Infelizmente pela direita, através do partido N-VA (Nova Aliança Flamenga), mas ainda assim uma vitória para Flandres e também para todos os movimentos nacionalistas europeus que aspiram a independência de suas regiões. Foi nas urnas que o N-VA superou todos os adversários e conquistou o maior número de cadeiras no parlamento belga, saindo na frente dos Socialistas franceses
Ainda é cedo para saber quem irá formar o governo (caberá ao Rei facilitar os acordos para formação do governo), mas a certeza é a de que o norte da Bélgica parece realmente caminhar para a separação final.
Interessante nesta história é notar a mudança radical de posição de Valões e Flamengos. No séx XIX e começo do XX era o sul francês, valão, quem possuía aspirações separatistas. A região era rica e poderosa e olhava com desdém para os bárbaros do norte, de fala estranha e gutural. Hoje, Flandres é a região rica e industrializada e é o povo desta região agora quem não deseja mais a união com seus vizinhos.
Isto chama-se democracia. Mas os países com minorias relevantes começam já a tremer. Talvez tenham motivos. Poucos países emulam a Bélgica e respeitam a decisão de suas minorias, ou sequer permitem que estas se manifestem. Bascos são ilegalizados, presos e torturados diariamente enquanto tentam fazer sua voz ser ouvida. Estamos diante, acima de tudo, de uma aula de civilidade, democracia e respeito.
McShuibhne é certeiro:
"Si el Benelux fue considerado como el germen de la actual Unión Europea, hoy los pasos dados por Flandes pueden suponer el germen de la futura Europa de los pueblos."
Se o Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) foi considerado o gérmen da atual União Européia, hoje os passos dados por Flandres podem supor o gérmen da futura Europa dos povos."Resta saber se, chegando ao poder, o partido nacionalista se tornará um PNV e se acomodará numa aliança que lhe garanta o poder mas que pouco mude o status quo. É possível que a separação gradual pedida pelo partido se transforme um apenas um acréscimo de autonomia e uma solução para o conturbado entorno de Bruxelas. É pouco e sem dúvida os Flamengos não votaram por isto, mas a história tem o terrível costume de se repetir mundo afora.
Resta esperar para ver.