quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mídia brasileira não tem medo, conta com apoio ou covardia do governo

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A reação da mídia brasileira ao escândalo dos grampos na Inglaterra e consequente crise no jornalismo local tem sido, no máximo, tímida. Melhor dizendo, o tratamento ao assunto tem sido apenas normal, sem alardes, sem grandes manchetes ou destaques. A mídia nacional tem acompanhado, mas com parcimônia.

Em meio a uma das maiores crises de credibilidade enfrentadas pelo jornalismo mundial, o que explica um tratamento tão "normal" ao que vem da Inglaterra?

O que isto nos diz?

Ou melhor, pensemos um pouco se o caso fosse no Brasil, mas não no Reino Unido, como seria a reação?

CENSURA! Seria o primeiro grito vindo de Otavinhos, Mesquitas e Marinhos.

A razão para a grande mídia nacional estar noticiando, mas sem alardes, um caso tão sério é simplesmente porque por um lado sabem que Dilma não tem coragem para impor nenhum tipo de controle social sobre eles e, por outro, porque não querem dar chance ao azar e despertar reações raivosas por esconderem algo tão óbvio.

É a combinação perfeita. Se sentem seguros para noticiar frente a um governo covarde, mas ficam apenas no arroz com feijão para evitar reações como em casos anteriores de abusos midiáticos por aqui.

Esta crise tem tudo para transbordar pelas fronteiras européias e ir ainda além. A mídia brasileira torce para que não cause reações por aqui, mas fica na certeza de que o governo não terá coragem de reagir. O governo apenas irá esperar que a cobertura midiática mostre imparcialidade ou algum compromisso com a notícia e a verdade - o que sabemos ser uma farsa.

Reparem como o assunto praticamente morreu.

A crise lá fora ainda está em curso, mas a mídia brasileira encontrou alternativas para preencher seus noticiários, igual fizeran com o caso do Terrorista Cristão na Noruega. Amy Winehouse foi uma morte bem vinda para os sanguessugas midiáticos.

Na dúvida, a mídia prefere enterrar assuntos incômodos. E o faz com maestria e com total conivência governamental. Sabem que jamais serão objeto de controle algum, jamais terão de arcar com as consequências de seu editorial.
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