Depois de sepultar a Conlute (que não era nada além de uma organização apêndice do PSTU com a participação de alguns outros grupelhos insignificantes, como LBI, LER e afins), o PSTU funda outra organização estudantil, a Assembéia Nacional dos Estudantes, no mesmo lugar (UFRJ) e provavelmente com a mesma intenção e feitio.
Que a UNE não serve mais aos propósitos dos estudantes, que é uma entidade cooptada pelo PCdoB/UJS, que tem todas as eleições fraudadas pelo PCdoB/UJS, que virou fio condutor das vontades do governo, que tem uma patricinha vergonhosa como presidente (devido às fraudes de sempre), todos sabem mas não é construindo organização sectária e aparelhada ao PSTU que alguma coisa vai mudar.
Será esta a última organização que o PSTU fundará ou depois que esta afundar virá outra atrás de outra?
"Nasce a Assembléia Nacional dos Estudantes
Às 11h30 desse dia 14 foi fundada uma nova entidade estudantil como alternativa a UNE para coordenar e impulsionar nacionalmente um novo movimento estudantil. Foi um dia histórico para o movimento estudantil combativo, cujo palco foi o Congresso Nacional de Estudantes, no campus da UFRJ no Fundão, Rio de Janeiro.
Intensos debates
A aprovação de uma nova entidade, ante a falência da UNE, foi fruto de um intenso debate travado durante os meses de preparação do Congresso e especialmente nesses três dias de discussão. Havia ainda outras três propostas com relação ao tema. A proposta de um fórum nacional de estudantes que também aglutinasse os que atuam no interior da UNE. Já as propostas 3 e 4 eram contra a fundação de uma nova entidade nesse momento.
"Essa geração aqui presente foi educada a não sonhar e a não lutar pelos seus sonhos; temos que mudar isso; não podemos deixar o tempo passar, a hora é agora que o movimento estudantil está mostrando a sua força e vai sair daqui com uma nova entidade estudantil, que vai balançar as escolas, as universidades", discursou Camila Lisboa, da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU.
A ampla maioria dos delegados aprovou a nova entidade, numa grande explosão de alegria, gritos e papel picados para o alto.
Concepção
"Os delegados tem hoje a possibilidade de construir um novo capítulo na história do movimento estudantil brasileiro. Chamamos os delegados a levantarem seus crachás e participarem desse momento histórico de fundação de uma nova entidade", afirmou Bruno, militante do PSTU, durante a discussão sobre a concepção de entidade a ser construída.
Havia a proposta de uma nova entidade, a ANEL e outra, que propunha uma entidade aos moldes do que foi a Conlute. Venceu por ampla maioria a proposta da Assembléia Nacional dos Estudantes Livre, marcando definitivamente esse dia 14 na história do movimento estudantil brasileiro de luta.
Na abertura do congresso dos estudantes, a unidade com os trabalhadores
Beatriz Santana, direto do Congresso dos Estudantes
Já no primeiro dia do Congresso Nacional de Estudantes as polêmicas sobre a fundação de uma nova entidade estudantil se expressaram. O evento teve início neste 11 de junho, com o credenciamento dos participantes, a mesa de abertura, a aprovação do regimento interno do congresso, a apresentação das teses e painéis temáticos sobre escolas de ensino básico e médio, universidades públicas e pagas.
A mesa de abertura ocorreu por volta das 11h30. A estudante Clara, do DCE da UFRJ, deu as boas vindas aos participantes e criticou o papel que a UNE vem cumprindo nesses últimos anos, "de marionete do governo Lula, defendendo os planos neoliberais dentro das escolas e universidades".
Gabriel Cassoni, do DCE da USP, falou logo em seguida sobre a mobilização que está enfrentando a tropa de choque na USP. "Em 2007 ocupamos a reitoria da USP e aquele movimento se espalhou por todo o país. Neste ano, novamente a USP se levanta e a tropa de choque invadiu a universidade como não ocorria há mais de 30 anos, desde a ditadura. Isso foi não só para calar a nossa luta, mas calar a luta do movimento estudantil nacional, para que não ocorra o que ocorreu em 2007", disse. Ele finalizou com o chamado: "Façamos como em 2007, a luta da USP é a luta de todos nós".
Zago falou em nome do Andes, ressaltando o papel da universidade nas mudanças da sociedade: "É preciso que a universidade seja uma alavanca, um instrumento de libertação da sociedade". E apontou a direção desta transformação: "Acabar com o capitalismo é a tarefa para salvar a humanidade".
Hebert Claros, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, falou sobre os efeitos da crise sobre os trabalhadores e a juventude e sobre a necessidade de unir esses dois setores nas mobilizações. Falou sobre os jovens que também são trabalhadores: "sabemos da dificuldade do jovem para arrumar emprego por não ter experiência, sabemos a precarização do salário que é pago ao trabalhador jovem. Cerca de 70% da mão-de-obra da Embraer é jovem. São jovens já superexplorados, que já têm tendinite e problemas na coluna. E é assim em outras fábricas. Boa parte da nova diretoria do sindicato é jovem e reflete esta realidade do mercado de trabalho". Ele falou ainda sobre a campanha pela reestatização da Embraer e sobre o apoio à mobilização da USP, afirmando que ambas as lutas são de todos, trabalhadores e juventude.
Zé Maria falou em nome da Conlutas, apontando o problema da crise econômica, suas consequências e as tarefas colocadas diante dela. "É um desafio para a juventude brasileira desencadear um processo de lutas, junto com os trabalhadores, não só contra as consequências desta crise, mas pelo enterro da sociedade capitalista". Ele também falou sobre a proposta de fundação de uma nova entidade, que será debatida durante o Congresso: "Aqui os estudantes estão discutindo a construção de uma entidade para reunir a juventude brasileira e unir a luta da juventude á da classe trabalhadora deste país. E este desafio é enorme, pois os estudantes e os trabalhadores devem fazer mais do que aqueles que lutavam há anos atrás. Faço um chamado para que possamos fazer deste congresso um momento importante de construção dessa organização e, mais que isso, de construção da unidade das lutas sempre que a gente enfrente as mesmas causas, uma unidade que construa uma nova sociedade, uma sociedade socialista", finalizou.
No final da tarde e início da noite deste primeiro dia de congresso houve ainda a apresentação das 16 teses, na qual a proposta sobre a fundação da nova entidade começou a ser debatida. Camila Lisboa, do PSTU, defendeu a tese "Outros maios virão" e usou o exemplo da USP para falar sobre a necessidade da unidade e organização da juventude: "É preciso uma nova entidade que unifique os estudantes, porque um ataque aos estudantes da USP não é só um ataque aos estudantes da USP, é uma afronta à nossa combatividade".
Por volta das 21h30, os estudantes ainda tiveram ânimo para participar dos três painéis temáticos setoriais simultâneos: um sobre ensino básico e médio, outro sobre universidades públicas e outro sobre universidades pagas."