quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Jaqueline Roriz e o "problema" da Base Aliada

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Dica de @kronno

Já comentei aqui outras vezes sobre a tal "Base Aliada" do governo Dilma. Volto a perguntar: Pra que formar base aliada e maioria se na hora de aprovar o que importa você não consegue?

Jaqueline Roriz, criminosa pega em vídeo enquanto praticava corrupção ativa, cujo sobrenome sozinho já seria razão para estar presa, foi "inocentada" pela Câmara dos Deputados com larga maioria dos votos, apesar da maioria dos partidos afirmarem que sua base votaria por sua cassação.

O placar final registrou 265 votos pela absolvição, 166 pela cassação e 20 abstenções. Eram necessários 257 votos para tirar o mandato de Jaqueline. A votação foi secreta.
265 canalhas que se esconderam detrás do voto secreto para confirmar que a Câmara dos deputados permite, gosta e promove a corrupção.

O caso é tão grotesco e a corupção tão óbvia que a "defesa" dainfeliz se baseava não em sua inocência - impossível de sustentar - mas que seus crimes foram cometidos ANTES dela assumir a "deputância". Pois é, pode cometer crimes, mas só ANTES de assumir o cargo! A pessoa vira honesta e de reputação ilibada.
Em sessão extraordinária, a Câmara dos Deputados Federais, rejeitou hoje a representação do PSOL contra a Deputada Federal Jaqueline Roriz, do PMN/DF, que foi flagrada em vídeo recebendo 50 mil reais de propina, para alavancar sua candidatura a Deputada Distrital em 2006, no contexto de um complexo esquema ilegal que ficou conhecido como "Mensalão do DEM de Brasília".
Partidos afirmaram que sua base votaria pela cassação, mas não nos esqueçamos do famigerado voto secreto, perpetuado e mantido pelo Parlamento apesar das falsas reclamações de diversos parlamentares e das igualmente falsas afirmações de que trabalhariam para abolir tla forma de voto.

Me engana que eu gosto.

Mas, enfim, volto à questão da "base aliada". Esta representa a MAIORIA do parlamento, logo, a responsabilidade pela absolvição da criminosa não é, senão, da tal base aliada, ou seja, do governo.

Quando a questão foi colocada em questão no Twitter, não faltaram governistas e petistas para reclamar que "não era bem assim". Pelo que pude entender da argumentação, a base aliada só pode ser responsabilizda pelo que faz de bom (na concepção governista, claro, o que normalmente não significa ser do interesse do povo), mas quando ela vota no Código Florestal ou contra a cassação de criminosa, aí o governo se faz de joão sem braço.

O governo não sabe controlar sua base

E isto apenas se tomarmos o governo como uma entidade que age por boa fé e de acordo com os interesses populares. Sabemos não ser verdade quando nos deparamos com as obstruções à PEC 300, ao PLC 122 e a tantas outras medidas que colocam o governo na mais absoluta oposição aos interesses dos trabalhadores.


Vale notar também que neste caso, até partidos de oposição de direita puxaram voto pela cassação, como PSDB, DEM e PPS. E todo o processo foi montado pela oposição de esquerda, o PSOL. É preciso ser muito ingênuo ou ser muito mal intencionado para tirar a base aliada (Roriz é do PMN, da base) da reta e, pior ainda, é dizer que só se pode falar de "base aliada" enão de partidos independentes fazendo sua  vontade quando a coisa fede.

Se há uma base aliada que responde ao governo, é responsabilidade deste governo aquilo que sua base faz.

SEMPRE.

Está na hora dos governistas pararem de fingir que o governo não responde por sua base, pois responde.

Não só pelo PT, mas por todos os partidos e indivíduos que aceitou para impor suas políticas. Se somos forçados a aceitar a tese da "governabilidade", o governo tem que aceitar a obviedade da responsabilidade sobre seu governo..
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