terça-feira, 20 de abril de 2010

E a Reforma Agrária, Dilma? As propostas, o Blog da Dilma e o primeiro "encontro" [Parte1]

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As Propostas do Blog

Se tem uma coisa que me dá nos nervos, é militância cega. Daquela que você não pode fazer nenhuma crítica - mesmo construtiva - porque senão o "outro lado" vai se beneficiar.

Por estas e outras que me mantenho afastado da militância partidária formal e mantenho minha liberdade e consciência. Já vi muito amigo crítico e polêmico se calar apenas para não manchar a imagem de seu candidato, mesmo que fosse merecido. Isto não é comigo.

Lendo as propostas de campanha de Dilma em seu recém-lançado blog, me deparei com a mais absoluta falta de um item dos mais importantes: Reforma Agrária.

Vejam a página de propostas, nada.

De todas as omissões, esta é a mais sentida.

Mas não só, das gritantes omissões podemos ainda citar o Passe Livre, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e o PNDH-3... São todas omissões significativas e dolorosas.

Por mais que a proposta seja manter algo enxuto, é inaceitável que estes pontos não estejam na pauta, na primeira ordem.

Antes que alguns petistas mais radicais reclamem, é óbvio que Serra jamais tocaria em tais questões, isto não está em discussão. Dilma é a melhor candidata dentre todos - O PSOL seria uma alternativa real se não manchado pela crise interna e pela falta de sustentação -o que se discute aqui são as propostas apresentadas. Insuficientes.

Ressalto ainda  falta de uma política (sequer foi citada) para os indígenas e para os negros, que sequer foram citados no programa exposto.

As propostas foram as mas amplas possíveis, mas pecaram por deixar de fora e nomear setores e idéias que não podem ser deixadas de lado. Os indígenas são vítimas diárias, os negros são eternamente excluídos, o PNDH-3 é diariamente vilipendiado, o MST massacrado e nenhuma linha sequer foi gasta para promover propostas para estes grupos e indivíduos em constante situação de risco.

Existem propostas e assuntos que podem ser tratados à distância, generalizados, mas existem outros que sofrem constante pressão da mídia e das elites e precisam ser reforçados, defendidos com intransigência.

Não cita ainda o direito das mulheres, o direito ao aborto - bandeira histórica do PT - e o direito dos homossexuais. É um retrocesso que privilegia apenas à elite preconceituosa e machista que se perpetua através da mídia.

O programa apresentado, as propostas, são majoritariamente econômicas, gerais, generalistas, frias. Tratam de austeridade, continuísmo, não inovam, não trazem polêmicas, não trazem o essencial.

Um começo tímido e claudicante que, espero, seja superado enquanto caminha para a vitória.

Espero ainda que as omissões sejam fruto de pressa, de esperança de trabalho coletivo na criação de um programa popular e não no retrocesso, na omissão pensada.

Por conhecer a equipe e ter esperanças na candidata, tenho ainda fé.
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