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sexta-feira, 3 de abril de 2015

A redução da maioridade penal junto à pena de morte já é realidade nas favelas brasileiras

Uma criança de 10 anos, Eduardo de Jesus Ferreira, foi baleada no Complexo do Alemão ontem. As suspeitas (ou certezas) são sempre as mesmas: Policiais Militares da UPP.

Sim, a foto é gráfica, mas é importante para que se entenda: É este tipo de imagem que crianças vêem quase todos os dias nas favelas brasileiras. Não, não é na Síria, não é no Iraque, não é a ISIS, é o Rio de Janeiro, é a PM carioca, é o tráfico, a milícia, é o Brasil.

Se a criança que vive na favela vê esse tipo de imagem todo dia você que lê este blog também pode ver. 

Enquanto 90% da população defende a redução da maioridade penal crianças são mortas violentamente ou são forçadas a conviver com esta realidade de medo. Podem ser mortas a qualquer momento. São submetidas desde a infância à violência, são alvos. Não tem direito nem dignidade.

E isso gera revolta.

CRIANÇA DE 10 ANOS MORTA PELA UPP NO COMPLEXO DO ALEMÃO
COVARDES, VIERAM PARA MATAR UMA CRIANÇA DE 10 ANOS.É ISSO MESMO GOVERNADOR.#SOSCOMPLEXODOALEMAO Quero ver nas #Olímpiadas2016#Rio2016 #Olimpiadas#FoxNews#Bbc#Itv#Cnn#Abc#Cbs#TheNewYorkTimes#TheGuardian#ERREJOTA#ElPaís#TheNewYorkTimes #Brasil2016#RioDeJaneiro#Rio2016
Posted by Complexo Alemao on Quinta, 2 de abril de 2015
Não estou justificando a revolta, mas apenas deixando claro que ela existe, e que há nela alguma legitimidade. Você consegue imaginar o que é ser discriminado, violentado e abusado desde criança? De ser tratado como lixo, de ver seus amigos, pais, parentes, serem humilhados, violentados e mortos pela polícia que deveria os proteger? Aceitaria passível toda a desgraça que te cerca? Uns sim. Outros não.

É lógico que a revolta acaba gerando apenas mais resposta violenta alimentando o ciclo, mas é importante entendê-la para poder debater, propor saídas.

E não estou tirando a autonomia dos indivíduos, nem todos "viram bandidos", nem todos seguem o caminho do ódio - pese muitos sentirem esse ódio -, mas acreditar apenas que estes são "ruins", que escolheram e ponto seu caminho é de uma infantilidade, torpeza e desumanidade incrível.

Vejam só o comentário de um garoto, no Facebook, numa das várias postagens sobre o assassinato dessa criança (o garoto da postagem deve ter a mesma idade da criança morta):
Se esse garoto tiver mais de 10 anos é muito. E já sente ódio.
Qual o futuro dele? Se tornar um traficante? Um assaltante? Um assassino? Acabar morto ou trancafiado numa cadeia onde irá sentir ainda mais ódio da sociedade?

É incompreensível o ódio que ele sente? Não. Incompreensível é a negação de amplos setores sociais da realidade de violência e exclusão a que crianças são submetidas. Negação da realidade seguida de pura vingança: Vamos meter mais e mais adolescentes em centros de tortura estatal para se pós-graduarem no crime e sentirem ainda mais ódio - que se voltará contra a própria sociedade.
Postagem de um rapaz já mais velho, mas no mesmo tom de revolta. A lógica dele é incompreensível?
Longe de APOIAR a violência ou respostas violentas, eu busco entender para, então, ser capaz de enxergar que TODO o sistema precisa de reforma. Educação, inclusão, direitos humanos, o fim da PM, o tratamento humano a todos, políticas de promoção de igualdade, ajuda psicológica, enfim, o pobre, o favelado tem que parar de ser tratado como marginal ou marginal em potencial, ser vigiado, violentado e deve ser tratado como... ser humano. Como todos temos de ser tratados, mas apenas poucos somos.

A redução da maioridade penal vai apenas piorar o quadro de violência, mas os defensores irão apenas lavar as mãos e, no fim, irão defender penas mais duras para crianças como esta da foto que abre a postagem, isso se não chegarem ao cinismo de comemorar: Que bom, morreu antes de poder cometer crimes.
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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Queima de arquivo? Assassinaram o coronel torturador e não faz a menor diferença

Saddam Hussein brasileiro
Algo interessante sobre o assassinato do ex-coronel torturador Paulo Malhães é a desfaçatez dos prováveis envolvidos: Gente graúda do exército, ao menos comandando.

Queima de arquivo, imaginamos todos, mas uma queima de arquivo das mais mal feitas. Oras, se a ideia era encenar um assalto que "deu errado", porque a mulher do coronel e o caseiro não forma mortos? Ou mesmo porque ele foi morto?

Se ele flagrou os assaltantes, assumamos a tese, e foi morto, os demais deveriam ter ido pelo mesmo caminho. Por outro lado, se era só um assalto em que a mulher e o caseiro saíram ilesos, porque matar o coronel, um idoso que dificilmente teria condições de resistir?

Mas o surpreendente não é a queima de arquivo (que não é novidade e nem surpreende), e sim a falta de preocupação dos responsáveis em encobrir os rastros.

Mas porque deveriam?

Contanto que não cheguem aos mandantes, não faz diferença que se saiba que foi queima de arquivo ou não, porque NADA acontecerá com os envolvidos.

Alguém acha que o governo Dilma irá fazer mais do que soltar alguma nota lamentando ou mesmo com um tom um pouco acima e que, no fim, não fará diferença?

A inútil Maria do Rosário fez alguns comentários irrelevantes no Twitter, a ministra dos Direitos Humanos, a cobra da Ideli Salvati ainda não se manifestou (e não faz falta) e a DIlma, no máximo, demonstrará indignação e o assunto será esquecido cedo ou tarde.

E ninguém será punido.

Sim, podem acabar até prendendo os assassinos (não os mandantes), mas não fará diferença. Este crime é o menor dos problemas quando se olha para o quadro todo, para a ausência de uma Comissão da Verdade com mais poderes do que implorar para bandidos torturadores e assassinos que confessem seus crimes, mesmo sabendo que jamais serão punidos.

Este episódio apenas demonstra que as forças armadas possivelmente mantém ativo seus grupos de repressão e execução, como na Ditadura, e estão prontos para agir contra quem se recusa a manter silêncio e corroborar a farsa oficial.

Oras, nós vemos estes grupos em atividade diariamente nas ações da PM contra a população negra e pobre. Assassinatos, torturas e "desaparecimentos" de quem levanta a voz, olha torto ou simplesmente parece estar no caminho. O caráter (ou falta dele) das forças armadas, PM inclusa, não mudou. Mas temos um governo que fala em conciliação, que fala em fechar as feridas do passado.

Mas não são "do passado". São atuais. São as mesmas forças repressivas de ontem atuando hoje e pior, atuando em muitos casos sob o controle daqueles que, no passado, as combatiam.

O que aconteceu com DG, Claudia, Amarildo e MILHARES de outros não difere em nada dos crimes da Ditadura. Só mudou o nome do regime e que hoje alguns podem reclamar - até certo ponto, até a PM achar que acabou a brincadeira e começar a jogar bomba e usar balas de borracha, no caso do asfalto, ou começar a matar, no caso das favelas -, mas no geral a veia repressiva do Estado permanece a mesma.

Do governo teremos no máximo uma nota e alguns discursos e lamentações. E só (ou olhe lá!). Não teremos nem por um momento um debate sério sobre o fim da Lei da Anistia, lei esta defendida por Dilma. Os militares podem respirar aliviados, porque nem o Estado os forçará a contar seus podres (implorará através da CNV), e eles poderão continuar a queimar arquivo dos que forem convencidos a falar alguma coisa.

É um jogo de ganha-ganha para as forças armadas. Nós, por outro lado, apenas perdemos ao termos negado o direito a não apenas conhecer nosso passado, mas a julgar os criminosos que tentaram e tentam destruir nosso futuro.
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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Quando morre um cão: A miséria humana não nos comove mais?

Durante boa parte do fim de semana o assunto mais comentado foi o da morte cruel de um cãozinho da raça Yorkshire pelas mãos de uma suposta psicóloga enfermeira e mãe. Sem dúvida, uma psicótica que precisa de tratamento urgente e que mereceria passar um tempo na cadeia, mas que, infelizmente e se muito, paragár multa pelo seu crime.

Deixo claro de início meu repúdio a toda e qualquer forma de maltrado de animais. Quem tem a capacidade de espancar até a morte um cãozinho, é capaz de cometer atrocidades iguais com seus semelhantes. Como agravente ao crime da mulher, aparentemente seu filho observava tudo e, sem dúvida, deve estar traumatizado.

Não postarei aqui nenhum vídeo ou foto dos atos ou muito menos da mulher, não sou defensor de linchamentos públicos - retornarei a este ponto.

Repasso um trecho de texto publicado no Eleições Hoje (Homofobia Já Era) do All Moon do qual concordo unicamente com o trecho selecionado:
Tal barbárie causou uma comoção nacional. A imagem de um animal sendo sacrificado em nome da crueldade humana (talvez, a única forma de crueldade existente na natureza), com a agravante de este ato de boçalidade extrema ter sido presenciada por uma criança, resta-se gravada até mesmo no subconsciente daqueles que (como eu) não tiveram coragem de assistir a este documento comprovante da miséria humana.Entretanto, este fato nos revela um outro elemento indicativo da miserabilidade afetiva que parece ser a marca das sociedades “civilizadas” neste Terceiro Milênio. A estupidez bárbara perpetrada contra um cão conseguiu causar mais comoção do que as mortes igualmente cruéis de centenas de homossexuais em todas as partes deste país.
De resto, deixo claro minha discordância do autor quando este afirma que a comoção em torno da morte do cão seria hipócrita, porque haveria mortes mais "importantes" ou significativas acontecendo, ou mesmo vidas mais importantes. Toda vida é importante e toda comoção é legítima. E tampouco uma morte é - ou deveria ser - ofuscada por outra.
Mas não querendo diminuir o absurdo que é a violência contra animais, o Francisco Aragão Azeredo (@chcapet) acertou em cheio, no Twitter:
"Se dessem à morte do Alexandre Ivo metade da atenção que estão dando ao yorkshire homofobia já era crime e Malafaia estava na cadeia. DESCULPA se eu acho que vidas humanas valem mais que vida de cachorro. Pra TUDO na vida existem gradações, torturar e matar um garoto de 14 anos É SIM pior que maltratar cachorro, por pior que isso seja"
Matar e torturar seres humanos é MUITO pior que fazer o mesmo com animais, por mais que seja atitude igualmente deplorável e infelizmente eu vejo que, em muitos casos, há mais comoção contra o segundo que o primeiro. Felizmente a maioria dos que sigo não são assim, são ferrenhos defensores da criminalização da homofobia, mas tem cada absurdo que se vê por aí...
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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Marcelo Freixo: Entre o fanatismo e o.... assassinato desejado?

Marcelo Freixo, deputado estadual de destaque na luta contra as milícias está na Europa com sua família a pedido/convite da Anistia Internacional e da Front Line Defenders por 2 razões: Para dar palestras e para readequar sua segurança após as 7 ameaças de morte descobertas em menos de um mês contra ele.

A mídia - e jornalistas ligados à "blogosfera progressista" (que a cada dia mais vira uma blogosfera fanática petista, com raras exceções) - disseram que ele estaria se auto-exilando à convite da AI.
Enquanto Freixo segue para o exílio forçado, milicianos que trabalham a mando e sob os cuidados de políticos fluminenses, seguem dominando bairros e comunidades inteiras da Zona Oeste da cidade, numa microrreprodução do que ocorre em países como a Colômbia, onde as Farc e grupos paramilitares dominam grandes regiões nacionais – as quais não têm representatividade política oficial. Não obstante, o governo Cabral se gaba por sua política de segurança pública.
Marcelo Freixo, porém, JAMAIS afirmou que estaria se exilando, e sim que a AI há algum tempo insiste para que ele "saia desse foco", ou seja, o convite para palestras foi, também, uma forma de preservá-lo.

Mas a palavra "exílio", em momento algum saiu de sua boca. Este termo foi usado pela mídia e por jornalistas ligados aos "progressistas".

Ele afirmou que se ausentaria para reorganizar sua vida, para readequar sua segurança e que logo voltaria.
"Vou deixar o país, mas é por pouco tempo. Recebi um convite da Anistia Internacional e em função das várias ameaças e da pressão que isso envolve estou aceitando o convite. Só nesse último mês foram sete ameaças de morte. Mas volto antes de dezembro"
O blogueiro Marcos Pedlowski acerta:
Há quem veja na saída de cena do deputado Marcelo Freixo um ato de fraqueza pessoal. Em suma, Marcelo Freixo seria, na verdade, um frouxo. Mas como o conheço um pouco, sei que Freixo de frouxo não tem nada. Se está indo para a Europa a convite da Anistia Internacional é quase certo que algumas coisas o tenham levado a essa saída momentânea da cena política fluminense. Uma delas, e a mais evidente, é a incapacidade e até mesmo a falta de vontade política do governador Sérgio Cabral em igualar as milícias aos grupos narcotraficantes tradicionais. Uma evidência disto é que ao contrário dos narcotraficantes tradicionais, os líderes das milícias continuam presos em locais de onde saem pela porta da frente ou que quando dentro deles podem promover festas homéricas regadas a álcool e outras coisas mais.
O que fica claro é que o governo e a prefeitura do Rio não estão nem aí para investigar as ameaças contra Freixo, que comprovou inclusive com documentos o descaso do governo. Basta lembrar o caso da juíza Patrícia Acioli, que pediu proteção à justiça e ao governo, não recebeu, e foi morta pela mesma milícia que tenta matar o Freixo (ou milícias)
Aliás, o próprio Paes pode falar em nome das milícias.


De qualquer forma, a insegurança do Freixo é justificável. Ainda que ele tenha, novamente, declarado, que tenha resistido a sair, pois ele tme uma função pública a exercer e que não pode demonstrar fraqueza frente às milícias.

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domingo, 25 de setembro de 2011

Reações da blogosfera e tuitosfera brasileira à execução de Troy Davies

[English below]

Em 21 de setembro, blogueiros brasileiros reagiram à execução de Troy Davies, um estadunidense condenado ao corredor da morte em 19 de agosto de 1989 acusado de ter matado o policial Mark MacPhailem Savannah, Geórgia.


A blogueira Rosângela Basso explica:
@Ro_anna: #TroyDavis As sete pessoas que voltaram atrás em seus testemunhos, disseram que foram "persuadidas" pela polícia a testemunhar contra Davis
O blog Bule Voador (Flying Teapot) acrescentou:
@BuleVoador: #TroyDavis: outro homem confessou, 7 testemunhas retiraram testemunho. polícia acusada de coerção. SEM DNA, sem arma do crime. Justiça?
Escrevendo algumas horas antes da execução, @tomfernandes, em seu blog, argumentou:
Troy Davis é um assassino? Apesar de todas as provas em contrário, das testemunhas que o inocentaram, da falta de provas físicas, evidências e da arma do crime, o “sistema judiciário” o condenou porque alguém precisa ser sempre condenado no roteiro americano. Os americanos não sabem conviver com a dúvida, com a incerteza, com a insegurança. Preferem admitir depois o erro a deixar de agir rapidamente.
A execução de Troy Davies causou uma onda de raiva entre os tuiteiros brasileiros, e também trouxe muitas questões. O ativista político Matheus Rodrigues pergunta:
@matheusrg: Supremo dos EUA rejeita recurso de suspensão de execução de Troy Davis http://glo.bo/r1MkJL Os que se levantaram pela Sakineh, onde estão?
O mesmo fez a escritora e jornalista Silvia Kochen:
@silviakochen: EUA executam um inocente. Isso é o que chamam de civilização? #troydavis
Os EUA e seu sistema judiciário foram muito criticados. Esta foi a forma pela qual o Bule Voador anunciou a morte de Davies:
@BuleVoador: #TroyDavis morreu oficialmente às 12:08, 4 minutos atrás, assassinado pelo governo dos EUA e pelo Estado de Georgia.
Momentos antes, o jornalista Bruno Torturra disse:
@torturra: E a Suprema Corte Americana autorizou a execução de #troydavis... Clima horrível. EUA realmente perdeu o rumo geral.
Anna Stein foi concisa:
@HannahStein_: @A_Rosaninha @Ro_anna Mataram o Troy Davis.
Muitos repudiaram toda asociedade estadunidense, como Idelber Avelar, professor da Tulane University:
@iavelar: Não gosto de usar metáforas biológicas pra falar do social, mas tá difícil fugir delas: os EUA são um país cada vez mais doente. #troydavis.
e o jornalista Victor Farinelli:
@vfarinelli: Assassinato cometido pelo estado é coisa de ditadura em qualquer lugar do mundo, por que não quando os assassinos são os EUA? #TroyDavis
E outros criticaram o presidente Barack Obama. A blogueira e ativista Conceição Oliveira foi direta:
@maria_fro: Mister Obama o senhor é o maior estelionato eleitoral da história. #vergonhaalheia
Rosângela Basso acrescentou:
@Ro_anna: Essa é a PAZ que Obama discursou..., matam #TroyDavies com & testemunhas dizendo q foram "coagidas" pela polícia a testemunhar contra Davis
Sobre a Pena de Morte em si, o escritor Marcelo Carneiro Cunha disse:
@marceloccunha: No nosso país, caros brasileiros, a proibição à pena de morte é cláusula pétrea na Constituição. Isso temos, isso somos.
Ao que a jornalista Cynara Menezes respondeu:
@cynaramenezes: não se iludam, no brasil também tem pena de morte. chama-se "auto de resistência" e também vitima negros e pobres #troydavis
Os blogs Bule Voador e Maria da Penha Neles publicaram uma carta escrita por Troy Davies em 10 de setembro que muitos, no twitter, compartilharam com seus seguidores:

“EU SOU TROY DAVIS, E EU SOU LIVRE!”

Nunca Parem de Lutar por Justiça e Nós Ganharemos!
Suas última palavras, de acordo com o ativista Everson F, foram:
@eversonF: Troy Davis, nas últimas palavras, disse que não tinha arma, não matou ninguém e que sentia pela perda da família da vítima.
Com alguma revolta, Marcelo Carneiro Cunha disse:
@marceloccunha: Pra Justiça da Georgia e para os juízes da Suprema Corte que permitiram a execução, eu suspendo meu ateísmo e espero que exista um inferno.
E o escritor Ricardo Gondin finaliza:
@gondimricardo: Vou tentar dormir...pesadelos serão bem-vindos para aliviar a crueza da realidade.

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English version:

On September 21 Brazilian bloggers reacted to the execution of Troy Davis, an American death row inmate convicted of the August 19, 1989, murder of Savannah, Georgia, police officer Mark MacPhail, as Global Voices reported, though nothing about his case was certain.

Blogger Rosângela Basso explains [pt]:
@Ro_anna: #TroyDavis As sete pessoas que voltaram atrás em seus testemunhos, disseram que foram "persuadidas" pela polícia a testemunhar contra Davis
@Ro_anna: #TroyDavis The seven people who went back in their testimonies, said they were "persuaded" by police to testify against Davis
The blog Bule Voador (Flying Teapot) added [pt]:
@BuleVoador: #TroyDavis: outro homem confessou, 7 testemunhas retiraram testemunho. polícia acusada de coerção. SEM DNA, sem arma do crime. Justiça?
@BuleVoador: #TroyDavis:another man confessed, seven witnesses have withdrawn their testimonies. Police accused of coercion. Without DNA, no murder weapon. Justice?
Writing a few hours before the execution, @tomfernandes, in his blog, argued [pt]:
Troy Davis é um assassino? Apesar de todas as provas em contrário, das testemunhas que o inocentaram, da falta de provas físicas, evidências e da arma do crime, o “sistema judiciário” o condenou porque alguém precisa ser sempre condenado no roteiro americano. Os americanos não sabem conviver com a dúvida, com a incerteza, com a insegurança. Preferem admitir depois o erro a deixar de agir rapidamente.
Troy Davis is a murderer? Despite all evidence to the contrary, of the witnesses who acquitted him, the lack of physical proofs, of evidences and of the murder weapon, the "justice system" condemned him because someone must always be condemned in the American script. The Americans cannot live with doubt, with uncertainty, insecurity. They prefer to admit the error than failing to act quickly.
Troy Davies' execution caused lots of anger among twitter users in Brazil, and also many questions. The political activist Matheus Rodrigues asks [pt]:
@matheusrg: Supremo dos EUA rejeita recurso de suspensão de execução de Troy Davis http://glo.bo/r1MkJL Os que se levantaram pela Sakineh, onde estão?
@matheusrg:U.S. Supreme court rejects appel to suspend Troy Davies' execution http://glo.bo/r1MkJL Those who stood by Sakineh's killing, where are they?
The same does [pt] the writer and journalist Silvia Kochen:
@silviakochen: EUA executam um inocente. Isso é o que chamam de civilização? #troydavis
@silviakochen: USA execute an innocent. This is what we call civilization? #troydavis
United States and their justice system were very criticized. Here's how the blog Bule Voador (Flying Teapot, pt) announced Davies's death:
@BuleVoador: #TroyDavis morreu oficialmente às 12:08, 4 minutos atrás, assassinado pelo governo dos EUA e pelo Estado de Georgia.
@BuleVoador: #TroyDavis officially died at 12:08, 4 minutes ago, murdered by the U.S. government and the state of Georgia.
Moments before, journalist Bruno Torturra said [pt]:
@torturra: E a Suprema Corte Americana autorizou a execução de #troydavis... Clima horrível. EUA realmente perdeu o rumo geral.
@torturra: And the American Supreme Court authorized the execution of #troydavis... Horrible situation. U.S. actually lost its general direction.
Anna Stein was concise [pt]:
@HannahStein_: @A_Rosaninha @Ro_anna Mataram o Troy Davis.
@HannahStein_: @A_Rosaninha @Ro_anna They killed Troy Davis.
Many repudiated the whole American society, such as [pt] the Tulane University teacher Idelber Avelar:
@iavelar: Não gosto de usar metáforas biológicas pra falar do social, mas tá difícil fugir delas: os EUA são um país cada vez mais doente. #troydavis.
@iavelar: I don't like to use biological metaphors to talk about the social, but it's hard to escape them: the U.S. is increasingly ill. #troydavis.
and the journalist [pt] Victor Farinelli:
@vfarinelli: Assassinato cometido pelo estado é coisa de ditadura em qualquer lugar do mundo, por que não quando os assassinos são os EUA? #TroyDavis
@vfarinelli: Murder committed by the state is something of dictatorship anywhere in the world, but why not when the killers is the U.S.?#TroyDavis
And others criticized President Barack Obama. Blogger and activist Conceição Oliveira was straightforward [pt]:
@maria_fro: Mister Obama o senhor é o maior estelionato eleitoral da história. #vergonhaalheia
@maria_fro: Mister Obama you are the biggest electoral fraud in history. #vergonhaalheia
Rosângela Basso added [pt]:
@Ro_anna: Essa é a PAZ que Obama discursou..., matam #TroyDavies com & testemunhas dizendo q foram "coagidas" pela polícia a testemunhar contra Davis
@Ro_anna: This is PEACE that Obama spoke about...., to kill #TroyDavies with many witnesses saying they were "coerced" by police to testify against Davis
About the Death Penalty itself, writer Marcelo Carneiro Cunha said [pt]:
@marceloccunha: No nosso país, caros brasileiros, a proibição à pena de morte é cláusula pétrea na Constituição. Isso temos, isso somos.
@marceloccunha: In our country, dear Brazilians, the prohibition of the death penalty is a unchangeable clause in the Constitution. This we have, this we are.
To what journalist Cynara Menezes responded [pt]:
@cynaramenezes: não se iludam, no brasil também tem pena de morte. chama-se "auto de resistência" e também vitima negros e pobres #troydavis
@cynaramenezes: Do not deceive, Brazil also has the death penalty. called "auto de resistência" [death resulting from a confrontation] and also victimises black and poor people#troydavis
The blogs Bule Voador and Maria da Penha Neles published [pt] a letter [pt] by Troy Davies written on September 10th that many, on twitter, shared to it's followers:

“EU SOU TROY DAVIS, E EU SOU LIVRE!”

Nunca Parem de Lutar por Justiça e Nós Ganharemos!
"I AM TROY DAVIES, AND I'M FREE!"
Never stop fighting for justice and we'll win!
His last words, according to the activist Everson F, were [pt]:
@eversonF: Troy Davis, nas últimas palavras, disse que não tinha arma, não matou ninguém e que sentia pela perda da família da vítima.
@eversonF: Troy Davis, on his last words, said he had no weapon, did not kill anyone and that he felt the loss of the victim's family.
With some revolt Marcelo Carneiro Cunha says:
@marceloccunha: Pra Justiça da Georgia e para os juízes da Suprema Corte que permitiram a execução, eu suspendo meu ateísmo e espero que exista um inferno.
@marceloccunha: For the Justice of Georgia and the Supreme Court that allowed the execution, I sighed my atheism and I hope there is a hell.
And writer Ricardo Gondin finalizes [pt]:
@gondimricardo: Vou tentar dormir...pesadelos serão bem-vindos para aliviar a crueza da realidade.
@gondimricardo: I'll try to sleep ... nightmares are welcome to ease the harshness of reality.
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sexta-feira, 29 de julho de 2011

"É por isso que a gente tem que passar o fogo de vez em quando, que nem fizeram com a irma Doroty"

Recebido por e-mail de fonte mais que confiável, sobre a situação dos Quilombolas no Maranhão e das ameaças de morte recebidas por quem tenta defendê-los dos fazendeiros da região.
Hoje, eu, advogado da CPT Maranhao e padre Inaldo Serejo, estivemos no município de Cantanhede, Maranhao, aproximadamente 200 km de Sao Luis, para realização de audiência preliminar do processo de n 3432010, onde os autores sao trabalhadores rurais quilombolas do quilombo de Salgado, município de Pirapemas e os réus, latifundiários da região, cujos nomes sao Ivanilson Pontes de Araujo, Edmilson Pontes de Araujo e Moisés Sotero. Estes homens perseguem os trabalhadores quilombolas desde 1981, e ano passado ingressaram com ação de manutenção de posse conta estes fazendeiros, pois os mesmo destruiram roças, mataram animais, areas de reserva, cercaram os acessos as fontes de água, alem de ameaçarem se morte os trabalhadores.

Em 7 de outubro de 2010, após audiência de justificação previa, foi concedida manutenção de posse em favor dos quilombolas numa area de 1089 hectares.Ainda assim, os réus continuaram a turbar a posse dos trabalhadores, realizando incêndios criminosos, matando pequenos animais, abrindo picadas na floresta, etc... Nao satisfeitos, com a mudança de juiz da comarca e com a entrada de um novo, por nome Frederico Feitosa, os fazendeiros ingressaram com uma ação de reintegração de posse contra as famílias, que foi deferida em 24 minutos, inaudita altera pars, no dia 6 de julho.

Eu tive ciência da ação no momento em que pesquisa sobre meus processos naquela comarca.... Imediatamente, fui no dia seguinte com padre Inaldo na comarca de Cantanhede, tomei ciência da decisão e agravei. Dia 18 de julho foi concedido efeito suspensivo através do agravo aquela decisão que reintegrava a posse em favor dos fazendeiros... Pois bem, hoje, quando chegava naquela comarca, para realização de audiência preliminar, o fazendeiro Edmilson Pontes de Araujo esbravejava na porta do fórum de que ' era um absurdo gente de fora trazer problema para o povoado, que era uma vergonha criar quilombo onde nunca teve nada disso( se referindo a mim, ao Inaldo e ao agente da CPT Marti Micha, alemão naturalizado brasileiro).... E por isso que a gente tem que passar o fogo de vez em quando, que nem fizeram com a irma Doroty!'

Camaradas, a CPT Maranhao tem enfrentado de tudo: duas vezes foi arrombada, onde levaram documentos e HDs, ligações ameaçadoras e agora mais esta ameaça contra três agentes pastorais.

Peço aos companheiros que possam espalhar essa mensagem por suas listas, porque eu, Diogo Cabral, advogado da CPT e padre Inaldo, coordenador tememos por nossas vidas! Mas apesar das ameaças, nao recuaremos um milímetro!!!

Diogo Cabral advogado da CPT Maranhão
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Assassinato na Roosevelt: Apenas um número, uma estatística [Update]



Hoje um homem morreu na frente da minha casa... e eu vi tudo. A praça Roosevelt não é mais a mesma.

Não, não estou traumatizado e tampouco o coitado morreu na minha frente (não exatamente), mas alguns fatos me deixaram surpreso - e também me ajudaram a constatar simples fatos e provar teorias.

Antes de mais nada, um agradecimento especial ao nosso querido governador Zé Alagão pelo trabalho exímio da Polícia Militar do Estado de São Paulo que tanto neste caso quanto no do quase assassinato do dramaturgo Mário Bortolotto dentro do teatro Parlapatões (curiosamente eu havia chegado em casa pouco antes dos tiros serem disparados e cheguei a ouvir a comoção logo depois, mas só soube que eram tiros e confusão no dia seguinte) quanto no caso de hoje, de um mendigo assassinado com uma facada na barriga por outro, fatidicamente na frente do mesmo Parlapatões, na disputa por um prato de comida.


Não poderia também deixar de agradecer à outra importante figura, notório mentiroso, o prefeito Aquassab pelas constantes promessas de reformar a Praça Roosevelt, de derrubar o maldito pentágono em cima da mesma e de revitalizar a área mas que, na verdade, acabou fechando os albergues do centro transferindo a população de rua para a praça e também pela fantástica idéia de retirar a Cracolândia de seu lugar histórico e espalhá-la por todo o centro - mas deixando sua amada Nova Luz "livre". Agora eu vejo pessoas fumando crack da minha janela.

Mas vamos aos fatos.



Por volta das 15h do dia 4 de janeiro, com uma dor de cabeça absurda, ouvi os gritos de alguns indivíduos sentados na escadaria da praça exatamente em frente ao meu prédio: "Socorro, Polícia" e coisas do tipo.

Com a eficácia e competência de sempre, a polícia militar - que mantém uma inútil delegacia na esquina da praça e, depois do episódio nos Parlapatões, dois policiais de forma esporádica na praça em si - não fez nada.


Ao ouvir os gritos corri para a sacada do meu apartamento e vi um corpo no chão, sangrando profusamente enquanto, ao longe, vi dois policiais andando, caminhando despreocupados em direção ao corpo. Com a lerdeza calma costumeira, um deles pegou o rádio para chamar "reforços" e o outro passou minutos colocando uma luva de borracha sem que, no entanto, nenhum dos dois tivesse se abaixado para socorrer o mendigo ou sequer para checar o pulso e saber se ainda estava vivo.

Bem, era um mendigo, não surpreende o comportamento, o descaso.

Poucos minutos depois chegaram, com toda a demonstração de eficiência, pela contra-mão, cerca de 7 viaturas e 3 motos cheias de PM's que, em nenhum momento, buscaram encontrar o responsável pelo assassinato - outro mendigo, segundo me foi dito.



Uma verdadeira demonstração, uma encenação que combina perfeitamente com o ambiente cheio de teatros. Um teatro policial, um circo armado para fingir eficiência enquanto um homem se esvaia em sangue e o responsável escapava com tranqulidade, sem ser molestado.

Quando a PM notou que estava ridículo o circo de mais de 20 policiais para um corpo e nenhum culpado, pegaram desrespeitosamente o mendigo e colocaram o corpo no banco de trás de uma viatura e foram embora, deixando alguns soldados para fazer perguntas e fingir serviço.

Passados mais alguns minutos, como que para lavar a alma da Praça e para coroar o belo governo Aquassab, chegou uma chuva de granizo que lavou completamente o sangue da calçada e lavou a alma da PM ineficiente e ineficaz.

Ao longo do acontecimento me surpreendeu o descaso não só da PM mas também de muitos transeuntes que passavam, davam uma olhada e passavam como se não fosse nada, como se não fosse uma vida, um homem estendido no chão, não importa sua condição social.

Conversando com comerciantes da rua vê-se o medo de que a Praça volte a ser o que era ha 10-15 anos, um antro de marginais e vagabundos, perigosa, sem vida. Não podemos permitir que isto se repita e que a praça morra. Prefeitura e governo precisam investir em infra-estrutura e em segurança, não fechar os albergues nem criminalizar a população de rua seria um começo ideal!


E nós, moradores, comerciantes e simples frequentadores da praça precisamos continuar a aparecer, a povoar a região e não deixar que o medo tome conta e que o lugar fique vazio pois não há volta.


Enfim, minha intenção é ligar para a Ouvidoria da PM e relatar estes fatos, o descaso da PM e a situação de abandono da praça. Mas como confiar num órgão da PM para verificar a ação da própria?

E, mais além, fica o sonho de que a reforma da Praça realmente saia algum dia, que Aquassab tome ciência da notícia e que Zé Alagão comece a pensar que segurança não é só para os Jardins e Morumbi.

Mas é uma esperança vazia.

No meio tempo ficamos com medo, a violência bate em nossas portas.

Vídeos da ação (sic) da PM:


















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Update:

Um mendigo parece não ser tão relevante para a mídia, o nosso querido PIG. Do fato apenas o Estado de São Paulo soltou uma pequena, minúscula nota sobre o ocorrido:
Homem é esfaqueado na Praça Roosevelt
Quarta, 05 de Janeiro de 2010, 00h00

Um morador de rua foi esfaqueado ontem à tarde na Praça Roosevelt, em frente ao Espaço dos Parlapatões, local onde o dramaturgo Mário Bortolotto foi baleado, há um mês. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o homem foi levado para a Santa Casa, mas não resistiu e morreu. O caso foi registrado no 4º DP (Consolação).
E o Vermelho também noticiou o fato, com maior preocupação que a mídia tradicional.

O post também foi repassado ao Fórum Centro vivo.

O Blog do Nassif também repercutiu a notícia.

Com um dia de atraso e só porque causou comoção e repercutiu, a Folha Online também noticiou o fato mas de forma tão precária quanto o Estado.

Se a info de que ele ainda estava vivo quando chegou na Santa Casa de Misericórdia proceder então a negligência da PM foi ainda maior, pois os dois PM's que chegaram primeiro não prestaram qualquer atendimento à vítima e em momento algum uma ambulância apareceu, muito pelo contrário, o mendigo foi levado como um saco de babatas vários minutos depois das viaturas terem chegado com estardalhaço.
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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Gudari Eguna - "Txiki"




27 de septiembre 1975
by jabiero


Os últimos momentos de "Txiki", militante da ETA assassinado pelo regime franquista em 1975 e a carta-testamento do herói Basco.


TXIKI ¿EL ÚLTIMO CRIMEN DE FRANCO?


Juan Paredes Manot, Txiki, al amanecer del 27 de septiembre de 1975, ejecutando la sentencia de un juicio sumarísimo, el régimen franquista llevó a cabo el fusilamiento de cinco personas.

Txiki, con sólo veintiún años, fue fusilado por un pelotón de guardias civiles voluntarios en un claro del bosque de Cerdanyola, una población cercana a Barcelona. De nada sirvieron las movilizaciones en toda Europa ni las numerosas peticiones de clemencia que Franco recibió en las horas precedentes, entre ellas la del Papa Pablo VI. "Franco está durmiendo y ha ordenado que no se le moleste", fue la respuesta que recibió el Vaticano.

A las ocho y media de la mañana, seis miembros del Servicio de Información de la Guardia Civil se vistieron de verde con un tricornio en la cabeza para disfrazar de autoridad su crimen y, con dos balas cada uno, fueron disparando poco a poco para saborear el placer que les producía la ejecución y poder prolongar la agonía de la víctima.

Txiki, que unas horas antes había escrito "no me busquéis bajo tierra, soy viento de libertad", un poema del Che Guevara, murió cantando el Eusko Gudariak. Fueron testigos su hermano Mikel y los abogados defensores Marc Palmés y Magda Oranich.

Sin embargo, no era frente a un pelotón de fusilamiento como el gobierno español tenía previsto matar a Txiki, sino por medio del garrote vil. Para impedirlo, Palmés y Oranich solicitaron que, en caso de irreversibilidad de la sentencia, por lo menos se concediese a Txiki la posibilidad de morir como él deseaba: como un soldado vasco. Es decir, fusilado.

Testamento de Jon Paredes Manot “Txiki”

Al Pueblo Vasco:

Una vez más el fascismo de Franco va a derramar la sangre del pueblo vasco. Problablemente cuando llegue este comunicado al pueblo, yo ya habré caido baJo el pelotón de ejecución. Mi intención al escribir este comunicado es poner una vez más de relieve la represión que sufre el pueblo vasco y todos los pueblos de España. No debemos olvidar nuestro objetivo: la creación de un Estado Socialista Vasco, objetivo por el cual han caido y han dado la vida muchos militantes revolucionarios, entre ellos los útimos caidos en el Estado español, Kepa, Nicia, Montxo, Andoni, y no serán los últimos.

Sois vosotros, la clase trabajadora y el pueblo en general, quienes lleven a cabo la lucha hasta derrocar al regimen franquista; entonces se habrá cumplido nuestro objetivo y podreis construir una sociedad nueva, sin clases, donde no exista la explotación del hombre por el hombre. Hoy me van a asesinar a mí por el simple hecho de luchar por mi pueblo, eso para el regimen de Franco es un crimen, no es un crimen asesinar a los militantes de ETA antes de cogerlos, tampoco es un crimen matar a la gente en manifestaciones, controles, etc.

Hoy somos nosotros los que estamos en el banquillo, pero mañana estarán ellos, o sea, Franco y toda su camarilla y sereis vosotros quienes nos hagais justicia: no lo olvideis, puesto que mis compañeros y yo ya no podremos. Confiamos en vosotros.

Por último, quiero hacer saber a mis compañeros de organización y a nuestro pueblo que mientras he estado libre he cumplido como mlitante y como hijo del pueblo y puesto que no he caido asesinado "legalmente" como mis compañeros, he pedido como última y única petición que sea fusilado ante un pelotón de fusilamiento como un Gudari más, recordando a todos los que han muerto por Euskadi, llevando en la mente nuestra Ikurriña, puesto que voy a morir lejos de ella...Os toca a vosotros hacer justicia.

¡VIVA LA SOLIDARIDAD DE LOS PUEBLOS!
GORA EUZKADI ASKATUTA!
ABERRIA ALA HIL EUZKADI ZUTIK!
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Kassab, o Assassino de crianças [Update]

Kassab não sai dos noticiários. Não surpreende que Serra já o tenha cortado, ele não será o candidato da direita ao governo de São Paulo. Em seu lugar teremos de aguentar o Picolé de Chuchu.

Pelo visto, Kassab está se vingando do povo por terem lhe negado a chupeta, ops, o governo. A cada dia uma novidade nefasta e, agora, o cúmulo de negar comida às crianças nas creches municipais.

Kassab reduziu o orçamento da coleta de lixo em 20%, a cidade que antes era suja, agora está podre. No processo demitiu 1500 varredores de rua, uma bela maneira de amenizar a crise, mas não nos esqueçamos, Kassab elevou o seu salário e o dos seus secretários porque, sem dúvida, ele acha que meia dúzia de sanguessugas são mais importantes do que quem mantém a cidade realmente limpa.

Proponho que Kassab e sua corja façam jus ao salário que ganham, que limpem as ruas e substituam os garis demitidos que terão de arranjar uma forma de alimentar suas famílias,  o que já era difícil com o parco salário que ganhavam. A cidade ganhará muito com o prefeito fora de seu gabinete, impossibilitado de realizar mais cortes e prejudicar ainda mais o povo de São Paulo!

Antes que eu me esqueça, seria também interessante que o digno prefeito deixasse de lado seu carro com ar-condicionado e escolta e fosse ao trabalho todos os dias num ônibus lotado, assistindo à Rede Globo e com algum marginal com celular no máximo ouvindo "Jeito Moleque". E tudo isto pagando o preço reajustado da passagem, absurdos R$2,75. E nem precisa sair de M'Boi Mirim, pode ser de seu bairro de elite mesmo. Deixaremos passar ao menos isto, afinal um trabalhador merece ter uma casa em um bairro decente e não viver em uma pocilga, um barraco de madeira em um fim-de-mundo sem segurança ou condições mínimas de vida.

Infelizmente sabemos como funcionam as coisas nesse país. Os políticos fazem o que querem sem se preocupar com a vontade popula e no ano das eleições se pintam de ouro, fazem meia dúzia de obras que poderiam ter feito ao longo do mandato e a massa cai como patos indo pro abate e perpetuam a mesma corja no poder indefinidamente.

O circulo vicioso se completa. É um canalha que não investe no povo, o deixa na miséria e na ignorância e se vale exatamente desta condição para enganar e se reeleger, Ao dar qualquer mínimo agrado, deixa o povo "feliz e contente" por achar que alguém se importa com ele. Brasileiro tem memória curta, se é que tem alguma, só lembra daquela obra às vésperas da eleição mas não dos abusos nos anos anteriores, até nos meses anteriores. Acha que as mazelas da vida "acontecem", são inevitáveis, que talvez até mereça aquilo, mas quando ganha um agrado, ou mesmo quando os abusos param por alguns meses, acham que ganharam o mundo.

Não é possível recriminar, cabe ensinar e direcionar, fazer o povo se libertar e compreender o mundo à sua volta, Paulo Freire é que estava certo.

Mas, voltando às creches, o orçamento será reduzido de R$ 2,85 milhões para R$ 2,28 milhões. Os pais das crianças terão agora de decidir se seus filhos irão passar fome de manhã (sem café-da-manhã) ou se passarão fome de noite (sem jantar). Para os filhos dos pobres, a fome, afinal, já devem estar acostumados, não?
O corte de uma refeição pegou de surpresa os pais. No Centro de Educação Infantil Parque Novo Mundo, na Vila Maria (zona norte de SP), eles receberam um formulário com duas opções: escolher se o filho ficará sem café da manhã ou sem jantar. O papel não podia ser levado para casa e tinha de ser respondido no local
Proponho que o prefeito fique 2 anos sem receber seu salário de 22 mil reais e que este dinheiro seja revertido para a alimentação das crianças. O valor ficaria quase igual, visto que, por ano, Kassab ganha 264 mil reais! Apenas um indivíduo, um inútil, em dois anos, recebe quase o equivalente ao que mais de 120 mil crianças precisam para comer em um ano!

Consideremos que são 25 os secretários do Kassab, cada um deles ganhando 19.500 reais, como propôs o prefeito, já teríamos mensalmente um gasto de R$487.500 só com secretariado! Em um ano este gasto seria de R$5.850.000! Mais que suficiente para manter a comida das crianças e ainda ampliar - e muito - o programa de creches para o povo. E o querido Kassab nem precisava ficar sem salário!

Mas sem dúvida uma Secretaria de Desburocratização é MUITO mais relevante que alimentar meras e pobres crianças da periferia!

"Se elas vêm de longe, não dá para cortar o café da manhã das 7h30 e dar algo para comer só às 9h. É um intervalo muito grande para crianças que, muitas vezes, saíram de casa antes das 6h", afirma a professora de pediatria da Faculdade de Medicina do ABC, Denise de Oliveira Schoeps.
No caso do fim do jantar, segundo a nutricionista Pérola Ribeiro, crianças de famílias mais carentes teriam problemas, pois fariam lanche à tarde e só comeriam novamente no dia seguinte, na creche.
"Isso poderia causar vários danos ao desenvolvimento físico", afirma. Além disso, diz ela, os cardápios precisam ser balanceados, para evitar ingestão de calorias em excesso. 
Caro Kassab, pense nisso quando estiver no ar-condicionado de sua sala de trabalho ou almoçando em algum restaurante caro com seus queridos secretários. Você pode comer quando e quanto quiser, mas as crianças carentes passarão fome.
Segundo Schneider, a mudança foi feita com o respaldo de nutricionistas e não haverá prejuízo nutricional para as crianças. Ele disse que algumas unidades ficarão sem o café da manhã, e outras, sem o jantar. "Nas creches que funcionam das 7h às 17h haverá café da manhã, mas não terá jantar. E as que funcionam das 8h às 18h darão jantar, mas não darão café da manhã."
O secretário afirmou que a intenção não é economizar. "O gasto mensal com merenda é de R$ 36 milhões, incluindo todas as escolas. A mudança no cardápio das creches vai representar menos de R$ 600 mil de economia."
 Economizar em cima da comida das crianças não é só ridículo, é criminoso. A defesa de tal barbaridade deveria ser duramente punida.

O mínimo que deveria acontecer em um estado decente é um prefeito criminoso como este ser processado por matar de fome parte de sua população mais vulnerável. E todos os secretários serem indiciados como cúmplices.
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Update:

E o que era tosco e pensava-se não podia piorar... piorou!

Fico com uma dúvida atroz, será que Kassab é simplesmente um assassino potencial de crianças ou se, além disso, ainda é um tapado sem capacidade de controlar seus próprios secretários. Um fantoche nas mãos dos secretários - de Serra ele é um fantoche, disso todo mundo sabe - que não faz idéia do que acontece no mundo a sua volta.

Digo isto, ou melhor, fico em dúvida porque Kassab ha pouco afirmou que não sabia de nada, não sabia da redução da merenda, não sabia que iam matar as crianças de fome!
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), afirmou na tarde desta quinta-feira que não sabia da medida que determinou o corte de uma das refeições fornecidas para crianças matriculadas nas creches municipais. A medida entra em vigor na próxima segunda-feira (21)
De uma forma ou de outra, sabendo ou não, sendo ignorante/ignorado ou não, a culpa é diretamente sua, como legislador responsável por seus secretários. Não importa de onde veio a decisão. Desde que Lula deu fama à desculpa  "não sei de nada" quanto ao Mensalão, políticos tentam colar sua ignorância ou culpa nesta mesma simples frase/idéia.
Apesar disso, Kassab afirmou que acredita que a decisão foi correta, mas destacou que ela será analisada e pode ser alterada se for comprovado que pode causar dano para os alunos. "Se foi uma decisão equivocada é evidente que sim [podemos reavaliar]. Com a maior humildade", afirmou Kassab.
Kassab é culpado, sabendo ou não, sendo responsável direto ou não. Ele e seus secretários não merecem nada além de um indiciamento pela tentativa de matar de fome e prejudicar seriamente a saúde das crianças que precisam ir para creches municipais, passar fome.


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domingo, 6 de setembro de 2009

Notas sobre a Palestina - This is Zionism

This is Zionism

"Thousands of children in Occupied Jerusalem's Arab neighbourhoods were kept out of classrooms on the first day of school on Tuesday because of Israeli government neglect, activists and human rights groups said."

Zionism-is-racism

"Government officials had asked several private religious schools, which are publicly subsidized, to accept about 100 children of Ethiopian Jews – some of whom would be well behind their peers in language, religious studies, and other areas. The schools informed their parents, including Mr. Belay, that the children could not be integrated into regular classes until they caught up, but offered separate "preparatory" classes. "I bought my son a backpack. He's seen the school," said Belay at a demonstration Monday outside of the Petach Tikvah municipality building. "But they won't accept the boy.... It's because he's black.""


Zionist heroism: shooting kids

"An Israeli hospital says a Palestinian teenager shot in a clash with Israeli troops has died of his injuries. Jerusalem's Hadassah Medical Center says the youngster died of gunshot wounds. Palestinian police on Tuesday identified the dead boy as Mohammed Nayef, 14, and said he was shot while throwing stones at Israeli soldiers."

La ONU afirma que Israel ha generado una "crisis de dignidad humana" en Gaza

El bloqueo israelí ha provocado una "crisis de dignidad humana" en Gaza, según un informe de la Oficina de Coordinación Humanitaria de la ONU (OCHA).
JERUSALEN-. Los dos años de asedio, en los que Israel ha encerrado a 1,5 millones de personas en una de las zonas del mundo más densamente pobladas, ha "degradado las condiciones de vida, erosionado las fuentes de ingresos y causado un declive gradual del estado de las infraestructuras y de la calidad de servicios básicos en las áreas de sanidad, agua y educación" en Gaza, asegura el informe.

Según indica la OCHA, los productos que entran en Gaza son apenas el 20% de los que accedían a la franja antes del bloqueo, mientras que las exportaciones desde el territorio Gaza han sido casi suspendidas excepto en los casos de las flores y las fresas.

La escasez de productos y de ingresos ha obligado a los residentes a ir cambiando gradualmente su dieta para pasar de una mayor abundancia de alimentos ricos en proteínas a la más barata comida rica en carbohidratos.

El cerco israelí a Gaza ha provocado la pérdida de 120.000 empleos del sector privado y sometido a la población a cortes de electricidad de entre cuatro y ocho horas diarias.

En los exámenes del último curso escolar, tan sólo el 20% de los alumnos de secundaria aprobaron los exámenes de asignaturas como matemáticas, ciencia, inglés y árabe.

El informe resalta que "la negación del derecho de los palestinos a abandonar Gaza, en particular cuando sus vidas, integridad física o libertades básicas están amenazadas, es otro componente clave de la crisis de dignidad humanitaria".

Muerte de civiles

Durante la intervención militar israelí de los pasados diciembre y enero los palestinos no pudieron huir y murieron cerca de 1.400 personas bajo fuego israelí, en su mayoría civiles y 333 de ellos niños.

Las muertes neonatales durante el mes que duró la ofensiva aumentaron en un 50% y los abortos en un 31 por ciento.

Los ataques provocaron la destrucción de 3.540 viviendas y dañaron severamente cerca de 3.000 más y, desde entonces, unas 20.000 personas continúan desplazadas.

Las restricciones impuestas por Israel sobre el movimiento de las personas y los bienes "limita la habilidad de los actores involucrados para hacer frente a las inmensas necesidades y retos" de reconstrucción.

OCHA recuerda que en los últimos tres meses Israel ha permitido la entrada de un pequeño número de camiones con productos prohibidos, como material de construcción, agua y materiales educativos y sanitarios.

Sin embargo, la oficina humanitaria indica que "si bien estos pasos son bienvenidos, su impacto real es insignificante comparado con el nivel actual de necesidades en Gaza".
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sábado, 18 de julho de 2009

A Máfia Russa: Putin, Medvedev e Kadyrov

"Who's Next?"

"No speeches were delivered at the ceremony, which was attended by about 100 people. Estemirova's photo was posted at a monument to killed journalists and a banner reading "Who's Next?" was put up."
A onda de assassinatos patrocinados/comandados pelo presidente checheno Ramzan Kadyrov parece não ter fim. Desta vez, porém, o cinismo do sujeito beirou o absurdo e o inaceitável.

Vamos aos fatos.

A ativista de direitos humanos da ONG Memorial, Natalya Estemirova, foi abatida à tiros por "desconhecidos" depois de ter sido sequestrada na Chechênia e ter seu corpo deixado ("desovado", em linguagem comum) na vizinha Ingushétia.

Esterminova investigava exatamente os sequestros e desaparecimentos de civis e ativistas na República da Chechênia para a ONG Memorial e, sem dúvida, seu trabalho era perigoso para o senhor da guerra - depois empossado presidente por Putin - Kadyrov, o grande responsável pela onda de terror, sequestros, assassinatos e desaparecimentos que assolam a região.

Curiosamente Esterminova já havia trabalhado com outros dois ativistas e jornalistas assassinados pelo teor "perigoso" de seus trabalhos, Anna Politkovskaya e Stanislav Markelov.

Para iniciar a onda de cinismo, a porta-voz de Medvedev anunciou que seu patrão estava ultrajado e que os investigadores deveriam fazer de tudo para descobrir os culpados. Mas, bem, todos sabem o nome do culpado: Ramzan Kadyrov. E, como cúmplices, Putin e Medvedev.

A onda de assassinatos seletivos de ativistas de direitos humanos na Rússia, em especial no Cáucaso, não parece ter fim e nenhum dos culpados jamais foi pego, nem os mandantes - que todos conhecem - nem os executores, em alguns casos, a própria polícia, como no assassinato do jornalista Magomed Yevloyev, morto por um tiro "acidental" dentro de uma viatura da polícia na Ingushétia, como eu já mostrei neste blog.

Yevloyev mantinha um website crítico à quase-ditadura de Putin e seu mico amestrado Medveded, uma verdadeira máfia no poder central russo, e, em especial, contra o então presidente Ingushe, Murat Zyazikov, o provável mandante de seu assassinato - depois substituído por Yunus-Bek Yevkurov, recentemente ferido por insurgentes muçulmanos.

Politkovskaya, repórter investigativa e altamente crítica ao Kremlin e à Kadyrov, foi assassinada à tiros no elevador de seu prédio em Moscou. O mandante? Provavelmente Kadyrov, que já a havia ameaçado mais de uma vez.

Markelov, ativista de direitos humanos, foi assassinado a p oucos metros do Kremlin, ao sair de uma conferência, junto com ele foi assassinada também Anastasia Baburova, repórter do Novaya Gazeta que corria em seu socorro e foi pega na emboscada. Markelov era o advogado da família de Elza Kungaeva, uma jovem chechena morta por pelo coronel Russo Yuri Budanov, condenado pelo assassinato mas solto 15 meses antes de cumprir a sentença.

Como se vê, a máfia russa chefiada por Putin e seu cãozinho Medvedev, ajuda os amigos.

Vale notar, porém, a ligação de todas as vítimas assassinadas com a Chechênia ou a Ingushétia, direta ou indiretamente, enfim, a ligação com Razman Kadyrov, o carniceiro do Cáucaso.

Graças às ameaças e ao assassinato de Esterminova, a ONG Memorial foi forçada a encerrar suas atividades no Cáucaso pela completa falta de segurança.
"We cannot take the risk anymore because our work [in Chechnya] has become life-threatening," Alexander Cherkasov, member of the group's executive committee, said in an interview on Ekho Moskvy radio s tation.
Até agora são ao menos 4 mortes de ativistas diretamente ligados ào Cáucaso e à repressão e abusos constantes na região. Politkovskaya, Esterminova, Yevloyev e Markelov, todos assassinados à mando da máfia Russa comandada por Putin e Medvedev e tendo como um de seus principais executores, o filho do traidor checheno, Kadyrov.

Akhmat Kadyrov, pai de Ramzan Kadyrov foi o Mufti da República Chechena de Ichkeria, durante os anos noventa e durante e depois da Primeira Guerra Chechena. Já na época da Segunda Guerra Chechena, Kadyrov pai resolveu mudar de lado e apoiar o governo russo contra seus conterrâneos chechenos até que, em 2003, foi empossado como presidente por Putin, em troca de seus favores - delação, tortura, perseguição e mortes. Pai traidor, filho traidor.

"I know, I am certain who is to blame for the murder of Natasha Estemirova. We all know this person. His name is Ramzan Kadyrov, the president of the Chechen Republic." Oleg Orlov.
Oleg Orlov, diretor da ONG Memorial, acusou diretamente Ramza Kadyrov de ser o mandante do assassinato de Esterminova e acrescentou que Kadyrov já havia ameaçado Esterminova no passado a alertando para parar de trabalhar na Chechênia.
Oleg Orlov, the director of the human rights organisation Memorial, claimed Kadyrov made the threat during a meeting just months before her death. He said the president's aides had explicitly warned her to stop her work in Chechnya.

"I know who is guilty of Natalia's murder. His name is Ramzan Kadyrov," Orlov said in a statement posted today on Memorial's website. "Ramzan already threatened Natalia, insulted her, considered her a personal enemy. He has made it impossible for rights activists to work in Chechnya," he said.

Pela frontal acusação Orlov foi ameaçado de processo por parte do assassino Kadyrov que, quando acusado, saiu com a frase "I don't kill women". Uma declaração à altura de um assassino frio e bárbaro. Não mata mulheres, ele diz, mas deixa transparecer que nada tem contra matar e torturar homens e jovens chechenos, como é seu costume.
"I have no doubt that behind the murder of Estemirova stand people subordinate to Ramzan Kadyrov, who indulge in murders, violence, and unlawfulness on Russian territory, and also outside Russia," Oleg Orlov.
Kadyrov, em resposta à Orlov afirmou que:

"Você não é nem procurador, nem juiz, e suas afirmações sobre minha culpa não são éticas, mas estranhas", disse Kadryrov, em declarações publicadas em seguida pelo site da presidência chechena.

"Além de presidente da Chechênia, sou pai de sete filhos e filho de uma mulher que perdeu seu marido na luta contra os terroristas", acrescentou, em alusão a seu pai, Akhmad Kadyrov, presidente checheno morto em atentado em 2004.

"Você tem que pensar nos meus direitos antes de falar para o mundo inteiro que sou culpado da morte de Estemirova", prosseguiu.

"Os chechenos não fazem acertos de contas, sobretudo com mulheres. Penso que as pessoas que a mataram queriam sujar o nome de Kadyrov. Não mato mulheres, nunca matei mulheres", garantiu ainda o presidente checheno.

A culpa de Kadyrov dificilmente será comprovada, assim como a de Putin, Medvedev ou de outros elementos da máfia russa que tomou o poder da República e resta aos ativistas e minorias apenas esperar pelo próximo assassinato, pelo próximo desaparecimento e pelos próximos abusus que jamais serão esclarecidos.

Vale lembrar, por fim, de Umar Israilov, ex-guarda-costas de Kadyrov, assassinado no exílio (Áustria) por agentes enviados pelo presidente checheno.
"In late 2006, Mr. Israilov filed a complaint against Russia in the European Court of Human Rights that detailed his claims of the systematic use of abductions and torture by Mr. Kadyrov, and indigenous security forces under Mr. Kadyrov’s command, to punish suspected insurgents and their families.

The complaint covered events from 2003 through 2005, when Mr. Kadyrov led a state-sponsored militia and became the republic’s deputy prime minister. It included Mr. Israilov’s experiences as one of Mr. Kadyrov’s victims and later as a witness to what he said were Mr. Kadyrov’s crimes against others."
O site de inteligência Stratfor traz uma lista ainda maior de ativistas e empresários assassinados à mando de Kadyrov, Putin e Medvedev:
  • Paul Klebnikov, July 2004. The editor of Forbes’ Russian edition, Klebnikov was shot dead in Moscow as he was heading into a subway station. The driver of a stolen car that pulled out of a parking lot and drove toward Klebnikov fired four shots before fleeing the scene.
  • Anna Politkovskaya, October 2006. A prominent journalist and critic of the Kremlin, Politkovskaya was in the process of publishing a series condemning the government’s policy in Chechnya. She was shot in the head in her apartment building.
  • Alexander Litvinenko, November 2006. Litvinenko was a former KGB agent who had defected to the United Kingdom and published books on the internal workings of Putin’s FSB networks, and he was critical of the new Russian state. He was poisoned with radioactive polonium-210.
  • Ivan Safronov, March 2007. Safronov was a journalist who criticized the state of the Russian military and was accused of leaking military affairs to foreign parties. He allegedly committed suicide by jumping from the fifth floor of his apartment building, though some reports say a person behind him forced him out of the building.
  • Oleg Zhukovsky, December 2007. Zhukovsky was an executive of the VTB bank, which at the time of his death was being taken over by the state so the Kremlin could handpick its senior officers to oversee many strategic state accounts. Zhukovsky allegedly performed the feat of committing suicide by being tied to a chair and thrown into his swimming pool, where he drowned.
  • Arkady Patarkatsishvili, February 2008. A wealthy Georgian-Russian businessman, Patarkatsishvili was extensively involved in Georgian politics. Patarkatsishvili died in the United Kingdom of coronary complications that resembled a heart attack. His family and many in Georgia have accused the FSB of involvement, however, saying the FSB has many untraceable poisons at its disposal.
  • Leonid Rozhetskin, March 2008. Rozhetskin was an international financier and lawyer who held stakes in strategic companies, like mobile phone giant MegaFon. He disappeared while in Latvia after losing Kremlin backing by selling his assets to multiple parties, including some government ministers who are former FSB agents.
  • Ruslan Yamadayev, September 2008. Yamadayev was a Chechen military leader and former member of the State Duma. He was shot in his Mercedes as it was stopped at a red light near the Kremlin in Moscow.
  • Stanislav Markelov, January 2009. A prominent Russian lawyer who had prosecuted an army colonel convicted of murdering a Chechen woman, Markelov was shot dead along with a journalist in broad daylight on a Moscow street near the Kremlin. He was also involved in the case of Anna Politkovskaya.
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quarta-feira, 15 de julho de 2009

O "Eixo do Mal" dos outros... Irã e Israel

É engraçado, numa rápida passada pelas notícias do dia, enxergar onde se encontra o "Eixo do Mal". Os EUA denunciam Irã, Coréia do Norte e etc mas, convenhamos, algum país está mais na mídia por suas atrocidades e desrespeito constante aos Direitos Humanos e qualquer tipo de lei que Israel?

Acho engraçado os EUA perseguirem o Irã pelo seu direito de possuir armas nucleares (notem que só os amigos dos EUA tem, vide Índia, Paquistão, França, etc ou então a intocável China e a Rússia) ou ainda a Coréia do Norte - salvas as disparidades, jamais seria possível uma defesa sã da Coréia do Norte e seu ditador aloprado - mas fazem total vista grossa ao fato de Israel ter, sem qualquer sombra de dúvida, armas nucleares em seu arsenal, Mordechai Vanunu que o diga!

Vale lembrar que Israel NÃO é signatária do Tratado de Não Proliferação Nuclear, ou seja, não está nem aí para o mundo, tem suas armas e não acha que deve qualquer explicação.

Não vejo o Irã invadindo qualquer nação estrangeira, não vejo o Irã escravizando qualquer povo além de suas fronteiras e tampouco vejo o Irã cometer qualquer genocídio contra outro povo.

Claro, isso não quer dizer que os iranianos sejam bonzinhos ou coisa do tipo, mas serve apenas para ilustrar onde está o real perigo, se no Irã ou em Israel.

O Irã financia o Hezbollah, que por sua vez foi criado para defender o Líbano dos abusos Israelenses. O Irã financia ainda o Hamas, criado para, também, defender os Palestinos dos abusos de Israel.

Qual o denominador comum? Não é preciso nem comentar.

Mas, para os EUA e seus micos amestrados europeus, o Irã é o perigo. Pouco importa que a Índia e o Paquistão vivam à beira de uma guerra potencialmente catastrófica, não importam as ameaças de Israel de invadir meio mundo que não vai com sua cara - sua política genocida e cruel - só importa que o Irã é um perigo para a humanidade!

Claro, esquecem de dizer ao mundo que o Irã como potência tornaria mais difícil a vida das grandes corporações "ocidentais", que o Irã potência dificultaria a vida das potências "ocidentais" no que tange o acesso às reservas petrolíferas, que o Irã poderoso seria menos sucetível às ameaças de Israel, que o Irã forte seria o mesmo que fortalecer a resistência Palestina, dentre outros elementos não menos relevantes ma sque não caberiam ser citados um por um.

Enfim, o interesse em deslegitimar o Irã, em tentar proibir seu direto - se Israel tem porque os Iranianos não podem? - não tem qualquer relação com defesa da humanidade, defesa do mundo, evitar proliferação nuclear e outras balelas, e sim a intenção de evitar que surja, no Oriente Médio, potência com capacidade de concorrer com Israel, país que não tema e que possa responder à altura os abusos de Israel e país que possa conter o Estado Genocida de Israel.

Uma rápida leitura dos jornais de hoje já me deparo com:
"Exército de Israel rejeita denúncia "difamatória" de ONG sobre ação em Gaza"

O Exército israelense chamou de "difamatório e calunioso" o relatório da ONG Rompendo o Silêncio que o acusa de violar os direitos humanos e ter usado civis como escudos humanos na grande ofensiva contra o grupo radical islâmico Hamas, na faixa de Gaza, que deixou cerca de 1.400 mortos, a maioria civis, no começo do ano.
Se Israel nega, é porque é verdade. E o mundo sabe, mas Obama faz vista grossa.
"Israel viola fronteira e explode paiol do Hezbollah no Líbano"

O exército israelense informou hoje que explodiu um paiol da milícia xiita libanesa Hezbollah no sul do Líbano, a poucos metros da fronteira com o país.

A operação, feita na terça-feira, foi informada por fontes do próprio exército, que pediram anonimato. A munição estava em uma casa na cidade de Khirbet Selm, ao sul do rio Litani, e a cerca de 20 km da fronteira com Israel.

Nenhuma condenação internacional, nenhum pio da ONU, nenhuma "condenação enérgica" de lugar algum frente ao flagrante desrespeito à lei internacional, à soberania do Líbano... Israel cospe nas leis internacionais mas seus amigos poderosos afagam o Estado Genocida.

Vejam que o Exército de Israel ao invés de esconder o desrespeito e a quebra da lei, anuncia com orgulho a operação ilegal.
"Brutalizing Palestinian children:Members of Israeli Security Forces admit that soldiers routinely commit brutality against Palestinians, including children"
Esta vale ser lida inteira no site, em inglês, ou em espanhol (link, via boltxe). Brutalidade contra crianças, tortura de menores, intimidação, violência... Nenhuma ilegalidade, não?

Apenas para completar:

Do El País:
"No había inocentes en Gaza"

26 soldados que participaron en la guerra explican a una ONG israelí las atrocidades perpetradas durante 22 días de contienda
Do Terra:
"Soldados israelenses denunciam brutalidade a civis em Gaza"
Da BBC:
"Israel soldiers speak out on Gaza"

A group of soldiers who took part in Israel's assault in Gaza say widespread abuses were committed against civilians under "permissive" rules of engagement.
Tudo isto apenas ONTEM! Em apenas UM DIA o Estado Genocida de Israel é desmascarado, denunciado mas, o Eixo do Mal? É o Irã.

O Conselho de Segurança não hesita em condenar o Irã, em impor sanções (aliás, razão provável pela qual aconteceu o último acidente aéreo no país, falta de peças de reposição graças às sanções), em achincalhar com o país pelo programa nuclear. Sem qualquer prova acusa o programa de ser para fins bélicos - os Iranianos afirmam ser apra fins pacíficos, como o do Brasil, por exemplo - e mesmo com declarações do ex-Inspetor Chefe da AIEA, El Baradei, de que não há provas de uso militar do programa, continuam a pressão, a violência contra o Irã.

Contra Israel, por outro lado, nada.

Não importa que grupos de Direitos Humanos acusem Israel de abusar de mulheres palestinas nas suas prisões. Quem se importa com os Palestinos? Não a ONU, não o Conselho de Segurança, não os EUA.
"Pregnant detainees "do not enjoy preferential treatment in terms of diet, living space or transfer to hospitals," it said. "Pregnant prisoners are also chained to their beds until they enter delivery rooms and shackled once again after giving birth."

Tampouco importa a prisão cruel de Ahmad Sa'adat, líder da FPLP, sequestrado por Israel e preso ha anos, constantemnete mandado para a solitária por lutar contra a ocupação. O sequestro de indivíduos, a invasão de fronteiras, o assassinato e genocídio de Palestinos não é suficiente para uma condenação séria.

Aliás, veio em boa hora o artigo reproduzido pelo Estado Anarquista, com uma entrevisca com Mordechai Vanunu.
Nos cálculos feitos pelo engenheiro Vanunu, a quantidade de material radioativo produzido somente até 1986, já era suficiente para a produção de 200 ogivas nucleares;

• Cerca de 180 países são signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, inclusive todos os países árabes, menos Israel;

• Todos os países árabes, vizinhos de Israel, permitem as inspeções dos técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica, órgão da ONU encarregado do controle das armas nucleares. Israel nunca permitiu que esses técnicos fiscalizassem suas instalações e nunca nenhuma sanção foi adotada contra esse país;

• As grandes potências não só não adotam nenhuma medida contra Israel, como, secretamente, ajudam o programa nuclear israelense, como uma série de acordos e convênios existentes com os EUA, França e Grã Bretanha;

• O programa nuclear iraniano, amplamente conhecido pelos especialistas em armas nucleares, não oferece perigo algum ao mundo e tem sido fiscalizado pela AIEA, completamente diferente do programa israelense, voltado para a produção de armas atômicas;

• A União Européia segue num silêncio criminoso, cúmplice, pois nada fala e nunca condenou publicamente o programa nuclear israelense. A comunidade cientifica sabe que Israel pesquisa e pode ter armas nucleares há mais de 40 anos;

• O apoio da França e da Inglaterra vem desde que Israel ajudou a ambos os países na guerra de 1956 (liderada por Gamal Abdel Nasser, pela retomada do controle do Canal de Suez, no Egito);

• A África do Sul, até 1991, quando ainda do regime do Apartheid, quem ajudou muito Israel em seu programa nuclear, tanto que os primeiros testes nucleares ocorreram nesse país;

• Keneddy foi o primeiro e único presidente americano que pediu formalmente inspeções nucleares por parte da AIEA nas instalações de Dimona ainda no início da década de 1960 e talvez por isso, entre outras razões, possa ter sido assassinado; os que o sucederam, Johnson e Nixon, nunca pediram inspeções nucleares em Israel;

• A política atômica e belicista de Israel é típica de uma época que não existe mais, a da guerra fria; hoje se Israel quer mesmo a paz, deve demonstrar isso com transparência e abrir ao mundo as sua instalações nucleares e cessar a produção de material radiativo para a produção da bomba atômica;

• Na guerra de 1973, Israel estudou e considerou a real possibilidade de usar armas nucleares contra a Síria e contra o Egito;

• O estado de Israel não é uma democracia. Isso é um mito, uma falsidade. Israel é um estado racista e pratica contra os palestinos uma política do Apartheid; somente os que professam o judaísmo tem algum direito nesse país; chega a ser um estado fascista.

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