sábado, 30 de maio de 2009

Rio, Cartões Postais e Putaria

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Me lembro de uma das últimas viagens que fiz ao Rio, com minha namorada, quando, andando pela Barata Ribeiro, a caminho da praia, me deparei com cartões postais simplesmente absurdos: Mulheres de corpos malhados, com biquinis sumários, com suas bundas viradas para a câmera e um resquício de paisagem ao fundo.

Eu já tinha ouvido falar deste tipo de "propaganda" em cartões postais mas nunca tinha tido o desprazer de ver uma boa quantidade destes na minha frente. Enojante e degradante.

O Brasil já é conhecido como paraíso do turismo sexual, nossas mulheres já são tratadas como objetos por turistas - e muitas vezes, no exterior, são tratadas como putas por gringos que conhecem a "nossa fama" - e em casos piores, mas comuns, nossas crianças são abusadas diariamente por estrangeiros nas praias do nordeste (algo que, também, tive o desprazer de presenciar em uma ou outra ocasião nos meus anos morando em Recife) e raramente alguma coisa é feita para coibir a ação, a prática e, sem dúvida, a propaganda que incentiva estas práticas abusivas.

Estes cartões postais passam a imagem de libertinagem, de mulher fácil, de paraíso sexual e devem ser combatidos não só pelas maiores vítimas da exposição - as mulheres - mas por todo e qualquer brasileiro que preza pela imagem de seu país e pela segurança de sua população, de suas mulheres e de suas crianças.

Uma coisa é incentivar o turismo no país, outra é incentivar o turismo sexual, o abuso. Nada contra o estrangeiro que queira conhecer os "prazeres" do país enquanto estiver por aqui, o problema é quando isso passa a ser ofertado em outdoors, com destaque, como um produto nacional necessário, livre e, pior, quando vem para o país só com este intuito ou atrás ainda de menores.

Tenho certeza de que na França, na Inglaterra ou na Espanha não vemos cartões deste tipo, degradando a mulher e o país. Por lá, este tipo de coisa, essa destruição da imagem da população, sem dúvida, é proibida.

"O bubum postal e o turismo sexual

JB Online

RIO - A partir de agora, aqueles famosos cartões postais que exibem mulheres esculturais apenas de biquíni e que não realcem outro tipo de beleza que não as belas paisagens do Rio, estão ilegais. A deputada Alice Tamborideguy (PSDB -RJ) elaborou um projeto de lei que proíbe a veiculação, exposição e venda de postais turísticos que utilizem fotos de mulheres em trajes sumários, que não mantenham relação ou não estejam inseridas na imagem original dos cartões-postais. A lei foi sancionada pelo governador Sérgio Cabral e publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial do Estado.

Inicialmente elaborada pela deputada em 2005 e aprovada pela então governadora Rosinha Garotinho, a lei nº 2813/2005 foi modificada este ano. Uma das alterações diz respeito à fiscalização dos locais de venda dos cartões postais. Cabe à Secretaria de Turismo do estado, a tarefa de fiscalizar os pontos de venda de cartões postais.

O estabelecimento que descumprir a lei, está sujeito à uma multa de R$ 968,60 e em caso de reincidência, R$ 1.937,20 a penalidade vale tanto para quem vende, quanto para quem produz os cartões-postais. Segundo a deputada, a renda adquirida com as multas serão destinadas à Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) do estado do Rio de Janeiro. – Eu arrumei melhor a lei neste ano. Quando a elaborei em 2005, não havia quem fiscalizasse os pontos de venda – diz Alice.

Alice Tamborideguy alega ainda que as fotos dos postais incentivam o turismo sexual e a exploração da imagem da mulher, além de criarem quando enviadas por turistas ao exterior, uma imagem negativa das cariocas. – A gente tem tanta praia bonita, tanta paisagem, porque tem que ter mulher em traje sumário nesses cartões? A mulher brasileira não tem que ter chamariz, o que tem que ter chamariz é a paisagem – defende a deputada.

E os cartões, de fato, vendem. Tereza Lima gerente de uma banca no bairro de Copacabana, confirma que as fotografias das brasileiras são as preferidas dos turistas estrangeiros. – Os cartões são baratos, custam apenas 1 real. Vendem muito, mas só os gringos compram – afirma.

Já outro responsável por uma banca em Copacabana que não quis se identificar, alega que a venda dos catões caíram devido à " financeira internacional". - Desde a crise, não tenho vendido muito esses cartões porque o número de estrangeiros que são os que compram, caiu.

Tropical

Uma das empresas que produzem e comercializam estes cartões é a Colombo Card. No site da empresa, a "Linha Tropical", apresenta cartões com mulheres de costas e biquini mínimo."

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