sábado, 23 de outubro de 2010

PMDB demonstra seu caráter. Serra agradece

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Em julho eu alertei que a aliança carnal com o PMDB seria nociva e, ao mesmo tempo, não garantiria o apoio do partido em todo país.

Não me escutaram e, se felizmente Hélio Costa perdeu em Minas, mesmo com o apoio do PT, o mesmo não aconteceu no Maranhão, vendido pelo PT à família Sarney por um hipotético apoio que não virá. Ao menos nacionalmente.

O PMDB não é um partido, mas uma federação de caciques com territórios delimitados e que, em muitos casos, não conversam entre si. Se mesmo com o Vice da Dilma sendo o Temer, do PMDB, o partido decidiu que não apoiará o PT (e seu candidato, afinal), então de que adiantaria tramar alianças em nível regional?

Se o apoio nacional não constrange o PMDB do Rio Grande do Sul, porque o apoio do Maranhão ou de Minas constrangeria.
Quem conhece o PMDB sabe que é um partido de caciques e oligarquias regionais que não tem nada em comum em termos ideológicos. Abarca desde um Requião até uma Roseana Sarney. É um partido que, por suas características, precisa estar colado ao poder para sobreviver. E assim vem fazendo.

Os defensores das alianças regionais dizem que é preciso fazê-las para garantir o apóio ao PMDB, mas eu questiono: Um partido que precisa do poder para viver e que está longe de ter qualquer unidade iria simplesmente ser oposição por ter a vontade de alguns caciques contrariadas? Iría o PT perder o PMDB do Rio por contrariar o de Minas?

Temer é vice, não nos esqueçamos, não já temos (o PT) de alguma forma algum apóio do PMDB graças à esta aliança?
E agora posso dizer que eu estava certo. Não que seja motivo pra me vangloriar, pois é uma situação lamentável e, aliás, reflete a situação de muitos partidos brasileiros, rachados, longe de unificados ideologicamente e mais interessados em lucrar às custas da população do que efetivamente realizarem um trabalho decente.

E isto vale para a esquerda, com PDT e PSB em alianças absolutamente incompreensívels Brasil afora, sem o mínimo pingo de ideologia e apenas a conveniência e a defesa de interesses de grupos locais. Mesmo PT e PCdoB costumam não se entender entre si em alguns lugares do país, demonstrando que estamos ainda longe de alcançar um sistema político minimamente decente.
Deputados peemedebistas são majoritariamente pró-Serra, enquanto prefeitos do partido fazem campanha para Dilma. O partido administra cerca de 140 dos 496 municípios do RS.
A moção de apoio a Serra foi aprovada em um encontro com cerca de 200 pessoas e ainda deverá ser referendada no diretório estadual, segundo o partido.
Se o PMDB não tem a capacidade sequer de conversar dentro de um mesmo estado, que o diga nacionalmente. O que fica claro é que a idéia que vem sendo disseminada de que um PMDB forte nacionalmente, no parlamento, significaria automaticamente um maior apoio ou folga a um eventual governo do PT é uma bela mentira, uma história pra boi dormir para justificar alianças espúrias com gente como Roseana Sarney ou Hélio Costa - e mesmo com Michel Temer.

Espero que valha a pena.
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