Já no "encontro", no streaming com a Dilma a coisa melhorou.
Segundo a candidata, a Educação será sua prioridade. Ela ainda falou sobre questões feministas respondendo pergunta da @Semiramis e, depois de pergunta do @tuliovianna, falou sobre a internet para todos e banda larga para todas as escolas com pelo menos 2MB. Dilma não citou diretamente o PNBL mas falou da intenção de levar Banda Larga a todo país.
Seguindo o "encontro", Dilma disse que tentará fazer estes encontros semanalmente na medida do possível. Uma vitória para a internet e a colaboração! Seguindo pergunta do @eduguim, Dilma afirmou acreditar que a internet terá grande papel na eleição. Twitter, blogs e nós, blogueiros, teremos grande papel nas eleições.
Pela primeira vez, segundo Dilma, todos poderão comentar, interrogar, colocar suas dúvidas na internet.
Haverá participação e democracia. E tudo com software livre.
É isto que esperamos.
De fato, esta interatividade é inédita. Ponto para a campanha e para seu coordenador, o @marcelobranco.. Dilma agora tem twitter (@dilmabr) e aparentemente interage de forma bem mais séria que alguns de seus concorrentes que só falam besteira, tem blog e esta idéia de encontros semanais, se não ficar só no clima morno, será interessante.
Mas, acredito eu, uma boa parte dos que acompanharam e acompanharão o streaming semanal será de militantes e de pessoas que não serão convencidas com amenidades. A militância virtual costuma ter um nível mais elevado que a média e será preciso mais do que falar em novela para convencer alguém à votar. É preciso ir nas questões polêmicas e solucioná-las.
Quanto ao encontro em si, infelizmente, foi tudo muito light. Belo Monte ficou de fora, Alianças ficaram de fora, Reforma Agrária, aborto, direitos dos homossexuais, dos negros... tudo ficou de fora.
Aliás, declaração de Dilma sobre o MST, reproduzida pelo JC de Recife é assutadora:
Sem se mostrar contra o Movimento dos Sem Terra, Dilma tentou tranquilizar os mais conservadores. "Acho que não é cabível vestir o boné do MST. Governo é governo, movimento é movimento”, afirmou.O "movimento" deve ser pacífico, deve aceitar um novo Carajás, deve aceitar morrer, ser perseguido e ficar de braços cruzados enquanto é acossado, violentado e esquecido?
Segundo a ex-ministra que, não cessou as referências ao governo Lula, o governo do qual fez parte instituiu a "paz no campo".
“Não apenas assentamos 590 mil hectares como fizemos um programa forte de agricultura familiar".
Para Dilma, desde que o movimente seja pacífico, o governo deve respeitar.
Dilma irá assumir o "Lulinha paz e amor" e pactuar incessantemente com a direita ou terá personalidade para realmente mudar alguma coisa?
No blog da candidata a coisa foi ainda pior! Segundo ela o MST e os movimentos sociais devem respeitar a lei... Ok, que lei? A imposta pela Kátia Abreu - que ela mesma não respeita? A lei do latifúndio? O MST e demais movimentos devem sentar e esperar ajuda divina?
A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, afirmou hoje que os movimentos sociais têm o direito de promover suas manifestações. Mas, segundo ela, não é correto que afetem a vida de pessoas que não são responsáveis pelas políticas públicas.Esse discurso de não afetar a vida das pessoas é o mesmo que ouvi na manifestação dos professores da elite cansada. Pode protestar, mas silenciosamente, dentro de casa? Ir para as ruas é perturbar?
“Acredito que essa forma [invasões de propriedades e prédios públicos] não é correta. Governo é governo, e movimento social é movimento social”, disse. “Mas acho que não está certo prejudicar pessoas que não são responsáveis pela política pública. E ilegalidade não se pode cometer”, acrescentou, em entrevista a Rádio Jornal de Pernambuco.
Dilma, esclareça, por favor! Na tentativa de agradar a direita, você está perdendo a esquerda.
Responda apenas uma coisa: Você fará a Reforma Agrária que Lula não fez?
Ainda sobre o blog, voltando, falou-se dos óculos da candidata, de novela numa tentativa de mostrá-la mais humana e menos mecânica, mas os tópicos de real relevância ficaram de lado.
Espero realmente que os bons militantes, que apoiam a Dilma, não percam o compasso. Não caiam no ufanismo, no messianismo e esqueçam de criticar, de exigir, de bater e pleitear.
O primeiro passo de ir à internet, de debater é incrível, um marco. Mas é preciso tratar de assuntos espinhosos, é preciso tratar do desconfortável, é preciso ainda muito mais.