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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

"Censura eu, Folha" - Censura, Estadão, F(o)alha de São Paulo e o poder da mídia [Update]

Update! Maria Rita Kehl foi, de fato, demitida/censurada pelo Estadão:
Filha da colunista confirma no Facebook.
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"Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro." Maria Rita Kehl

Eu havia escrito um post gigantesco para denunciar a censura contra a Falha de São Paulo mas, infelizmente, o blogspot endoidou e engoliu meu post. Então força para escrever mais um!

Esta não é a primeira vez - e suspeito que não será a última - em que a Folha de São Paulo censura um blogueiro. E muito menos a primeira ou última vez em que mente descaradamente, manipula e aje como golpista.

Na época em que desfilava o mais grotesco saudosismo da Ditadura Militar e a apelidava de "Ditabranda", a Folha se moveu e censurou o blogueiro e amigo Antonio Arles. Fomos à sua port aprotestar contra estes absurdos e deixar clara a posição da blogosfera de que não iremos jamais nos calar frente à censura, à truculência e ao poder do dinheiro.

Mas a onda de censuras não parou. Não só a Folha, mas o Uol resolveu agir e censurar o Bodega Cultural, o Beto Richa censurou um tuiteiro, sobrevivemos ao AI5Digital, e agora a jornalista Maria Rita Kehl está (supostamente) ameaçada de demissão pelo Estadão por publicar um texto simplesmente justo sobre o governo do PT e o papel da mídia.

A onda, hoje, é a de censurar, eliminar, proibir...

O que vemos nos últimos tempos é o mais puro desespero da mídia tradicional contra blogueiros e jornalistas minimamente independentes que não se conformam com as manipulações e com o golpismo midiático.

Na falta de outra maneira de tolher nossa liberdade, abusam de seu poder econômico e de sua capacidade de contratar os melhores advogados (e até mesmo os melhores juízes) para tentar nos calar. Mas esbarram no poder da rede, no poder da nossa capacidade em formar redes de solidariedade, em nos organizar e multiplicar.

A Folha não perde por esperar. A mídia não está mais sozinha, não influencia mais como antes, agora enfrenta a concorrência de milhares ou milhões de blogueiros que não estão dispostos a aceitar todas as mentiras que chegam até seus (nossos ) ouvidos.

Pensando neste poder de mobilização que o Fausto (@botecosujo) teve a melhor sacada da semana e criou o movimento "Censura eu, Folha", que já encontrou vários adeptos e eu me somo aos esforços de replicar o mais completo repúdio à censura da Folha de São Paulo contra a blogosfera.
Na semana passada, uma forte crise nostálgica atingiu a família Frias. Podia ser saudade dos anos 80, época em que a Folha de S. Paulo era chamado de "jornal das Diretas" e tido como um legítimo aliado das lutas democráticas. Mas não. A Folha sentiu saudade foi dos bons e velhos anos 70. E não era vontade de usar costeletas, vestir calças boca-de-sino e dançar Staying Alive. Era a saudade da rigidez viril dos anos de ditadura, quando a Folha era uma maria-caserna tão próxima dos generais que emprestava seus carros para as ações de tortura e morte de "inimigos do regime" praticadas pelos paramilitares da Operação Bandeirantes. 

Em 30 de setembro, o jornal conseguiu uma liminar que obrigava os irmãos Lino e Mario Bocchini a tirar do ar o conteúdo da Falha de S. Paulo, um site de humor que tirava um barato do indisfarçável viés pró-tucano que aterrissou com mais força do que nunca na Barão de Limeira dos últimos tempos. Os dois foram obrigados a remover do ar todo o conteúdo do site, sob pena de pagar multa diária de R$ 1.000. Segundo Lino, a empresa nem chegou a enviar uma notificação extrajudicial ou um pedido por e-mail: já foi logo apelando para o processo. Assim, a seco, sem KY nem piedade.
O site da Falha de São Paulo foi deletado, assim como a conta no Twitter, mas um Tumblr foi criado e vários sites tem re-postado o que o Fausto escreveu, em solidariedade aos blogueiros processados e contra a censura.

Vamos ver se a Folha tem força para censurar todos os blogs que repostarem e apoiarem a Falha de são Paulo. Vamos mostrar pra Folha quem é que manda na rede.
Para retirar o site do ar, a Folha alegou que os autores faziam “uso indevido da marca” do jornal. De acordo com Taís Gasparian, advogada do veículo, a Folha não questiona a sátira, nem o nome do site, mas o “uso da marca”.

Sobre a multa diária de R$ 1.000, caso Lino e Mario Bocchini descumpram a determinação, Taís acredita que o valor é baixo para este caso. “A Folha, como qualquer outra empresa, deve preservar a sua marca (...) Geralmente, nesses casos, o juiz aplica uma multa de R$ 100 mil”, afirmou ao Consultor Jurídico.
"Uso indevido da marca", um belo alternativo para o mais incisivo termo "Censura". Uma bela tucanada do termo. E ainda acham pouco a multa, queriam roubar ainda mais dos blogueiros por apenas denunciarem o golpismo midiático!

A mídia não cansa de acusar o governo de querer censurá-la, o Estadão passou meses com a piada de que estava sendo censurado (ainda continua?) num "mimimi" eterno. Puro despeito. Não perdem um segundo de oportunidade para fazerem pior, para ameaçarem e tomarem medidas contra nossa liberdade de expressão.

Choram que são ofendidos, mas na verdade são os grandes responsáveis pela censura no país. Usam sua liberdade de empresa, seu dinheiro e seu alcance para mentir, distorcer e acusar e quando sofrem qualquer revés posam de vítimas, de coitados atacados e vilipendiados.



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Update: Mais que recomendado o post do Rogério sobre o caso no excelente Conexão Brasília-Maranhão.
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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Quando o Terrorismo é uma questão de aspas: O Jornalixo de Josias de Souza e o Serviço Secreto de Hugo Chávez

Que Josias de Souza é um jornalista medíocre todos sabemos. Mas ele sempre se supera e demonstra que o PIG não apenas mente, mas também é ignorante e burro, tenta manipular das formas mais toscas possíveis.

De cabo a rabo, do título à última linha, o post de Josias de Souza sobre Chávez é um primor da manipulação, a começar pelo dato de que Chavez sequer deveria estar no post!

Tratando da prisão de um terrorista salvadorenho - Francisco Chávez Abarca - e de seu comparsa, um político venezuelano de oposição - Alejandro Peña Esclusa - Josias de Souza, ao não conseguir incluir Chávez na história, enfia seu nome do título.

"Serviço secreto de Chávez prende opositor em casa". Me pergunto, se a prisão tivesse sido feita pela CIA, o título seria "Serviço secreto de Obama..." ou apenas "A CIA..."? Nenhuma dúvida quanto à resposta.
No post em si, encontramos uma foto. De Peña Esclusa ou de Abarca? Não. De Chávez.

O grande jornalista continua sua fantasia, ops, história:
Na ilha dos irmãos Raul e Fidel Castro, Chávez Abarca será processado sob a acusação da prática de "terrorismo".
[...]
Agora, o serviço secreto de Chávez vincula Peña Esclusa, o opositor preso na noite passada, a Chávez Abarca, o “terrorista” deportado para Cuba.
A ilha dos irmãos Raul e Fidel Castro é Cuba, país onde o analfabetismo foi erradicado, onde a pobreza é uma ilusão - apesar das pressões do país que, sem dúvida, Josias de Souza teria prazer e orgulho em citar de boca cheia -, e, vejam só, "terrorista" e "terrorismo" tem aspas.

Na terra do Tio Sam não existem aspas para terroristas, apenas a dura realidade de manipulação, tortura, prisões ilegais e invasões mil a qualquer país que o desafie ou olhe torto. Mas os jornalistas (sic) a seu soldo podem usar e abusar das aspas e das fantasias para justificar seus salários.

Ele ainda completa, como quem diz "Foi em Cuba? Bem feito!":
Atribuiu-se a ele a autoria de uma série de atentados a bomba contra hotéis cubanos. Um caso de 1997.
O caso é de 1997. Não importa se o terrorista (sem aspas) estava foragido, fugindo para não ser preso e e que evidências da participação deste político radical tenha sido descoberta só após a prisão do terrorista. Faz muito tempo! Deixem ele em paz, não é mesmo? Afinal, ele faz o trabalho dos EUA!

Josias de Souza e o Universo Off Line justificam seus salários (e financiamento) de maneira magistral, sequer tentam esconder quem lhes dá dinheiro e a quem devem responder. Um jornalismo pobre, lamentável, forçado e que não sobrevive à qualquer opinião crítica e discernimento mínimo.
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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Prhorm: A trapaça do rastreador da Oi no Velox

Artigo de Élio Gáspari na Folha do dia 31 de março (só para assinantes) que vem para corroborar as denúncias feitas contra a presença da Phorm no Brasil, pelo blog Trezentos.

Canalhice e descaramento. Rastreamento do computador do usuário incauto sem que este dê qualquer permissão. É a Oi invadindo seu computador e roubando seus dados! E, tudo isto, ainda lhe cobrando rios de dinheiro!

Derrotamos apenas o início do projeto apelidado de AI5Digital. A luta continua, agora contra os provedores!

A trapaça do rastreador da Oi no Velox

Com uma linguagem empolada e uma pegadinha, a operadora quer reciclar sua freguesia


A OPERADORA Oi anunciou na semana passada o lançamento de uma ferramenta para a internet chamada "Navegador". Trata-se de um rastreador dos caminhos percorridos na rede pelo cliente de seu serviço Velox. A novidade é apresentada aos consumidores de maneira trapaceada, deselegante. (A operação já começou, pequena e felizmente sujeita a correções, no Rio.)
O mimo é oferecido como uma "facilidade", omitindo que é um rastreador. Quando o "Navegador" entra num computador que usa o serviço Velox, os endereços por onde o cliente passa são registrados pelo programa. A Oi garante que o rastreador passa longe de alguns sítios, inclusive dos que pedem senhas. Além disso, assegura que a identidade do cliente será preservada, pois o "Navegador" atribui ao computador rastreado um algoritmo de 24 dígitos que não pode ser decifrado.
O rastreamento interessa à Oi e aos seus parceiros porque permite a segmentação de público para o mercado publicitário. Assim, uma empresa de turismo pode anunciar só para pessoas que pesquisaram preços de pousadas, e todos ganham com isso. É o que faz o Google. Quando uma pessoa entra nas suas páginas, seus interesses são registrados e, a partir daí, selecionam-se os anúncios que lhe serão oferecidos na barra lateral da tela.
Há uma diferença entre o Google e o "Navegador" Oi/Velox. No Google, o sujeito entra se quiser, quando quiser, para usar ferramentas que lhe são oferecidas de graça. Velox e Oi são fornecedoras de um serviço remunerado e vendem o acesso à banda larga a 4,5 milhões de clientes.
A Oi trapaceia na maneira como oferece o "Navegador". O sujeito liga a máquina, aciona o Velox e vê uma tela que lhe apresenta a "facilidade" (em relação a quê?). A lisura recomendaria que a empresa mencionasse, de saída, a função rastreadora do "Navegador".
Até aí, manipulam a comunicação. No lance seguinte, recorrem a uma pegadinha para capturar clientes. Quando a tela do "Navegador" aparece, o mimo é oferecido com o aviso de que ele "já está ativo". A tela do "Navegador" permite que o consumidor desative a ferramenta, mas não é assim que se faz. Uma pessoa não pode ser obrigada a desativar algo que não solicitou.
Pouco custaria à Oi informar, com clareza que o "Navegador" rastreará o freguês, garantido-lhe a privacidade. Em seguida, como fazem as boas casas do ramo, ofereceria duas caixinhas: "Quero" e "Não quero". O freguês escolhe e não há mais o que discutir.
A relação entre um consumidor e sua operadora de internet baseia-se em algum tipo de confiança. Se a "facilidade" manipula o idioma e recorre a uma pegadinha, arrisca-se a estimular a suspeita de que, algum dia, não respeitará sua privacidade.
Nesse lance a Oi está associada à empresa Phorm que, em 2008, meteu-se num escândalo na Inglaterra quando se descobriu que rastreava os clientes da British Telecom sem que eles tivessem sido avisados. Teve que fechar a barraca.
Na empreitada do "Navegador" juntaram-se à Oi e à Phorm alguns dos principais portais de comunicação do país. Lá estão o UOL (empresa do Grupo Folha), o iG, o Terra e "O Estado de S. Paulo". Todos deveriam rastrear melhor a maneira como usam suas marcas.
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terça-feira, 16 de março de 2010

O PIG não sabe contar?

Leiam esta "reportagem" do Uol e depois voltem para cá: "Lula cometeu "gafe" diplomática ao evitar túmulo de sionista, diz analista".

Reparem no título: Analista diz que Lula cometeu gafe.

Agora, ao ler o texto reparamos que o analista em questão é o Gilberto Sarfati, especialista em Relações Internacionas EMPRESARIAIS (Negócios Internacionais e não em Política Internacional, tampouco em Oriente Médio) e Mestre pela Universidade Hebraica de Jerusalém. Sem dúvida, não só um especialista em Oriente Médio como absolutamente isento.

Engraçado que para um suposto especialista em Oriente Médio, o professor Safarti tenha, em seu lattes, a incrível soma de DOIS artigos sobre o assunto publicados... Aliás, o nosso querido Sarfati é ligado diretamente à Federação Israelita do Estado de São Paulo, logo, nem um pouco isento, tendo servido como porta voz para o trabalho sujo da mesma na defesa dos genocídios cometidos por Israel.
- RÁDIO BAND NEWS E RADIO CBN: O professor Gilberto Sarfati foi indicado pela Federação para estes dois veículos, onde concedeu entrevistas e deu um panorama sobre o conflito e os reais motivos do ataque israelense ao terrorismo.

Mas, caminhando, vemos que, escondido nos parágrafos finais, outro analista é entrevistado, o professor Samuel Feldberg, este sim especialista em Oriente Médio. O PIG, aliás, deve ter ficado revoltado ao entrevistar um professor formado em Tel Aviv mas que demonstrou posição ponderada e coerente.

De um lado, Safarti afirma que é quase um absurdo o Brasil se recusar a se ajoelhar para o precursor do Estado Genocida de Israel e defensor da doutrina de ódio conhecida como Sionismo, Theodore Herzl. Já Feldberg discorda, não vê sentido ou qualquer gafe no fato de Lula não ter cedido à pressões e ido visitar um túmulo sem que qualquer outro presidente o tenha feito ou mesmo tal evento estivesse na agenda.

A análise de Safarti de comparar a não-visita com apoiar a tese de que Israel não deve existir só não é risível porque encontra eco em círculos nazi-sionistas e conservadores. Mas, no geral, é patética.

“Não visitar o túmulo é quase que apoiar o [presidente do Irã] Mahmoud Ahmadinejad quando ele nega o direito do Estado de Israel de existir”
Se assim for então todos os mandatários que já visitaram Israel - e nenhum foi visitar o tio Herzl - defendem o fim de Israel. Raciocínio simplesmente tosco. Visitar tal túmulo é compactuar com a teoria genocida do Sionismo, felizmente Lula não é imbecil e preferiu visitar Arafat, este sim um líder a ser respeitado.

Salta aos olhos, porém, que ambos os analistas entrevistados tenham background israelense, tenham estudado por lá e em momento algum tenha se aventado a idéia de buscar um analista que fosse, pelo menos, neutro. Não que o background necessariamente elimine alguém, mas é ilustrativo. Porque, a título de isenção, não foram atrás do Reginaldo Nasser? Muito Árabe?

Vendo sua estratégia ir por água abaixo de entrevistar quem acreditavam ser coniventes com sua posição (afinal, o Uol não pensou que alguém fosse pesquisar mais sobre os analistas), resolveram manipular a chamada da notícia e, da opinião de dois analistas, apenas a de um foi contemplada, a que interessava à editoria.

Raciocinem comigo: 2 analistas (um deles sequer especialista na região, mas deixemos passar por hora), um com a visão que o PIG adora, outro com visão contrária (também deixaremos passar o espaço de comentário cedido a cada um, clara manipulação), mas apenas a posição de um deles na chamada.

Oras, se foram dosi analistas, porque a notícia diz apenas um UM analista disse que foi gafe?

Manipulação? Ou o PIG não sabe contar?

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