quinta-feira, 14 de março de 2013

O novo papa e a falida reconquista da América Latina

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A Igreja, ao decidir por um papa latinoamericano o faz baseado não em suposta santidade papal, mas de forma política, calculada. O Brasil é o país com mais catolicos no mundo - onde vem perdendo espaço para o neopentecostalismo - e a América Latina representa hoje 39% dos fiéis do mundo, ou seja, são a região com o maior número de católicos do mundo.

Decisão pensada, calculada. Mas vem muito tarde e vem ideologicamente comprometida, sequestrada até.

O novo papa, Francisco (Jorge Mario Bergoglio), argentino, envolvido com a ditadura local, com tortura e assassinato de militantes, inclusive de padres, com sequestro de bebês, foi, junto com Ratzinger, um dos responsáveis pela eliminação da Teologia da Libertação, ramo este responsável por aproximar a igreja dos pobres e necessitados, exatamente a camada social que é alvo preferencial (e é mais vulnerável) às investidas dos Marginais da Fé.

Em outras palavras, foi o trabalho insistente e tenaz de Ratzinger e Bergoglio que ajudaram a igreja a entrar em crise de fiéis, a perder, especialmente na América Latina, uma quantidade imensa de fiéis para seitas neopentecostais.


A igreja eliminou o ramo que conseguia chegar aos pobres, sobrou apenas os "evangelizadores" envoltos em riqueza e ouro, que conversam melhor com ditadores genocidas como Videla do que com o povo humilde nas favelas.

Talvez o único crime que não envolva o novo papa seja a pedofilia, pois ele não cosnta em nenhuma lista com nomes de "apoiadores", ainda que não seja também considerado um opositor, que discurse contra a prática tão comum na igreja.
Bergoglio e o ditador genocida Videla
Vale lembrar que Bergoglio é, como Ratzinger, um conservador que se opõe aos direitos LGBTs, casamento igualitário, aborto, contracepção, enfim, um típico fascista-moralista católico.

O problema é que este discurso conservador não consegue, na sua forma católica, penetrar mais nas camadas populares, que foram tomadas de assalto pelo discurso igualmente fascista-moralista neopentecostal, com o acréscimo de um estelionato ímpar e com promessas mil de arrebatamento, de mundos e fundos e de dinheiro rápido.

Aos pobres o discurso do dinheiro prometido por estelionatários da fé parece mais atraente que os pedidos de humildade e pobreza (ainda que não seguidos pela ostentosa cúria) para se chegar aos céus.

Pelo visto as "ovelhas" estão mais interessadas em viver bem e ter a promessa dos céus "apenas" odiando minorias que se privando para apenas depois da morte ter algum retorno.

Ou seja, um novo papa foi eleito pensando politicamente numa (tentativa de) reconquista da América Latina tomada por krents, mas que, ideologicamente, representa a mesma coisa que os recém-chegados, com o imenso problema de não trazer nada de novo, nenhuma nova "salvação" e de ter um discurso tão atraente quanto o de uma porta.
É óbvio que eleger um papa argentino - que, porém, ficará em Roma - talvez ajude momentaneamente a imagem da igreja junto aos latinoamericanos, talvez, por um tempo, consiga segurar um pouco a sangria de fieís, mas será por pouco tmepo e, enfim, será cosmético.

A alegria por um papa latino (que não vejo tão grande no Brasil, que mantém uma eterna richa com os argentisno, ainda que esta seja mais forte aqui do que lá) não parece ser maior que a "alegria" das conquistas terrenas e fáceis ao alcance de um cartão de crédito ou de um talão de cheques entregues ao pastor.

A igreja não apenas despertou tarde demais para o crescimento assustador do neopentecostalismo, mas também matou a única oposição viável no combate contra o medievalismo que, no fim, a igreja continua também ou ainda representando.
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No Facebook, a ativista Karla Joyce fez um alerta que, no entando, não muda o caráter (ou falta dele) do novo Papa:
"Pessoal, só um alerta: se não houver as fontes fidedignas do que denunciam, a mesma se esvai.

Não sou defensora do Papa, não duvido de seu conservadorismo, mas ontem pipocaram supostas imagens dele com o ditador argentino Videla. As fotos são verídicas, mas do Cardeal argentino Pio Laghi.

Agora estão publicando uma suposta declaração misógina (algo do tipo "mulheres não tem aptidão para política") que ele tenha feito em 2007, mas a fonte mais antiga que eu achei no Google foi de 20h horas atrás. Consideremos que em 2007 a internet já era "desenvolvida", alguém aí tem alguma fonte mais antiga para confirmar a tal declaração?

Não adianta ter essa onda de denúncias sem ter as provas de fato."
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