De cabo a rabo, do título à última linha, o post de Josias de Souza sobre Chávez é um primor da manipulação, a começar pelo dato de que Chavez sequer deveria estar no post!
Tratando da prisão de um terrorista salvadorenho - Francisco Chávez Abarca - e de seu comparsa, um político venezuelano de oposição - Alejandro Peña Esclusa - Josias de Souza, ao não conseguir incluir Chávez na história, enfia seu nome do título.
"Serviço secreto de Chávez prende opositor em casa". Me pergunto, se a prisão tivesse sido feita pela CIA, o título seria "Serviço secreto de Obama..." ou apenas "A CIA..."? Nenhuma dúvida quanto à resposta.
No post em si, encontramos uma foto. De Peña Esclusa ou de Abarca? Não. De Chávez.
O grande jornalista continua sua fantasia, ops, história:
Na ilha dos irmãos Raul e Fidel Castro, Chávez Abarca será processado sob a acusação da prática de "terrorismo".A ilha dos irmãos Raul e Fidel Castro é Cuba, país onde o analfabetismo foi erradicado, onde a pobreza é uma ilusão - apesar das pressões do país que, sem dúvida, Josias de Souza teria prazer e orgulho em citar de boca cheia -, e, vejam só, "terrorista" e "terrorismo" tem aspas.
[...]
Agora, o serviço secreto de Chávez vincula Peña Esclusa, o opositor preso na noite passada, a Chávez Abarca, o “terrorista” deportado para Cuba.
Na terra do Tio Sam não existem aspas para terroristas, apenas a dura realidade de manipulação, tortura, prisões ilegais e invasões mil a qualquer país que o desafie ou olhe torto. Mas os jornalistas (sic) a seu soldo podem usar e abusar das aspas e das fantasias para justificar seus salários.
Ele ainda completa, como quem diz "Foi em Cuba? Bem feito!":
Atribuiu-se a ele a autoria de uma série de atentados a bomba contra hotéis cubanos. Um caso de 1997.O caso é de 1997. Não importa se o terrorista (sem aspas) estava foragido, fugindo para não ser preso e e que evidências da participação deste político radical tenha sido descoberta só após a prisão do terrorista. Faz muito tempo! Deixem ele em paz, não é mesmo? Afinal, ele faz o trabalho dos EUA!
Josias de Souza e o Universo Off Line justificam seus salários (e financiamento) de maneira magistral, sequer tentam esconder quem lhes dá dinheiro e a quem devem responder. Um jornalismo pobre, lamentável, forçado e que não sobrevive à qualquer opinião crítica e discernimento mínimo.