sexta-feira, 15 de março de 2013

GV: Demissões na revista Caros Amigos expõem precarização da mídia no Brasil

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No dia 8 de março foi publicada no Facebook pelos jornalistas da Revista Caros Amigos a notícia de que a redação de uma das publicações de esquerda mais importantes do Brasil entrava em greve por tempo indeterminado contra o que chamaram de precarização do trabalho.
Fundada em abril 1997 por um grupo de jornalistas, publicitários, escritores e intelectuais,
a revista, hoje dirigida por Wagner Nabuco, contava com onze jornalistas e designers fixos e diversos colaboradores e teria a redação reduzida pela metade, assim como seus salários:
Nós, integrantes da equipe de redação da revista Caros Amigos, responsáveis diretos pela publicação da edição mensal, o site Caros Amigos e as edições especiais e encartes da Editora Casa Amarela, denunciamos a crescente precarização das nossas condições de trabalho, seja pela ausência de registro na carteira profissional, o não recolhimento das contribuições FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] e do INSS [Instituto Nacional da Segurança Social] e, agora, o agravamento da situação pela ameaça concreta de corte da folha salarial em 50%, com a demissão de boa parte da equipe.
Imagem retirada do perfil do facebook dos demitidos da Caros Amigos. Uso livre.
Imagem retirada do perfil do facebook dos demitidos da Caros Amigos. Uso livre.
Desde o dia 4 de março, quando avisados por Nabuco de suas intenções de precarizar ainda mais a situação dos trabalhadores da revista, tentava-se negociar uma saída para se evitar a greve, porém sem sucesso.
Imediatamente após o anúncio da greve, a Chapa 2 “Sindicato é pra lutar!”, de oposição à atual gestão do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, reproduziu a nota dos trabalhadores em greve e prestou solidariedade.
No dia 11 de março, os trabalhadores foram convocados para uma reunião e foram informados que, devido à “quebra de confiança” estavam todos demitidos, uma flagrante violação do direito constitucional à greve no país. O jornalista André Deak esteve entre os primeiros a divulgar a notícia no Facebook, reproduzindo carta da equipe de redação:
(…) lamentamos a decisão da Direção. Consideramos a precarização do trabalho e a atitude unilateral como passos para trás no fortalecimento do projeto editorial da revista, que sempre se colocou como uma publicação independente, de jornalismo crítico e de qualidade, apoiando por diversas vezes, inclusive, a luta de trabalhadores de outras áreas contra a precarização no mercado de trabalho.

Artigo completo no Global Voices Online
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