O Jornalista José Nêumanne Pinto, do ‘Jornal do SBT - Edição da Manhã’ desta quinta-feira, 4 de junho, que foi ao ar às 6h00 afirmou em seu editorial na televisão chamado "Direto ao Assunto", que "essa gente deveria levar tiro" da polícia, referindo-se aos funcionários grevistas da USP, apoiados por estudantes e professores, que também estão em estado de greve. Disse também que a greve de Funcionários da USP, apoiada por professores e estudantes é apenas uma 'greve anual' promovida por setores da 'extrema esquerda'.
Para o jornalista, a Reitora da USP, Sueli Vilela "fez muito bem de chamar a tropa de choque" para expulsar os grevistas das portas dos prédios da Universidade a afastar o perigo de uma nova invasão à Reitoria, a exemplo do que aconteceu em 2007.
A provocação de Nêumanne para que a polícia de tiros nos grevistas é um grave ato de intolerância e de incitação à desordem e um atentado às liberdades democráticas conquistadas pela Constituinte de 1988, na qual estão expressos os princípios da livre manifestação do pensamento, da livre associação de trabalhadores e da liberdade sindical e do direito de greve. Em outras palavras, o 'jornalista' do SBT ataca o estado democrático e de direito, num claro desconforto pessoal com o regime democrático e de incitação à volta do Estado Policial, tão apoiado pela 'extrema direita' deste País.
As concessões de televisão são públicas e o controle público exige uma punição a uma rede de TV que permite que seus editorialistas, de forma desequilibrada, façam a incitação à violência por parte das forças policiais. A democracia exige uma severa restrição a este tipo de comportamento inconsequente por parte de um profissional que deveria, no mínimo, ser imparcial ao referir-se a uma manifestação democrática de uma categoria de trabalhadores na busca por seus direitos. Em nenhum momento o jornalista José Nêumanne Pinto ou o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) se interessaram pela pauta de reivindicações dos funcionários, que vêm tendo seus salários achatados nos últimos anos, sob sucessivos governos do PSDB.
Quem é Nêumanne Pinto
O jornalista José Nêumanne Pinto, um paraibano de 58 anos é um dos expoentes do pensamento conservador do jornalismo brasileiro. Trabalhou no jornal Folha de São Paulo, foi secretário, chefe de redação e repórter especial da sucursal paulista do Jornal do Brasil, editor de política, de opinião e editorialista do O Estado de São Paulo e assessor político do senador José Eduardo de Andrade Vieira, ex-ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo e da Agricultura. Foi ainda colunista na edição em espanhol do jornal The Miami Herald, onde escrevia um artigo semanal sobre o Brasil, e comentarista político e econômico no programa diário “Direto ao assunto”, no SBT.
Desde 1996 é editorialista do Jornal da Tarde, e também é comentarista diário da Rádio Jovem Pan (“Direto ao assunto”), ambos de São Paulo. No rádio costuma fazer ataques virulentos ao governo Lula e a qualquer notícia envolvendo partidos de esquerda, o MST ou a ala progressista da Igreja Católica. Paradoxalmente é um conhecido poeta, crítico de cinema e escritor. Um de seus livros contou a trajetória de Luíza Erundina, ao chegar à Prefeitura de São Paulo em 1989. Nêumanne é nascido na mesma cidade de Erundina, Uiraúna, na Paraíba. (Márcio Amêndola de Oliveira, Instituto Zequinha Barreto)
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