terça-feira, 30 de agosto de 2011

Kassab proíbe celulares em bancos, mas nós podemos aproveitar!

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O Brasil é um país engraçado. E qualquer lugar governato por DemoTucanos e semelhantes torna-se um verdadeiro circo. O problema é que os palhaços são o povo e quem ri está no poder. E os palhaços são semrpe entregues aos leões.

Um dos grandes problemas de todo o país é o da violência. E aí entram os assaltos a banco. Mas problema ainda maior é a fórmula encontrada pelo governo para diminuir com os assaltos a banco: Criminalizar o cliente.

Pois é.

Passou a valer desde segunda-feira (29/08) uma lei que gera multa pelo uso de celular dentro de agências bancárias. Ao menos a multa vai para o banco, mas não diminui o absurdo:
A partir desta segunda-feira (29), está proibido o uso de celulares em agências e postos bancários na cidade de São Paulo.
A medida, que visa diminuir o número de ocorrências da chamada “saidinha de banco” --crime no qual a vítima é escolhida dentro do banco e abordada fora da instituição após ter feito saque-- foi sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab e publicada na edição do último dia 27 do Diário Oficial.

Multa

De acordo com a prefeitura, fica proibido fazer e receber ligações, bem como mensagens de voz e texto.
A multa para a instituição que não respeitar a medida será de R$ 2.500. Entretanto, haverá um prazo, ainda a ser definido, para adaptação das agências bancárias.
A nova lei prevê ainda que os bancos fixem cartazes sobre a restrição, em lugares visíveis, para informar os clientes.
Não duvido de seguranças muitos simpáticos tentando "conscientizar" os clientes a não usar celulares dentro das agências - notem a ironia pura. Pouco importa se o cliente tem a necessidade de usar o celular quando nas longas e intermináveis filas do caixa, ou muito menos se recebe uma ligação importante enquanto aguarda sua vez no caixa eletrônico.

É a mania em um país onde os políticos são tão ou mais perigosos que um bandido comum, a de criminalizar quem não tem nada a ver com isso.

Ao invés de investirem segurança pública - começando pela completa e irrestrita abolição da Polícia Militar -, de elevarem salários de policiais (civis) e delegados, de investir em treinamento e equipamentos, a solução encontrada na capital do estado com um dos piores e mais vergonhosos salários para delegados é a de simplesmente proibir a comodidade tecnológica de um celular.

É impensável e absolutamente estúpido.

É o Estado lavando as mãos sobre o problema da segurança e passando aos bancos a responsabilidade por constranger clientes e para o cliente por forçá-lo a ficar sem a comodiade - e muitas vezes a necessidade - do celular por minutos ou mesmo horas.

Uma coisa é fato, exercitarei meu sagrado direito à desobediência civil e não há a mais remota possibilidade de desligar meu telefone celular ou não usá-lo dentro de agências. Não vou ser cobaia de um governo ineficiente que prefere me tornar criminoso - sem crime cometido - para mascarar sua incapacidade e desinteresse.

Governos DemoTucanos tem a capacidade de serem socialistas, mas apenas na hora de coletivizar/socializar os prejuízos.

Mas não deixemos passar um dado importante. A proibição recai sobre nós, usuários/clientes, mas a multa é paga pelo banco. Mais uma razão para a desobediência civil. Não só usamos o celular e fazemos uma manifestação política, mas também obrigamos os bancos a pagar ao menos um pouco daquilo que nos roubam diariamente.

Aliás, um adendo, o Brasil é um país engraçado em que a desobediência civil (ou alguma forma tosca disso) é algo corriqueiro, ainda que quase sem querer. É o pais das leis que não colam. São tantas leis estúpidas propostas e aprovadas por nossos ainda mais estúpidos legisladores que nem o povo e nem os fiscais (polícia e etc) dão a mínima para boa parte do que deveria ser punido de uma forma ou de outra.

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E a obviedade:

Sindicato entende como inócua lei que proíbe celulares nos bancos

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região vem a público repudiar a medida do prefeito Gilberto Kassab ao sancionar a lei nº 15.429 que coíbe o uso de aparelhos celulares nas agências bancárias e no auto-atendimento.
A entidade considera que, além de inócua, a medida irá ferir um direito do cidadão e do trabalhador de se comunicar enquanto está no interior das agências.
O Sindicato enviou uma carta à Prefeitura, em 5 de agosto de 2011, mas sequer teve o pedido de audiência com o prefeito atendido. Considera a “saidinha de banco” um grave problema que precisa ser combatido com a seriedade que merece.
Para isso, tem proposto que sejam adotados mecanismos que impeçam a visão das operações que os clientes realizam nas agências e no autoatendimento, como é o caso dos biombos, e a isenção de tarifas para transações como TED e DOC, com o objetivo de evitar saques de grandes valores.
A entidade reforça ainda que a fiscalização pelo uso de celulares dentro das agências não pode ser transferida aos trabalhadores e que os bancos têm de tomar as medidas necessárias para garantir a integridade da população em seus estabelecimentos.
Juvandia Moreira
Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
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