Parece óbvio, mas para muitos os governos são inerentemente honestos e bons, veja o caso da grande parte dos estadunidenses. Realmente acreditam que seu governo tem a intenção de levar a democracia para todo o mundo. democracia esta que só existe no nome. Falamos, pois, de ditaduras, sangue, destruição, violência e assassinatos. Mas a fachada, para muitos, é sólida.
Um país que muitos consideram insuspeito é a França. País da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, na verdade, é o país que tem o Genocídio de Ruanda sob suas costas (junto com a Bélgica) e foi um dos países que mais dura e violentamente reprimiu os movimentos anti-colonialistas nas suas colônias e que até hoje está presente na repressão de movimentos populares pelo mundo.
A França, assim como os EUA se dizem democracias, mas o que exportam está longe de ser o que o mundo gostaria.
A Espanha, por outro lado, é o exemplo do atraso. Um país em que Franquistas e genocidas permanecem no poder e tem um aprtido político com grande força (o PP), em que o Estado financia(ou) grupos de extermínio de extrema-direita (caso dos GAL financiados pelo PSOE) e que oprimem diariamente suas minorias tenta passar a imagem de uma democracia moderna e falha miseravelmente.
A Rússia é outro bom exemplo de Império que permanentemente mantém submetidas minorias e que passa longe de ser uma democracia funcional.
China sequer vale à pena ser citada, uma ditadura horrorosa e opressora que realiza uma verdadeira lavagem cerebral em sua população.
E até mesmo o Brasil merece ser citado. Genocídio indígena, destruição da amazônia e das culturas tradicionais (Belo Monte vem aí) e imperialismo na América Latina. Posa de exemplo, quando é um dos problemas.
Mas, voltando ao tópico, a reportagem a que me refiro é a da mea culpa de Sarkozy quanto ao Genocídio de Ruanda:
"Houve um sério erro de avaliação, um tipo de cegueira quando não previmos as dimensões genocidas do governo", disse ele a jornalistas numa entrevista coletiva ao lado de Kagame.É pouco, insuficiente, mas um começo. Não é comum aos Estados admitir responsabilidade - mesmo que pequena ou parcial - sobre um genocídio. A admissão de "erros" é melhor que nada, mas ainda longe do ideal. Imaginem só os EUA admitindo responsabilidade pelas ditaduras todas da América Latina!
"Erros de avaliação e erros políticos foram cometidos aqui e eles levaram a consequências absolutamente trágicas", afirmou Sarkozy.
Do outro lado, o post do Esquerdopata em seu blog sobre a Espanha, o País Basco e Cuba é de um primor que me faz quase repreender a mim mesmo por não ter pensado antes em escrever sobre o assunto.
A pergunta que permeia o Post é a de que "Qual é a moral que o Premier da Espanha, Zapatero, tem para falar em "liberdade" em Cuba quando seu país oprime e mantém presos centenas de presos políticos e diversas nações - no caso em questão, a nação Basca?"
É certeiro.
Os Estados - especialmente os EUA e os Europeus - tem a mania inaceitável de querer criticar os demais países do mundo sem que, porém, enxerguem seu próprio umbigo. A Espanha é o país da europa que mais tortura - não sou eu quem diz, são as estatísticas e os organismos internacionais -, mantem dentro de si diversas nações oprimidas e subjugadas e se acha no direito divino de falar de Cuba? Ou melhor, de falar de qualquer outro país no mundo?
Realmente, os Estados, muitas vezes, se investem do manto da democracia e da verdade sem que, porém, não sejam nada além de pseudo-democracias repressivas e opressoras apenas interessadas em perpetuar um modelo falido de soberania e de Estado.