É o fim de um importante jornal, com 15 anos de história, e escrito na norma Galega mais condizente com o idioma, a que difere da norma imposta pela Espanha que, pela semelhança entre as línguas,faz de tudo para torná-las iguais, para sufocar o Galego e torná-lo um mero dialeto do Espanhol e não a língua rica em história e literatura que é.
As tentativas da Espanha de sufocar o Galego são conhecidas, históricas. O partido governante, o PP, é um grande incentivador deste genocídio cultural contra um irmão lusófono. Tratando de lusofonia, aliás, vários grupos culturais e políticos galeguistas tentam, sem sucesso, se integrar à CPLP.
Mas os países membros preferem uma Guiné Equatorial, uma ditadura sanguinária cujo português não é falado por ninguém e não passa de uma terceira língua oficial imposta há um mês, do que incluir nossos irmãos Galegos, cuja influência é sentida especialmente no falar nordestino. Expressões como "Oxe" ou "Oxente" tem origem Galega, da imensa imigração vinda do sul da região e do norte de Portugal, que também sofreu influência galega ao longo dos séculos de contato.
O que se vê na Europa, aliás, e em particular na Espanha, é a tentativa de governos em suprimir o uso de línguas minoritárias. Cabe a grupos culturais e políticas realizar um processo de revitalização, por assim dizer, ou de conscientização. O mero ato de governos não fazerem nada para promover as línguas minoritárias já se configura como um atentado. A França é um caso especial. O Catalão falado no Russilhão ainda permanece vivo pela ação de grupos culturais e políticos, o Bretão vai pelo mesmo caminho, assim como o Provençal e outras dezenas de línguas que, garanto, a maioria nunca ouviu falar.
Na Espanha, as autonomias como Catalunya e País Basco conseguiram realizar grandes avanços, mas existe uma enorme briga em Navarra, região basca onde a língua é falada no norte e na zona chamada de transição. No sul não existe qualquer tipo de ensino controlado pelo governo e fala-se apenas o Espanhol, ou assim querem fazer crer.
situação pior se encontra o Leonês. Fazendo parte da região de Castela, a língua vem rapidamente sumindo e apenas grupos culturais e folclóricos ainda tenta fazê-lo sobreviver, mas com sucesso limitado. O Asturiano, o Extremenho e o Aragonês são línguas correndo grande perigo de desaparecer pela falta de preocupação do Estado em dar suporte à sua utilização e ensino. E o Galego, apesar de ter uma região autônoma própria e de ser falado por uma ampla maioria da população, é constante vítima do governo fascista local e da imposição de uma norma homogeneizadora e cruel, que a faz se assemelhar demais com o Espanhol e a perder sua identidade.
Ontem, 24 de julho, o editor da publicação anunciou seu final melancólico, o que me lembra a situação do JB, afundado em dívidas e que dificilmente durará muito tempo.
Sobre o JB, a idéia de que ele se sustentará existindo apenas online parece um escárnio. Mais uma tentativa de seu dono, um assassino de jornais, tentar dar sobrevida artificial ao que já não tem mais esperanças.
Lamenta-se lá, lamentamos aqui.
Galiza é Naçon! Galiza Ceibe!
Perdemos galego
Perdemos galego por tódolos recunchos: nos colexios, nas universidades, nas empresas, nas administracións públicas, nas tendas, nos pubs e discotecas, na ducha, na cama, nos sumidoiros… e agora tamén na internet. A rede social Chuza! e o diario de información Vieiros desaparecen. É a noticia que recibimos na véspera do Día da nosa Patria. Perdemos información en galego na rede e perdemos patria.
Lémbrome destas palabras do bo de Francisco Castro: “Temos a pura e bendita impresión de que, cando menos no Reino do Virtual, no País Galego Electrónico, as cousas son normais”. Iso pensaba eu, pero recibimos outra hostia de realidade. Se ninguén o remedia, o galego que vai subsistir é o subvencionado polo poder político, o de La Voz de Galicia, un galego robotizado, desvirtuado, violentado e aldraxado por un sistema de tradución automática que converte á nosa lingua en obxecto de sodomización política e xornalística. Subvencións millonarias para un galego que non é galego, senón unha parodia da nosa lingua. E desprezo político e, por que non dicilo, tamén civil, aos medios que si traballan pola normalización do noso idioma.
Semella que o galego non é rendible política, económica e socialmente. Vieiros e Chuza! non son as primeiras nin serán as últimas canles dixitais a prol do galego en desaparecer. Xa asistimos á defunción de Gznación e todo parece indicar que o diario nacionalista A Nosa Terra podería ser a próxima vítima da recesión galeguista no sistema de medios de comunicación do noso país. Perdemos información en galego no metamedio e restamos viralidade á nosa lingua.
Desde o poder político e económico só interesa apoiar a medios tradicionais e castelanófilos que manteñan o statu quo mediático galego. Un sistema anquilosado, arcaico e conservador. Un sistema incluso xenófobo, onde calquera intento de vertebrar unha canle forte e sólida monolingüe en galego e galeguista é marxinado ou ignorado.
Subscribo aquelas palabras do meu respectado Francisco Castro: “Ás veces penso o bo que sería (utopía, utopía, utopía) que os xornais escritos, que as teles, que as radios, que os medios de comunicación que adoitamos cualificar como tradicionais lle concederan á nosa lingua, á nosa cultura, aos nosos creadores, a metade dá visibilidade que na blogosfera conseguimos ter.”.
É o que nos queda, os blogues, é dicir, a resposta civil. Para todo o demais xa temos o castelán, para foder, comer, beber, estudar, administrarmos e informarmos por canles tradicionais. Non é?