Oposição de esquerda.
Mas, como venho ha tempos comentando e tentando chamar a atenção, precisa deixar os sectarismos de lado (e deu mostras desta superação nestas eleições, com o apoio ao Paim, com a denuncia contra golpe ao PT em Pernambuco e com a posição tomada em Sergipe) e ser oposição de esquerda APENAS quando for do interesse do povo, dos trabalhadores, mas saber estar do lado da situação quando este também for do interesse dos trabalhadores.
O resultado do PSOL não empolgou. Não retrata efetivamente sua força - candidatos como Luciana Genro (RS) e Renato Roseno (CE) tiveram votos mais que suficientes para se elegerem, mas o quoeficiente eleitoral os tirou as vagas - mas mesmo assim permanece como um partido pequeno, de pouca expressão, por mais que seus deputados estejam entre os mais atuantes.
Cabe ao PSOL pressionar de forma consciente e consistente, sempre dialogando com os movimentos sociais, pelas mudanças que propõe. Mas cabe ao partido ser propositivo, coerente e, acima de tudo, realista. Devemos sonhar com um horizonte, mas ter a noção de que ainda falta MUITO pra esse horizonte, e que existe um longo e tortuoso caminho e que, obviamente, não passa por um governo DemoTucano.
Este é o ponto central. Se o governo do PT não foi dos sonhos e o de Dilma possivelmente não será nada disso, a verdade é que um governo DemoTucano seria de pesadelos, representaria um retrocesso de proporções impossíveis de calcular. Para o Brasil e para a América Latina.
Compartilho com o PSOL a firmeza das bandeiras, os recuos de Dilma não podem ser tolerados e cabe à militância petista e dos movimentos sociais pressionar para que não haja mais recuos. O PSOL erra nas críticas moralistas às alianças. Uma coisa é criticar o alcance destas ou mesmo alguns termos, outra coisa é denunciar qualquer aliança eleitoral como espúria quando, sem elas, não haveria governo.
Podemos e devemos criticar a corrupção, mas não nos colocando como santos, como intocáveis. Podemos criticar alianças com certos segmentos, mas devemos dar alternativas ao que está posto. E o PSOL pecou me alguns pontos. Mas acertou em outros, obviamente.
Acredito que o PSOL esteja amadurecendo, se preparando para, talvez, se tornar protagonista. Espero que este pensamento se concretize num futuro próximo e que o partido faça uma oposição de esquerda consciente e ética.
O "NENHUM VOTO EM SERRA" é correto. É coerente. Não podemos tolerar a volta das trevas DemoTucanas. Sabemos o que fazem com professores, com movimentos sociais, com os pobres e até mesmo com as forças repressivas que servem a eles. Não tem lealdade a ninguém além do capital e das elites estrangeiras e, para piorar, estão se ligando à TPF e neonazistas.
Saúdo a lucidez de abrir o voto: Branco/Nulo ou Dilma.
Eu, pessoalmente, preferiria que fosse chamado um voto direto em Dilma, para derrotar de vez o DemoTucanato, pois o voto nulo apenas afasta uma aprte da militância mais politizada do processo decisório, mas não posso dizer que é incoerente com o que o PSOL apresentou ao longo das eleições e de seu posicionamento no parlamento.
Espero que os companheiros do PSOL votem em Dilma, criticamente, e não permitam que Serra seja eleito.
Uma convocação direta para o voto em Dilma daria ao PSOL mais espaço para manobras, par apleitear mais pra frente, para questionar com mais força, mas, mesmo assim, tenho fé na consciência dos companheiros do PSOL, de que irão tomar a atitude correta e botar em Dilma, para apagar de vez o perigo do DemoTucanato assumir e destruir nosso país.
Segue abaixo a resolução aprovada por 13 votos a 2 na reunião da Executiva Nacional do PSOL realizada nesta sexta-feira, 15 de outubro, em São Paulo.Chico Alencar, Jean Wyllys, Ivan Valente (deputados federais eleitos), Randolfe Rodrigues(senador eleito), Marcelo Freixo(deputado estadual reeleito), Milton Temer, Eliomar Coelho(vereador RJ), Jefferson Moura(presidente estadual do PSOL RJ), Carlos Nelson Coutinho, Leandro Konder, José Luiz Fevereiro( Diretório Nacional) assinaram documento em apoio à Dilma, convocando o voto crítico.
POSIÇÃO PSOL SOBRE O SEGUNDO TURNO – ELEIÇÕES 2010
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) mereceu a confiança de mais de um milhão de brasileiros que votaram nas eleições de 2010. Nossa aguerrida militância foi decisiva ao defender nossas propostas para o país e sobre ela assentou-se um vitorioso resultado.
Nos sentimos honrados por termos tido Plínio de Arruda Sampaio e Hamilton Assis como candidatos à presidência da República e a vice, que de forma digna foram porta vozes de nosso projeto de transformações sociais para o Brasil. Comemoramos a eleição de três deputados federais (Ivan Valente/SP, Chico Alencar/RJ e Jean Wyllys/RJ), quatro deputados estaduais (Marcelo Freixo/RJ, Janira Rocha/RJ, Carlos Giannazi/SP e Edmilson Rodrigues/PA) e dois senadores (Randolfe Rodrigues/AP e Marinor Brito/PA). Lamentamos a não eleição de Heloísa Helena para o senado em Alagoas e a não reeleição de nossa deputada federal Luciana Genro no Rio Grande do Sul, bem como, do companheiro Raul Marcelo, atual deputado estadual do PSOL.
Em 2010 quis o povo novamente um segundo turno entre PSDB e PT. Nossa posição de independência não apoiando nenhuma das duas candidaturas está fundamentada no fato de que não há por parte destas nenhum compromisso com pontos programáticos defendidos pelo PSOL. Sendo assim, independente de quem seja o próximo governo, seremos oposição de esquerda e programática, defendendo a seguinte agenda: auditoria da dívida pública, mudança da política econômica, prioridade para saúde e educação, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, defesa do meio ambiente, defesa dos direitos humanos segundo os pressupostos PNDH3, reforma agrária e urbana ecológica e por ampla reforma política – fim do financiamento privado e em favor do financiamento público exclusivo, como forma de combater a corrupção na política.
No entanto, O PSOL se preocupa com a crescente pauta conservadora introduzida pela aliança PSDB-DEM, querendo reduzir o debate a temas religiosos e falsos moralismos, bloqueando assim os grandes temas de interesse do país. Por outro lado, esta pauta leva a candidatura de Dilma a assumir posição ainda mais conservadora, abrindo mão de pontos progressivos de seu programa de governo e reagindo dentro do campo de idéias conservadoras e não contra ele. Para o PSOL a única forma de combatermos o retrocesso é nos mantermos firmes na defesa de bandeiras que elevem a consciência de nosso povo e o nível do debate político na sociedade brasileira.
As eleições de 2002 ao conferir vitória à Lula trazia nas urnas um recado do povo em favor de mudanças profundas. Hoje é sabido que Lula não o honrou, não cumpriu suas promessas de campanha e governou para os banqueiros, em aliança com oligarquias reacionárias como Sarney, Collor e Renan Calheiros. Mas aquele sentimento popular por mudanças de 2002 era também o de rejeição às políticas neoliberais com suas conseqüentes privatizações, criminalização dos movimentos sociais – que continuou no governo Lula -, revogação de direitos trabalhistas e sociais.
Por isso, o PSOL reafirma seu compromisso com as reivindicações dos movimentos sociais e as necessidades do povo brasileiro. Somos um partido independente e faremos oposição programática a quem quer que vença. Neste segundo turno, mantemos firme a oposição frontal à candidatura Serra, declarando unitariamente “NENHUM VOTO EM SERRA”, por considerarmos que ele representa o retrocesso a uma ofensiva neoliberal, de direita e conservadora no País. Ao mesmo tempo, não aderimos à campanha Dilma, que se recusou sistematicamente ao longo do primeiro turno a assumir os compromissos com as bandeiras defendidas pela candidatura do PSOL e manteve compromissos com os banqueiros e as políticas neoliberais. Diante do voto e na atual conjuntura, duas posições são reconhecidas pela Executiva Nacional de nosso partido como opções legítimas existentes em nossa militância: voto nulo/branco ou voto em Dilma. O mais importante, portanto, é nos prepararmos para as lutas que virão no próximo período para defender os direitos dos trabalhadores e do povo oprimido do nosso País.
Executiva Nacional do PSOL – 15 de outubro de 2010.
Os 776.601 eleitores que votaram em candidatos do PSOL aos governos estaduais, 886.816 teclaram, convictamente, Plínio 50, os mais de 1 milhão que votaram em candidatos a deputado do PSOL e os mais de 3 milhões que escolheram candidatos ao Senado pelo PSOL não precisam de ‘tutores’: são livres, têm espírito crítico e votam, sempre, de acordo com sua consciência. Os nossos mandatos, daí derivados, serão exercidos, portanto, com total independência em relação aos Executivos e na defesa radical dos interesses populares, sem adesismos e sem negação de fronteiras éticas e ideológicas. Aos poucos, o PSOL, ainda incipiente, se afirma como partido com visão singular, combinando o embate eleitoral com a valorização dos movimentos sociais, dentro de sua definição estratégica de ressignificação do socialismo.
1. Partido Político digno do nome também deve se posicionar sobre momentos conjunturais, dando assim sua contribuição para a análise da situação e para a definição de voto da cidadania. Quando a manifestação política for emergencial, limitando, por questão de tempo, o processo democrático de discussões desde a base, que ela seja tomada pela Direção, por óbvio sem qualquer caráter impositivo, até pelas razões apresentadas no item 1.
2. O 2º turno das eleições presidenciais, a ser realizado no dia 31 próximo, coloca em confronto dois projetos com muitos pontos de aproximação: o representado por Dilma (PT/PMDB e aliados) e o representando por Serra (PSDB/DEM e aliados).
3. As classes dominantes no Brasil – que exercem sua hegemonia nos planos econômico, político e de produção do imaginário social – não se sentem incomodadas por nenhum dos dois, mas preferem, clara e reiteradamente, o retorno do controle demotucano: a elas interessa mais o Estado mínimo e a privatização máxima da Era FHC do que a despolitização máxima e o Estado minimamente regulador do lulismo.
4. PSDB e DEM – para além da campanha ‘medieval’ coordenada pelo vice de Serra, que anuncia o ‘fim da liberdade de culto’ com a vitória da ‘terrorista’ candidata petista – reprimem abertamente movimentos populares e não aceitam política externa que saia dos marcos do Império. Todo o setor de oligarquias patrimonialistas ou ‘neopentescostais’ que hoje gravita em torno de Lula rapidamente se bandeará para o lado de um eventual governo Serra, assim como os banqueiros, apesar de seus lucros extraordinários e inéditos no período recente. Serra presidente é o ‘sonho de consumo político’ do conservadorismo total, uma de suas principais bases de sustentação.
5. Por tudo isso, a indicação do voto crítico em Dilma como a opção que o PSOL valoriza, respeitando porém aqueles que não quiserem ir além do “Serra não”, e afirmando desde já nossa forte cobrança programática* sobre o futuro governo nacional, qualquer que ele seja, parece a mais razoável neste momento.
* Reforma Política c/ Participação Popular, Auditoria da dívida, Reforma Agrária, Reforma Urbana, 10% do PIB na Educação, + recursos para a saúde, forte combate à corrupção, garantia e ampliação dos direitos trabalhistas, política ambiental questionadora de transgênicos, privatização da gestão de florestas, Belo Monte, transposição do São Francisco etc.