sábado, 30 de julho de 2011

A idéia de Democracia em Estados criminosos

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Estados genocidas, criminosos e correlatos tem como costume se denunciarem. Israel não é exceção, na verdade, é basicamente o melhor exemplo de como é fácil identificá-los.

Estados como a Arábia Saudita, China, Rússia, Espanha ou mesmo os EUA dão mostras diárias do que realmente são. Bloqueio de sites, censura explícita ou implícita, repressão, prisões arbitrárias, tortura...

Engraçado, por vezes, são as tentativas de tais países de se mostrarem democracias.

Em alguns casos processos eleitorais - por mais tendenciosos ou manipulados que sejam - bastam para que um país ou outro seja considerado uma democracia (Espanha e a fraude sobre a Iniciativa Internacionalista durante as eleições européias ou a ilegalização de partidos Bascos e a Rússia e sua eleição de cartas marcadas em nível nacional e nenhuma eleição à nível executivo regional), em outros a mera força de sua economia ou importância estratégica de alguma de suas riquezas é suficiente para que, mesmo não sendo democracias nem com boa vontade, [estes Estados] sejam aceitos no hall dos países "amigos" (Arábia saudita, China e cia).

Outros ainda se fazem passar não só por democracias, mas por exclusivas.

Israel se considera a única e exclusiva democracia do Oriente Médio. O que a diferencia das outras? Ninguém sabe. Eleições talvez?

O Líbano, por exemplo, com todos os seus problemas, tem eleições. Se isto for o único item necessário então Israel já não é única ou exclusiva. Temos já duas democracias. Claro, não precisamos lembrar que a democracia israelense tentou proibir qualquer partido árabe de concorrer em suas eleições.

Mas Israel, não em democracia, claro, é realmente exclusiva. Ou tenta ser. Tenta ser o lar exclusivo para Judeus. Mas para isto se vale de força extrema, de assassinatos seletivos - ou nem tão seletivos -, de prisões arbitrárias em desacordo não só com leis internacionais, mas às vezes até mesmo contra as suas próprias, se vale de tortura, de intimidação e de tudo mais que puder para cometer o mais terrível e prolongado genocídio moderno, o genocídio Palestino. Israel não se cansa de massacrar e escravizar os Palestinos à sua volta, mas também tenta, por vezes, impedir os Palestinos que vivem dentro de suas fronteiras de votar e de se representarem, tenta limitar seus direitos civis, lhes impõe leis - que até agora foram barradas, mas não por bondade e sim por pressão internacional – nas quais sequer demonstrar sentimento, qualquer um, por seus irmãos do outro lado da fronteira, os farão perder o direito de viverem em seus lares, de terem sua cidadania.

Por mais que tentem mascarar a realidade, se denunciam a todo tempo. Putin e seu controle ferrenho e descarado de diversos sites, o controle rígido através de capangas sedentos por sangue na regiões "autônomas" como Chechênia ou Ingushétia, ou ainda o Rei Saudita e seu apoio mal disfarçado à grupos terroristas de todo tipo - sem contar no tratamento peculiar e desumano dado às mulheres -, o grande governo Chinês e a descarada censura de todo e qualquer meio e a repressão às minorias, ou ainda a Espanha e suas fraudes, ilegalizações, tortura e prisões arbitrárias - e o ode à memória de Franco.

Mas, nenhuma dessas se aproxima do escárnio que é Israel. Uma mancha no Oriente Médio imposta à força sobre o sangue dos Palestinos por mais de 60 anos. Uma mancha que aumenta a cada ano com a morte de mais e mais jovens e crianças, com o cercamento de Gaza, com a tortura de crianças, mulheres e homens nas prisões ilegais de Israel, com a humilhação diária imposta pelos Israelenses de maneira incessante e com a conivência de seus parceiros em democracia (sic).

Israel, dia após dia, tenta incriminar seus acusadores chamando-os de anti-semitas, criando confusão com o correto e genuíno anti-sionismo, tenta passar a imagem de uma democracia moderna ao mesmo tempo em que envia tanques para matar crianças palestinas. Tudo com a conivência e aplausos dos EUA, seja seu presidente um boçal republicano ou um belo democrata. No fim, todos tem as mãos manchadas com o sangue palestino.

O mundo inteiro sabe e conhece Israel, sabe do que são capazes, o que fazem diariamente, mas continuam a engolir as desculpas de que são uma democracia em defesa de seu povo - judeu, puro, limpo, livre de palestinos, nazista.

Nos ultimos dias, Noan Chomsky, famoso praticamente por tudo que se possa imaginar, um grande homem, foi impedido de entrar em Israel, ou melhor, na Palestina! Na fronteira da Jordânia com a cisjordânia - logo, Palestina ocupada e não Israel - foi impedido de entrar, expulso por criminosos travestidos de soldados guardando as fronteiras de uma colônia ocupada.

Não é preciso acrescentar muito mais. Democracia? Israel sem dúvida não se encaixa. Tripudia.
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