quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Beijo Gay do PSOL, Homofobia Criminosa e a Liberdade para Todos

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Reproduzi no blog o Beijo Gay mostrado na propaganda do candidato à Governador de São Paulo pelo PSOL Paulo Bufalo. Um beijo que ocupa menos de 5 segundos do já mínimo espaço dado ao candidato na bela democracia brasileira. Mas 5 segundos que a direita religiosa, que o atraso evangélico, transformaram em polêmica: Um libelo da homofobia.

Lideranças do atraso, ops, cristãos, em especial evangélicos - como de costume, representam o que há de pior em qualquer sociedade - se levantaram contra o que consideram um absurdo, uma ofensa: O direito dos gays serem considerados gente, cidadãos, humanos.

Deu no IG:
O primeiro beijo gay da campanha eleitoral, apresentado no vídeo acima, do PSol, no horário eleitoral gratuito de São Paulo, já começou a criar polêmica.
Relator do conselho político da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, Lelis Washington Marinhos está defendendo que os partidos adversários e até mesmo o Ministério Público entrem com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral pedindo a retirada da cena do ar.
– O que eles fizeram é uma provocação à sociedade brasileira. É uma situação deplorável, a grande maioria condenaria um ato desse, que antes era considerado atentado ao pudor pela lei. Para o bem da família, cenas como essa deveriam ser proibidas na televisão, ainda mais em horário eleitoral, que é acessível e estimulado.
No momento em que escrevo, 198 pessoas comentaram a notícia no site: A franca maioria citando passagens da Bíblia, destilando ódio e citando a palavra que parece resumir toda a questão, a "família".

Os cristãos se investiram no direito de definir, para toda a sociedade, o que é a "família". Não aceitam contestação, não toleram opinião contrária ou uma compreensão democrática e humana do conceito. Família, enfim, é o casal hétero com seus 18 filhos (afinal, cristão não pode usar camisinha, sexo só pra procriar) vivendo de acordo com conceitos pré-medievais.

Sexo, prazer, direitos civis, Estado Laico e etc são coisa proibida. Pedofilia, lavagem de dinheiro, lavagem cerebral, conservadorimos criminoso devem, então, ser coisa tolerada e incentivada, dada a profundidade e alcance de tais atos e idéias.

A estes cristão e suas lideranças o respeito ao Estado Laico não existe. O respeito ao próximo (algo que até mesmo seu livro de contos de fadas considera válido - é inexistente. Existe apenas a imposição de valores.

No trecho publicado pelo IG, o fanático religioso de nome Lelis Marinhos não se constrange em cobrar dízimos, mas sente saudade do tempo em que homossexualidade era crime, doença. A igreja universal não se constrange em abrir concurso público pra pastor, pago com o dinheiro roubado de fiéis idiotizados, mas a mera existência da homossexualidade lhes parece absurdo.

O site Athosgls acrescenta ainda:
O programa eleitoral do PSOL que exibiu o beijo gay entre dois jovens foi, de longe, o assunto mais comentado nessa primeira semana eleitoral em São Paulo. Apesar do beijo ter menos de cinco segundos, foi suficiente para escandalizar várias pessoas. Conforme o iG já adiantou, a primeira manifestação pública contrária ao filme veio do relator do conselho político da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, Lelis Washington Marinhos. Ele defende que o Ministério Público e os partidos adversários entrem com ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), proibindo novas veiculações do programa e punindo o PSOL. O evangélico chama a peça de “deplorável” e “grande provocação à sociedade brasileira”.
No meio político, por exemplo, o candidato à Presidência da República José Maria Eymael, do Partido Social Democrata Cristão (PSDC), chamou a atitude do PSOL de escandalosa. “Foi um mal momento do PSOL. Embora nós respeitemos a opção sexual de cada um, não podemos aceitar uma atitude que fere os valores da família brasileira. O horário político deve ser utilizado para apresentar propostas, não com atitudes que possam constranger a maior parte das famílias”, afirmou.
Por conta da polêmica, a direção da campanha de Paulo Búfalo ainda avalia se produzirá novos programas na mesma linha. O diretor de programas do PSOL diz que, por hora, avalia-se apenas a possibilidade de repetir o filme em algum momento da campanha na tv, que está apenas começando e vai até 30 de setembro.
Eu me pergunto se este cristãos acham deplorável a pedofilia praticada por seus padres e pastores, se acham que a lavagem cerebral de fiéis é algo moralmente aceitável. Esta corja religiosa acumula o dinheiro de pobres tolos e toma de assalto a TV, ocupam canais e faixas de horário, vendendo sua fé, vendendo curas milagrosas e pregando o atraso em horário nobre. Não vêem qualquer problema em ler e divulgar idéias medievais, não tem problema algum em ensinar à crianças conceitos ultrapassados - de um livro que respinga sangue - e não sentem qualquer constrangimento em ensinar o ódio, mas não toleram que os seres humanos façam escolhas diferentes ou vivam diferente, sejam diferentes.

O Estado Laico ficou pra trás, nem entra em discussão. Somos bombardeados na campanha política por Missionários, Apóstolos e Pastores, prontos a pregar para suas "ovelhas" em claro desacordo com a Constituição, mas a defesa dos Direitos civis e Humanos do povo é tachado de desrespeito à "família". Respeito é entregar seu filho aos abusos de padres: Esta é a família que defendem.

Me surpreende, porém, que possam ser preconceituosos, homofóbicos e criminosos desta forma. Nada acontece. Quem lhes deu o direito sagrado e divino de ofender a todos e a tudo que não concordam de tal forma sem serem punidos? Se existe liberdade religiosa, esta tem limite, e o limite está no respeito à diversidade, aos que não concordam com seus dogmas, enfim, aos Direitos Humanos e à Constituição brasileira, que prega o Estado Laico, onde religião deve ser mantida no foro privado e não respingar no Estado.

A Democracia é algo maravilhoso, ela não exclui, ela protege as minorias da maioria e inclui a todos, mas, acredito eu, deve ser estendida aos que a respeitam.Democracia não significa votar e ser votado ou na maioria governar em detrimento de uma minoria, mas numa balança em que a maioria governa, mas os direitos da minoria estão e são garantidos. O problema é que estes grupos religiosos não entendem o que significa democracia: Abusam desta e a defendem até o ponto em que a liberdade é a deles e não a dos outros.

Não enxergam problema em apresentar shows de tragicomédia religiosa onde falam mal de tudo e de todos que deles discordem, não compreendem o que está errado em explorar a fé do povo e realizar "curas milagrosas" - e completamente falsas - na TV em qualquer horário. Mas não toleram que os outros possam igualmente usufruir da democracia e de sua liberdade para defender o respeito à diversidade e às minorias.

Os evangélicos e cristãos fanáticos podem agir como quiserem. Podem ser pedófilos, podem chutar santas, podem pregar que o homossexual deve ir pro inferno, deve ser criminalizado... Mas o contrário é abuso. É a democracia de mão única.

A disseminação do ódio é vedada aos neonazistas, porque é permitida aos que usam a desculpa da religião para pregar contra os Direitos Humanos? A liberdade deve ser irrestrita aos que defendem a liberdade e o respeito e não aos que defendem apenas para si o direito divino de estarem corretos.

A liberdade está na diversidade e a democracia serve para garantir direitos e não eliminar.

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