Fator Marina e "Nanicos"
Com 7-9% dos votos, Marina é uma nanica. Mas a mídia a tem como uma possível alternativa ao Serra, caso este não decole - e ele está caindo. É interessante para a mídia ter em Marina uma pseudo-alternativa, alguém com um discurso aceitável mas que não difere em nada do conteúdo do Serra. Falamos de uma troca de embalagem apenas.
A mídia costuma levar em conta 3 ou 4 candidatos, estes vão para debates, tem espaço nos noticiários... Mas o quarto candidato é o Plínio de Arruda Sampaio. Ele incomoda. Não tem medo de colocar o dedo na cara das elites, de dizer a verdade e constranger o poder.
Logo, ele é escondido. Notícias do PSOL na grande mídia só para achincalhar o partido ou para promover a piada que se tornou a Heloísa Helena.
O nome do Plínio é escondido de todas as maneiras pela grande mídia. O Roda Viva se recusa a convidá-lo sem apresentar qualquer critério válido, os jornais não tocam em seu nome... Tudo pela falsa polarização dos primeiros colocados e pelo plano B chamado Marina Silva, o Atraso.
Plínio e Pesquisa
O antônio Luiz Costa trouxe uma questão interessante que poderia complicar a posição do Plínio como quarta força, mas não creio que se sustente.
De fato, nas pesquisas, Plínio aparece com menos de 1%. Isto quando aparece. Até o momento boa parte das pesquisas são feitas com apenas o nome dos três primeiros colocados. Os demais são relegados ao ostracismo.
Na maioria das pesquisas os "nanicos" nem aparecem, ou sua votação oscila de forma incongruente. A campanha ainda não começou. A mídia tem bombardeado o público com a idéia de que só existem 3 candidatos. Como o povo saberá quem são os demais?
Neste cenário, até mesmo o Rui Costa Pimenta pode aparecer como quarta força, basta que a pesquisa seja feita na esquina da sede do PCO!
Pelo peso do PSOL, pela história do Plínio e pela militância, fica claro que, começando a campanha, os números começarão a ter alguma relevância e sua candidatura crescerá. Por enquanto é má fé acreditar que piadas prontas como Eymael ou desconhecidos como Ciro Moura tenham qualquer votação relevante e, especialmente, maior que a do Plínio.
Vejam, por exemplo, a disparidade das pesquisas Datafolha (20-21 maio) e Ibope (31-03 mai//jun) em que quem antes tinha 1%, como Eymael e Zé Maria, passam a não ter nada. E Ciro Moura (Quem?) de nada passa a 1%. Os números não são, nem de longe, confiáveis.
A pesquisa CNI-IBOPE mais recente dá votos até para Oscar Silva - de quem jamais ouvi falar - e zero para Plínio?
Analisando as pesquisas, começo a suspeitar que há, na verdade, uma tentativa deliberada de esconder o Plínio das pesquisas e forçá-lo a parecer um candidato insignificante quando, na verdade, é o único com capacidade de despolarizar o debate.
A quem interessa esconder a alternativa?
Deu na Folha:
O candidato do PSOL à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, ficou em último lugar na pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta quarta-feira.A quem interessa destacar a suposta votação nula de Plínio? Ao invés de esconder, o que não funcionaria, resolvem inventar uma votação vergonhosa. Alguém seriamente acredita que Plínio não tenha um voto sequer, mas desconhecidos como Oscar Silva ou Américo de Souza tenham sequer meia dúzia?
De acordo com a pesquisa, Plínio aparece com 0% das intenções de votos. Com isso, ele fica atrás de nanicos como Oscar Silva (PHS), com 0,1%, Mario de Oliveira (PSC), com 0,1%, Américo de Souza (PSL), com 0,1%, José Maria Eymael (PSDC), com 0,2%, Ivan Pinheiro (PCB), 0,2%, Levy Fidelix (PRTB), 0,3%, e Ciro Moura (PTC), 0,9%.
Além de ser um nome conhecido no meio político, Plínio faz parte do partido que ficou em terceiro lugar nas eleições de 2006, quando disputou a então senadora e agora vereadora Heloisa Helena.
Engraçado, conheço centenas de eleitores do Plínio, mas nunca vi um de nenhum dos outros nanicos (salvo do Ivan e do Zé Maria, que sequer consta da pesquisa).
O Ibope afirma ter feito uma pesquisa com 2 mil pessoas em 140 cidades. Não tenho dúvida de que uma pesquisa com um número tão irrisório de pessoas e em um número ínfimo de cidades seja perfeito para prejudicar as candidaturas dos menores. Obviamente que, pelo tamanho, os grandes candidatos sempre serão citados, mas os pequenos dificilmente tem chance.
A mídia, o PIG, se denuncia claramente.