respeito à lei e à constituição, tivéssemos o respeito ao PT. Um judiciário de cabresto.
O anterior Procurador Geral da Republica não foi sequer neutro. Ao classificar o grupo dos 40 do mensalão mostrou-se inimigo frontal de quem o indicou. Não pode funcionar um Pais que cria esse nivel de conflito institucional auto induzido pelo proprio Poder.
Frente a um PGR não-neutro, o famoso Engavetador Geral da República, a proposta é a de empossar outro igualmente não-neutro, mas do "nosso lado".
A Democracia é o menos ruim dos regimes, não é o ideal e nunca será, não é perfeito e precisa funcionar. O caminho do Supremo neste caso do mensalão é muito ruim, é inconsequente, age como se o Supremo estivesse em um vácuo e não inserido dentro de um sistema que tem que operar dentro de um minimo de harmonia.
O Supremo não pode desafiar o Governo em nome de principios que ele mesmo proclama. E neste processo está sendo criativo, o "garantismo" está sendo enterrado para abrir caminho para as condenações coletivas no modelo de Nuremberg.
Entendemos, pois, que o Supremo deve se curvar à vontade do partido governante e rasgar a constituição, tornando o peculato, a corrupção e o uso criminoso de dinheiro público "garantias constitucionais".

Estas ideias e declarações passam longe de qualquer noção mínima de democracia e são  a declarção definitiva de que a ditadura é o modelo ideal. Curiosamente, tais declarações vem de gente cujo partido foi grande responsável pela resistência à Ditadura Militar! Aparentemnte, o excesso de convivência com um regime ditatorial deixou marcas próximas às da Síndrome de Estocolmo. Para dizer o mínimo.
Existe uma enorme diferença entre considerar equivocada uma decisão do judiciário, de um ministro ou mesmo do colegiado. Isto faz parte da democracia. Mas é diferente quando acusamos frontalmente o judiciário de golpe quando não gostamos de uma decisão e nos consideramos acima da constituição.
Há tempos que dependemos do judiciário para evitar uma medievalização do pa´si nas mãos dos evangélicos - aliados de Dilma e do PT - que tentam jogar na fogueira - não duvidem se literalmente - gays, feministas e quaisquer minorias que apareçam na frente. Foi graças ao STF que gays garantiram direitos e mulheres garantiram direitos mínimos de abortar bebês que, enfim, já estão mortos, anencéfalos.

Pequenos passos que deveriam ter sido dados pelo governo e pelo congresso, mas estes foram no caminho contrário, propondo criminalizações e chegando ao ponto da presidente do país declarar que não faria "propaganda de opção sexual" frente aos pelos da comunidade LGBT que vem sendo massacrada.

Mas é óbvio que temos retrocessos, que temos equívocos e interpretações diferentes. Recentemente o ministro Ayres Britto - indicado pelo PT - permitiu que Belo Monte continuasse a ser construída. Apesar de considerar a decisão equivocada, não posso iniciar um movimento acusando-o de golpismo ou de apoiar o genocídio indígena iniciado e patrocinado pelo PT.

Exceções, porém, são dois casos especiais: Gilmar Mendes e Dias Toffoli. O primeiro, cria de Fernando Henrique, possui ligações claras com o PSDB e pode estar envolvido no Mensalão Mineiro e deixa clara sua antipatia perigosa em relação ao PT. Longe de ser um democrata, usa a toga para benefícios pessoais e de compadres. Já Dias Toffoli talvez seja o primeiro experimento da tese "progressista" de que precisamos colocar nossos amigos na corte. Ex-advogado e empregado do PT, não se sabe se tem ou terá a independência necessária do partido. Sua posição no julgamento do Mensalão mostra que temos motivos para duvidar.

Ambos os minitros possuem ligações com partidos políticos falsamente antagonistas em termos ideológicos, mas que sedegladiam em nível federal (ainda quese aliam a nível local costumeiramente).

Enfim, declarações desastrosas e beirando a incitação à revolta como as seguintes, proferidas pelo presidente do PT são um verdadeiro perigo à democracia.
- Essa elite suja, reacionária, não tolera que um operário tenha mudado o país. Não tolera que uma mulher dê continuidade a esse projeto (...) E isso, para quem mantinha o povo subjulgado, é inaceitável. E quando eles são derrotados nas urnas, eles lançam mão dos instrumentos de poder que ainda dispõe, desde a mídia conservadora, passando pelo Judiciário, para tentar nos derrotar.
E o discurso é mero engodo para a platéia, pois a "elite suja", composta pela elite ruralista da aliada Katia Abreu, por Eike Batista, pelo empresariado da indústria pesada, construtoras e etc está INTEIRAMENTE ligada, aliada e financiando o PT. Ao passo que a "mídia conservadora" rasga elogios às privatizações dilmistas e à forma como ela trata grevistas: Na porrada.
Além disso, se não tivemos ainda um processo de democratização das comunicações - única forma de combater a tal mídia conservadora - é porque o PT não teve a menor vontade/intenção de dar o primeiro passo. Apesar disso, fanáticos não deixam de repetir incessantemente os mesmos mantras para a platéia.

Agora, acusar o judiciário de tentar "derrotar" o PT, quando a maior parte do judiciário foi NOMEADO pelo PT é, no mínimo, ridículo. É, na verdade, um golpe contra a democracia.O PT já deu um golpe em sua história, em sua militância e em sua ideologia, que não dê nenhum passo mais em direção ao abismo, levando o país junto.
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sábado, 11 de agosto de 2012

Brasil e Paraguai: a diferença é a capacidade de se vender

Dilma ligando para Lugo: "Tá vendo? Eu disse que não bastava se aliar com a direita, é preciso governar para a direita".

Esse diálogo, obviamente hipotético, não me parece distante da realidade, das possibilidades. Dilma e Lugo se sustentam sob uma base de centro-direita. Lugo se sustentava em base composta pelo Partido Liberal e por setores do Partido Colorado. Dilma ainda tem o PT e mais um ou outro partido que se declara de esquerda - por mais que não sejam - em sua base, mas ainda assim é dominada pela direita. Ou melhor, deixou-se dominar através de alianças com a direita, desde a liberal até a abertamente fascista. De PMDB a PP, com passagem pelos evangélicos do PSC e os pastores do PR. Lugo, por outro lado, não tinha nenhum parlamentar de seu partido/coalizão eleito, dependia inteiramente do partido de seu vice e algoz, Frederico Franco, cujo sobrenome é de causar calafrios.

E Dilma, assim como Lula, logo aprendeu que para se manter no poder o caminho mais fácil era fingir que colocava em prática bandeiras dos movimentos sociais e que transformava a sociedade através de imensa propaganda, com uma militância fanatizada e cega, e programas e projetos que, na verdade, tinham e têm o objetivo apenas de criar um mercado consumidor mais amplo.

Educação? “Coloquem os pobres em ‘UniEsquinas’ que lá não terão educação de verdade - mas pensarão que têm - e garantimos os lucros imensos aos empresários do setor. Vamos dizer que todo o país é de classe média, uma bela jogada de propaganda, mesmo que sob renda per capita de 291 reais por família” - o que é situação de miséria em qualquer outro país sério.

Com juros mais baixos, o que em si é bom, conseguem fazer com que a população consuma mais e se endivide mais, passando a idéia de que os bancos não lucrarão muito com isso. “Vamos elevar a renda dos mais pobres, não para que tenham dignidade, mas para, com 291 reais ou um pouco mais, poderem consumir e, claro, garantir o lucro dos empresários”.

E por aí vai...

No fim das contas, bandeiras como a dos direitos reprodutivos da mulher, luta contra homofobia, reforma agrária e outros assuntos proibidos pelos aliados conservadores foram fácil e rapidamente abandonadas por Dilma, pelo PT e pelos remanescentes de esquerda da base. Salvo um ou outro, todos preferiram o fácil poder à dignidade e à ética.

Mas a tática deu certo, o PT continua no poder. Repete que luta contra a direita, representada quase que exclusivamente pelo PSDB (ainda que o PT esteja aliado com o PSDB em várias cidades) e pelo DEM, cujos membros, em grande maioria, migraram para o PSD, que agora apóia o PT e, claro, recebe sua parte do bolo.

Lugo, por sua vez, parece realmente não ter escutado ou aprendido com Dilma. Fez aliança com a direita, mas não aceitou integralmente seu programa. Não aceitou criminalizar abertamente camponeses e os mais pobres e não aceitou derramar o sangue dos membros dos movimentos sociais. Lutou contra o pior que a direita podia fazer. Não que tenha feito um governo de esquerda ou exatamente bom, mas ao menos conseguiu frear boa parte do ódio que a elite tem pelos que não aceitam calados sua situação de subserviência e pobreza.

O Paraguai não é o Brasil, não há dinheiro infinito para dar a aliados sempre que reclamam. Por mais que o Brasil não seja um paraíso, o Paraguai é um país ainda mais pobre, com uma miserabilidade muito maior (em termos proporcionais), com uma sociedade civil mais desorganizada que a nossa e com uma mídia ainda pior e claramente golpista. Lugo não cedeu em tudo, como fez e faz Dilma e em menor grau Lula, e pagou o preço.

Lugo caiu, mas decidiu não resistir. Fica como lição para certa esquerda que aliança com a direita não é garantia de nada. Caso contrarie os "aliados", o golpe pode chegar. Não se confia em fascista, não se coloca a segurança de um país nas mãos de forças retrógradas e conservadoras.

Para a América Latina fica também uma lição, a de que é preciso unir os esforços para evitar a retomada da direita, seja pelas urnas, seja por golpes. E a direita é mestra em dar golpes. Honduras primeiro, agora o Paraguai. A direita está começando pelas periferias da América Latina, pelos mais vulneráveis, mas pode se animar ainda mais.

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Artigo publicado originalmente em 27 de junho no Correio da Cidadania, mas ainda extremamente atual.
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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Paraguai, Dilma e as alianças com a direita


Em um debate no Twitter acabei tendo a certeza de que a possibilidade de Dilma sofrer algum golpe da direita é mínimo, praticamente nulo (não digo totalmente impossível porque jamais confiei ou confiarei na direita). E a razão é simples, Dilma não desvia um milímetro da cartilha de direita de seus aliados de direita.

Lugo foi traído por sua própria coalizão. Seu partido, na verdade sua coalização, não tinha elegido praticamente ninguém, logo, como governar? A solução por buscar o apoio do PLRA (Partido Liberal) e de facções do Partido Colorado. Ou seja, Lugo governava em uma coalizão frágil com a direita.

Porém, ele resolveu não usar o Estado para massacrer camponeses, ensaiou uma pequena reforma agrária em um país onde 80% das terras pertence a 2% de latifundiários. Ou seja, ele tentou desviar da agenda imposta pela sua coalizão de direita. E foi derrubado.

Petista, governistas e outros congêneres logo saíram pelas redes gritando que Ligo sofreu por não fazer coalizão ampla e irrestrita com a direita. Chegaram a dizer que Lugo deveria ter atraído a UNACE do General genocida Lino Oviedo, ou a totalidade dos fascistas Colorados (de Stroessner, outro genocida), afinal, se o PT pode se aliar com o Maluf, porque Lugo não poderia/deveria?

O erro de Lugo foi não ser criado uma base social ampla e segura e também uma base partidária. Ele se aliou com quem pôde, e nem isso foi suficiente para mantê-lo no poder. A direita entendeu que era mais fácil fazer o trabalho dela sem intermediários ou alguém que tentava segurar a onda.

Dilma, por outro lado, não tem esse problema. Tem Lula como um guia que é visto quase de forma messiânica pelo país e não arreda o pé das transformações de cunho direitista, maquiadas como se de esquerda fossem. Ainda que, é bom notar, não dá pra descartar um dedo brasileiro (Katia Abreu e cia) no golpe no país vizinho, o que comprova o ânimo golpista dos aliados do governo brasileiro.

Enfim, Lugo não caiu porque não fez alianças com a direita, mas caiu EXATAMENTE pelas alianças que fez, com elementos sem qualquer afinimidade ideológica, apenas para se manter no poder - o que, no caso dele, era necessário ao passo que não tinha quase base parlamentar. Dilma, por outro lado, tinha chances de criar uma base, de usar o prestígio do PT e de Lula, mas preferiu o caminho fácil de se manter no poder à qualquer custo, com mínimo esforço e ampliando sua base ao ponto de agregar, feliz e faceira, bandidos internacionais que ocultavam cadáveres.

Ao contrário, o PT buscou formar alianças com a direita mesmo para as eleições, pedindo votos também par inimigos jurados do povo. Desperdiçou a chance de formar uma base maior e mais coesa, assim como desistiu de suas bandeiras históricas. 

Lugo não aceitava uma base militar dos EUA no país, não queria derramar o sangue de camponeses e ensaiou uma pequena reforma agrária. Desviou da agenda imposta. Caiu.

Dilma talvez não tenha o mesmo destino, ainda que a direita conte com ela e com o PT para cooptar as massas e completar o trabalho que eles fizeram desde sempre ou até para criar uma nova constituinte e permitir que ruralistas e teocratas acabem com o país. Mas por aqui nem se ensaia uma reforma agrária, não se vislumbra mexer nem um centímetro nas benesses criminosas dos latifundiários, dos coronéis da seca e etc.

É preciso ter em mente que no Paraguai não mais que 7 partidos tinham vaga no senado (3 deles com um senador apenas, deixando apenas 4 partidos relevantes), na Câmara dos Deputados são apenas 6 partidos (dois deles com apenas um representante e só 4, novamente, relevantes), ou seja, nenhuma aliança feita com a direita seria ampla o suficiente para que se um saísse outro garantisse a governabilidade.

No Brasil temos mais de uma dúzia de partidos e uma infinidade de possibilidades de aliança.

São situações diferentes, mas o fato é que quem domina aqui e lá é a direita, ao passo que por aqui, a direita não tem do que reclamar.

Não são as alianças em si que garantem o governo e sim o grau de subserviência do governante à estas alianças.
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terça-feira, 12 de outubro de 2010

O(s) Minigolpe(s) anti-Dilma - Parte 2, o papel dos fundamentalistas evangélicos e a Esquerda

Outros ainda colocam toda a culpa na Marina, como se fosse uma traidora pronta para destruir o PT. Acredito ser desonesta tal afirmação. Ela, como candidata, assim como Plínio, Zé Maria e cia, tinham e tem total direito de propor alternativas ao governo Lula. E ela deixou claro durante toda a campanha ter mais pontos em comum que discordâncias com o governo, mas propunha algumas diferenças.

O que eu critico na Marina não é seu direito a se candidatar, mas a hipocrisita de suas propostas de campanha.

A hipocrisia de seu fanatismo religioso travestido de cores verdes, aproveitando o tom conservador adotado pela população (apenas no que é conveniente, obviamente) e a desonestidade de suas propostas. Marina foi uma péssima ministra do meio ambiente, e por seus próprios esforços, e não por um complô contra ela.

Desonestidade é não admitir que tinha um projeto pessoal e egoísta e sair atirando quando a única culpa do PT foi não dar espaço a estes arroubos. Lamentável é o apoio que setores progressistas conseguem dar à Marina, entrando exatamente no jogo da direita brasileira de ter uma candidata laranja (ou verde) servindo aos seus propósitos.

De todas as campanhas difamatórias, nenhuma é tão nociva ou certeira quanto a propaganda dos evangélicos, deste câncer que se apropria do país e cresce cada dia mais, atentando contra o Estado Laico e contra as fundações do Estado.

Esta sim é a campanha que precisa ser mais fortemente denunciada e respondida. Mas com coragem e não com recuos vergonhosos, sob pena de atrair a malta reacionária, mas perder os verdadeiros impulsionadores da mudança.

Uma crítica, porém, que faço ao PT e à muitos de seus militantes, é ao tom messiânico que vem adotando que em nada os diferencia da Marina. O discurso do "ou está comigo ou está contra mim", no sentido de ou você apoia meu projeto ou então é inimigo.

Eu não apoio integralmente o projeto Lulo-Petista de governo. Vejo falhas grotescas no plano de governo da Dilma e temo que este seja ainda mais mutilado para agradar às alas conservadoras e francamente criminosas do neopentecostalismo militante, mas se votar na Dilma, votarei CONTRA o DemoTucanato e não por defender este entreguismo vergonhoso - mas até certo ponto compreensível.

Votar em Dilma, neste momento, não significa referendá-la ou ao Lula, mas negar uma opção pior, nefasta.

Mas muitos petistas parecem apenas enxergar preto no branco. Devemos gostar e defender seu projeto e não fazermos críticas à ele, pois isto seria jogo da direita. Denuncio estas práticas não só como hipócritas e desonestas, mas também como burras, pois afastam parte do eleitorado mais consciente, pronto a se posicionar contra o DemoTucanato, que se vê estigmatizada e obrigada.

Muitos destes irão engrossar as fileiras do voto nulo.

Pessoalmente, acredito que o pior dos golpes ou minigolpes contra Dilma estão sendo dados por sua própria campanha, pelos recuos frente à propostas históricas dos movimentos sociais e pela inconstância de suas propostas, como no caso do Aborto e por querer dividir o mundo entre os que defendem e se opõem ao seu projeto, sem matizes, sem espaço para alternativas ou discussão.

*Ilustração do blog "O Comunista Ateu".
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O(s) Minigolpe(s) anti-Dilma - Parte 1, o papel da militância

Chegaram até mim diversas teses sobre as razões pelas quais Dilma não foi eleita no primeiro turno.

Umas mais ou menos factíveis que as outras.

Algumas das teorias buscam explicar a razão para que tivéssemos 20 milhões (ou 16%) de votos nulos, outras tentam explicar a subida vertiginosa da Marina, que abocanhou quase 20% do eleitorado com uma retórica que ia da moderninha da Zona Sul/Jardins até o franco fundamentalismo religioso.

Ouvi que Dilma havia sido prejudicada pela confusão com a história dos dois documentos e depois um documento com foto para votar. Factível, mas insuficiente para explicar todo o problema.

Recebi e-mails e li em blogs que foram feitas várias propagandas apócrifas anti-Dilma por parte de grupos e indivíduos evangélicos, colocando-a ora como uma guerrilheira assassina, ora como uma defensora da morte de criancinhas indefesas (caso do Aborto) e até mesmo como uma ditadora anti-Imprensa. Uma destas campanhas, inclusive, foi denunciada pelo PSOL de Pernambuco.

Encontro ainda campanhas acusando Dilma e o governo de falta de democracia, de defenderem a censura, usam o Hélio Bicudo, que deve estar gagá, para denegrir a imagem do PNDH-3, da posição contra a mídia e etc.

O PNDH-3 foi construído pelo movimento social, o mesmo que colocou o PT no poder há 8 anos, que o sustentou durante todas as crises e que não o abandonou, mesmo diante de sérios recuos. Mesmo assim o governo enterrou o PNDH-3, recuou frente às pressões da mídia e pouco fez na implementação do plano.

Recebi recentemente por e-mail a notícia, da Folha, de que o PT ensaia eliminar de seu programa toda e qualquer referência ao aborto. É vergonhoso. Ao invés de combater a propaganda anti-legalização, as mentiras que circulam, o PT recua, aceita as imposições da corja neopentecostal e golpista na certeza de que tanto a Esquerda, quanto as maiores interessadas - as mulheres - irão simplesmente aceitar sorrindo a perda de seus direitos e de direitos fundamentais por um suposto "bem maior".

Aceitaremos sempre calados as pressões golpistas, sem atacar de volta? O pragmatismo do cargo acaba por eliminar pontos importantes para a militância. A questão que resta é: Até onde se está disposto a recuar? E até que ponto são aceitáveis recuos? Quando começaremos a mais nos parecer com nossos inimigos do que diferentes?

Chegamos ao ponto de ver uma mudança explícita no discurso de Dilma, de que antes defendia o Aborto como questão de saúde pública para, agora, começar a se posicionar contra o aborto, apenas para agradar à setores medievalistas da sociedade. ficaremos sempre na mão desta corja que usa a religião para manipular o povo?

Onde está a militância para contra-atacar? Onde está a militância para dizer "BASTA!" e se recusar a aceitar estes recuos impostos por reacionários e mostrar a força da esquerda?

Me parece inaceitável que o PT acredite que "já ganhou" a militância de esquerda e faça de tudo pela de direita, abrindo as pernas de forma tão vergonhosa.

No twitter, logo após o resultado das eleições o que vi foi uma enxurrada de críticas ao PSOL. Petistas atacando o PSOL e (n)os responsabilizando pela não-vitória da Dilma. A idéia não é apenas burra, é lamentávle e demonstra um fanatismo sem limites.Não só a votação nacional do Plínio não fez a menor diferença pra Dilma, quanto porque, em São Paulo, por exemplo, era o candidato do PSOL e sua votação quem poderia ter levado a eleição para o segundo turno!

Não só viu-se a tentativa de alguns de querer calar a boca  de quem tem outras propostas, como se vê também um sectarismo crescente, quase um messianismo (aos moldes dos evangélicos) de que o projeto do PT é único e perfeito. Não é assim que irão conquistar os votos da esquerda não-petista.

Cabe à militância não só pressionar para que o PT vá para a esquerda, como também atrair as dissidências para seu projeto ou, ao menos, para disputar um projeto em oposição à direita.

*Ilustração do blog "O Comunista Ateu".
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terça-feira, 5 de outubro de 2010

Golpes na América Latina: 2002, 2009 e 2010.

Venezuela em 2002, Honduras em 2009 e Equador em 2010.

Três Golpes de Estado patrocinados pelos EUA (o primeiro também pela Espanha de Aznar, Franquista).

Dois fracassos e um sucesso. Quem será o próximo?

Quem acreditava que a onda de golpes pela América Latina, patrocinados por potências estrangeiras, estava acabada, se enganou. Após o longo interlúdio entre 2002 e 2009, um novo golpe, ou tentativa de golpe, se materializou.

É possível que, depois da derrota acachapante e da volta de Chávez nos braços do povo em 2002 tenha diminuído a sanha golpista das direitas latinoamericanas e internacionais, mas não fez com que este sonho fosse totalmente eliminado: O de expulsar do poder os expoentes do Socialismo do Século XXI, os líderes da ALBA e, em seu lugar, implantar governos mais acessíveis aos interesses imperialistas.

Diz Eva Golinger, reproduzido pelo Opera Mundi:
Organizações financiadas pela USAID e NED pedem a renúncia do presidente Correa, apoiando o golpe de Estado promovido por setores da polícia equatoriana, profundamente penetrada pelos Estados Unidos.

Uma nova tentativa de golpe contra um país da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) atenta contra a integração latinoamericana e o avanço dos processos de revolução democrática. A direita está no ataque. Seu êxito em 2009 em Honduras contra o governo de Manuel Zelaya encheu-a de energia, força e confiança para poder arremeter contra os povos e governos de revolução na América Latina.
A derrota de 2002 talvez tenha intimidado a direita, mas a vitória de 2009, em Honduras, mesmo com o repúdio internacional, deu novo ânimo. O fato é que, depois de perderem no país que basicamente cunhou o termo e a ideologia do novo Socialismo, notaram que haviam tentado abocanhar um pedaço de carne grande demais.

Acertadamente (do ponto de vista puramente geopolítico, claro) tentaram pela segunda vez na periferia, atentaram contra um país pequeno, frágil e vítima de terríveis contradições e lutas internas (é sempre bom lembrar que Zelaya pertencia a um partido de direita, mas que foi aos poucos se aproximando de Chávez e dos movimentos sociais, realizando significativas reformas em prol do povo, o que deixou a oligarquiadominante em pé de guerra).

Com esta vitória, se sentiram prontos a tentar de novo. A escolha do Equador não foi a toa. Correa vem realizando significativas reformas que, porém, vem encontrando resistência mesmo entre os setores indígenas - algumas contra certas medidas de seu governo e outras, em especial a poderosa CONAIE, pedindo por uma maior radicalização nas reformas propostas.

Não posso afirmar que são positivas ou negativas as reformas propostas, mas o fato é que serviram de pretexto para a direita local e internacional armar uma tentativa de golpe. Primeiramente incitarma a polícia a sair às ruas e tumultuar, e devem ter esperado que o Exército participasse. O Exército, aliás, demorou horas para mobilizar tropas e intervir, o que talvez denuncie uma exitação, uma possibilidade de que alguns elementos estivessem comprometidos com o golpe.

Mas, ao contrário do que esperava a direita, o Exército por fim tomou o lado da Democracia e do povo equatoriano. Correa foi salvo e voltou nos braços do povo.

Pior para a direita, que não só viu seu golpe fracassar, como ainda conseguiu garantir para Correa ainda mais simpatia popular e mais força para suas reformas.

Declarações de Chávez, via Boltxe Kolektiboa:
“Debemos exigirle al gobierno de los Estados Unidos que no siga metiendo sus viejas manos imperiales en este continente”,[...] “Sobre todo a los países cuyos gobiernos, absolutamente legítimos y democráticos, hemos levantado la bandera de la revolución socialista en democracia”. [...]  “Honduras ha sido un mensaje para América Latina”. “Lamento mucho que quienes dicen que son grandes defensores de la democracia son los que vacíen, impulsen dictaduras militares”, [...]
“Los presidentes de Sudamérica somos los grandes defensores de la democracia. Quedan todavía algunos grupos retrógrados en América Latina que piensan que con un golpe de Estado se pueden resolver los problemas o las diferencias políticas y programáticas”.
Lucio Gutiérrez, líder da oposição e provável principal líder golpista, está no Brasil, e terá muito trabalho para voltar ao Equador.

A direita, enfim, continua viva e pronta para tentar implantar regimes antidemocráticos e antipopulares. Ficou por um tempo dormente após uma derrota, mas voltou a atuar e demonstra que não tem intenção de desistir.

Devemos todos ficar de olho. Por enquanto, aparentemente, as forças de direita miram os países que vem realizando as reformas mais radicais, ligados ao Socialismo do Século XXI. Qualquer momento de fragilidade é aproveitado. No caso do Equador, uma greve de policiais, uma tentativa mais radical de reformas no serviço público e talvez até o fato do presidente ter sido operado recentemente, ainda que de algo simples.

Vários países da América Latina governados por líderes de esquerda vem sofrendo pressões. No Brasil nem é preciso dar exemplos do papel que a mídia vem tendo em defender um golpe nas eleições vindouras. Na Argentina, a Kirchner enfrenta resistências por parte das oligarquias, especialmente depois de sua vitória contra o grupo Clarín.

Chávez perdeu sua maioria absoluta na Venezuela e é sempre alvo preferencial. No Paraguai, Lugo vem sendo criticado mesmo pelo povo e seu próprio vice é um oposicionista. A ficar de olho se não tentarão se aproveitar de seu câncer.

Felizmente, hoje, possuímos instituições como a UNASUL/UNASUR, uma vitória da América Latina contra o poderio dos EUA e estamos cada vez mais ligados. A unidade da América Latina é uma realidade e devemos continuar atentos a toda e qualquer investida.

Enfim, Viva Correa! Viva o Equador! Viva a América Latina!


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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Irã e Brasil: Mídia e Questão de Estado

A mídia vem fazendo um excelente trabalho em confundir questões de Estado com questões de governo e, como consequência, conseguem embaralhar a opinião pública. Usam o Irã como arma para atacar o governo, mas escondem a realidade dos aliados do Império, logo, do patrão.

De uns tempos para cá pululam notícias relacionadas aos abusos cometidos pelo regime Iraniano e, sem dúvida, existe direta relação com os acordos que vem sendo feitos entre este país e o Brasil. Nenhum problema na divulgação do que acontece no Irã, que é efetivamente uma ditadura repressiva com sérios problemas de respeito aos direitos humanos, a questão é quando isto acaba por respingar na correta política externa do governo brasileiro para a região.

É curioso notar que raramente ouvimos uma voz dissidente entre a imprensa mundial quando os EUA fazem acordos com qualquer ditadura, ou mesmo há reclamação do relacionamento do Brasil com a China ou a Arábia Saudita.

Num mundo ideal, as Ditaduras seriam isoladas, no mundo real, algumas ditaduras são toleradas e, ainda, outras são repudiadas mas alguns interesses permanecem.

No caso do Brasil, a política externa vem tentando evitar uma guerra nuclear ou, pelo menos, uma guerra injusta e desigual. Os EUA e Israel não querem atacar o Irã por ele ser uma suposta ditadura, mas porque tem interesses claros na região. Não há qualquer interesse democrático, mas sim o de impor sua supremacia. Aliás, não cabe aos EUA nem a Israel ou qualquer aliado decidir "democratizar" país algum apenas por sua vontade, que fique claro.

O Brasil, neste ponto, vem se colocando como um mediador honesto e confiável que busca reduzir as tensões, muito distante do explícito apóio a uma ditadura, como gosta de pintar a imprensa.

A posição de Lula ao oferecer asilo à iraniana condenada a morrer por apredrejamento é louvável. A partir do momento em que tal condenação - ainda que brutal - faz parte do código penal iraniano, não cabe a nenhum país abertamente criticá-la sob pena de ter suas relações cortadas. Se a prática se configura como um abuso dos direitos humanos, existem meios para se conseguir conversar com o regime que impôs a pena.

Nunca vi qualquer país repudiando os EUA por condenarem à cadeira elétrica doentes mentais incapazes. Nem a imprensa grita de ódio quando isto acontece. E estamos falando de um atentado contra os direitos humanos da mesma monta.

O Brasil, ao escolher o caminho da negociação, manteve o padrão. Quando o presidente Lula se dirigiu ao presidente Ahmadinejad e pediu clemência e, depois, o Itamaraty ofereceu o asilo à iraniana, todos os trâmites forma seguidos corretamente. No mínimo a imprensa esperava uma invasão ao estilo dos EUA com marines indo resgatar a pobre coitada no melhor estilo Chuck Norris.

Ridicularizaram o presidente Lula quando este, se dizendo cristão, pediu clemência à iraniana. A atitude do presidente foi a correta. Ele fez um meio de campo considerável para, então, acionar o Itamaraty sem que nada parecesse uma imposição. Há todo um trâmite diplomático a ser seguido em vista de não melindrar o país a quem se pede clemência, uma forma específica de negociar com o objetivo de alcançar um objetivo humanitário sem que isto signifique ferir a soberania de outro Estado. são conceitos que o PIG dificilmente compreenderia.

O caso mais recente a figurar na imprensa é o do jovem acusado de ser gay  (é risível usar o termo "acusado", como se ser gay fosse crime, mas...) e, por isto, condenado à morte. É algo grotesco, fato, mas eu gostaria de saber da imprensa porque cabe ao Brasil e apenas ao Brasil, a condenação? Porque cabe apenas ao Brasil tomar alguma atitude sobre o caso?

Se existem violações dos DH no Irã - e existem - cabe à ONU condenar. O problema é que, palco das manipulações imperiais, a efetividade da condenação seria limitada. Outro grande problema é que, de que adianta condenar exclusivamente o Irã por práticas que são ainda mais cruéis e comuns em países aliados dos EUA e que, por isso, nada sofrem ou sofrerão?

Essa seletividade retira qualquer força de condenações morais. E sanções apenas se provam ineficazes quando seguem a mesma motivação.

O engraçado é que, caso recente de brasileira de 14 anos condenada nos Emirados Árabes por fazer sexo e que a mídia ainda não gritou que é um absurdo o Brasil ter relações com tal país bárbaro. A mídia não fará tal coisa, afinal, os Emirados Árabes Unidos são ricos e aliados de primeira hora dos patrões, os EUA.

Enfim, não cabe a um Estado, o Brasil, fazer críticas pontuais a ações ou decisões de governos ou de órgãos subsidiários, como a justiça do Irã. Seria o mesmo que o Estado Iraniano criticar o governo Lula pelo Mensalão ou FHC pelas privatizações.

Obviamente existem exceções, mas esta não é uma delas. O Brasil poderia ter condenado o golpe dado por Ahmadinejad para vencer as eleições, da mesma forma que condenou Honduras pelo golpe de Micheletti e até hoje se recusa a reatar relações, mas se não fez, passou o tempo, a história caminhou e a realidade hoje é outra. As ações de um governo contra sua população, amparadas pela Constituição e códigos legais do país não são assunto de outro Estado. No máximo pode haver uma intermediação, uma troca de mensagens e uma intenção de buscar solucionar algo que não parece certo ou correto para uma das partes. O resto é intervenção indevida em assuntos internos de outros países, algo que os EUa são mestres em fazer par,a depois, invadir os países que lhes desagrada.

Puro e simples crime.
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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Existe um real perigo de golpe no Brasil?

Muitos blogs vem discutindo seriamente esta possibilidade, a de um novo golpe no Brasil. Um golpe branco, mas ainda assim golpe.

As razões são inúmeras, mas o principal indicador passa pelo judiciário, tanto TSE quanto STF. Por mais que ainda existam por lá elementos confiáveis, democratas, constitucionalistas, enfim, os honestos (menção honrosa para Joaquim Barbosa) que não permitiriam que a normalidade democrática fosse abalada, sabemos que também existem as maçãs podres, os golpistas, conservadores ligados ao latifúndio e ao que há de pior no país.

Lula foi condenado pelo menos 4 vezes por propaganda antecipada. O PSDB nenhuma vez sequer. Não tiro a razão das condenações contra Lula, acredito que não foram justas, mas posso aceitar a tese da diferença de interpretação. O problema é quando o "outro lado" faz o mesmo, e até pior, e não sofre absolutamente nada.

O caso do site "Gente que Mente" é emblemático.

Acreditar que existe um complô de setores conservadores aliados à elementos do judiciário não é errado, na verdade é extremamente factível, mas daí a temer um golpe?

Argumentos favoráveis à opinião de que pode sim haver golpe se sustentam de diversas maneiras.

O Anti Tucano fez uma postagem sobre uma enquete na Folha com a seguinte pergunta: "Você acha que a propaganda antecipada deveria ser punida com a impugnação de candidaturas?". Pergunta esta que vem do sonho da direita em impugnar a candidatura de Dilma pelas supostas propagandas antecipadas e, sem dúvida, encontra algum eco no judiciário.
O cloaca News reforça a idéia de que o judiciário estaria partidarizado ao postar sobre uma flagrante irregularidade na campanha de José Serra:
"[...] a distribuição, pela campanha de Serra, de um vale-combustível no valor de R$ 20 a cada “manifestante” sobre duas rodas."

O crime é claro e notório, mas em momento algum a justiça se moveu para condenar. Aumentam as suspeitas.

O Deputado Brizola Neto é outro que se junta às denúncias e se pergunta onde está o TSE: Serra na TV, em campanha, no horário de outro partido que não o seu e nenhuma punição.

Já que a direção do PT, não faz, o tijolaco.com faz. Está aí a prova mais que evidente da transgressão da legislação eleitoral pela turma do demo-tucanato. O horário de inserções de televisão do Democratas, no Ceará, é entregue todo a José Serra, do PSDB.

O Paulo Henrique Amorim é o mais direto em suas críticas, o mais insistente e um dos maiores defensores da tese de que pode haver um golpe em curso. E não sem razão, se preocupa e denuncia:
A candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) à Presidência caminha para ter problemas já no registro e, se eleita, na sua diplomação.
A afirmação é da procuradora da República e vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, que avalia que esses problemas podem surgir se casos de desrespeito à legislação eleitoral continuarem na pré-campanha.
Cureau diz haver “uma quantidade imensa de coisas” na pré-campanha de Dilma que podem ser interpretadas como abusos de poder econômico e político.
O Ministério Público Eleitoral está reunindo informações sobre os eventos dos quais a ex-ministra tem participado para pedir ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a abertura de uma Aije (Ação de Investigação Judicial-Eleitoral) por abuso de poder econômico e político.
Em tese, a Aije poderá resultar na negação do registro ou no cancelamento da diplomação pela Justiça Eleitoral, como já falou, há dez dias, o ministro Marco Aurélio Mello, do TSE.
Assinante do jornal leia mais em Abusos ameaçam eleição de Dilma, diz procuradora
Eduardo Guimarães é outro que teme um golpe branco e mais de uma vez tocou no assunto, inclusive publicando mensagem de leitora:
Venho expressar meu mais profundo repúdio à parcialidade que certas declarações públicas deixam entrever.
Eu, como centenas de outros blogueiros, vimos acompanhando os movimentos das campanhas eleitorais e sabemos que a campanha do PSDB/DEM tem perpetrado barbaridades contra a lei eleitoral (algumas apontadas em ações apresentadas pelo PT, que constam do site do TSE).
Eduardo Guimarães não tem medo em acusar frontalmente o TSE de prejudicar a candidatura de Dilma e de atacar blogueiros ligados ao poder com interesses escusos.

No fundo, acredito que a principal intenção dessa coalizão envolvendo mídia, membros da Justiça Eleitoral e o PSDB, o PFL e o PPS é, muito mais, a de chantagear Lula para que não diga ao povo que quer votar em seu candidato quem é esse candidato.
A impressão que se tem é a de um certo desespero, porque não poderão impedir Lula de apoiar sua candidata. É da democracia. O povo tem todo o direito de saber quem o presidente que aprova de maneira tão decidida indica para sucedê-lo. Simplesmente parecem estar sonhando com a hipótese de impedir Lula de falar ao povo que o elegeu.
É de uma burrice imensa, esse novo golpe da direita. Para o cidadão comum, fica claro que Serra está pensando em vencer o pleito no tapetão. Para os partidos, no âmbito das alianças, fica claro, também, que, ao se aliarem à campanha tucana à Presidência, estarão embarcando em uma candidatura que depende do tapetão para vingar.
A possibilidade de golpe branco existe, mas é difícil saber se será levado adiante. Estamos diante de um presidente com popularidade recorde, seja no Brasil ou fora dele, com um amplo apoio especialmente entre as camadas mais pobres da população, mas também entre o grosso da classe média pensante e até mesmo entre o empresariado que não deixou de lucrar, apesar dos avanços sociais alcançados - no Brasil persiste a velha idéia de que se o povo está feliz é porque o empresariado não está, e vice-versa -, logo, seria preciso muita coragem e uma grande mobilização para que a candidata deste presidente seja prejudicada abertamente.

PSDB, DEM e PPS são os supostos partidos por detrás da tentativa de golpe. Não surpreende. Junto com a Mídia golpista, (PIG), com setores conservadores das Forças Armadas (e até mesmo internamente ao governo, caso do Ministro Nelson Jobim), da Igreja, da Justiça (Gilmar Mendes e cia limitada) e da sociedade em geral, vem arquitetando um verdadeiro teatro de mentiras, enganações, propaganda e manipulações.

São fichas falsas, comparações descabidas (Lula foi até comparado com Nazistas por um famoso colunista), denuncismo, criação de factóides... Até mesmo naquilo em que o PT (partes dele, obviamente) é efetivamente culpado - Mensalão, por exemplo, - os DemoTucanos e demais membros de sua seita se mobilizam para atacar como se paladinos da moral fossem quando, sabemos, fizeram igual ou pior.


O golpismo sempre rondou tais setores, afinal, criaram e apoiaram o regime militar, lutaram para destruir o PNDH-3 ( oque, infelizment,e o governo aceitou) e batalharam para salvar a pele dos torturadores da Ditadura (infelizmente elementos do PT acabaram por também apoiar este crime), mas talvez seja exageiro acreditar que, agora, iriam tentar novamente. Mas o desespero, infelizmente, nos leva à extremos.


Os indícios são fortes, o desespero idem, e não podemos negar que os golpistas (ou supostos golpistas) tem excelente ligações com e no poder. É esperar para ver, ou melhor, agir para não ver.

Fico com a Maria Frô:
No Brasil não há nenhuma sombra de instabilidade seja ela econômica, política ou social que justifique um ‘tapetão’. Se o TSE resolver seguir este caminho a própria instituição se acabará, porque perderá o respeito que os cidadãos brasileiros têm em relação a ela. Seria um tiro no pé que traria o povo às ruas.
É bom que os poucos ministros que parecem querer partidarizar o STF ou que estão permitindo a sua partidarização não se esqueçam que estamos falando de um presidente com aprovação recorde na história e com um moral internacional que nenhum outro chefe mandatário da nação conseguiu ter.
O Brasil mudou, somos mais politizados, temos mais recursos para expressar nossa opinião e se opor a desmandos venham eles de onde vir.

Aliás, sobre a "receita" para o golpe, vale a leitura do Esquerdopata.
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Ferramenta interessante para se denunciar campanha ilegal, como as que o Cloaca News e o Brizola Neto denunciaram, é o Eleitor2010, baseado na plataforma Ushaidi, mesma usada para monitoramento da crise no Haiti. Qualquer um pode e deve enviar relatos através do formulário no site e nos ajudar a criar um panorama da ilegalidade eleitoral pelo país até as eleições e, assim, monitorar os movimentos golpistas de certos setores.

Vamos participar de uma plataforma online e colaborativa e tornar mais limpa nossa eleição.

O site do Eleitor2010 é http://eleitor2010.com/ e o Blog é http://blog.eleitor2010.com/
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A Honduras esquecida


É triste constatar que Honduras, país a sofrer um golpe mais recentemente, tenha sido abandonada.

Seja na mídia, nos blogs, no ideário ou mesmo nos interesses dos Estados. Honduras foi simplesmente esquecida.

Hoje saúda-se o golpe perfeito. Porfírio Lobo assumiu uma presidência ilegítima, baseado em um golpe coordenado e apoiado pelos EUA, pelo Exército Hondurenho e pela mídia golpista local em conluio com a oligarquia apavorada com as sucessivas vitórias populares e ampliação dos direitos sociais.

Estamos diante do que Hillary Clinton chama de "Direitos Humanos Pragmáticos", ou seja, a sistematização do ato de fechar os olhos para os "erros" dos amigos, aliados ou possíveis oponentes fortes. É o caso que temos em pauta, é o caso de honduras em que é possível - dada a insignificância geopolítica do país para os EUA - condenar, jogar para a platéia e ter em si os holofotes do repúdio internacional enquanto, na realidade, se apóia, planeja e executa um golpe bem sucedido em que um governo legítimo, democraticamente eleito, é deposto e faz-se uma farsa eleitoral para consumir o golpe.

Hoje, a mídia cita Honduras apenas para bradar seu apóio não mais ao golpe, mas à vitória da democracia (sic).

Os EUA se limitam à olhar, como pais zelosos da democracia bem ao seu estilo.

À época do golpe, foi anunciado que Israel reconheceria rapidamente o governo (sic) Hondurenho, nenhuma surpresa. E, menos surpresa ainda ao ver os acordos entre Honduras e Colômbia recém-firmados, a visita de Uribe para apoiar o golpe consumado. Colômbia e Israel, dois Estados terroristas apoiados pelos EUA, nenhuma surpresa.

Do lado da população hondurenha, denúncias de abusos, tortura, estupros, execuções... E tudo devidamente indultado pelo "presidente" Lobo.

Esta é a democracia saudada pela mídia e pelos poderosos que, no Brasil, ainda gostam de tripudiar sobre o governo Brasileiro como se esta fosse uma derrota nossa e não de toda a humanidade.

Zelaya, o presidente-herói saiu humilhado de seu país, de onde foi eleito e ilegalmente deposto. Vai para o exílio forçado e indigno. O máximo de ajuda do Brasil foi permitir sua estadia em nossa embaixada. E parou por aí.

Nações do mundo fingiram-se de indignadas, bradaram mas nada de concreto fizeram. Apoiaram, querendo ou não, um golpe, mesmo gritando contra. Está consumado.

O perigo é que toda a impunidade e a aura de "golpe perfeito" possam se espalhar para países que, assim como Honduras, não sejam um exemplo de segurança institucional e nem tenham as Forças Armadas mais confiáveis ou, ainda, que este seja um sinal verde para que os EUA voltem à agir na região, notando a fragilidade de vários dos países ou ao menos a aceitação por parte de diversas instituições do golpismo.

É, agora, esperar para ver e, no meio tempo, buscar um fortalecimento das instituições e, também, saídas legais - seja na OEA, na ONU ou em qualquer outra - para o governo ilegal e ilegítimo Hondurenho.
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Eleições em Honduras e PIG: Como não cobrir uma eleição



O PIG perdeu a mão, já não sabe mais como fabricar uma falsa idéia de democracia em Honduras, nem como garantir que os interesses dos EUA e Israel sejam respeitados - ode ver um governo golpista empossado.

Basta uma rápida passada pelas notícias veiculadas pelos jornais pela internet e, ainda, observar a TeleSur e Globonews em pequenos intervalos de tempo.

Praticamente na mesma hora a Globonews entrevistava um pseudo-especialista (dos vários que pipocam pela rede mas que no geral não sabem nem distinguir suas mãos de seus pés) durante seu "Em Cima da Hora" - melhor seria se se chamasse "A Farsa da Hora" - que afirmava a tranqulidade do processo eleitoral. Tudo está calmo, o povo está comparecendo às urnas e tudo está em paz. Ao mesmo tempo a TeleSur mostrava centros de votação vazios, o boicote convocado pelos movimentos populares surtindo efeito e, em San Pedro Sula, conflito campal, bombas de gás e tiros.


Esta é a normalidade, paz e tranquilidade da Globonews? Pois qualquer veículo independente mostra o que realmente vem acontecendo, os feridos e reprimidos em Honduras.

Mas indo para a internet, vemos os mesmos absurdos.

Timeline de ontem, dia da eleição:

17:38 no Terra - Honduras: Frente diz que 1 foi morto e 30 presos em 24 horas
17:43 no Terra - Polícia entra em confronto com manifestantes em Honduras
17:51 no Estadão - Honduras tem eleição tranquila no domingo
17:57 na Folha - Polícia e manifestantes entram em confronto em Honduras
18:00 no Estadão - Polícia e manifestantes pró-Zelaya se enfrentam em Honduras
18:12 no JB - Favorito à presidência diz que clima é tranquilo em Honduras
18:12 no Terra - Polícia entra em confronto com manifestantes em Honduras
19:39 no Estadão - Polícia hondurenha dispersa manifestantes pró-Zelaya



Vejam pela timeline que o PIG simplesmente não se encontra. Querem fingir paz e civilidade, fingir que o processo como um todo é democrático enquanto o que se vê é violência, abusos e repressão. As imagens da TeleSur falam por si, cenas de violência e brutalidade dos militares contra o povo e, se não houverem fraudes maciças, teremos uma abstenção gigantesca que inviabilizará qualquer plano de legitimação do novo regime golpista.

Tão absurda quanto uma eleição feita em uma situação de caos completo e resistência aberta é a defesa que faz o PIG de todo o processo, vendendo-o como legítimo e democrático. Aliás, a abstenção deve passar dos 65%, podendo chegar aos 75%. Esta é a eleição democrática do PIG.
VITÓRIA DO POVO HONDURENHO: 70% DE ABSTENÇÕES NA FARSA ELEITORAL As eleições farsa promovidas a 29 de Novembro pelos golpistas de Tegucigalpa & Washington tiveram uma resposta à altura do povo hondurenho: 70 por cento de abstenções. O povo recusou-se a participar da farsa orquestrada pela oligarquia hondurenha e orquestrada/financiada pelo agente da CIA Simon Henshaw, o segundo homem da Embaixada dos EUA. Os hondurenhos atenderam assim ao apelo da Resistência e do presidente Manuel Zelaya em favor do boicote maciço. Apenas os EUA, Israel, Costa Rica, Panamá e Peru anunciaram reconhecer o governo saído desta fraude gorilesca realizada num clima de terror, brutalidade e repressão. Os governos do Brasil, Equador, Venezuela, Argentina, Espanha, Paraguai e Guatemala já haviam anunciado que desconheceriam os resultados destas eleições sem legitimidade.
Internet, TeleSur, BBC e etc, o PIG ainda precisa conhecer que não dependemos só dele para nos informar. podemos conhecer a verdade passando por cima de suas farsas.

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No campo político, o PPS e Raul Jungamann continuam a servir de bobos da corte. Com "Socialista" no nome, mas aliados das elites "Democráticas", o líder do PPS (sic) não esconde seu apoio ao golpe.

Único observador brasileiro nas eleições de Honduras, o deputado federal Raul Jungmann (PE), disse à Agência Brasil que Porfirio e Elvin pretendem procurar Lula.
- Conversei tanto com Porfirio quanto com Elvin. Os dois me disseram que, se eleitos, irão procurar o presidente Lula para pedir o apoio dele - disse o parlamentar, que desde sexta-feira está em Tegucigalpa.
Jungmann é uma vergonha para Pernambuco, para o Brasil e para toda a América Latina.
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domingo, 25 de outubro de 2009

Marighella Vive


Em Memória de Carlos Marighella

Companheira/os,

No dia 4 de novembro farão 40 anos do assassinato de Carlos Marighella.


Cremos que é importante relembrar seu significado e honrar o legado de sua luta histórica. Para isso, estão sendo programadas várias atividades nesta data, dentre elas, a divulgação do Manifesto Em Memória de Carlos Marighella, cuja adesão pode ser feita, via internet neste site: http://www.PetitionOnline.com/19692009/petition.html



Comissão Organizadora 1969 2009 - 40 anos - Marighella Vive

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EM MEMÓRIA DE CARLOS MARIGHELLA
Carlos Marighella tombou na noite de 4 de novembro de 1969, em São Paulo, numa emboscada chefiada pelo mais notório torturador do regime militar. Revolucionário destemido, morreu lutando pela democracia, pela soberania nacional e pela justiça social.

Da juventude rebelde, como estudante de Engenharia, em Salvador, às brutais torturas sofridas nos cárceres do Estado Novo; da militância partidária disciplinada, às poesias exaltando a liberdade; da firme intervenção parlamentar como deputado comunista na Constituinte de 1946, à convocação para a resistência armada, toda a sua vida esteve pautada por um compromisso inabalável com as lutas do nosso povo.

Decorridos quarenta anos, deixamos para trás o período do medo e do terror. A Constituição Cidadã de 1988 garantiu a plenitude do sistema representativo, concluindo uma longa luta de resistência ao regime ditatorial. Nesta caminhada histórica, os mais diferentes credos, partidos, movimentos e instituições somaram forças.

O Brasil rompeu o século 21 assumindo novos desafios. Prepara-se para realizar sua vocação histórica para a soberania, para a liberdade e para a superação das inúmeras iniqüidades ainda existentes. Por outros caminhos e novos calendários, abre-se a possibilidade real do nosso País realizar o sonho que custou a vida de Marighella e de inúmeros outros heróis da resistência. Garantida a nossa liberdade institucional, agora precisamos conquistar a igualdade econômica e social, verdadeiros pilares da democracia.

A América Latina está superando um longo e penoso ciclo histórico onde ocupou o lugar de quintal da superpotência imperial. Mais uma vez, estratégias distintas se combinam e se complementam para conquistar um mesmo anseio histórico: independência, soberania, distribuição das riquezas, crescimento econômico, respeito aos direitos indígenas, reforma agrária, ampla participação política da cidadania. Os velhos coronéis do mandonismo, responsáveis pelas chacinas e pelos massacres impunes em cada canto do nosso continente, estão sendo varridos pela história e seu lugar está sendo ocupado por representantes da liberdade, como Bolívar, Martí, Sandino, Guevara e Salvador Allende.

E o nome de Carlos Marighella está inscrito nessa honrosa galeria de libertadores. A passagem dos quarenta anos do seu assassinato coincide com um momento inteiramente novo da vida nacional. A secular submissão está sendo substituída pelos sentimentos revolucionários de esperança, confiança no futuro, determinação para enfrentar todos os privilégios e erradicar todas as formas de dominação.

O novo está emergindo, mas ainda enfrenta tenaz resistência das forças reacionárias e conservadoras que não se deixam alijar do poder. Presentes em todos os níveis dos três poderes da República, estas forças conspiram contra os avanços democráticos. Votam contra os direitos sociais. Criminalizam movimentos populares e garantem impunidade aos criminosos de colarinho branco. Continuam chacinando lideranças indígenas e militantes da luta pela terra. Desqualificam qualquer agenda ambiental. Atacam com virulência os programas de combate à fome. Proferem sentenças eivadas de preconceito contra segmentos sociais vulneráveis. Ressuscitam teses racistas para combater as ações afirmativas. Usam os seus jornais, televisões e rádios para pregar o enfraquecimento do Estado. Querem o retorno dos tempos em que o deus mercado era adorado como o organizador supremo da Nação.

Não admitimos retrocessos. Nem ao passado recente do neoliberalismo e do alinhamento com a política externa norte-americana, nem aos sombrios tempos da ditadura, que a duras penas conseguimos superar.

A homenagem que prestamos a Carlos Marighella soma-se à nossa reivindicação de que sejam apuradas, com rigor, todas as violações dos Direitos Humanos ocorridas nos vinte e um anos de ditadura. Já não é mais possível interditar o debate retardando o necessário ajuste dos brasileiros com a sua história. Exigimos a abertura de todos os arquivos e a divulgação pública de todas as informações sobre os crimes, bem como sobre a identidade dos torturadores e assassinos, seus mandantes e seus financiadores.

Precisamos enfrentar as forças reacionárias e conservadoras que defendem como legítima uma lei de auto-anistia que a ditadura impôs, em 1979, sob chantagens e ameaças. Sustentando a legalidade de leis que foram impostas pela força das baionetas, ignoram que um regime nascido da violação frontal da Constituição padece, desde o nascimento, de qualquer legitimidade. E procuram encobrir que eram ilegais todas as leis de um regime ilegal.

Sentindo-se ameaçadas, estas forças renegam as serenas formulações e sentenças da ONU e da OEA indicando que as torturas constituem crime contra a própria humanidade, não sendo passíveis de anistia, indulto ou prescrição. E se esforçam para encobrir que, no preâmbulo da Declaração Universal que a ONU formulou, em 10 de dezembro de 1948, está reafirmado com todas as letras o direito dos povos recorrerem à rebelião contra a tirania e a opressão.

Por tudo isso, celebrar a memória de Carlos Marighella, nestes quarenta anos que nos separam da sua covarde execução, é reafirmar o compromisso com a marcha do Brasil e da Nuestra America rumo à realização da nossa vocação histórica para a liberdade, para a igualdade social e para a solidariedade entre os povos.

Celebrando a memória de Carlos Marighella, abrimos o diálogo com as novas gerações garantindo-lhes o resgate da verdade histórica. Reverenciando seu nome e sua luta, afirmamos nosso desejo de que nunca mais a violência dos opressores possa se realimentar da impunidade. Carlos Marighella está vivo na nossa memória e nas nossas lutas.

Brasil, 4 de novembro de 2009.

Assine a Petição.
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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O futuro da América Latina descansa sob Honduras [Update]


Pode parecer um certo messianismo, inconsequência até, mas afirmo que não: Honduras irá selar o destino da América Latina.

Não falo necessariamente que veremos uma onda de golpes semelhantes - se bem que tentaram com Chávez, tentaram separar a Bolívia e por aí vai - mas moralmente o destino da América Latina enquanto uma unidade e em termos de solidariedade e até de futuros projetos de integração, está todo nas mãos dos líderes regionais e se centra no destino de Honduras, de sua democracia e integridade.

Depois da ALBA, do Mercosul e, finalmente, da Unasul, é esta a hora de demonstrar finalmente que falamos de uma única América Latina, unida, forte e pronta para resolver seus problemas. Seja com intervenção da OEA ou da ONU - com o consentimento explícito dos países da região -, é imprescindível que haja uma solução rápida e definitiva para o conflito sob pena de que este se alastre ou respingue ou, ainda, afete as tentativas promissoras de integração que, mesmo sob duras penas, sob Uribe e os olhos dos EUA, vem se firmando.

Este é o teste de fogo, a demonstração inicial e potencialmente final, de que a América Latina amadureceu, chegou até o ponto em que podemos realmente falar de UMA América Latina, não mais apenas o quintal dos EUA, a região das repúblicas bananeiras, não mais a terra de ninguém que sangra nas mãos dos golpistas e da direita entreguista.

A Mídia hondurenha esperneia, a mídia brasileira faz coro, todos querem ver o circo ser calcinado (fogo já pegou faz tempo!) e a integração em andamento retroceder, acabar. O golpismo descarado da imprensa internacional assusta, se acabaram aceitando que não chamar de "golpista" um governo que atende por este nome era abusar demais da boa vontade e do intelecto até dos mais incapazes, por outro lado dão demonstrações claras de que a palavra "golpista" não assusta às elites, não tem a conotação negativa que entende o povo como um todo e os democratas - enfim, pessoas decentes.

Usa-se a palavra, não se sente a palavra.

Este é o momento de mostrar unidade e força, de calar a mídia golpista e fazer valer a democracia, sob toda e qualquer pena, sob o poder das armas ou das negociações (já) falidas.

Os EUA começam a fraquejar e não duvido que em questão de dias apareçam com algum paliativo sem a volta de Zelaya e um reconhecimento do golpe. Árias continua no murismo, pendendo para o lado yankee e resta o Brasil, mas até quando? A pressão da imprensa se faz sentir, gente canalha como Reinaldos Azevedos  da vida pedem o impeachment de Amorim e até do Lula, são inconsequêntes, calhordas e... perigosos!

Até quando o Brasil resistirá no apóio incondicional ao Zelaya? Até quando a OEA irá pressionar, fazendo algo inédito em sua história de comum atrelamento aos EUA? A ONU... bem, a ONU é a mesma ineficaz de sempre.

A solução deve ser rápida, final, o bate-boca atual não leva à nada, só à consolidação do golpe. Sem a solução armada ou a colocação de forma intransigente das opções na mesa - volta de Zelaya incondicionalmente ao poder e punição exemplar para os golpistas - a situação tende a piorar, ou melhor, a se consolidar. O que é de fato se tornará a única verdade.

O futuro da América Latina, repito, descansa sob Honduras.

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Update:

Micheletti, presidente golpista de Honduras, pelo menos, admitiu as razões para o golpe: Esquerdismo de Zelaya.

Por detrás disto, a intenção de Zelaya de integrar Honduras na ALBA e ligá-la definitivamente aos demais países da América Latina em uma aliança solidária incomodaram e incomodam a elite local e latina.
"“Tiramos Zelaya por seu esquerdismo e corrupção. Ele foi um presidente liberal, como eu, mas se tornou amigo de Daniel Ortega, (Hugo) Chávez, (Rafael) Correa e Evo Morales”, declarou Micheletti, referindo-se aos presidentes da Nicarágua, Venezuela, Equador e Bolívia. ”Se um presidente viola a lei e é corrupto, dá ao povo o direito de reclamar. Nós apenas lideramos este clamor popular”."
Fica mais clara ainda a necessidade indiscutível de se fortalecer os laços de integração na América Latina e o combate constante às forças reacionárias, fascistas, direitistas referendadas pela mídia golpista.

O jornalista italiano Georgio Trucchi, que está em Honduras há mais de 50 dias, vai ainda mais longe e diz que a destituição de Zelaya também foi uma tentativa de interromper o processo de integração latino-americana, particularmente os avanços da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba).
O que é mais do que claro. Clara tentativa de pôr uma pá de cal numa das alianças mais promissoras dos últimos anos na região.

Qualquer tipo de integração cuja base não seja o livre-mercado e a acumulação ainda maior e mais fácil para as elites, é vista como problemática, perigosa. Em Honduras estas agiram depondo o presidente, não é difícil pensar que haverá uma nova Honduras enquanto os ricos se sentirem incomodados com as reformas populares e a integração irreversível dos povos.
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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Manifestação em Solidariedade ao Povo de Honduras

Manifestação em Solidariedade ao Povo de Honduras


Fora Golpistas !



Dia 02 de Outubro, sexta-feira


MASP – Paulista


Concentração a partir das 17:00h


O Golpe Militar em Honduras tem de ser derrotado nas ruas em Honduras e em todo o mundo. Nos últimos
dias os golpistas de Honduras não deixaram nenhuma dúvida aos trabalhadores e povos de todo o mundo de sua verdadeira
face fascista : toque de recolher, estado de sitio, prisões, repressão brutal com centenas de feridos e assassinatos.


As imagens de estádios sendo usados como “prisões” para as centenas de

detenções realizadas de maneira arbitrária e violenta trazem na memória as imagens do golpe de Pinochet no Chile e as prisões e execuções no Estádio Nacional tão simbólicas, para todo os povos de nosso continente, do significado das ditaduras.


De outro lado as manifestações e resistência do povo hondurenho para derrotar o golpe continuam heróicas e fortes. As organizações sindicais, populares e políticasbrasileiras fazem um chamado a construirmos um amplo movimento de solidariedade ao povo de Honduras.


Realizaremos todos nossos esforços de mobilização e apoio político e material para a luta organizada a partir da Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe de Honduras que luta por : fim da repressão e restabelecimento das liberdades democráticas, recondução do presidente eleito Manoel Zelaya ao governo, punição aos golpistas e pela convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte.


Repudiamos qualquer tentativa de acordo feito nos gabinetes que vise livrar os golpistas de qualquer punição e negar o direito ao povo hondurenho de decidir livremente seu destino em uma Assembléia


Nacional Constituinte.

Nos colocamos na defesa da embaixada do Brasil contra qualquer ataque ao presidente eleito Manoel Zelaya
os ativistas e dirigentes que o acompanham bem como contra qualquer funcionário da embaixada.


Para isso estaremos organizando :


1- Manifestação em São Paulo , no dia 02 de outubro no vão do MASP, na av.Paulista, concentração à partir das 17:00h;


2- Uma delegação unitária das organizações brasileiras para levar nosso apoio e solidariedade, nos próximos dias, ao povo hondurenho;


3- Uma campanha de arrecadação de recursos para o apoio à
resistência organizada pela Frente Nacional de Resistência Contra o Golpe de Estado.


MST, Conlutas, CTB, CUT, Intersindical, MTST, ANEL, PCB, PSOL, PSTU, Consulta Popular, Assembléia Popular, Circulo Palmarino, Esquerda Marxista, CDR


Estas são as primeiras entidades que assinam a convocatória. Chamamos a adesão de todas que se colocam contra ogolpe.

Contatos alba@movimientos.org ou com alguma das entidades acima.


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http://www.brasildefato.com.br

http://www.radioagencianp.com.br

http://www.expressaopopular.com.br

http://www.telesurtv.net/noticias/canal/senalenvivo.php
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terça-feira, 29 de setembro de 2009

A inutilidade do multilateralismo

Cúpula da América do Sul e África, OEA, Assembléia Geral da ONU, Conselho de segurança da ONU....

Todas estas organizações (e cúpula) já condenaram o Golpe em Honduras e recomendam, pedem, protestam, referendam a volta da normalidade democrática.

Em comum esta unidade e unanimidade, mas também a falta de validade de suas decisões, falta de prática, de ações concretas.

Quando os EUA decidiram invadir o Iraque, na Primeira Guerra do Golfo, a decisão da via armada estava tomada, restava a aprovação. A ONU a deu;

Quando os EUA resolveram destruir a Sérvia, o fizeram antes da ONU decidir - no fim a ONU foi obrigada a seguir os acontecimentos;

Quando os EUA resolveram invadir o Afeganistão, a ONU concordou;

E, finalmente, quando da segunda invasão do Iraque, a ONU se colocou contra, os EUA invadiram de qualquer maneira.

Em comum a intenção pregressa de invasão, fato consumado, a ONU apenas dava a provação - ou não - a aura de legitimidade.

No caso de Honduras, o problema é que nenhum país quer intervir, se meter diretamente. É um jogo de empurra que, pelo menos até agora, não resultou em nenhuma ação concreta. O Brasil, se está no centro dos acontecimentos, caiu de para quedas - por mais que fale bonito.

Esta simples análise demonstra que os organismos multilaterais são excelentes palcos para se falar, para fingir, enfim, para fingir que os Estados são preocupados e interessados. Ação, de verdade, só quando antes já existia tal vontade, quando há algum interesse factual por trás.

Não me surpreenderá - e não deve surpreender a nenhum leitor desavisado - se for divulgado daqui ha meses, se nada for feito para reinstalar o presidente legítimo, que os EUA tinham acordos para, quando a poeira baixar, apoiar o regime golpista e torná-lo aceitável aos olhos da comunidade internacional. Alguém realmente acredita que um país do tamanho de Honduras resistiria por tanto tempo à condenação unânime do mundo e dos organismos competentes (sic) sem o apóio velado dos EUA?

Obviamente podemos lembrar de duas possíveis exceções recentes, Timor e Haiti, onde não havia um interesse claro dos EUA em intervir. Nno primeiro caso havia um genocídio em curso e a intervenção era relativamente simples - em teoria -, não se lutava contra nenhuma potência ou país apoiado por uma potência (Sudão, por exemplo, com a China colada) e a causa interessava a muitos. No segundo caso, estamos falando de um Estado falido, com proto-governo que já não mais interessava às elites latinas. A intervenção parecia fácil. O fator "elites locais" pesa enormemente quando tentamos diferenciar estes casos dos demais.

Já no caso de Honduras, vemos que o golpe foi orquestrado pelas elites organizadas e aliadas das elites latinas, teve apoio dos EUA - senão do Obama, de boa parte de sua estrutura e acessores - e, acima de tudo, não há um Estado de Anarquia, o governo golpista controla a estrutura e a mantém minimamente funcionando e com capacidade de, saindo da crise imediata, tocar o país.

Questões como abuso de direitos humanos, puro e simplesmente, não interessam às potências. E há um exército - por menor que seja - capaz de responder à agressões de qualquer um que se aventure a ameaçar os golpistas. Claro que a resposta será tímida, mas ainda capaz de causar danos, baixas, algo intolerávle em tempos de guerra pós-heróica onde a morte de um soldado é tida como incomum e não como uma consequência lógica e normal de um conflito.

Enfim, torna-se claro o apóio de diversos setores da elite - em particular o apóio descarado da Mídia - ao Golpe e, por isto, sua longevidade. Os organismos multilaterais se limitam a condenar sem, porém, se esforçar para encontrar uma solução definitiva para a situação. Urge o uso de força, de uma intervenção militar rápida e certeira, seja via Capacetes Azuis, seja através do exército brasileiro - caso a Embaixada corra perigo imediato e real.

Por mais que a opção armada não seja a menina dos olhos da comunidade internacional, a mera falação não vem resultando em ganhos para a população de Honduras, que continua a ser massacrada, e nem para a democracia, que não existe.

Sem o uso da força, dificilmente a situação tomará um novo rumo.

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Os EUA jamais pestanejaram na hora de agir quando era de seu interesse, neste momento atual fraqueja, demonstra mais do que sua fraqueza interna e hesitância de agir sozinho - sinal de multipolaridade nascente, talvez - mas também seu racha interno e o apóio de sua estrutura ao Golpe.

A Venezuela, mesmo corretamente intervindo, teria que arcar com as críticas internacionais que não livrariam a cara do país mesmo em uma ação legítima.

Já o Brasil sofre com seus problemas internos, a pressão da mídia golpista e das elites que bradam pela legalidade do golpe, temem o Socialismo do Século XXI e tudo que isto representa e se recusam a referendar um apóio militar à Honduras, preferem a elite amiga instalada no local, assassinando a população civil. Além disso, claro, existe a idéia de que a via diplomática solucionará todos os problemas e a questão de parte do exército já está alocado no Haiti, fora nossos próprios problemas de infra-estrutura militar.
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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Honduras: O necessário envio de tropas


Exaustivas análises já foram feitas sobre a situação de Honduras, de todos os lados, desde os honestos e decentes que condenam irrestritamente o golpe até o nosso PIG que acusa Zelaya de tentar dar um golpe branco e se reeleger - ainda que, pelo menos agora, condenem o golpe militar que o derrubou, mas sempre colocando "poréns".

O objetivo não é, agora, analisar as causas, o que já fiz exaustivamente neste blog desde que o golpe teve início, há mais de dois meses, e sim tentar enxergar algum futuro ou desenvolvimento da situação.

Zelaya está na embaixada brasileira de Honduras, a água e a luz foram cortadas e o local está cercado. Inicialmente centenas de manifestates estavam nos arredores da embaixada demonstrando seu apóio ao presidente legítimo e foram atacados pela polícia com tiros e bombas de gás. O país está sob Estado de Sítio e a tensão é visível.

Zelaya, por enquanto está seguro na Embaixada do Brasil, mas até quando? Atiradores cercam o local, o exército está à postos, a energia elétrica de toda Honduras corre perigo de ser cortada e a única coisa que impede os golpistas de invadirem a embaixada é o Direito Internacional. Algo extremamente frágil, especialmente para um governo que só existe pelo desrespeito às leis.

Centenas de manifestantes estão sendo atacados em San Pedro Sula, inclusive crianças, o Movimento de Resistência ao Golpe informa que mais de 400 foram presos e de que há luta armada no país contra o golpe. PElo menos dois já foram mortos no entorno da embaixada.

Muitos pedem uma intervenção armada brasileira, um envio de tropas, mas é uma idéia vaga, as nossas forças armadas chegam a dar pena da precariedade em que se encontram e a Marinha levaria eras para chegar até Honduras. A situação pede uma ação rápida e só Chavez e Obama podem intervir com força e efetividade neste momento.

O problema é que Obama dificilmente intervirá, apesar de decisão da OEA a favor de Zelaya e de sua volta, Hillary ainda continua com a ladainha de que Zelaya deve aceitar o acordo proposto por Oscar Árias, algo inaceitável dada a situação atual. Os EUA já estão enterrados no Afeganistão e acabaram de se livrar do problema Iraquiano. Se sequer se sujeitaram a se sujar no Haiti - sobrou para o Brasil - imagina se irão sujar as mãos e intervir em mais um país na atual situação. Não há a desculpa do Terrorismo para tal intervenção nem o Eixo do Mal sofrerá nada caso Honduras continue como está.


Do outro lado Chavez tem a capacidade de intervir, mas sua ação não seria legítima aos olhos da comunidade internacional - por mais que isto se baseie na análise PIGiana.

Sobra o Brasil como único possível agente capaz de acalmar a situação, mas até onde vai a real vontade do país em intervir? A abertura da embaixada é um indicador animador, mas daí a usar tropas, vai uma distância enorme. O Brasil já está concentrado na intervenção no Haiti, fora o sucateamento das tropas restantes, a distância até Honduras para uma intervenção rápida e, por fim, a vontade política e o custo interno que traria uma intervenção tão fortemente condenada pelo PIG e pelas elites nacionais.

Resta, enfim, a OEA. Esta deveria convocar tropas em caráter de urgência mas quanto tempo levaria até que algo efetivo fosse discutido e votado? Quem estaria disposto a ceder tropas e em caráter urgente?

A situação é desesperadora, nas ruas o povo é atacado, violentado; a embaixada está cercada e Zelaya isolado, fora o perigo de claro desrespeito às leis internacionais iminente.

Resta a nós observar e torcer para que a situação se resolva mas, diferente das últimas tentativas de Zelaya de entrar no país, desta vez ele está em seu centro e não existe mais a possibilidade de acordos em que Zelaya não retome seu lugar de direito, a presidência, nos braços do povo Hondurenho.

É isto ou sua morte.

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Dentro do Brasil, o PIG e o PSDB já deram o recado, o Brasil deveria ter deixado Zelaya ser preso ou morto pela ditadura. Não cabe ao Brasil o papel de líder ou de defensor da Democracia na América Latina. Micheletti afirma que responsabilizará Zelaya e o Brasil por qualquer derramamento de sangue - que já teve início com o assassinato pelos Golpistas de dois manifestantes no entorno da Embaixada Brasileira - e o PIG brasileiro adota o mesmo discurso, de não intervenção e de não influência ou interferência brasileira na situação.

O PIG não tolera que seus aliados golpistas de Honduras tenham prejuízo e sejam questionados, cabe ao Governo Brasileiro sentar e olhar enquanto o povo Hondurenho é violentado. Já o PSDB, bem, são tucanos realizando seu trabalho de sempre: Entreguismo, covardia e despeito.

Hoje, ao assistir ao Bom Dia (sic) Brasil, era difícil não gorfar. Míriam Leitão desfilava todo o seu conhecimento (sic) de Política Externa e Relações Internacionais ao afirmar que o Brasil errou em ajudar Zelaya e ao afirmar ainda que a culpa de tudo é de Chavez, que quer só arrumar confusão.

Uma análise primorosa, típica do PIG e que grita pela morte de Zelaya (condena o golpe mas, por debaixo dos panos dá gritos de alegria pela oportunidade de novos negócios) e pela inação Brasileira.
Lula, que asiste en Nueva York a la reunión de Naciones Unidas sobre el cambio climático, ha afirmado que Brasil está garantizando el derecho del presidente Zelaya de buscar refugio en su embajada y ha hecho un llamamiento al gobierno presidido por Roberto Micheletti para que abra la vía de la negociación y buscar una salida a la crisis. Hacemos "lo que cualquier país democrático haría", ha dicho Lula a los periodistas.
Para desespero do PIG, Lula, da ONU, pede que os golpistas não toquem na embaixada brasileira e que é decisão soberana de qualquer país democrático oferecer refúgio.

A invasão da embaixada significaria uma declaração de guerra, o que o Brasil faria?

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Todas as fontes sem links vêm da TeleSur, Radio Globo, Rádio Progreso e do Twitter.
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