sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Política de Comunicação no governo Lula e Dilma

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Li, durante o fim de semana, o post da Cris sobre o que ela espera da Política de Comunicação no governo Dilma, dado que, durante o governo Lula, a área foi entregue ao PMDB - Hélio "Telefônica" Costa -, e concordo. O próximo governo precisa ser mais corajoso.

Lula deu alguns passos, tímidos, no caminho de uma maior democratização da comunicação, vale notar a CONFECOM, mas parou por aí. Não teve coragem de brigar contra os grandes monopólios e, sequer, aplicou as resoluções aprovadas na CONFECOM. Assim como com o PNDH-3, aceitou as regras da grande mídia e dos poderosos e deixou de lado todas as decisões tomadas pelo povo em conferências locais e nacionais.

O preço foi e continua sendo claro, a franca e criminosa oposição da mídia a tudo que vem do governo.

Uma coisa é a Veja fazer oposição, até tem o direito, outra é a Rede Globo, uma concessão pública, fazer o mesmo. E, vale sempre lembrar, uma coisa é "oposição", outra é a tática de fingir pluralidade e desinformar, mentir para fazer uma política de confronto.
spero que a comunicação não entre na negociação de cargos e votos dessa vez. Entendo que é preciso o diálogo e às vezes se tem que ceder. Mas espero de Dilma que tome como estratégica a comunicação e dedique à área atenção maior. Aproveitando a atitude da vizinha argentina essa semana – cuja presidente, Cristina Kirchner, apresentou um relatório acusando os donos dos principais jornais de envolvimento com a ditadura, em uma estratégia de governo de limitar o poder dos grupos Clarín e La Nación –, espero uma política que enfrente o monopólio. Uma política que defenda a pluralidade.
Urge a aplicação de instrumentos de controle social da mídia, como consta das diretrizes do PNDH-3. A mídia não pode ser livre acima de tudo e de todos, acima dos Direitos Humanos. Longe de se tratar de censura, trata-se de respeitar a dignidade humana e a verdade.

Casos como os da Ficha Falsa da Dilma na Folha, das acusações da Veja contra o MST de cometer crimes em lugares em que o movimento sequer está presente são apenas exemplos de abusos à liberdade de imprensa que, segundo Venínio Lima, não está acima da liberdade de expressão da população, refém destes gigantescos e poucos grupos de mídia com interesses que divergem dos da população brasileira.

Por controle social, fico com a Cris:
Não a censura, muito pelo contrário. O controle dos grandes grupos para que os pequenos também tenham meios e espaço. Para que a diversidade regional tenha lugar, com regulamentação efetiva e aplicação da legislação.
Respeito aos Direitos Humanos, às leis do país e o fim da centralização de toda informação nas mãos de grupos gigantescos, descompromissados com o interesse nacional e da população. Hoje, salvo pequenos veículos de mídia alternativa, como a Fórum, Caros Amigos, Brasil de Fato, Rede Brasil e ets, toda informação consumida pela franca maioria da população vem de máfias midiáticas, de veículos controlados por pouquíssimos grupos, famílias mafiosas que se revezam no poder há décadas, que tem agendas bem definidas e distantes dos anseios e necessidades dos brasileiros.

A Argentina deu um passo sério no caminho da democratização da mídia, ao enquadrar o Clarín, importante máfia midiática argentina. Quando o Brasil fará o mesmo? Quando o Brasil irá enquadrar a Rede Globo, comprada por dois tostões em uma fraude absurda e que cresceu na base da infração da lei ao se aliar à Time Life? Quando a folha será responsabilizada pelo seu apoio à Ditadura? Por ter emprestado seus carros para que militantes de esquerda fossem torturados e mortos?

Faltou coragem de avançar, pois força política e social o governo tinha. É preciso urgentemente combater o monopólio midiático e desmistificar a verdade absoluta de que nada pode ir contra a "liberdade de imprensa".

Lula não fez, Dilma fará?

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