Moradores do Jd. Prainha fazem protesto em frente à Prefeitura Municipal de São Paulo
Cerca
de cinquenta moradores do Jd. Prainha (Grajaú – São Paulo) realizam
nesse momento uma manifestação contra a política de despejos em massa,
em curso na cidade de São Paulo, e contra a falta de políticas públicas
de habitação. Tendo suas moradias ameaçadas, a principal reivindicação
dos manifestantes é:
a) Que o projeto de “urbanização” do Jd. Prainha seja apresentado e discutido com o conjunto dos moradores do bairro.
Além da Prefeitura, os moradores protestaram também em frente à BM&F e à Secretaria de Habitação.
Por que estamos protestando?
Só
em nossa região, dezenas de comunidades estão sendo alvo de despejos e
políticas truculentas de criminalização da pobreza, levadas a efeito
pelo Estado e pelas grandes construtoras, com o objetivo de abocanharem
montanhas de dinheiro público e lucrarem com a especulação imobiliária.
Quando é apresentada alguma alternativa aos
moradores removidos, ela consiste numa pequena indenização, que os força
a permanecerem em uma área irregular, de mananciais, ou de risco, ou no
cheque-despejo disfarçado de “auxílio-aluguel”. Atualmente mais de 15
mil famílias se encontram recebendo esse tal “auxílio”, o que fez com
que os preços dos aluguéis disparassem por toda a periferia, mas
perguntamos: quantas casas estão sendo construídas para atender essa
demanda? E para atender o número muito maior de famílias há anos
cadastradas no CDHU, e noutros programas públicos? E os moradores de
rua, os que vivem em situação precária, enfim, o imenso déficit
habitacional de São Paulo?
Diante da falta de uma política habitacional
efetiva, e de formas de organizar a ocupação do solo urbano, os
discursos de defesa do meio ambiente ou de proteção da vida das pessoas
se revela uma enorme mentira. Essa mentira também vem à tona quando
vemos que as grandes empresas, os condomínios de luxo, as grandes casas
noturnas, as mansões, que se encontram em áreas de mananciais,
permanecem intocadas.
Algumas famílias do Jd. Prainha passaram um ano
solicitando algum tipo de amparo do “poder público”, depois de suas
casas terem ficado em situação de risco, em função das fortes chuvas do
ano passado. Há pouco mais de uma semana essas famílias foram
surpreendidas pela Guarda Ambiental e pela Defesa Civil, que iniciou a
derrubada das casas sem oferecer um centavo aos seus moradores.
Com a mobilização da comunidade essa destruição foi impedida.
Somente a partir desta organização é que surgiu, como num passe de
mágica, uma alternativa habitacional a essas famílias.
Mas essa conquista não é suficiente! Exigimos
que o projeto de “urbanização” do Jd. Prainha seja apresentado e
discutido com o conjunto dos moradores de nossa comunidade, e que os
diferentes níveis do governo parem com essa política de despejos em
massa e de criminalização da pobreza, que anda de mãos dadas com a
criminalização daqueles que lutam contra esse tipo de injustiça!
Mais informações: redeextremosul.wordpress.com